quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O LADO BOM DE SER TRAÍDA - Capítulo 40


Caio

Depois que saí da casa da minha "ex ex" futura noiva, sim minha "ex ex", porque pretendo ter ela de volta. Decidi mudar meu destino de ir embora para casa e resolvi ligar para aquela vaca da Nicole, desde que a bandida ordinária, veio para São Paulo, resolveu fazer daqui o seu lugar preferido.
Quinze dias ela fica em Florianópolis e passa o resto do mês, vadiando por aqui. 

Ela acredita que se fazendo presente, vou me intimidar com suas chantagens e ficar com ela, mas só pode ter um parafuso faltando naquela cabecinha de ostra. Se ao menos a chantagem fosse para me extorquir dinheiro, até acredito que poderia ter êxito, mas me chantagear para colocar uma argola no meu dedo anelar esquerdo, é muita burrice. Será que ela não tem um pingo de amor próprio? Toda mulher sonha em se casar e ser feliz, no caso dela, acho que quer se casar para ser vista pela sociedade que é uma dama. Dama sim, só se for dama do cabaré. 

Nossa conversa ultimamente tem sido bem exaltada, confessei para ela que amo a Bárbara e não vou me render as tais chantagens, ela enlouqueceu, é tão burra que nem percebe que estou blefando feio. Ela não enxerga nenhum palmo na frente do seu nariz.

- Nicole, vim aqui para aceitar as nossas diferenças. E não passa de hoje. - Tenho que ser firme com esta mulher chiclete. 

- Amor, não sei quais diferenças você está vendo. Basta aceitar o melhor que estou te dando, casar logo comigo, e ter o nosso final feliz. Quer proposta melhor?

- Você está tirando sarro da minha cara? Só pode! Desde quando me amarrar a você é sinal de felicidade? 

- Lindo do meu coração, ou é isso, ou jogo para o ar, tudo que tenho em minhas mãos. E pelo teor, para um empresário bem sucedido, o que tenho para mostrar seria a sua morte, não? Imagina, as revistas de fofocas estampando toda a verdade sobre Caio Laruzi Sampaio. Já imaginou? Iria ser a fofoca do ano, quiçá do século. 

Seguro em seu braço e falo entre dentes - Sua cachorra, você não ousa lançar nada para mídia, se fizer isso, eu acabo com a sua raça, pode escrever! 

Mas a descarada não perde a chance, aproveita a nossa proximidade, e joga toda a sua sensualidade, é inevitável resistir, mas hoje ela teria com força, até machucá-la pois é isso que merece. 

Pela manhã quando acordo, estou com nojo de mim, como posso ser um idiota e passar a noite com ela? Aproveito que está dormindo profundamente e tento revirar o quarto dela no Apart hotel, onde ainda por cima sou obrigado a bancar.

Não encontro nada, somente uma mulher nua parada na porta.

- Perdeu alguma coisa meu gostoso? - Não respondo de imediato, passo as mãos pelo cabelo, e logo o mau humor e raiva de ouvir a voz dela, me toma. 

- Nicole, vou te dá à chance de me entrega o que você tem guardado, caso contrário, ficará sem emprego e receberá um processo gigantesco.

- Você acha mesmo que sou burra a ponto de te entregar meu passaporte da felicidade? Meu amor, meu lugar é ao seu lado! Como é irônica.

Continuamos discutindo e quanto mais apertava ela, mais descobria que estava fodido. Depois de um dia com meus advogados, não contei a eles também o teor da chantagem, resolvo sair e beber sozinho. Preciso começar a traçar minhas estratégias de aproximar da Bárbara, ela tem que me ajudar a enfrentar essa situação. Ela estando ao meu lado tenho certeza que terei forças para lutar contra tudo e todos e desmentir essa ordinária da Nicole.

Chego num bar requintado, visualizo mesas espalhadas pelo salão, banquetas altas em torno do balcão e logo decido onde devo ficar para afogar meus pensamentos, peço a carta de whisky, e parece que falo grego, o insolente do barman, fica me olhando, como se eu tivesse obrigação de saber quais whisky que se serve neste local. 

Até a música ambiente me irrita, e o passar de gente a todo o momento ao meu lado, vai entrando em combustão junto com as diversas doses de Blue Label que já tomei. E a gota d'água, é ver o casalzinho romântico se despedindo na frente do bar, que desde então não tinha percebido que estávamos dividindo o mesmo ambiente. Mas este conto de fadas de merda, tem prazo de validade, se ela não ficar comigo, não fica com mais ninguém. 

