sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sr. G - Capítulo 23 - 3ª Parte


 Patrícia Alencar Rochetty...

Dentro do meu ventre, sinto como se uma mão gelada estivesse apertando-o, com muita força. Na minha cabeça, uma voz diz para eu ficar e outra grita: foge menina. Seu olhar decidido imobiliza minhas pernas, que não me deixam dar um passo nem para frente nem, tampouco, para trás. Amaldiçoo a mim mesma, mentalmente, por ser imbecil a ponto de provocar a onça com vara curta! Agora, ou sou corajosa e vou fundo no que quer que ele esteja querendo fazer e seja o que Deus quiser, ou aproveito para usar isso para pular fora de vez, porque minha cota de covardia em fugir de responder ao bonitão já foi esgotada hoje. Mentalmente, imagino-me pegando uma margarida e fazendo perguntas, de maneira infantil.

Ele me quer... tiro uma pétala imaginária, enquanto me lembro do pedido de namoro dele.

Ele não me quer... tiro outra, pondero a respeito do meu medo de me entregar.

Ele me quer... tiro mais uma, desta vez, o Sr. G lembrando-me do quanto ele foi gostoso esta noite toda.

Ele não me quer... outra pétala retirada, que me faz sentir raiva por causa do seu jeito mandão.

Ele me quer... tiro a última, olhando em seus olhos e vendo todo o desejo que ele sente por mim.

Hesito um pouco e não consigo deixar de pensar que, independentemente do medo, do receio, do bloqueio ou qualquer outra coisa que eu possa sentir, não sou hipócrita, ao menos não comigo mesma, para não admitir o que este homem já me fez sentir! E não posso negar que foram coisas insanamente boas... só boas! Não é ele que me faz passar mal, mas, a ideia do compromisso. Assim, o problema não é exatamente ele, mas, o que ele quer a mais do estamos vivendo! E ele está garantindo-me que não fará absolutamente nada do que eu não queira e não tive motivo nenhum, até hoje, para duvidar de suas palavras e integridade! Na verdade, não o peguei em nenhuma única mentira desde que o conheci! Seu olhar é tão intenso e decidido...

Numa espécie de rendição, jogo a margarida para trás, contorno-o, tiro suas mãos da porta e eu mesmo a fecho, decidida a mostrar a ele que minha decisão foi tomada e que estou louca para ficar nua para ele e ver o que me espera. O mero som da porta fechando, aliado ao calor do seu corpo perto do meu e seu suspiro de alívio, já me deixam absurdamente molhada. Parece que o fato de tomar uma decisão tira todos os meus receios! Ter separado o homem e o que quero viver sexualmente com ele do estranho medo de assumir relacionamentos faz com que me sinta mais leve para viver o que ele está querendo. Então, se tiver que pensar a esse respeito, não será agora!

Viro para olhar, de frente, o homem que mexe com as minhas estruturas e balança o meu mundo e que me faz ir a um lugar onde nunca imaginei estar, contra tudo o que sempre lutei. Crivo meus olhos nos seus e tento mostrar-lhe que aqui, neste lugar e nesta noite, estarei completa e irrevogavelmente entregue a ele. Sinto que minha própria pele já exala um cheiro de sexo, consequência da expectativa por tudo o que ele vai fazer comigo! Passo a língua pelos meus lábios secos e, por incrível que pareça, seu olhar feroz para a minha boca causa-me um frêmito de desejo tão forte que sinto minhas pernas bambearem. Ele segura meu queixo, com força, e passa sua outra mão pelos meus lábios, com uma certa impaciência, aproxima-se e morde, um pouco forte, meu lábio inferior. Apesar da leve dor que sinto, surpreendentemente, fico ainda mais excitada!

Ele afasta-se e, sem desviar seu olhar do meu um instante sequer, puxa sua camisa pela cabeça, revelando os músculos de seu abdômen, que formam um “V” de “vou perder minha cabeça”, que me faz olhar, fatalmente, para a braguilha da sua calça, que revela sua evidente ereção. Olhar para isso é como sentir que atingi o ponto mais alucinante de seu corpo todo! Quando penso nas pétalas de ele não me quer, sinto-me uma abestalhada por considerar qualquer coisa que seja fugir de ter todo esse evidente conteúdo.

