Capítulo Onze
Noah
A semana passou em um piscar de olhos, mas o meu humor não é mais o
mesmo, desde sábado. Desde aquela festa absurda, desde as joias extravagantes,
desde o “adeus” da Madison. Por mais que eu repetisse que ela era só mais uma,
tinha certeza que aquela ruiva dos infernos, era única.
Eu nem lembrava mais sobre a festa, combinamos isso há dois meses atrás.
No sábado pela manhã, acordei com barulhos desconhecidos, quando desci as
escadas, vi um exército de pessoas perambulando pela minha casa. Que porra é
essa? Então, Martha lembrou-me do aniversário da Carly.
Eu não tenho saco para ficar no meio desse tanto de gente. Pedi a Martha
que servisse meu café no escritório, assim que saciei-me, peguei minha pasta
com alguns processos a serem estudados e fui para a cobertura. Desde a hora que
levantei, liguei insistentemente para saber como Madison estava, mas ela não
atendia.
Quando Carly veio falar comigo sobre a comemoração do seu aniversário,
tinha deixado bem claro que não toleraria extravagâncias. Ela disse que não
seria nada demais, mas queria convidar algumas amigas e por ela ter trabalhado
muitos anos com o senador, sei que amizades não lhe faltavam. O orçamento era
de vinte mil dólares, com tudo incluído, achei justo e autorizei sua festa. O
presente foi outra história, perguntei o que ela queria, disse que preferia comprar
do seu gosto, se caso eu liberasse. Claro que liberei, uma coisa a menos para
mim.
As faturas para pagar chegaram na segunda-feira pela manhã. Quando
sentei para tomar café, veio a primeira bomba. O organizador da festa veio
tomar café conosco e me entregou a fatura. Olhei para Carly achando aquilo
estranho, porque assim que ela me passou os valores, fiz uma transferência de
trinta e dois mil para a conta dela. Poderia ter imprevistos, queria que ela
ficasse despreocupada. Mas nada preparou-me para o baque de cento e dez mil
dólares.
— Cem mil dólares, Carly?
— Cento e dez, excelência... – diz o organizador, que pelo visto, não o
ensinaram que corrigir as pessoas em público, é falta de educação. Ele se
encolhe com o meu olhar.
Volto-me para Carly.
— Você é assessora de um Senador e deve ganhar no mínimo oito mil
dólares por mês. Um dia conversamos sobre suas viagens e decidi te dar uma
mesada de cinco mil, mas se eu não estou enganado, recentemente, ela passou a
oito. Então, quis um carro de luxo, eu lhe dei. Quis um motorista, eu lhe dei.
Quis mudar para essa casa, eu comprei. Mas ainda não está satisfeita? Que porra
de festa é essa que custou cem mil dólares, Carly?
— O combinado incluía divulgação em mídias impressas e digitais – o
organizador intrometido abre seu tablet e mostra algumas imagens. O que me
deixa mais furiosos ainda.
— Para isso bastava jogar as fotos no Facebook ou em uma dessas redes sociais. Quanto você tem na sua
conta, Carly?
Ela olha-me apreensiva.
— Eu não sei.
A vontade dela de ajudar é mínima. Mas é impossível que eu não tenha
poder para descobrir o saldo de uma conta. Pego meu celular, disco para o
departamento de informática da Corte e ordeno que eles me passem o saldo das
contas em nome dela. Em menos de cinco minutos, eu tinha o valor de mil dólares
na única conta que ela possui.
— Vamos ao escritório, Carly.
Ela pede licença ao organizador e vai comigo até o cômodo. Assim que
fecho a porta, questiono-a:
— Sempre fui muito generoso com você, dei-lhe tudo o que quis, viagens, joias,
cheguei até comprar um apartamento para você em Washington. Eu sempre soube que
era mais ambiciosa que eu, que sonhava alto, gostava do luxo. Mas tudo na vida,
tem limite. E eu não vou pagar por aquela festa cafona.
— Noah, por favor – lágrimas caem — Eu não tenho como pagar, Usei o
dinheiro para outra coisa. E mais, pedi demissão há três meses. Não combina com
a mulher de um juiz famoso como você, ter uma esposa que trabalha para outros.
Ri.
— Como é? – faço as contas rapidamente para ver se fechava com o tempo
que ela está em casa, mas não fecham — Além de ter essa ideia patética sobre
ser minha mulher, o que mais você ficava fazendo na capital durante esses dois
meses?