Paula

Minha nossa Senhora dos pobres, como a pessoa vive com R$ 10.000,00 por mês? Sério isso? Com este dinheiro não compro nem uma bolsa da Louis Vuitton, a não ser aquelas horrorosas do Paraguai. É o meu fim, não aguento mais este mizerê. Já recorri ao velho, mas ele é irredutível, se eu não mudar como ele diz: "meu comportamento de mulher mimada" não terei nada mais saindo do bolso dele. Aquele lá não sabe o que é manter uma mulher do meu estilo. Mas tudo bem, vou voltar para o meu plano principal, ter de volta o idiota do Marco, e se ele não ceder quem vai pagar é a filhinha vegetal. Só que antes, preciso tirar do meu caminho a "bolacha de sal" da namoradinha dele. É muita baixaria, ele casado comigo, e de repente começa a namorar uma mulherzinha que não é da nossa society, também pudera, com aqueles pais Samaritanos, o Marco não poderia ser diferente. 

- Carol minha lindinha, novidades pra mim? O que a gente não faz para conseguir informações privilegiadas. 

- Paula, já estava pra te ligar. A sua filha já recebeu alta, falei com a Rafaela hoje, mas não tenho boas notícias para te dá. 

Lá vem bomba. 

- Aí, não me fala que a saúde da minha amada menina não está bem, é isso? Faço um drama para ver se "cola", mas no fundo estou torcendo para que aquele vegetal desapareça logo. 

- Não, a Vitória está ótima. O que vou te falar é sobre o seu ex. Humm... - Será o que é... A mula está fazendo um suspense desnecessário. - Este tempo todo que tenho olhado a sua filha, conforme me pediu, pois sabe não faço isso por dinheiro, e sim, pelo amor de uma mãe por sua filha. - Sei, me engana que eu gosto... - Então, eu fiz amizade com a Rafaela, que é enfermeira da Vitória, e é notório que ela está altamente apaixonada pelo patrão. 

- O que? Dou um grito no telefone. 

Percebo a falha, e me recomponho. - O que? Não que eu quero o meu marido de volta, mas fiquei surpresa, você me entende? Anos de relacionamento, é complicado que outra mulher deseja o que algum dia fez parte de sua vida. 

- Eu entendo sim. Mas não se preocupe, pelo que pude investigar, ela ainda não se declarou. Não falei isso antes, porque queria ter certeza. 

- Tudo bem minha querida. Você fez o certo! Agora tenho que desligar, vou ao shopping comprar alguns presentes para o meu Anjinho e pedir para todos os santos, que o pai dela me permita manter contato. 

- Te desejo boa sorte, Paula. Se precisar sabe que pode contar. 

Essa mula pensa que me engana, desde o nascimento da Vitória ela tem monitorado a vida do Marco sob o meu comando, contei uma historinha de mãe arrependida e curada de uma forte depressão, e algum dinheirinho mensal, e voilá, tenho um relatório completo. Mas sobre a tal da enfermeira é uma surpresa um tanto desagradável, isso significa que, ou me junto a ela, ou destruo-a. 

Rafaela

Desde o chega pra lá que recebi do Marco, a minha estadia na casa dele, tem sido tensa. E isso tudo eu devo a mocréia da namoradinha dele. Ela nunca perde a oportunidade de me alfinetar, estou farta de tudo isso. Farta do Marco não perceber a vadiazinha que está ao seu lado, farta por ele não me ver como mulher, e farta por perder meu tempo em ser a virgem boazinha, e não ir atrás do que deve ser meu. 

Estou saindo desgastada emocionalmente, ainda tenho que enfrentar um metrô e dois ônibus lotados. Aí que vida tirana, não vejo a hora de vir morar logo aqui, na casa dos meus amados. Quando estou caminhando em direção a estação de trem, só ouço alguém me chamar:

- Ei mocinha, psiu!

Quando olho para o lado, não reconheço a loira com cara de atriz de Hollywood. 

- Está falando comigo?

- Claro que estou. Venha cá. 

Ela pára o carro, e vou até ela, mas desconfiada. 

- Você é a Rafaela, enfermeira da Vitória? Como ela sabe o meu nome? Aí meu Deus, é uma sequestradora, mas eu sou pobre! 

- O que você quer?