− Patrícia, olhe para mim agora! Lembre-se do que eu disse a você! Não me faça ter que repetir. Posso não puni-la, mas, com certeza, você também perderá de ser recompensada – ele diz, forte e sério, exalando um poder silencioso.

Nossa Senhora das Mulheres Ensandecidas! Não consigo acreditar que esse modo mandão e autoritário dele faz com que cada pelinho existente em meu ser fique arrepiado! O que está acontecendo... ora, cale a boca, cérebro imbecil, já resolvi ficar e vamos curtir o que vai rolar, seja o que normalmente aceitaria ou não! Se está bom e estou ficando excitada é porque estou gostando, então, análises psicológicas não devem ter lugar aqui e agora! Dr. Freud que faça sua análise outra hora, porque, neste momento, se eu fosse permitir que alguém me analisasse, seria só a Laura Miller[1], porque tenho certeza de que ela falaria para eu mandar ver! Imagine só se não me lembro do que ele disse se é o que mais ficou na minha cabeça, isto é, ficar nua e esperando-o... rio comigo mesma de seu jeito engraçado e sedutor ao dar ordens. Mas, admito, é extremamente sexy!

Balanço a cabeça, em sinal afirmativo, com medo de responder e rir da situação que, para ele, parece séria. Sei que devo ter um grave problema, mas, normalmente, tenho uma vontade louca de rir em situações sérias assim ou quando acontece alguma coisa errada... mais uma de minhas esquisitices...

Ele pergunta-me, com uma voz firme, mas, onde ainda consigo sentir o carinho com que sempre me trata:

− O que quer beber?

− Ainda tenho opção de escolher?

− Resposta sempre errada, Patrícia... – ele puxa o cinto da calça e eu sinto um desespero tão grande, que respondo rápido.

− Água gelada.

Ele sorri, diabolicamente, e deixa-me sozinha. O medo e algumas lembranças tentam dominar minha mente. A falta de ar que sinto quando isso acontece começa a querer dominar-me... O que faço agora? Respiro fundo e falo para mim mesma que ele não estava tirando o cinto para bater em mim, então, nem sei o motivo para ter imaginado isso, se ele já deixou claro que não é um espancador de mulheres, oras!

Tranquilizando-me, lembro-me do ditado de que “quem está na chuva é para se molhar”, sendo que o Sr. G fica todo animadinho com isso e manda-me mensagens e fisgadas para todo o meu corpo. Ah, seu insuportável, você está felizinho porque só recebe massagens do garanhão, né? Quero só ver se o meu bumbum tem a mesma mentalidade que a sua, pois quando o vi tirar o cinto com toda aquela força, quase tive um treco! Queria só ver se você teria gostado se fosse você a ser atingido por ele e se estaria comprimindo-se, ao invés de ficar todo saltitante, como agora, parecendo uma libélula.

− Falando sozinha, Patrícia? – dá para ele definir se sou menina, pequena, quimera ou Patrícia? Porque cada vez que ele fala meu nome, tenho vontade de me jogar em seus braços.

− Não, Carlos – ironizo, disfarçando – Apenas pensando com meus botões... os quais estou tentando desabotoar para tirar minha camisa...

Olho para ele e meu coração martela o meu peito! Uau, este homem é mais rápido do que o Papa-léguas com fome do Coiote! Ele já está descalço, com o botão e o zíper da calça abertos, mostrando a cueca branca, que contrasta com a sua pele azeitonada. Está com dois copos na mão e eu ainda aqui vestida, distraída e conversando com o Sr. G. Ele dá um passo em minha direção e meu sangue gela em minhas veias, recebendo uma descarga enorme de adrenalina. Deixando a camisa sem abrir mesmo, movo minhas mãos para trás para abrir o zíper da minha saia que, safado, emperra e não quer abrir. Minhas mãos tremem, puxo de um lado, empurro do outro, enquanto ele apenas me observa, encostado no batente da porta.

− Por que você está olhando para mim?

− Você sabe o que estou esperando.

