Capítulo Doze
Letícia
O
voo foi tranquilo, minha única preocupação era com a Lolo. Ela resolveu tomar
um remedinho para relaxar, em alguns momentos peguei-a secando as lágrimas e
isso cortou meu coração.
Amar não deveria
machucar tanto!
Também fiquei com dó da assistente do Ethan correndo de um lado para o
outro, para satisfazer os caprichos do chefe. Teve uma hora que me irritei e
fui ter um papo com ele na primeira classe. Ele estava deitado com os olhos
tapados, puxei aquilo e coloquei para cima.
— Bom dia, senhor Scott.
— Que merda, Letícia! Me deixa em paz. — E fechou os olhos novamente.
— Ethan, qual é o seu problema?
— Nenhum...
— Você está matando a Kimy de cansaço, as comissárias de bordo não te
suportam mais e fora esse cheiro horroroso. Entenda que ninguém tem nada a ver
com seus problemas de garoto mimado, se a sua vida não está da maneira que você
queria, arrume-a, mas deixe todo mundo fora disso.
Levanto para voltar ao meu lugar e encontro o olhar de Zachary sobre mim
e dentro deles posso ver a parede de gelo que há. Um calafrio percorre meu
corpo, desvio meu olhar e volto para o meu assento ler o gostoso do Rush novamente. Ele sim vale toda minha
atenção.
Distraída, não percebo que a Lorena sai do meu lado e Liam senta.
— Saudades de você, Letícia. — Ele dá um beijo no meu rosto.
— Achei que tinha arranjado uma linda cearense e resolvido fixar
residência no paraíso. — Falo rindo. Liam é um homem muito bonito, e sua risada
é contagiante.
— Realmente é um paraíso e eu ficaria somente se você ficasse comigo. — Sorrio
para ele.
— Assim posso me apaixonar, senhor Larkin. — Ele junta suas mãos como se
fosse rezar.
— Oxalá!
— Veio até a classe econômica
por saudades de mim ou Ethan interditou tudo com seu mau humor? — Mudo de
assunto rapidamente.
— Ontem no bar entre dez palavras que ele falava, sete era ela. Deduzimos que ela, era a sua amiga. Para quem nunca se apaixonou acordar um dia e
descobrir que não pode viver mais sem aquela pessoa, pode não ser uma coisa
fácil.
Faço uma careta.
— Eu amei uma vez, mas não fui amada... — Liam entrelaça seus dedos aos
meus
— Eu amei e fui muito amado. O meu amor era tão grande que quando minha
esposa faleceu, eu não me sentia só, porque o sentimento me amparou. — Aperto
sua mão.
— Nossa Liam. Nunca ouvi ninguém
falar assim. Faz muito tempo que ela faleceu? — Ele respira fundo.
— Quatro anos.
— Desculpa minha inconveniência, Liam. Não queria ser invasiva.
— Gosto de conversar com você. — ele sorri. — Você é a única mulher em
anos que me desperta interesse.
Olhamo-nos durante um tempo e nos seus olhos pude ver satisfação. Liam
desperta o melhor em mim, gosto de estar em sua companhia, das conversas.
— Eu também gosto de conversar com você, Liam.
— Hã... Hã... Senhor Larkin, estão solicitando sua presença na primeira
classe. — Se não estou enganada, esse cara é segurança do Sebastian, mas não me
recordo bem.
— Algum problema? — Pergunto.
— Acredito que seja alguma coisa para conversar com sua Presidente logo
mais. — Ele beija o canto da minha boca. — Depois nos falamos.
Assim que ele desaparece do meu campo de visão, Lolo reaparece.
— Hum, o irlandês gatão está caidinho pela nossa Xena. Na hora que o Mister
Gostoso souber, será um duelo de titãs. — Olho pela janela do avião.
— Sou um brinquedo que dois meninos ricos querem, um duelo de egos. —
Ela coloca sua cabeça em meu ombro. — Está sabendo que Ethan está aterrorizando
meio mundo com seu mau humor? Hoje antes de embarcarmos, encontrei-o bêbado
como um gambá, Zachary e Liam assistiram ao showzinho
dele no bar ontem. Ele está mal, Lolo, acho que você deveria falar com ele. — Ela
nega com a cabeça.
