Carlos Tavares Junior...
Fui considerado um playboy inconsequente, por anos, durante
minha adolescência.
Aí, eu pergunto a mim mesmo, quantas pessoas que, tendo uma
adolescência numa situação financeira extremamente confortável, regada a
festas, com tudo fácil,
sabem o que querem fazer das suas vidas? Será que chegam até mesmo a pensar nisso? Ou apenas curtem os momentos?
sabem o que querem fazer das suas vidas? Será que chegam até mesmo a pensar nisso? Ou apenas curtem os momentos?
Em termos de modelos,
tinha, de um lado, uma mãe socialite, e, do outro, um pai preocupado somente
com sua própria imagem e seus negócios...
Então, para falar a verdade, tenho certeza de que essa
existência fútil e irreverente poderia ter-se perpetuado se, quando tinha meus
18 anos, uma bomba não tivesse estourado, abalando as crenças que tinha até
então.
Numa madrugada de terça-feira, poucos dias depois de tirar
minha carteira de habilitação – claro que já dirigia antes disso, mesmo não
habilitado, pois havia ganhado um carro, com 15 anos, e não um simples carro,
mas, uma Lamborghini Gallardo − ao voltar de uma festa, extremamente
alcoolizado, a 180 km por hora, uma motocicleta atravessou o farol vermelho do
cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João.
Só posso dizer que meus reflexos e, possivelmente, o anjo da
guarda do infeliz foram eficazes e a única coisa que pude perceber, naqueles
poucos segundos, foi o carro girando e os sons da lataria raspando no asfalto.
Depois disso, ouvia apenas o som, ao longe, dos médicos dizendo ao meu pai que
eu precisava de uma transfusão de sangue, pois o meu era um caso de vida ou
morte.
E, na verdade, acho
que, de fato, foi naquele momento que houve uma morte, morrendo o Carlos velho,
que deu lugar a um Carlos novo, quando ouvi meu pai mencionar que ele não
poderia doar sangue, pois teve hepatite quando novo, e que a minha mãe, Lucila
Gonçalves Tavares, não poderia também, porque ela não era minha mãe biológica,
portanto, tendo sangue incompatível com o meu.
Esse foi o gosto mais amargo que senti em toda minha vida!
Quis gritar para todos ouvirem, a fim de mostrar que eu
estava ali e que precisava de explicações a respeito de tudo aquilo.
Mas, a escuridão e um longo vazio tomaram conta de mim e,
quando acordei, depois de vários dias, as primeiras palavras que disse para a
mulher sentada, ao lado da minha cama, foram:
− Quem é você? −
sabia bem o seu nome, mas, eu não sabia quem era minha mãe verdadeira nem
porque aquela socialite assumiu esse papel.
Depois de dias de explicações nada convincentes, pois eram
muitas mentiras e contradições que se multiplicavam, decidi ir embora de casa.
Atualmente, com 39 anos, sou engenheiro civil, profissão
esta que exerci apenas durante 5 anos da minha vida. Com a morte do meu pai,
tive que desistir disso e assumir a presidência da maior cervejaria do País,
que distribui bebidas para mais de 50 países.
Formei-me na UFRJ e fiz pós-graduação em Seattle, com foco
em MBA Empresarial.Em função do meu trabalho, já falo algumas línguas, porém,
continuo aberto a aprender ainda mais. Para mim, tempo é um grande problema,
porque, por causa de ter que negociar com outros países, com fusos horários
diferenciados, muitas vezes, viro noites trabalhando. Apesar disso, gosto muito
do que faço, é algo que me dá prazer.
Solteiro, por opção, tive alguns relacionamentos sérios, já
tendo, inclusive, ido viver com uma namorada, um pouco antes de assumir a
Empresa. Só que, por causa dos eventos patrocinados por nosso grupo, nos quais
faziam questão da minha presença, eu estava sempre cheio de compromissos
“sociais”. Isso, para ela, foi o fator determinante para nossa separação,
embora, eu acredite que, muito provavelmente, se não fosse esse o motivo, teria
havido outros, pois não creio que formássemos o que chamam de “par perfeito”.
Sempre tive uma alma dominante, totalmente possessivo.
Quando entro num relacionamento, preciso da dedicação total da minha menina.
Sem tempo para o amor, vivo somente para o meu trabalho,
sendo esta minha filosofia de vida. Quanto às minhas necessidades carnais, sempre
há, sem falsa modéstia, uma doce menina à minha disposição.
Sim, é assim que chamo as mulheres, de minhas eternas
meninas.
Os momentos que passo
com uma menina, são dedicados a fazer com que ela desperte ao meu lado e fique
pronta para me satisfazer, ao meu menor comando.
Excita-me essa entrega sem reservas!
Quando senti, há muitos anos atrás, o sabor adocicado de um
orgasmo feminino, mais precisamente naquele momento em que minha língua, cheia
desse mel, toca o céu da minha boca, foi como se uma droga deixasse-me viciado,
pois necessito desse sabor para o meu prazer e de minha menina...
E mais, sou intenso e não aceito nada pela metade,
justamente os motivos que não permitem que eu tenha um relacionamento sério,
isto é, não ter tempo para me dedicar, como julgo ser adequado ao meu gosto, a
uma menina.