- Calma aí menina, entra no carro. Tenho um assunto para te contar, que vai ser do seu interesse. 

Penso, penso... Nem sei quem é esta desconhecida. Mas vou arriscar, e entro no carro, olhando para os lados. 

- Como você me conhece?

- Oh querida, não quero te assustar. Então, deixa-me apresentar. Sou a Paula, mãe da Vitória, ex- mulher do Marco. 

Oh. Levo a mão na boca, esta mulher é a ex dele. Em todo este tempo, nunca vi esta mulher, pensei que ela nem existisse. 

- O que você quer comigo?

- Primeiro, vamos dar uma volta. Precisamos nos conhecer mesmo, afinal, eu só tenho a agradecer, já que em todo este tempo, você tem sido a mãe da minha querida Vitória.

Ela fala com ternura nos olhos, será o que houve para ela se afastar? Vou descobrir agora. Não quero falar agora, vou esperar parar, e ver o que é isso tudo. Ela continua dirigindo, até que entra em um estacionamento de um Shopping. 

- Rafa, posso te chamar assim, não é? Vou estacionar o carro aqui, para podermos conversar melhor. 

Apenas assenti com a cabeça.

- Vou direta ao assunto. Rafa, eu quero ter o contato com a minha filha. Eu sofri demais depois do parto dela, entrei em uma depressão terrível, não quis aceitar que a filha que tanto sonhei não iria virar uma mocinha, não me acompanharia nas compras, não iria vê-la casar. Enquanto a tal da Paula dispara em falar, as lágrimas brotam de seus olhos, e em meio aos soluços ela continua. 

- Essa depressão acabou comigo. E tive que me afastar, mas o Marco não entendeu, acho que eu estava rejeitando a nossa própria filha, dá pra acreditar?

- Dona Paula, não sei o por que a Senhora está me dizendo isso tudo. Não cabe a mim, e pra dizer a verdade, não estou afim de outra mulher na vida dele, já basta a "zinha" lá. 

- Oh minha querida, eu sei que você tem o coração de ouro, e vai me entender. Você já deve ter conhecido a namorado do Marco, não é?

E quando ela fala isso, meus olhos entram em chamas, ela mexeu no meu "calo". Agora a conversa ficou interessante. 

- Conheço sim, mas o que ela tem a ver com isso tudo?

- Ela tem tudo a ver. Recentemente eu descobri, que a tal da namorada, que nem sei o nome, está fazendo a cabeça do Marco, colocando "caraminholas", e proibiu que eu pudesse me aproximar da minha menina. Você acredita nisso? E ela bate a mão com força no volante. Realmente, essa mulher está revoltada. - Eu preciso de sua ajuda Rafa, preciso abrir os olhos do Marco, está mulher é uma bruxa, e não uma boa pessoa para viver ao lado dele. 

Como é? Ela não o quer de volta?

- Como... como... assim? A Senhora não quer o seu marido de volta?

- Claro que não. Só quero a minha filha. Para o Marco desejo a felicidade do mundo, porém com alguém que realmente o ame. 

Agora sim, ela está falando o meu idioma! 

Suspira como se quisesse me pedir algo - Rafa, estou aqui em um ato de desespero. Me ajuda a tirar a venda dos olhos do Marco, e livrar dessa mulher que está me deixando longe do meu bem mais precioso, que é a minha nenê?

Não precisa falar duas vezes. Agora estou indo para passar por cima. 

Nicole

Caio pensou que foder gostoso e depois me dispensar seria fácil, se enganou. Além de gostosa, e um rosto lindo, tenho cérebro e planos inadiáveis, e claro, isso inclui a conta bancária dele, e o meu vínculo matrimonial, se não for eterno, que seja até eu conquistar uma gorda pensão e metade dos bens dele. Dei duro para chegar até, não posso deixar a oportunidade escorrer entre os meus dedos. 

Desde nossos primeiros encontros descobri situações que poderiam me ajudar no futuro, só não sabia ainda como fazer, até que encontrei meu "pé rapado" gostoso em São Paulo. Não que o Caio não seja uma delícia na cama, mas é que meu "pobrezinho", (assim o apelidei por ser um bancário durango), tem a pegada que eu gosto. Adoro uns tapas bem dado com força, que chegam marcar a alma com a dor e o desejo.

Quando contei a ele que nossos dias estavam contados na mordomia, por que meu noivinho pretendia romper comigo, pois estava querendo reatar com a sonsa da ex noiva, ele quase surtou, confesso que já sabia da sua reação.