— Nos encontramos no corredor ontem, ele fingiu não ter me visto. Acho
que isso já diz tudo, só não esperava que ele fosse tão infantil.
O avião fez sua primeira parada. Uma hora mais tarde, estávamos voando
novamente. Não vi Zachary ou Liam, mas me entregaram uma caixa de chocolate
suíço em nome de Martino. Dividi com todos que estavam perto de mim, até porque
eram muitos bombons. Havia um pequeno cartão...
“Spero
ti piaccia questo símplice regalo,
Come mi piacevi.
M.R.”
Como
a pessoa vai adivinhar italiano agora?
Caço
meu celular na bolsa para ver se encontro um aplicativo tradutor. Hoje em dia
tem tudo nesses telefones, impossível não ter algum que me diga o que esse
italiano está tentando me dizer. Não é que tem? Digito rapidinho e logo vem à
tradução...
“Espero
que gostes deste singelo presente,
Assim
como eu gostei de você.
M.
R.”
— Amém, igreja? — Falo entregando o cartão para Lorena. — Ela lê.
— Amém irmã! Letícia de Deus, o Kevin falou para você convencê-los a
investir em projetos e não a investir em você. — A criatura fala e cai na
risada, não me contenho e rio também.
Acordo com a comissária de bordo chamando por mim e Lorena. Deveríamos
estar horríveis, a cara da menina falava por si só. Lorena com seu cabelo
arrepiado e eu com certeza igual.
Lolo estava naquela fossa e a
coloquei em um táxi para sua casa, descansar será melhor para ela. Eu
acompanhei os assistentes e os auxiliei no hotel. Assim que tudo estava em
ordem, fui para o meu apartamento. Estava morrendo de saudades do meu cantinho.
——ooOoo——
Abri as janelas, as cortinas e sentei na varanda para contemplar o mar,
o meu mar. Quer saber? Vou trocar de
roupa e correr a beira mar e foi o que fiz, por duas horas. Alonguei-me,
caminhei, corri, tomei água de coco, respirei esse ar puro e em nenhum momento
Zachary saiu dos meus pensamentos, nem Liam e até o Martino se infiltrou depois
daqueles benditos chocolates.
Eu sei que todos eles vieram ao Brasil por causa da Vitrine, mas posso
apostar que as brasileiras ajudaram na decisão de aceitarem nosso convite. Por
isso repito, sou um brinquedo que os garotos querem disputar. Esse tipo de
coisa fortalece seus egos. Algumas das assistentes que acompanham são
verdadeiras modelos, a tal da Candace, é uma ruiva alta, com um corpo de dar
inveja e impecável no seu jeito de andar.
Sinto-me lisonjeada em flertar com eles, sei que não uma modelo TOP. As
pessoas dizem que sou exótica. E para mim exótico é quando não queremos chamar
alguém de feio. Cresci sabendo que meus olhos, ora amarelados, ora esverdeados,
não são bonitos. Minha boca é grande demais para o meu rosto que é anguloso em
excesso.
Liam é o homem perfeito, o genro que toda mãe gostaria de ter. Martino é
o cafajeste sedutor, que toda mulher quer ter na cama e Zachary, é o pecado que
se eu continuar a me envolver será minha morte.
Zachary é o tipo de homem que sabe exatamente o que quer e ataca sem dó.
Ele sabe como enredar uma mulher em sua teia, sabe o poder que tem sobre cada
fêmea que está ao seu redor e até mesmo à distância. A sua beleza é devastadora
e aquele olhar azul profundo como a cor do mar Mediterrâneo, leva qualquer um
para suas profundezas.
Gosto de analisar as pessoas, muitas vezes elas são tão previsíveis, que
posso preceder seus pensamentos e atos. Ethan por exemplo, um dos jovens mais
ricos do mundo, acha que manda no mesmo, pois sem o seu dinheiro o mundo
quebraria. Tenho certeza que ele não pediu a Lolo para acompanhá-lo até os
Estados Unidos, ele apenas a avisou que iria com ele. Porque Ethan não costuma
pedir, acha que tudo é dele. Só que não é difícil lidar com esse tipo de ego,
saber seu ponto fraco é o caminho para o sucesso, mas jamais bata de frente com
os homens que se acham o rei do mundo, eles passam por cima sem piedade.