Sua voz é dura e imperiosa. Poxa vida, será que ele não pode ser mais romântico e vir ajudar-me? Tem que ficar parado, como uma estátua da sedução em pessoa, lindo e gostoso como um deus? Tento abrir novamente e xingo, baixinho, este zíper desgraçado! Acho que ele percebe meu nervosismo, porque se move, lentamente, com movimentos graciosos, mas, olhando-me com cara de mal. Lembro-me do que disse a mim mesma do meu sangue gelar, pois, agora, estou congelada mesmo. Não são só mais as minhas mãos que tremem, meus joelhos também.

Ele faz um movimento, em minha direção, e eu estremeço.

– Sua água – seu perfume atinge minhas narinas, vindo do seu braço estendido à minha frente. Pego o copo, fazendo ondas na água, de tão trêmula que estou! Bebo tudo num só gole para evitar que ele perceba. Ele dirige-se até um rack e uma música começa a soar. Volta-se para mim e diz:

− Vivemos com sede, Patrícia! E sedentos de tantas coisas... porém, no momento, eu irei empenhar-me em matar a sede que tenho de seu creme gostoso. Ouça esta música enquanto eu faço jorrar de você o líquido de que preciso (https://www.youtube.com/watch?v=08QwKCVZeUM).

Ele contorna meu corpo, lentamente, como um predador avaliando sua presa... ou ele para com isto, agora, ou eu caio de joelhos no chão de tão molinha que estou. Pareço até a Maria mole do bar do Seu Zé... ai... ai... ai... que homem! E a música não ajuda muito para me acalmar, quando a letra diz coisas como “estranho amor”, “você suportará o que lhe darei... uma vez após a outra...”, “haverá dias em que meus crimes parecerão imperdoáveis...”!!!

Ele para atrás de mim e puxa-me ao encontro de seu corpo.

– Minha eterna menina desobediente... sua sorte é que apenas fui buscar nossas bebidas. Agora – juro, sua voz, ao pé do meu ouvido, é cavernosa, de tanto medo que dá... – tire essa roupa enquanto vou preparar algumas coisas em meu quarto! Não vou nem dizer o que faço quando sou contrariado...

Meus mamilos endurecem e os bicos dos meus seios criam vida, com o calor do seu peito encostado no meu corpo. Tento ainda fingir que sou dona de meus atos.

− Desobediente? Eu pensei que fosse apenas desafiadora e provocadora como você sempre frisa...

− Você é tudo isso, Patrícia! – ele responde, faz uma pausa e ainda com seu corpo colado às minhas costas, leva a mão à minha garganta, levanta meu queixo, mordisca meu pescoço e continua, entre suas mordidas cada vez mais fortes – Esta noite você pertence a mim. Apesar de amar sua boca inteligente, hoje só quero ouvir o que sai dela quando eu pedir por isso. Do contrário, permito apenas seus gemidos e gritos de prazer!

− Resposta errada, bonitão, eu não pertenço a ninguém. O que estou fazendo aqui é compartilhando por mim mesma com você, não se iluda...

Ele aperta seu braço em torna de minha cintura, dá uma mordida dura em meu ombro e fala, com uma voz sem qualquer traço de riso:

– Vou deixar bastante claro e será só mais uma vez que farei isso! Fui rudemente honesto e sincero quanto ao que teríamos se você resolvesse ficar. Dei-lhe a opção de não entrar e, quando entrou, de sair. Você ficou por livre e espontânea vontade, porém, aceitando minhas condições. Você é uma mulher madura e inteligente para saber que o que está acontecendo aqui não é algo inconsequente com que se possa brincar. A despeito de sua irreverência e senso de humor, sei que é uma mulher séria, comprometida com o que acredita e de palavra, além de muito esperta. Portanto, sabe que não é hora para brincadeiras ou desafios infantis. Então, comporte-se à altura e honre com o que tacitamente concordou e siga as minhas regras. Porque, Patrícia, juro a você que, por mais que me encante e tenha feito de mim um homem sedento por você, não vou tolerar ser tratado como um moleque ou um cachorro preso por você em uma coleira! Já deixei claro que, diferente dos babacas que você tem saído, tenho inteligência, caráter e orgulho próprio. O fato de ser persistente e lutar pelo que quero não me torna um paspalho sem vontade e que se contenta com migalhas de atenção. Ficou claro?