E com todo meu jeitinho sedutor, falei a ele como poderia me prender definitivamente ao Caio, e sabe que o danado adorou a ideia e ainda por cima, me ajudou com todos os detalhes.

Quando estava tudo pronto, meus planos começaram a funcionar.

- Caio, meu amor acho que podemos marcar já a data do nosso casamento. Não vejo a hora de estar com você no altar. - Primeiro passo tomado.

- Nicole, ainda está muito cedo, vamos falar sobre isso depois. Estou sem cabeça agora para planejar o futuro. - Desculpa esfarrapada, mas da próxima ele não me escapa. 

A cada encontro fui encurralando ele a tomar uma atitude logo, sempre com minhas armas prontas para atacá-lo.

- Amor como sei que anda muito ocupado ultimamente, resolvi ser uma noivinha eficiente, tomar a frente do nosso casamento. Vou marcar data, horário e local. Você não precisar fazer nada, basta estar no local no horário combinado e dizer sim.

- Você o que? Ficou louca, ou já nasceu insana? Olha, vou ser bem claro, chega! Não aguento mais essa farsa. Eu não vou me casar com você. Entenda uma vez por todas. Eu amo outra pessoa.

Faço cara de quem tomou um susto, grito, choro, esperneio. O safado, apenas fica me olhando com cara de quem comeu e não gostou. Quando ameaça ir embora, dou o golpe final.

- Você acha que pode me afastar assim da sua vida, pois está muito enganado. Tenho algo que fará rever sua opinião rapidinho. - O idiota, ainda tem dúvidas de que posso arruinar a sua vida, prova disso é esta cara de desdém, como se eu fosse burra feito uma porta. 

- Pensei que fosse mais inteligente Nicole, acha mesmo que o golpe da barriga, irá me segurar? 

- Caio meu amor, não nasci para ser mãe, este corpinho aqui, não pode ser machucado com algum serzinho desprezível, esta delícia de curvas foram feitas para usufruir do melhor que a vida por me proporcionar. - Chego bem perto dele, com o dedo indicador direto em seu peito - Se pensa que eu seria burra de engravidar e ainda perder o homem que tanto amo se enganou. Seu semblante começa a mudar.

Mostro a ele o que tenho guardado antes mesmo que faça algo que possa se arrepender.

- Como você é baixa, por acaso está tentando me chantagear com essa porra?

- Meu bem não fale assim, estou apenas dizendo que você precisa de mim, já imaginou o mundo descobrir o que tenho guardado a sete chaves? Ele está branco, sem palavras, por um nano segundo, fico até com peninha dele, mas logo passa. 

- Sua...- Interrompo ele. 

- Presta atenção o que vai dizer a sua futura esposa.

- Quem está por trás disso? Não acredito que tenha sabedoria para arquitetar algo tão baixo. - Então ele pensa que tem alguém de sua confiança me ajudando, ponto pra mim.

Ele sai bufando do meu Apart Hotel, que faço questão que cada valor pago saia do bolso dele. Esse aí me paga. Contratei um detetive para ficar na cola dele, e qualquer mudança eu venho direto para São Paulo, o problema que meu dinheiro não é capim, já que ele se recusa em pagar pelas minhas passagens, desviar verba da empresa dele tem ficado cada vez mais difícil, ele não confia mais em mim, mas isso está por um fio. 

Voltei para Florianópolis para ver se consigo mais grana para pagar a minha mordomia, e as passagens áreas. Apesar do Caio estar com o rabinho entre as pernas com medo que eu largue a bomba, ele tem regrado, e até cancelou o meu cartão de crédito. - Oh Caio Sampaio, suas atitudes só pioram o meu humor. 

- Srta. Nicole, o Diretor Financeiro precisa do seu relatório sobre as compras do mês. - A minha secretária me tira dos meus devaneios. 

- Pode deixar, não vou demorar aqui. 

Merda! Não tenho mais o que inventar para colocar neste relatórios. O Careca barrigudo do Diretor Financeiro já está desconfiando, já até soltou a piadinha que a função do relatório deve ser passada para a secretária, e a minha única desculpa é que sou muito perfeccionista e gosto de acompanhar tudo de perto, mas esta desculpa não está colando mais. Acho que vou ter que fazer uma visitinha nas calças daquele verme, só assim para me safar este mês. 