Quanto às práticas sexuais que me satisfazem, devo,
primeiro, esclarecer que, quando fui morar em Londres, conheci e participei de
diversas experiências nesse departamento e, portanto, é óbvio que, com minha
idade, já tenho consciência do que mais me agrada nesse sentido.
Por isso, tento manter relacionamentos com mulheres que
vibram na mesma sintonia que eu.
Acho que ficou mais do que claro que sou, sim, um dominador.
Entretanto, tenho que esclarecer que, diferente do que se vê
nas redes sociais, a dominação não se resume a açoites torturantes, pois vai
além disso, diz respeito à entrega de duas almas a um só objetivo. E com isso
em mente, aprendi muitas coisas, na prática, como, por exemplo, cuidar do corpo
de uma mulher, conhecê-lo e desvendar seus desejos mais secretos.
E mulheres misteriosas atraem-me, sendo algo que me toca e
mexe comigo.
Enquanto não consigo desvendar seus mistérios, fico preso
como se tivesse entrado num local que, depois, não tivesse mais saída.
Enredo-me na experiência de descobrir tudo o que posso, como
se andasse por um labirinto. Assim, até conseguir saciar meus desejos, não
consigo renunciar a essa mulher, que fica cravada em minha alma.
Quando roço meu corpo no dela, faço com que a sensação do
encontro de minha pélvis com a dela possa ser perpetuada em sua memória,
recebendo-me. Não me sacio até que minha menina transborde rios de prazer.
Pode até parecer possessivo dizer “minha menina”, mas, é
justamente assim que as faço sentir, quando estão ao meu lado.
Minha vida de solteiro está, atualmente, digamos tranquila,
sem pressões de mulheres. Tenho que admitir, uma vez mais, sem falsa modéstia,
que uma grande amiga tem razão quando diz que enfeitiço as mulheres, parecendo
ter a poção mágica que faz com que elas entendam que só realizo seus sonhos
comigo apenas por uma noite.
Porém, a verdade é que nunca dou esperanças, nem mesmo troco
números de telefone. Minha vida social é, de fato, tão agitada, que já me
acostumei a estar em diversos lugares do mundo, então, aproveito as
oportunidades que surgem em meu caminho, sem desperdiçar meu tempo e o delas
com falsas expectativas.
Como homem, do que posso reclamar?
Sempre estou cercado
por lindas e fascinantes mulheres, minhas meninas. Nem que seja por apenas uma
noite, sempre faço de tudo para tirar o melhor delas e fazer com quem sintam
que aqueles momentos são os melhores que podem viver.
Nunca me fui dado a romances, priorizando a postura de vida
que optei por adotar no dia do meu acidente, no qual digo que nasci novamente,
mas, diferente do que tinha sido até então.
Sem dar qualquer chance de abrir, novamente, as portas do
meu coração a ninguém, as cancelas dessa porteira abrem-se somente para o amor
que tenho pelo meu trabalho e pelas minhas conquistas.
E pode até ser que venha adiando, por tempo indeterminado, a
possibilidade de encontrar alguém para preencher o restante do espaço que
sobra, mas, o que se pode dizer a esse respeito, a ponto de convencer um homem
a se abrir para o amor de outro ser humano, quando nem mesmo pode conhecer o
amor oriundo de suas próprias origens?
Sei que parece até exagero, mas, como um bom apreciador de
mulheres e, principalmente, consciente de minha personalidade, no dia em que
encontrar a mulher que eu ame, passarei a fazer dela, o meu tudo.
Não permitirei meio termo, porque, para mim, a entrega terá
que ser em tempo integral. Como minha menina, de forma inocente e pura, ela
descobrirá, junto comigo, o amor. Não precisarei saber do seu passado e de seus
outros amores, pois a essência da vida ao meu lado brotará, tranquila e
naturalmente, se tiver que ser, forjando nossa modo de viver intensamente.
De forma protetora, ao possuir meu lado mais obscuro, minha
menina irradiará todo o seu brilho e desejo diante de mim, abrindo seu mundo
também somente para mim, permitindo que seja inteiramente recriada, assim como
acontece com um diamante bruto no processo de lapidação, com todo o cuidado e
carinho.
O tratamento que lhe darei estará em conformidade com suas
necessidades e desejos, num esforço conjunto de nós dois.
Então, é por isso que digo que este será um grande desafio,
que demandará tempo e entrega, motivo pelo qual ainda não tentei encontrar a
minha menina... mesmo porque ela aparecerá...
Alguns homens preferem tratar suas mulheres como cadelas ao
invés de como meninas. Chamam-nas de cadelas porque elas permitem e porque são
devotadas aos seus donos, isto é, agem como cadelas quando os donos chegam:
ficam felizes, cercam-nos para demostrarem que sentiram falta deles, curvam-se
diante das ordens que eles dão quanto ao que e como fazer.
Para ser sincero, não admiro nem quero uma mulher assim.
Quando digo que ainda não estou preparado para amar uma menina, é porque sei
que ela ainda não passou por minha vida, se bem que, uma delas, há alguns anos
atrás, representou para mim um grande desafio, mas, foi apenas um grande
desafio.
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