Ela dá de ombros.
— Compras, passeios, viagens...
Minha cabeça começou a doer. Se há uma coisa que não suporto, é a
mentira. Vou até o bar, pego um copo e encho com whisky. Sento-me e penso antes
de falar.
— Você sabe o tanto que abomino a mentira, a falta de educação e a
arrogância. Você vem maltratando os empregados, desfazendo-se dos meus amigos,
que são minha família e agora mentindo. Vou pagar essa festa, porque sei que
não tem como pagar, levando em consideração que seu pai faliu a empresa pela
segunda vez.
Pego o talão de cheques e faço um cheque.
— Obrigada, Noah. Você é um homem maravilhoso – ela fala secando as
lágrimas que nem caíram.
— Não confie nisso, Carly – falo com desprezo. Porque isso é a única
coisa que posso dar no momento.
Saio em direção a sala onde o fodido do organizador está e entrego-lhe o
cheque.
— Desculpa, excelência. Mas não aceitamos cheques.
Sorrio amargamente, engolindo minha raiva. Grito por Alyssa, para que
ela descesse e fizesse a porra da transferência para mim. Não esperei, até
porque estava atrasado. Desde quando comecei a trabalhar para jogar dinheiro
fora? Meu pai sempre me ensinou que, se quer gastar, primeiro ganhe! Tanto eu,
quanto Aly sabemos exatamente o valor de cada dólar que ganhamos.
Assim que chego na minha sala, Harriet vem me recepcionar. E o idiota
aqui, com esperanças daquela ruiva desgraçada facilitar o meu dia. Como cheguei
atrasado e tinhas várias audiências, nem conversamos. Não quis perguntar da
Madison, ela fez sua escolha e eu não sou homem de ficar atrás de mulher.
Mas a minha segunda estava longe de acabar, assim que saí de uma das
audiências no meio da tarde, fui para minha sala no intuito de descansar.
Encontrei uma fatura de uma joalheira famosa, no valor de um milhão e
seiscentos e oitenta mil dólares. Naquele momento, uma dor de cabeça lancinante
tomou conta de mim. Será que alguém tem consciência do quanto uma pessoa
trabalha para ganhar esse valor?
Eu sou um homem muito rico, eu poderia pagar sem problema algum. O
problema é que o dinheiro é meu! Trabalho duro, ser juiz de um lugar como Nova
York não fácil. Como advogado ralei pra caralho, como promotor mais ainda.
Virei dias e noites estudando processos com sentença desfavoráveis, tentando
reverte-las. A maioria dos meus finais de semana, ia para a periferia visitar
programas sociais, famílias em situações vulneráveis. Graças ao grupo de
investimentos que eu e os rapazes formamos, pudemos ganhar dinheiro na Bolsa de
Valores e garantir o nosso sustento, enquanto corríamos atrás dos nossos
ideais. Passei por muita coisa, para ver quase dois milhões de dólares,
escorrer pelo ralo.
Liguei para o gerente da loja, que já me conhece, dar uma passada aqui
após minha última audiência. E enquanto passo de um julgamento a outro, fiz uma
lista de tudo o que vou vender para ela aprender e esse relacionamento, acabou
aqui. Acredito que já deu tudo o que tinha que dar.
Estava com a cabeça tão cheia, que esqueci de perguntar por Madison, mas
tive a oportunidade de vê-la saindo da sala dos arquivos. Pensei em
cumprimenta-la, mas ela deixou claro que quer distância e se eu chegar muito
perto, não poderei atende-la. A desgraçada tem participado até dos meus sonhos
loucos e por vezes já acordei gozando, por causa dela.
No caminho para casa, ligo para Rebecka e peço para deixar uma das
garotas da massagem a minha disposição. Quero massagem completa, da última vez,
não tirei nem calça e por um momento quis chamar Madison para ter feito a porra
da massagem, mudei de ideia no último minuto porque ela não gosta de abandonar
o balcão. Hoje, quero tudo e é bom que a mulher saiba fazer garganta profunda.
Cheguei em casa e encontrei Carly no telefone, com uma de suas amigas.
Tiro o aparelho do seu ouvido, desligo e devolvo.
— Que isso, amor?
