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Depois de sair do escritório, chego em casa me sentindo como se tivesse levado uma surra. Olho as caixas embaladas e fico com o coração partido.
Tudo foi à merda. Minha viagem à Alemanha foi cancelada e minha vida, por ora, também. Meto quatro coisas numa mochila e desapareço antes que Eric me encontre. Meu telefone toca, e toca, e toca. É ele, mas me nego a atender. Não quero falar com Eric.
Disposta a sumir de casa, vou a uma cafeteria e ligo para minha irmã.
Preciso falar com ela. Faço-a prometer que não dirá a ninguém onde estou e marco um encontro com ela.
Minha irmã vem me socorrer e, depois de me abraçar como sabe que preciso, me escuta. Conto a ela parte da história, apenas uma parte, senão deixaria ela sem palavras. Não menciono o assunto do sexo e tal, mas Raquel é Raquel!, e quando as coisas não lhe batem bem começa com esse negócio de “Tá louca!”, “Você tem um parafuso a menos!”,
“Eric é um bom partido!” ou “Como pôde fazer isso?”. Afinal me despeço dela e, apesar de sua insistência, não revelo aonde vou. Eu a conheço, contará a Eric assim que ele ligar.
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