Posso estar enganada, só que Zachary é pior. Ele não tem pontos fracos e
se os tiver, trata de fortalecê-los, mesmo que para isso ele precise cortar
algo importante da sua vida. Acredito que ele não tenha ligações fortes, nem
mesmo com a família. A docilidade se torna ira em um piscar de olhos, coisa
exclusiva de quem não tem afinidade com o amor. Porque variar do amor ao ódio é
simples, para odiar, basta amar. A ira não, ela é um dos piores sentimentos
existentes nos seres humanos, poucos conseguem irar-se, podem odiar e o ódio te
impede de fazer uma coisa ou outra, a ira não! Ela faz com que as pessoas
destruam outras sem motivo algum, aparentemente.
Quando vi o gelo em seu olhar no aeroporto, se formou um nó no meu
peito. Ali tive a certeza de que eu sou apenas a disputa dele com Liam, ele não
se importa se será bom, o que importa é ganhar do outro. Eu queria ceder com
Liam facilmente como acontece com Zachary, mas é impossível. É como se Deus me
fizesse somente para Zachary, talvez, só ele tenha o poder de me possuir e se
de alguma maneira isso for assim, grande parte da minha história poderá ser
escrita com lágrimas de sangue.
Tenho que parar com esses delírios. Faço meu alongamento e volto para
casa, tomo um banho, faço um lanche e deito para um cochilo. Estava sonhando
que tinham colocado uma fonte de chocolate para mim, quando ouço meu telefone.
Que injustiça, gente! Justamente quando eu estava bebendo chocolate direto da
fonte.
— Alô... — Com voz de sono, atendo.
— Letícia. Precisamos de você aqui, agora! — Lógico que precisa, todos
precisam da Letícia para resolver algum pepino.
— Primeiro diga quem é depois tenha a gentileza de dizer o que quer e
tenha o espírito forte para ouvir minha resposta.
— É o Jôna... — Acho que o telefone ficou mudo, não estou ouvindo mais
nada e estou vendo tudo branco. — Letícia! Letícia por favor! Não acredito que
ela cochilou no telefone... LETÍCIA!
O pior é que cochilei
mesmo...
— Desculpa Jô, o que posso fazer pela sua pessoa?
— O senhor Scott está dando uma festa na suíte e o hotel está ameaçando
a chamar a polícia. Tenho medo de que saiam todos algemados daqui, Lê. Não
achei o senhor Cooper em lugar nenhum, me ajuda, por favor.
— Eles já retornaram?
— Sim.
— Estou indo, cara pálida.
Tomo um banho para despertar, coloco uma roupa para aterrorizar as
pessoas. Pego uma calça de couro preta justa, uma camisa e um tailleur da mesma
cor, uma bota cano médio de saltos altíssimos. Estou saindo conforme meu humor,
eles terão que me suportar. Vou para a garagem e um dos seguranças do
condomínio me cumprimenta.
— Boa noite, senhorita Letícia. Algum problema? — Acho estranho sua
pergunta desde quando precisa acontecer alguma coisa para sair de casa?
— Trabalho. — ele faz uma careta.
Sujeitinho petulante. — Algum problema eu sair a essa hora para trabalhar?
— É que são três e sete da manhã e é muito perigoso sair sozinha.
Eu nem parei para olhar para o relógio. Ethan está fora de controle
mesmo, sabe Deus o que vou encontrar naquela suíte, deve estar rolando um
verdadeiro bacanal naquele lugar. Meu Deus, e se tiver drogas?
Saio dirigindo como uma louca da Nascar
pelas avenidas do Rio de Janeiro. Entro no hotel e no hall já dou de cara com o
gerente e um bando de seguranças a postos para intervir. Converso com eles
rapidamente, prometendo que resolveria aquilo.