Mas depois penso nisso, tenho que ir para São Paulo, já se passaram 07 dias desde o meu encontro com Caio. E ele não entra em contato. Deve estar mexendo os seus pauzinhos, para me destruir, para tanto preciso estar a dois passos à frente dele. 

Arrumo as minhas malas, e embarco para Sampa. Depois de um sexo gostoso e quente com o meu "pé rapado" vou esperar o meu querido e amado noivo me procurar, pois ele vai. 

Meu telefone toca, e tenho a esperança que seja ele, mas não, é o lento do detetive, que não falou nada de produtivo por estes dias. 

- Srta. Nicole, tem notícias. 

- Então diga logo!

- O Sr. Caio está no apartamento da Ex, e já tem um bom tempo lá dentro. 

Merda, merda, merda! O que ele foi fazer na casa da chifruda?

- Oh coisa lenta, fique de olho. E assim que ele sair, entre em contato. - E desligo, preciso traçar um plano. 

Será que eles voltaram? Mulher é idiota mesmo. Se aquela chifruda aceitou o babaca do Caio de volta, ela não merece viver, mulherzinha burra! 

Marco

Minha noite, que estava programada de ser perfeito, passou por algumas turbulências. Meu ciúmes descontrolado, quase arruinou a relação mais saudável que já tive em minha vida, mas no final tudo deu certo, o amor verdadeiro prevaleceu, e isso que importa. 

A noite foi espetacular, a Bárbara me deu uma canseira, fez tudo que podia e que nem imaginava que pudesse fazer, ela é perfeita em todos os sentidos, e seja quando estamos fazendo amor, calmamente, doce e delicado, ou até quando usamos a selvageria, a força, e o desejo latente, nada escapa do entrosamento perfeito, meu corpo foi projetado para ter o dela. 

Acordei primeiro, e fiquei admirando a minha sereia dormir tranquilamente, e por mais que possa parecer cedo demais, ou as circunstâncias atribuladas, de uma coisa eu tenho certeza, preciso pedi-la em casamento, é algo de que não vou abrir mão, quero acordar todos os dias e ver este rosto lindo, este corpo perfeito, não quero perder um segundo da minha vida longe desta preciosidade. 

Não quero me levantar, por mim ficaria aqui o resto da vida, mas tenho minha pequena que preciso ver agora pela manhã. Sei que ela está em boas mãos, mas sinto falto do meu anjinho, e quero saber se correu tudo bem à noite, claro que se tivesse acontecido algo (nem quero pensar), minha mãe me ligaria imediatamente, mas meu coração só se conforta, quando vejo aquele rostinho redondo. 

Levanto devagar, evitando qualquer barulho, quero acordá-la com chocolate quente na cama, sei que ela é apaixonada, então que comecemos o dia de forma doce. Conforme vou andando em direção à cozinha, passo por cima do rastro de lembranças, da devastação do que aprontamos ontem à noite. A cada surpresa que me fez. Espreguiço-me todo e acabo sorrindo sozinho, essa definitivamente foi à noite que ficará marcado em nossos corações o resto da vida.

Tento organizar tudo rapidamente, mas acabo desistindo, meu tempo é curto e preciso de alguns minutos a mais ao lado dela, só de lembrar o que passamos o Sr. Anaconda acorda e fica prontamente esperto para fazer uma surpresa matinal. 

Ao levar seu chocolate quente na cama, com promessas apimentadas e beijinhos para acordá-la, acabamos mais uma vez nos ardendo de desejo e paixão.

- Você é insaciável, hein Dr?

- Ao seu lado é impossível só provar uma vez. Mas agora tome o seu chocolate, que já está frio, devido as nossas peripécias. 

- Então, acho que posso me acostumar com você todos os dias, quero sexo matinal, para começar o dia bem, e com sorriso no rosto. 

- Agora venha, quero te dá um banho bem gostoso, te deixar limpa e mais cheirosa para o dia de hoje. 

- Amor, hoje eu acordei com desejo de pizza, vamos jantar juntos hoje?

- Sei desejo é uma ordem, passo aqui e te busco, qual o melhor horário?

- Não precisa vir me buscar, hoje tenho vários atendimentos, e provavelmente não voltarei para casa, vamos fazer assim, eu te encontro na pizzaria, tudo bem?

- Tudo bem, mas para ficar melhor ainda, por favor, vá de carro. 