Sinto-me como que recebendo um choque térmico quando o frio que corre em minhas veias encontra com o calor de suas mãos vagando por meu corpo. Tudo isso é elevado à milésima potência com o tom de voz e o teor de suas palavras. De fato, sou inteligente, porque percebo que a hora de brincar e fugir já passou. Ele tem razão, eu fiz a escolha sem sequer ele ter que tentar persuadir-me. Ao contrário, ele deu-me todas as chances para dizer não. Agora, “Inês é morta”, tenho que aceitar esse desafio e ver até onde isso vai levar-me.

− Eu perguntei se ficou claro, Patrícia! E frisei que não vou tolerar falta de respostas a nada que eu perguntar – morde meu ombro.

– Sim, seu canibal! Ficou extremamente claro. Embora me mate dizer isso, você tem toda a razão e eu vou honrar com o que quer que eu tenha concordado em fazer aqui − falo, com a voz trêmula, mas, decidida. Não adianta, eu preciso ir em frente, sei que preciso fazer isso com ele, só com ele. Depois que tudo acabar, dou um fim nisso, prometo a mim mesma.

− Você nunca desiste em me confrontar? Mesmo concordando comigo, você faz isso de maneira desafiadora, não é, menina linda? Mas, diga-me, o que sente quando toco seu corpo, Patrícia? – nem mortinha quero responder isso e fico quieta. Então, provando-me que não aceitará ficar sem resposta, ele puxa, brutalmente, os lados de minha camisa e os botões voam por todo o lugar da antessala – Gosta de ficar muda? Mesmo que seu corpo arrepiado e seus seios, saindo pela renda do seu sutiã, respondam por você? – ele segura um de meus seios com a mão em concha, aperta-o forte e diz – Responda ao que lhe perguntei!

Meus mamilos doloridos mostram que, apesar de tudo, estou gostando daquilo. Por incrível que pareça, minha vontade é a de implorar que ele toque-me ainda mais, mas, fico muda.

− Bem, estou vendo que me enganei com relação a você e que esta brincadeira acaba aqui – ele começa a tirar suas mãos de mim e a se afastar. Fico apavorada, sei que se eu não falar alguma coisa, será o fim de tudo. Embora eu vá acabar com nosso caso, morrerei se não tiver mais esta noite com ele. Antes que possa refletir, para impedir que ele afaste-se, eu falo, com uma voz que parece sair das profundezas de mim:

− Eu sinto como se fosse ficar ensandecida... como se seu toque fosse a única coisa que pudesse fazer com que eu sinta que estou viva, plena e...

Ele não me deixa completar. Vira-me de frente para ele e sua boca busca a minha, invadindo-me com brutalidade, numa exploração dura e crua, como se o que eu tivesse respondido tivesse levado o último resquício de controle que ele ainda tinha. Meus sentidos confundem-me, minha alma quer dizer muito mais coisas a ele, mas, sei que a minha boca ficará calada a esse respeito. Correspondo a ele com toda a volúpia que toma conta de mim e, por sua respiração, sinto que eu confundo-o, mas, apenas acho que é o reflexo de minha própria confusão!

− Vou até o quarto, agora! Volto em alguns minutos. Até lá, quero encontrá-la nuazinha em pelo, ouviu bem? – já nem tenho qualquer vontade de ser desafiadora. Estou em tal estado de combustão, que acho que sou capaz de fazer qualquer coisa para ter este homem. Então, com uma voz tão humilde que até eu fico espantada, digo:

− Sim, Carlos!

A expressão que toma conta do rosto dele, de júbilo, satisfação e alegria, tudo misturado, provoca uma sensação de dor em meu peito, como se eu estivesse negando a ele algo tão básico e simples como isso, que o faz lindamente feliz! Por que venho negando isso a ele? Aliás, por que venho negando isso até a mim mesma? Meneio a cabeça e, uma vez mais, afasto os questionamentos psicológicos, não é hora para isso. Vou é despir-me, de corpo e alma, e fazer, ao menos hoje, esse homem feliz, do jeito que ele merece. O amanhã, como dizem, só a Deus pertence...