— O senhor permite que dois de seus seguranças subam comigo?
— Sim, senhora. — Vou acabar com o bundalelê,
mesmo que para isso tenha que jogar uma bomba de gás lacrimogêneo.
Logo que as portas se abriram, me assusto com o som alto, conversas e
gemidos. Na porta tinham quatro seguranças dos convidados. Como me conhecem e
provavelmente acham que fui convidada, eles abrem espaço para que eu entre.
Assim que coloco os pés lá dentro, tenho a impressão de que entrei no portal do
inferno, mulheres seminuas, bebidas, fumaça, um verdadeiro bordel.
Tento localizar Ethan, mas não o vejo, achei de onde aquele som sai, fui
até o dock station e joguei-o no
chão, com isso metade das pessoas me deram sua atenção.
— Ah que pena, a festa acabou cambada! Retirem-se.
— Que porra está acontecendo? — Ethan surge nu na sala gritando. Ele passa
o olhar pelo lugar todo até me encontrar, com as mãos na cintura. — Letícia...
— Sou eu mesma. — Aponto para os seguranças do hotel. — Por favor,
escoltem as moças para fora. E você Ethan, coloque uma roupa.
Acredito que todos ficaram meio chocados com a minha aparição, começaram
a se ajeitar. Vi Martino e Sebastian surgirem com três meninas de algum lugar,
vi o sheik rodeado por interesseiras. Pedi ao Jônatas para providenciar um café
forte para todos em outra suíte e liguei solicitando a limpeza nesta aqui.
Quando todos se retiraram, ficando apenas Ethan e eu, fui de cômodo em
cômodo para ver o estado que as coisas tinham ficado até me deparar com a cena
que me matou, Zachary estava transando de forma selvagem com a ruiva assistente
do Ethan.
Ela estava de quatro no meio da cama, ele a segurava pelos quadris
enquanto a penetrava com força. Ele é muito grande e forte, seus músculos são
definidos e o suor que escorria, deixava-os mais evidente. Seu cabelo estava
preso em um coque samurai.
— Puta que pariu! — Assustei-me com Ethan falando atrás de mim, o que
acabou chamando a atenção do casal.
— Vocês poderiam nos dar licença? Estamos um pouco ocupados aqui. — O
olhar de Zachary passou de luxúria a frieza em um piscar de olhos. A mulher não
fez questão nenhuma de se cobrir e ainda teve coragem de falar.
Não esperei ela terminar, empurrei Ethan e sai dali correndo. Ouvi
alguém me chamar, mas a última coisa que queria era estar aqui. Desci pelas
escadas, o elevador demoraria demais, no meio do caminho não suportei o aperto
no peito, sentei e chorei. Não percebi quando alguém sentou ao meu lado, quando
me virei, vi o King. Um homem negro de mais de dois metros, uma parede de
músculos, que me permitiu ver em seus olhos, sua alma e seu coração, que é tão
grande quanto ele. Ofereceu-me um lenço e seu ombro. Mais um, que mesmo sem me
conhecer, quer me ajudar.
Ele ficou comigo o tempo todo, até me recuperar do choque.
— Eu não tenho palavras para te agradecer. Também não sei por que tive
essa reação, eu nem aos menos os conheço...
— Letícia, há coisas na vida que não fazem sentindo. Se me permite,
gostaria de lhe dizer uma coisa. — Aceno que sim e ele continua. — Conheço
Zachary há muitos anos, ele era o playboy
riquinho, metido a besta, família poderosa. Eu era o oposto, negro, de família
pobre, dissidente da SWAT, não estava muito bem desde que perdi meu parceiro. O
imbecil e seus amigos se meteram em uma briga, num lugar barra pesada, tanto eu
quanto ele estávamos bêbados e ainda assim o defendi. Só sei que acordamos na
beirada da piscina do Ethan. — Eu sorri tentando imaginar a cena e um saudoso
King continuou a história. — A partir daquele dia nos tornamos amigos, ele me
ajudou, me deu um emprego. O que eu estou tentando dizer é: Ele é uma boa
pessoa, só que a vida dele não foi muito fácil. Zachary até hoje é babá dos
pais, a vida o ensinou que as pessoas não valem a pena, mas um dia ele
descobrirá que existe aquela pessoa que valerá por toda uma vida.
