quarta-feira, 16 de outubro de 2013


*Dark Hunter 26*
*Lua Crescente do Mal*


O COMEÇO DOS WERE-HUNTER
   
Muito antes que a história fora registrada, viveu um valente rei. Um que se negou a ceder ante a vontade que os deuses gregos ordenavam. Como tantos antes e depois, cometeu o engano de apaixonar-se pela mulher mais bela do reino. Uma mulher cujo só sorriso era o sangue de sua vida.    

Pouco sabia ele que ela carregava a mais escura das maldições. Pelos atos que seus antepassados tinham cometido contra o Deus Grego Apolo, há mais de dois mil anos antes de seu nascimento, sua raça estava condenada a morrer brutalmente em seu vigésimo sétimo aniversário. Era um segredo que ela manteve até o dia em que, como todos os outros da raça Apolita, começou a envelhecer e morrer.

Em só vinte e quatro horas passou de uma bela jovem a uma bruxa, e então não restou nada, salvo um montão de pó espalhado.

Lycaon ficou devastado pela perda de seu amor, mas pior era o conhecimento obcecante de que logo seus filhos se uniriam a sua mãe e morreriam do mesmo horrível modo.

Como ela, morreriam por algo no qual nenhum deles tinha tomado parte.

Incapaz de suportar essa injustiça enfrentou aos deuses e lhes disse que se fodessem. Não ficaria esperando para ver seus filhos morrer. Jamais.

Nessa mesma noite, começou a utilizar a mais escura das magias para unir os genes da raça de sua esposa com os dos animais mais fortes. Lobos, chacais, leões, tigres, panteras, jaguares, guepardos, ursos, falcões, leopardos, inclusive um raro dragão... esses foram os poucos que escolheu para salvar aos seus filhos.

Quando terminou seus experimentos, tinha criado uma espécie completamente nova. Não mais humanos, nem Apolitas ou animais, eram algo completamente distinto.

Os experimentos converteram seus dois filhos em quatro seres separados. Duas criaturas que mantinham o coração de animal e viviam como animais à luz do dia. E dois que tinham coração humano. Durante o dia, sua forma base seria a humana.

Este foi seu presente.

E desta maneira nasceu uma nova maldição.

Da raça Apolita de sua mãe herdaram as habilidades mágicas e psíquicas. O que seu pai tinha forçado fez com que vivessem durante o dia em sua forma base, seja humana ou animal, e de noite poderiam mudar ao seu desejo à outra. O homem se converteu em besta e a besta em homem.

Sob a luz da lua cheia, quando seus poderes eram mais fortes, nem tão sequer as leis do tempo ou da física tinham controle sobre eles. A partir desse dia viveriam durante séculos, imunes à maldição de Apolo.

Os deuses não estavam felizes. Exigiram ao rei que matasse a todas as criaturas que tinha criado. Como se atrevia ele, um simples mortal, a ser o bastante beligerante para frustrar sua vontade.

Mas o rei se negou.

—Não deixarei que meus filhos sofram por vossa vaidade! Podeis morrer-vos todos, não me importa.

Desse modo, enquanto seus filhos se salvavam da maldição Apolita, os deuses lhes deram uma nova. Nenhum de sua espécie poderia escolher ao seu companheiro por seu livre-arbítrio, só as Parcas poderiam atribuir a eles. E nunca haveria paz entre os animais Katagaria e os humanos Arcadianos que o rei tinha criado.

Eternos inimigos, ambas as raças se conheceriam como Were-Hunters porque caçariam uns aos outros. Com o passar do tempo, lutariam e matariam a sua raça... sempre desconfiando. Sempre zangados. Mais que isso, converter-se-iam na fonte de alimento escolhida por seus primos, os vampíricos Daimons que necessitavam de almas para viver depois de seu vigésimo sétimo aniversário.

Nenhuma paz. Nenhuma ajuda. Seu destino era sofrer e existir apesar dos deuses.

Até o dia em que os dois últimos superviventes se aniquilassem. Essa foi sua profecia.

E nenhum deveria sofrer mais que os que levavam o nome dos descendentes diretos do rei. Aqueles que carregavam o sobrenome Kattalakis...

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