Enquanto ele vai para o quarto, tiro toda a minha roupa, quase rasgando o maldito zíper teimoso, aliás, o que não seria problema algum, pois o Carlos já destruiu minha blusa mesmo e vou ter que arrumar outra roupa para ir embora de qualquer jeito. Não sei o que fazer após tirar minha roupa, porque ficar parada aqui é meio constrangedor, mas, nem mortinha ficarei ajoelhada, como já vi nesses romances eróticos de BDSM! Embora esteja disposta a realizar os desejos do meu garanhão, há coisas que, para mim, decididamente, não rolam. A expectativa do que está por vir deixa-me profundamente receosa e excitada, ao mesmo tempo. Não pode ser nada ruim, pois o Carlos é pura dinamite e não acredito que vá ser diferente disso agora. Penso que será só melhor ainda!

Ouço um barulho atrás de mim e viro-me para olhar. O Carlos aparece, com o que parece ser uma corda nas mãos. Sinto um tremor invadir meu corpo todinho e começo a fraquejar, mas, obrigo-me a olhar para seus olhos, que continuam firmes, sérios, mas, cândidos. Isso me dá toda a segurança de que eu preciso para me manter calma e confiante, permitindo que me entregue apenas ao clima de erotismo que explode entre nós. Ele aproxima-se de mim, encosta sua boca na minha e lambe toda sua extensão. Depois, brinca com a língua pelo meu pescoço e volta para minha boca, levando-me à loucura e fazendo-me mergulhar no seu jogo. Sedenta, agarro seus ombros, porque mal consigo parar em pé. Seu suspiro de satisfação é acompanhado de suas garras em meu corpo, que me levantam e fazem com que eu abra minhas pernas, cruzando-as ao redor de sua cintura. Com uma rapidez que eu nem percebo, ele vai até a parede atrás de mim, encosta ali o meu corpo e prende minhas mãos acima de minha cabeça.

Ele roça seu corpo no meu, fazendo com que sua calça roce em meu assanhado monte de Vênus, que quer ser atingido pelo pico dele... fico alucinada, mas, ele não se compadece nem um pouco de mim e continuo castigando minha boca com sua língua ousada e meu centro de prazer com sua fricção. Estou em brasa! Segurando meu corpo apenas com seus quadris, ele usa a corda que segura para amarrar meus pulsos. Confesso que, surpreendentemente, não é medo o que me invade, mas, um frenesi de expectativa pelo que está por vir.

− Vou levar você até o quarto! Lá, diferente das outras vezes, vou amarrar a corda que prende seus pulsos à cama, assim como farei com suas pernas, não as deixarei soltas... Vendarei você a manterei vendada até que eu julgue conveniente e você aceitará tudo isso sem dar nem um pio que seja. Depois disso, vai apenas desfrutar de tudo o que eu vou proporcionar a você, completamente entregue a mim – minhas pernas amolecem com o seu comando sedutor e sinto puro tesão escorrer pelo meu corpo. A parede fria contrasta com o calor dos seus músculos, que me espremem contra a parede. Se não estivesse sendo sustentada por ele, teria deslizado para o chão, com certeza.

Rapidamente, leva-me, ainda pendurada nele, até o quarto, que está na penumbra, tendo apenas algumas velas negras e vermelhas acesas e espalhadas pelo lugar. A cama domina o ambiente. É linda e o material parece uma espécie de latão ouro velho, combinando com a atmosfera sensual que paira entre nós. Os lençóis são de cetim negros e a temperatura fria do tecido faz meu corpo arrepiar quando ele deita-me sobre ela.

Ele lambe e chupa os bicos de cada um de meus seios, fazendo o mesmo em meu pescoço, minha boca, chegando aos braços, onde faz o mesmo, um por vez. Quando dou por mim, já estou com os braços presos à guarda da cama. Ele olha para mim, espelhando todo o desejo que o invade. De novo admito que não é difícil deixá-lo feliz, sendo que nada do que fez comigo até agora deixou-me desconfortável, ao contrário, deixa-me cada vez mais excitada. Olhando firme para mim, pergunta:

− Você confia em mim, Patrícia?