- Marco, já conversamos sobre isso. Por favor, estas ida de moto para o trabalho tem sido relaxante, e melhor, economizo meu precioso tempo. E se der tempo, volto para casa e troco a moto pelo carro, ok?

Fecho a cara, mas fazer o que? Quando ela coloca uma coisa na cabeça, não tem jeito. 

- Não vou discutir, mas isso não quer dizer que aceito. - Meu coração fica acelerado, não gosto de deixar ela andando por aí a noite, nessa cidade louca como São Paulo.

Bárbara

Definitivamente, estou no meu paraíso particular. É bom demais, amar e ser amada. Não tem como evitar as lembranças de ontem, e meu sorriso cresce a cada momento lembrado. Só tem uma horinha que estamos separados, mas parece uma eternidade. E o melhor a fazer é começar a labutar, para ver se o dia passa mais rápido. 

E depois de muitas reuniões, um sanduíche natural como almoço, cá estou sendo lembrada pelo meu estômago que já está na hora do jantar. E meu pepino empresarial está cada dia aflorando, principalmente, depois da viagem do meu sócio "bigodinho" que está fazendo um estudo detalhado, em ampliarmos o nosso escritório, com abertura de uma filial no Rio de Janeiro. Só de pensar que lutei feito louca por tantas realizações, sinto um frio na barriga. Só que preciso comer, e não ficar sonhando acordada. 

No caminho para a pizzaria, já estou prevendo a cara feia do meu lindo, quando ver que de fato não tive tempo de voltar para casa, e trocar a minha "viúva negra" pelo carro. 

Chego antes que ele, ponto pra mim, isso só mostra o quão importante é a minha motoca. Não tenho tempo de sentar e já avisto meu grande amor caminhando em minha direção. Ele está lindo num terno feito sob medida, pois não é impossível, algo servir tão bem em uma pessoa sem ser moldado ao seu corpo, a cada mesa que passa as mulheres viram a cabeça para acompanhá-lo, sinto orgulho no que ele desperta , algumas fisgadas de ciúme, mas sei que o que vejo é todo meu.

- Minha linda! Me dá um beijo delicioso! 

- Oi lindo! Saudades. 

Escolhemos os nossos sabores, e estou salivando para matar o meu desejo, amo comida italiana. Apesar da conversa descontraída, sinto que o Marco me rodeia a noite toda, parece que quer me falar alguma coisa, não sei o que é, mas deve ser algo muito bom, vejo isso em seus olhos. 

Quando finalmente, resolve iniciar a conversa pela qual demonstra ansiedade, o celular dele interrompe. 

- Alô. - Ele fica apreensivo ouvindo a pessoa falar.

- O que aconteceu Marco, me fale logo. É algo com a Vitória?

- Amor, me desculpa, mas preciso ir embora. Era a Rafaela no telefone, informando que hoje a Vitória esteve febril, já foi atendida pelo pediatra, já foi medicada, mas não consigo ficar aqui. Só não entendo porque ela só ligou agora. Enfim, você me entende? 

- Claro amor, fica tranquilo. Vamos fazer assim, vou para meu apartamento deixar a moto, pego uma roupa e sigo para sua casa de carro.

- Bárbara. Que merda! - Já sei... 

Coloco os dedos em seus lábios e o silencio. – Não vou te explicar agora, porque estou de moto, mas assim que chegar à sua casa te conto tudo, e pode ir tranquilo, que a sua boneca aqui não é de porcelana. 

- Você é mesmo impossível. Quero saber de uma boa explicação. 

Após pagar a conta, nos despedimos, e cada um segue o seu caminho. 

A noite está tão linda, então vou aproveitar o clima, e seguir tranquilamente pra casa. Quando subo na moto, tenho uma sensação ruim, um frio na espinha, não sei explicar, mas aquela sensação que de ser observada. Mas deve ser coisas da minha mente cansada. Acelero a viúva negra, e curto a brisa fresca pelo meu corpo. 

A cada parada, e virada de esquina, percebo que tem um carro preto atrás, não quero ser neurótica, mas venho percebendo a presença dele, desde que saí da pizzaria. Mas tiro o pensamento da cabeça, não sou nenhuma celebridade para ser seguida, e nem devo para agiota, deve ser alguém indo para a mesma direção que a minha. Apenas para tirar isso da cabeça, aproveito a pista livre e acelero, e quando olho pelo retrovisor. 

... Continua =D


Nenhum comentário:

Postar um comentário