Tiro minha gravata, meu terno e abri minha camisa. Vou até a geladeira
na cozinha, pego uma cerveja e volto para sala. Sento-me e encaro-a como se
nunca tivesse a visto. Sinceramente, não tinha visto mesmo. A mulher que
conheci não era essa que está a minha frente.
— Chegou a fatura das joias.
— Amor, eu sei que elas são um pouco caras. Mas você pode pagar.
Rio. Porque só rindo mesmo.
— Um pouco? Elas custam quase dois milhões de dólares, mulher.
— Eu sei e...
Levanto-me e vou até a porta de vidro que dá para o jardim interno.
— Você tem duas opções, Carly. Paga ou devolve.
— NÃO! – ela grita e levanta nervosa — Noah, não faça-me passar
vergonha.
Vou até onde deixei minha pasta, abro-a e tiro um papel. Vou em direção
a cozinha, pego mais uma cerveja e volto para a sala, entregando as anotações
para ela.
— Pense bem, Carly. A joalheria já passou a fatura para o seu nome –
entrego mais um papel para ela — O gerente disse que aceitam as peças de volta.
— Noah, você vai fazer isso comigo? Eu sou sua mulher, mereço um
presente desses só por administrar essa casa.
Não me contenho e começo a gargalhar.
— Eu não sabia que você era humorista, Carly. Pena que mostrou esse
lado, tarde demais.
Suas lágrimas agora caem como cascatas. Há alguns dias atrás elas me
comoveriam, não hoje.
— Seu amor por mim acabou? É isso?
— Não força, Carly. Sempre fomos muito claro sobre isso. Mas vamos
acabar com esse circo de uma vez, estou cansado – sento-me no sofá — Para pagar
sua festa, o apartamento da capital será colocado à venda amanhã, você tem até
o final da semana para desocupá-lo – ela abre a boca, mas quando me olha,
desiste de falar. Boa garota — Não vou te deixar a mingua, pedi a corretora que
te mostrasse alguns imóveis dentro do valor que estipulei. É pequeno, mas
acredito que você prefira algo pequeno do que viver na rua. Você quer ficar com
o carro?
Ela acena que sim e eu continuo:
— Ficará com o carro, mas lembre-se, a partir de hoje, você é
responsável pelos débitos dele. Pode ficar com as joias, sei que esse tipo de
coisa, é importante para você. Sua mesada já foi suspensa...
Carly ajoelha-se diante de mim, com seus olhos e lábios inchados, por
causa do choro.
— Noah, você vai terminar comigo?
— Vamos ser sinceros um com o outro, gatinha? Até que demorou. Há alguns
anos atrás, conheci uma mulher que era tão dedicada ao trabalho quanto eu. Sua
simplicidade e simpatia, conquistaram-me. Durante um ano, tudo funcionou bem,
tivemos bons momentos, até que ela começou a mudar... – levanto a mão —
Desculpa. Ela começou a mostrar quem realmente era. Importunou minha irmã, a
ponto dela beber e querer ir embora. Desfazia-se constantemente dos meus
amigos, destilou seu veneno em cima da Madison e por fim, torturava meus
empregados.
— Noah...
— Isso já deu, tudo o que tinha que dar.
Ela levanta furiosa.
— É aquela mulher, não é? Eu sabia que aquela puta...
— Chega! É por essas e outras que não dá mais. Acabei de citar uma lista
e você tem coragem de culpar os outros – viro-me e vou em direção as escadas —
Martha e mais duas funcionárias a ajudarão com as coisas e o seu carro já está
aqui em frente. Seja feliz, Carly.
Lembro-me de algo e volto.
— Nada de jornais, revistas, sites de fofocas. Seu eu souber que essa
história virou novela, não esqueça que quem está afundada na lama é você.
Então, só você tem a perder com exposição. Passe bem.
Fui para o quarto, tomei um banho, coloquei qualquer roupa e fui para o
clube. Quando saí, Carly estava fazendo drama, mas não tenho problema com
coisas assim, pode bater o pé o quanto quiser. Se eu falei que já era, já era.
Entrei no clube e fui direto para sala privada. Procurei rapidamente por
Madison, mas ela não estava à vista. A menina já estava aguardando-me em um dos
ambientes de lá. Deito na mesa de massagem e as mãos delicadas começam a
trabalhar em mim. Por um momento, distraio-me e minha cabeça é povoada por
imagens da Madison na piscina, no gabinete, em minha casa. Merda! Meu pau logo
acorda e para acabar com a agonia, viro-me para que a menina trabalhe no lado
certo.