Desta vez, não demoro nem hesito em lhe responder, pois a resposta vem rápida de dentro do meu ser.

− Sim, Carlos, eu confio em você! Sei que não fará nada que possa machucar-me.

Ele dá um suspiro que reflete todo o alívio e, ao mesmo tempo, o júbilo que sente. Estende a mão até o criado e pega um tecido, que coloca sobre os meus olhos e amarra atrás da minha cabeça. Torna-se, então, impiedoso, empurrando todo o seu calor para meu corpo, chupando cada pedaço dele. Sua língua demora-se mais em meus seios, como se dali ele estivesse extraindo a essência mais deliciosa que poderia obter. Ele continua a descer, mordiscando, lambendo e chupando, até chegar aos meus tornozelos. Então, separa minhas pernas e amarra meus tornozelos à cama, conforme havia dito que faria. Completamente surpresa com o grau de excitação que tal gesto faz-me atingir, gemo descaradamente, assustando tanto a mim quanto a ele, o que percebo por sua voz, ao me perguntar com num tom de satisfação:

− Está gostando disso, Patrícia? De se sentir tolhida de seus movimentos e privada de sua visão? Isso está dando-lhe a sensação de que, por estar contida, não terá que assumir a responsabilidade do que vai acontecer, podendo, assim, usufruir e apreciar, sem culpa, o que farei com você? Percebe que abrir mão do controle não significa tornar-se fraca ou inferior, mas, livre para curtir todas as sensações que seu corpo puder obter? Diga, para mim, Patrícia, o que isto está fazendo-a sentir!

Sinto escorrer, de minha vulva, toda a excitação que suas palavras provocam. Não estou nem um pouco preocupada com qualquer consideração racional, porque realmente acredito que, se estiver bom para ambos, tudo pode rolar entre duas pessoas na hora do sexo. Só sei que tenho que responder ao que ele pergunta, senão, para me castigar, ele é capaz de parar com tudo e eu absolutamente quero isso:

− Carlos, eu sinto que não estou nem aí com o que quer que represente minha reação, só posso dizer que isto tudo está sendo muito bom e gostoso e quero que você continue... acho que posso gozar só com você falando comigo, com essa sua voz dominadora e eu, aqui, à sua mercê... – minha voz está cada vez mais trêmula e ofegante, principalmente porque ele não para de mordiscar e chupar cada pedacinho de minha perna, parando próximo ao interior de minhas coxas.

De repente, sem qualquer aviso, sinto o choque de algo batendo primeiro em meu seio direito e, a seguir, no esquerdo, mas, antes que possa falar algo ou sentir qualquer dor, sua boca suga cada um deles, sua língua circula-os, muito molhada e fria. Quando ele retira sua boca, arqueio meu corpo, em busca de mais daquilo, que não tarda a vir, mais um choque em cada um dos meus seios, seguido de chupões e lambidas frias, repetindo-se o processo nem sei quantas vezes, porque estou tão alucinada de tesão, que nem consigo pensar, quanto mais contar! Gemo desavergonhadamente e percebo que nunca fui tão vocal quanto agora!

Algo é colocado encostado à minha boca e ele diz:

− Chupe, minha menina, até que fique lambuzado com sua saliva! Hoje você vai descobrir o prazer quando eu tocar você em locais antes inexplorados de seu corpo.

Faço o que ele manda, mesmo não tendo a menor ideia do que estou chupando! Não é algo muito grande, nem tem gosto ruim, na verdade, só sinto um cheiro parecido a tutti frutti. Enquanto isso, ele continua o que estava fazendo com meus seios! Ele faz uma pausa e retira o objeto de minha boca, substituindo-o pela sua, que vem com um gosto de vinho, que eu tento lamber de sua língua e do céu de sua boca, ouvindo seu rugido baixo e forte. Rapaz, se ele tocar em minha perseguida, vou gozar como uma ensandecida! Arqueio meus quadris em busca dele, necessitando de seu pau dentro de mim! Ele diz, ainda com sua boca na minha:

− Tão responsiva! E minha! A visão de você entregue a mim assim é algo absurdamente lindo e enlouquecedor, minha quimera!