— Você gosta muito dele, não é? — King sorri e bate no peito.
— Ele é o meu irmão, fez coisas por mim que outro jamais faria. — Dou um
beijo em seu rosto.
— Ele tem muita sorte de ter você por perto, King. — Levanto-me. —
Sempre que precisar de mim é só chamar. Obrigada por conversar comigo.
Voltei à suíte para pegar minha bolsa e encontrei Ethan e Zachary
sentados no meio daquela zona conversando, vestidos.
— Desculpem-me, achei que estavam limpando o lugar. Só vim pegar minha
bolsa. — Ethan aponta para Zachary e vejo que minha bolsa está ao seu lado.
— Letícia. Quero te pedir desculpas por tudo.
— Não há porque se desculpar, senhor Scott. Só quero minha bolsa, tenho
que ir pra casa para depois voltar. Nossa reunião começará às duas da tarde e
já estou atrasada.
— Aceita tomar um café conosco, senhorita Letícia? — Zachary fala. Fui
para pegar minha bolsa e me aproximei demais. Seu perfume penetrou meu nariz e
correu pelas minhas veias.
— Acho que não... — Ethan me tira do delírio.
— Por favor, Letícia. Assim poderemos nos desculpar direito.
Ouço um pof pof pof de saltos
e a ruiva sai de um dos quartos terminando de abotoar a camisa. Olho para os
dois e para a mulher, tudo indica que quando eu saí daqui, Ethan se juntou a
festinha particular, afinal, estamos falando do rei das orgias de Manhattan. Puxo
minha bolsa com tanta força, que ela vem direto no meu rosto.
— Eu não quero atrapalhar a reunião dos senhores com a senhorita... Esquece.
Até mais tarde.
O que eu esperava dele?
Que se ajoelhasse e me pedisse perdão? Pelo que?
Por ter fodido a assistente número dois do Ethan, que segundo o
assistente número um, é corriqueiro?
Que o homem se tornasse santo e pensasse só em mim?
Desgraçado!
— Desculpa senhores. Eu estava distraída... — Esbarro em Sebastian e
Martino no corredor
— O que se passa Letícia? — Sebastian me pergunta.
— Acabar com a festinha de vocês consumiu todas as minhas energias. — Sebastian
tem um olhar fascinante, somado a sua conversinha mole, se torna um encantador
de serpentes.
— São sete horas da manhã, gostaria de tomar café conosco?
Aquela piscadinha do Martino faz mal para qualquer mulher, imagina para
uma que é quase uma donzela porque não transa há muito, muito tempo, que acabou
de ver um casal como dois animais no cio. Jesus! É melhor eu ficar longe desse
italiano.
— Só se for no salão principal. — Se a minha fome não tivesse tão grande
e ele não fosse tão charmoso, juro que iria embora.
O café foi rápido e eles galantes demais. Falamos sobre a ideia deles
para o projeto do resort, quais dos outros projetos que eles investirão e por
um momento, achei que o Sebastian estava dando em cima de mim. Despedi-me e fui
para o carro, encontrando Liam no hall com seus assistentes e seguranças.
— Bom dia, algum problema, Liam?
— Bom dia, ma chérie. Sem
problemas e como você está?
— Um pouco cansada, mas bem. Estou indo para casa arrumar-me para a
reunião de logo mais.
— Posso ir com você? Prometo me comportar. Assim conheço um pouco mais a
cidade e onde você habita. — Ele fala perto do meu ouvido.
— Será um prazer. — Liam é adorável, não há como dizer não. E ter ele
por perto me faz bem.
Ele já estava pedindo um carro quando o silenciei, se quiser ir comigo,
terá que ser no meu carro e sem seguranças.
Não aguento mais ver essas paredes humanas a minha volta, alguns me
assustam. Quando o sheik entra com aqueles caras, tenho a impressão que um
deles vai gritar homem-bomba a
qualquer momento.
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