Ela me lambuza de óleo, coisa desnecessária. Começa com o meu peito e
braços, desce para os pés. Abro o olho e falo:
— Gatinha, vá direto ao ponto por favor.
Ela abre um grande sorriso e eu fecho meus olhos para aproveitar. Logo
me dou conta que sua boca está em mim. Isso é o paraíso. Sento-me para apreciar
melhor. Seguro seu cabelo, preso em um rabo de cavalo e dito o ritmo. Não é que
a desgraçada faz a garganta profunda? Antes que eu goze, levanto e tiro a roupa
dela. Seu corpo é bonito, nada de surpreendente, peitos pequenos, bunda
pequena.
Sento-a na mesa de massagem, beijo seu pescoço, tomo um de seus pequenos
seios na boca e desço meus dedos por sua abertura rosada e molhada, pronta para
me receber. Na mesinha ao lado há uma caixa de preservativo, pego um e coloco
sem perda de tempo.
— Está pronta para mim, gatinha?
— Sim!
Sem esperar, enterro-me nela, que geme alto. A altura da mesa é perfeita
para que eu a foda assim. Ela enrola suas pernas na minha cintura e minhas
estocadas ficam mais fortes e rápidas.
— Gostosa – pego ela e a caixa de camisinha e levo até a sala privada.
Jogo-a no sofá e a viro de quatro, penetro-a novamente. Puxo-a para mim e
belisco seus mamilos enquanto a fodo duro. Ela começa a contrair o meu pau e
sei que está chegando ao orgasmo. Desço minha mão para seu clitóris, faço
círculos com o meu indicador, ela grita palavras incoerentes. Seguro com mais
força, dou um tapa forte em sua sensível carne e ela se desfaz.
Não diminuo meu ritmo, penetro-a ritmicamente, até que meu orgasmo venha
rasgando e em seguida, o que saiu da minha boca, não foi nem de longe
planejado.
— Madison...
A menina que estava em meus braços, retesa o corpo em resposta. Com o
pau duro novamente, só de lembrar daquela desgraçada com cabelos cor de fogo,
troco a camisinha rapidamente e a trago para cavalgar em mim.
Não costumo beijar na boca das meninas do clube com quem transo, isso
fica íntimo demais. Mas tenho que concertar a cagada que fiz, chamando o nome
de outra. Beijo sua boca carnuda com lascívia, enquanto afundo-me nela.
— Isso, gatinha. Rebola para mim.
— Ah, ah... por favor! – ela apenas geme e geme.
Penetro-a com mais força, segurando suas coxas firmemente. Meus dedos
encontram a entrada da sua bunda, que lubrifico com a excitação dela e a
penetro com um dedo, sincronizado com o ritmo do meu pau na sua boceta. A
mulher vai a loucura e grita, começa a contrair meu membro mais uma vez e vem
em um orgasmo estrondoso, que até eu fiquei surdo. Continuo no meu ritmo até
gozar novamente.
Saio de dentro dela, pego-a e vamos ao banheiro. Ligo a ducha e a ajudo
se lavar. O brilho em seu olhar indica que sua cabecinha de mulher, está
dizendo que é mais do que uma foda. Entrego a toalha para ela e a espero se
secar. Voltamos ao ambiente que iniciamos a massagem e lhe entrego uma boa
quantia em dinheiro, dentro de um envelope. As meninas do clube são caras e
algumas abrem mão de sair com outros, para serem exclusivas, o que as tornam
ainda mais caras quando estão conosco.
— Não, juiz Lancaster. Fiz com prazer... – não precisa ser gênio para
saber o que se passa na cabeça dessa menina.
Beijo sua testa.
— Você fez um excelente trabalho e merece ser recompensada. Por favor,
aceite meu presente.
Antes que ela pudesse responder, vou para o banheiro e fecho a porta.
Tiro todo aquele óleo do meu corpo, visto-me e saio. Dirijo-me para o bar, onde
Christopher está bebendo. Busco a presença de Madison, mas não a encontro.
— E aí, conseguiu perder a virgindade novamente?
— O de sempre, Ramon. Quando gozei até chorei emocionado.
Chris ri alto. Rebecka passa por nós.