Ele parece ter que arrancar as palavras de dentro dele, tal a dificuldade com a qual fala. Ele volta a descer até os meus seios, aplicando mais alguns dos seus choques seguidos de lambidas e chupões, até que desce por minha barriga e segue até chegar ao interior de minhas coxas. Lá, ele passa algo em meus grandes lábios, passa pela minha vagina, até chegar ao ânus! Fico imediatamente tensa e ele, ao perceber isso, fala, numa voz tão rouca que mal consigo entendê-lo:

− Quieta Patrícia! Relaxe porque nada do que vou fazer vai machucá-la! Eu vou deixar você tão preparada que não vai sentir qualquer desconforto! Lembre-se de que lhe falei que pode dizer não quando não quiser algo que eu esteja fazendo, mas, exijo que você, primeiro, tente, sem levantar nenhuma barreira antes disso.

Enquanto fala, continua massageando, com os dedos, meus grandes lábios e provocando meu clitóris, porém sem tocá-lo, com 

sua respiração soprando toda a região! Estou tão alucinada que a tensão de receio é completamente suplantada pela do desejo! Sinto-o passar seu dedo pelo meu buraquinho traseiro, mas, agora, completamente besuntado de algo. Ele continua a lamber toda minha extensão e começo a sentir algo penetrando em meu ânus... ele, então, finalmente, chupa meu clitóris, com tal força e desejo que fico a um passo de gozar, quase mal sentindo quando ele introduz ainda mais o misterioso objeto. E seguem-se chupões e empurrões do objeto para dentro de mim, até que alucinada, começo a gritar de tanto tesão! Estou perdendo totalmente o controle, com sua boca gostosa e aquela coisa que sai e entre em meu buraco antes nunca explorado. Ele intensifica o movimento até que ordena, em alto e bom som:

− Goza agora para mim, Patrícia! Quero todo o creme que prometi fazer jorrar de você, minha menina da pinta foda-me!

Nem consigo esperar que ele acabe de falar! Gozo alucinadamente, sem qualquer pudor e contenção em meus gemidos e gritos! O que estou sentindo está para além de qualquer explicação! Parece que meu orgasmo nunca vai terminar, ainda mais com ele lambendo-me incansavelmente, como se não quisesse perder uma única gota do que lhe forneço!

Fico tão prostrada com meu orgasmo, que me largo totalmente mole contra a cama! Ele para de me lamber, entretanto, não retira o objeto de dentro de mim. Sinto-o levantar-se e fico intrigada se ele não vai também se satisfazer! Será que não quer ter também seu orgasmo? Ouço o tilintar do gelo contra o vidro e, de repente, o que imagino que seja gelo, passa por meus lábios, seguido por sua boca, que derruba um líquido dentro da minha que, presumo, seja vinho. A seguir, algo macio é passado por toda a minha boca, a qual ele manda abrir e coloca algo dentro. Mordo para sentir o que é e sinto o gosto de morango. Mal começo a mastigá-lo e ele novamente põe algo em minha boca, que é chantilly! Hum, isso é uma delícia, que fica ainda melhor quando ele limpa meus lábios com sua língua!

Ele solta o nó do tecido e retira a venda de mim. Deparo-me com seu olhar guloso, com uma fome que deixaria qualquer mulher de joelhos. Vejo-o passar gelo pelo bico de um dos meus seios e, logo a seguir, do outro. Depois, ele besunta ambos com o que eu já tinha percebido que era chantilly e lambe e chupa tudinho com tanta maestria, que já fico molhada de novo, louca para tê-lo dentro de mim. Ele vai repetindo o processo por todo o meu corpo até retornar ao meu clitóris, que é igualmente molhado, besuntado com chantilly e chupado, fazendo com que eu levante meus quadris, querendo ainda mais daquilo!

Ele sobe, devagar, lambendo, chupando e mordiscando todos os lugares por onde passa, até chegar à minha boca, que ele beija e saqueia. Então, começa a passar a ponta de seu pênis por toda a minha vagina e diz:

− Agora, eu vou foder você até que veja estrelas! O plugue continuará enfiado em você, que sentirá o quanto é bom ser preenchida nos dois lugares, na sua vagina e no seu cuzinho! Você é muito gostosa e, quando você estiver estirada o suficiente, vou comer seu buraquinho apertado e você vai gritar pedindo tudo o que eu puder dar a você. Você é a coisinha mais quente e irresistível do mundo e estou completamente louco por você!