— Podem acompanhar-me até o escritório? E Ramon, assim que Benjamin
chegar, peça para que vá até minha sala.
Ramon acena e nós a acompanhamos até lá. Entramos, sentamos nas cadeiras
que ficam de frente para ela.
— Qual é o problema, Becka? – pergunto preocupado.
— Nada demais. Primeiro quero saber por que você chorou?
O infeliz do Christopher cai na risada.
— Noah terminou com a Carly e veio para o clube perder o cabaço. Cara,
isso merece até uma comemoração.
Rebecka ajeita-se em sua cadeira, ficando ereta e cruzando as mãos em
frente a ela, em cima da mesa.
— Está tudo bem? Desculpa me meter, mas é que você deu aquelas joias
para ela, achei até que ia pedi-la em casamento.
Tomo um gole da minha cerveja e balanço a cabeça em negativo.
— Não dei, ela que comprou. Assim como a festa, autorizei e ela fez.
Nesse momento, Benjamin entra e senta-se na cadeira que está a minha
esquerda e eu continuo:
— Ela tinha me passado um orçamento inicial de vinte mil, só que o preço
final ficou em cento e dez mil dólares. Mas o pior de tudo foi as joias,
custaram quase dois milhões.
— Caralho! – Ben fala sem cerimônia.
— Ela pelo menos tem dinheiro para bancar parte disso? Ou você pagou
tudo? – pergunta Chris.
— Ela fez achando que eu iria pagar, só que não tolero esse tipo de
atitude, somando com tudo o que vinha acontecendo, coloquei um ponto final. O
apartamento que dei a ela será colocado à venda. Chamei o Mark, gerente da
joalheria e avisei que não pagaria. Como permitem uma compra nesse valor, sem
me consultar? Então fiquei sabendo que não foi a primeira compra dela que
paguei sem saber – levanto a cerveja — Pelo menos agora, estou livre. Vamos ao
que interessa, por que nos chamou aqui, Becka?
— Vou colocar, Madison como gerente e quero a aprovação de vocês para
colocá-la no conselho também.
Benjamin e Christopher concordam
em uníssono, eu não. Eles ficam olhando-me e justifico:
— Ramon tem muito mais tempo de casa do que ela, seria injusto.
— Eu a quero no conselho. Assim, ela poderá assumir o clube quando eu
não estiver – diz Rebecka levantando-se e escorando na mesa diante de mim —
Madison é indispensável para o clube, ainda mais se tratando das meninas.
— E onde está sua funcionária indispensável, Rebecka? – pergunto com
sarcasmo.
— Madison tinha um compromisso – ela olha-me atentamente — Algum
problema?
Alguma coisa me diz que é melhor não perguntar que porra de compromisso
é esse. Conversamos bastante e ficou decidido que a ruiva será a nova
conselheira e se dedicará as meninas que trabalham aqui. Achei que iria me
incomodar com um estranho entrando nesse ciclo, mas não. E Madison também não é
estranha. Se Roger estivesse vivo, com certeza já teria colocado ela a frente
do clube. Fiquei mais algum tempo no clube e voltei para casa.
Um barulho me traz para realidade, me dou conta que estou na sala de
casa, com uma cerveja quente na mão. Viro-me para o lado e vejo Aly.
— Oi, Noah.
Aponto o assento do meu lado e ela vem.
— Está bonita. Vai sair? – pergunto.
Ela sorri. Alyssa é linda, mesmo atrás desses óculos enormes, é possível
ver sua beleza.
— Vou a uma boate com a Mad.
— Também vou sair com os caras e já estou me arrependendo antes de ir.
Ela ri.
— Nossa excelência vai sair na sexta-feira à noite com os seus amigos?
Isso é quase um milagre! – ela fala rindo.
— Segundo Benjamin, vamos comemorar minha solteirice.
Alyssa beija meu rosto.
— Divirta-se. Você merece. Amanhã terá que me contar tudo. Até! – fala
minha irmãzinha, indo em direção a porta para uma noitada com aquela maluca da
Madison.
Só em mencionar o nome da mulher, meu corpo se empolga. Não lembro de
ter cismado com uma mulher durante toda minha vida, somente aquela ruiva. Na
festa, ela disse o que ouviu de alguém, “tem
a mulher em casa e a puta no escritório”. Aquilo me deixou extremamente
nervoso, jamais pensei nela como uma puta. Existe uma atração inexplicável
entre nós dois e não tinha como fugir daquilo, isso não a transforma em puta.
Quem disse aquela asneira para ela? Será que alguém soube de alguma
coisa? Porque para mim, não faz a menor diferença. Madison é o sonho de consumo
de qualquer homem, corpo deliciosamente exuberante, olhar felino, boca perfeita
e uma língua afiada.
Meu telefone toca.
— Vai vir ou não? – Chris fala.
Olho para o relógio. Faz muito tempo que não saio de casa a uma hora da
manhã para ir a boates. Isso traz um sorriso ao meu rosto.
— Estou indo.
Vou até o quarto, pego uma camiseta preta gola em “v”, porque dentro
desses locais é quente pra caramba e não estou afim de sufocar. Pego o carro e
jogo-me na estrada em velocidade alta. A essa hora não tem ninguém por aqui, dá
para acelerar.
Assim que chego a boate, dou o carro para o manobrista e entro. Sou
escoltado até a área vip da pista de
dança, mas uma vantagem de ser quem sou. Encontro Chris e Ben conversando com
algumas meninas, muito bonitas por sinal.
— Senhoritas, esse é Noah. Noah, essa é Juliet – uma loira de cabelos
longos e sorriso tímido.
— Prazer, Juliet – beijo seu rosto e Ben continua as apresentações.
— Essa é Kristin – uma linda negra, com cabelo estiloso tipo black power e muito cheirosa. Beijo-a
também — Essa é Tracy – cabelos pretos, pele branca. Uma menina de sorriso doce
e um olhar de fome.
Beijo-as e sento-me ao lado da menina de sorriso doce. Peço uma bebida e
começamos a conversar. Benjamin disse que tinha acabado de conhece-las e foi
uma agradável surpresa. Voltei minha atenção a que estava do meu lado.
— Você é muito bonito, Noah.
— Obrigado. Você também é muito bonita – ela sorri e joga seu cabelo por
cima do ombro — Seu namorado deve ter ciúmes. Corro algum perigo?
Ela ri.
— Não. Sou solteira e muito feliz. Hoje nós saímos para comemorar minha
descoberta.
Olho para o lado, vejo Benjamin e a morena se pegando. Chris está
conversando no ouvido da loira, que pelo sorriso, deve estar ouvindo sacanagem
do deputado.
— Descoberta do que? – pergunto curioso.
— Como vou explicar, hum.... Se estivéssemos nessa mesma situação há
alguns meses atrás, provavelmente já estaria imaginando um compromisso sério
com você. Se caso me beijasse, com certeza eu já teria pensado nos nomes dos
nossos filhos...
— E agora, o que pensa?
— Hoje, só penso se você é tão gostoso sem roupa, quanto é vestido.
— Wow! – falo sorrindo. Doce,
o cacete. Ela é direta demais e doida.
— Hoje, eu me basto. Entende? No momento só quero aproveitar o que a
vida tem para me oferecer. Depois eu penso no resto.
Levanto minha cerveja.
— Um brinde! – ela levanta seu drinque e eu continuo — Para que mais
mulheres se descubram.
— E então, Noah, vou poder comprovar sua gostosura sem essa roupa?
Olho-a sério e a puxo para falar em seu ouvido.
— Vamos fazer o seguinte, primeiro comemoraremos sua descoberta com isso...
– mordo sua orelha e viro seu rosto para beijá-la até que ela fique sem fôlego.
Conversamos durante algum tempo e ela contou que é bibliotecária, mora
com seus pais e pretende fazer mais uma faculdade. Falou sobre uma amiga que a
ajudou nessa fase complicada, que segurou sua mão na travessia e que a ajudou a
descobrir um novo modo de prazer. Tracy é muito divertida, dei boas risadas
quando ela contou o conselho da amiga, “Tracy,
vamos deixar o príncipe encantado para outra reencarnação. Hoje, vamos atrás do
Lobo Mau. Ele enxerga melhor, ouve melhor e come melhor”.
Ela pega o celular e digita alguma
coisa. Vira-se para as amigas e diz que tem que encontrar as outras lá no bar.
Uma delas saem voltando logo em seguida. Tracy levanta em um pulo e começam a
conversar animadamente apontando para mim. No que olho para trás, dou de cara
com Madison e Alyssa.
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