Ele para de passar seu pênis em minha vagina, põe uma camisinha e coloca a ponta dele em minha entrada que, gulosa, quer logo engoli-lo. Mas, ele vai devagar, enfiando um pouco e tirando, enfiando mais um pouco e voltando a tirar, repetindo o movimento até estar completamente dentro de mim. Como ele disse, a sensação de ser preenchida na frente e atrás é algo absurdamente quente! Ele vai aumentando suas estocadas, lambendo e chupando meus seios ao mesmo tempo. Quando suas estocadas tornam-se mais profundas e rápidas, vou sentindo uma coisa quente subir por minha coluna, um prazer descomunal penetrar os meus poros e grito:

− Garanhão, vou gozar de novo!

Ele intensifica suas estocadas e diz:

− Quero que goze junto comigo, Patrícia!

E segue estocando até que sussurra:

− Agora, Patrícia, vem comigo!

E eu, como se estivesse apenas aguardando sua autorização, gozo como louca, sentindo que ele igualmente jorra dentro de mim, enquanto me beija com violência! Nossa, parece que esse orgasmo não tem fim! Ofegante e trêmulo, ele desaba sobre mim, fazendo com que eu sinta-me em casa!

De repente, ele levanta seu rosto, olha para mim com carinho e diz:

− Foi muito difícil para você, pequena?

Eu apenas meneio a cabeça para sinalizar um não. Ele, de forma carinhosa, solta os meus braços e massageia minha pele com delicadeza, beijando meus pulsos, descendo até minhas pernas, igualmente soltando e massageando-as. Após dar-se por satisfeito, sobe até minha região pubiana e, devagar e com cuidado, vai retirando o que introduziu em mim, enquanto lambe, de cima a baixo, toda a região.

− Presentear-me com a sua calcinha esta noite foi um prêmio que eu soube agradecer a contento, pequena provocadora?

Essa pergunta merece uma resposta e encho meus pulmões do ar que me falta para responder...

− Você pareceu gostar do prêmio e eu, com certeza, estou plenamente satisfeita com sua retribuição...

Ele beija-me carinhosamente, levanta-se da cama e pega-me em seu colo, levando-me em direção a uma porta que, imagino, seja a do banheiro. Ao chegar lá, ele coloca-me sentada sobre a bancada da pia, tira a camisinha, jogando-a no lixo, aciona as torneiras que começam a encher a banheira e volta-se para mim, aninhando-me em seus braços. Sinto-me exaurida e bombardeada por emoções que não sei e não quero saber do que se tratam. Ele não fala nada, apenas abraça-me e afaga minhas costas.

Relaxo em seus braços, totalmente vencida por ele. Ao perceber que a banheira está cheia, ele solta-me, desliga as torneiras e volta-se para mim, pegando-me no colo, uma vez mais, colocando-me na banheira e entrando junto comigo. Ele senta-se atrás de mim e puxa-me contra seu peito, passando a esfregar uma esponja macia por todo o meu corpo. Por mais cansada que esteja, volto a ficar excitada. Este homem está transformando-me num mostro de luxúria! Ao mesmo tempo, faz com que eu tenha fome dele, de tocá-lo, saboreá-lo e satisfazê-lo. Volto-me para ele e peço.

− Carlos, deixe-me provar você. Quero senti-lo em minha boca, degustar seu sabor e levá-lo às alturas do prazer.

Suas mãos param com os movimentos de esfregar. Sinto seu pau cutucar, rijo, minhas costas, porque este homem parece que nunca deixa de ficar duro! Viro-me para ele e, com olhos suplicantes, digo:

− Esta noite você fez coisas que eu nunca imaginei que permitiria que alguém fizesse comigo e levou-me ao mais algo grau de prazer. Para completar, com chave de ouro, preciso sentir que fui igualmente capaz de te marcar, como você fez comigo.

Ele encara-me, com olhar esgazeado e, num repente, levanta-se, fazendo espirrar água por todo o banheiro, e diz:

− Como você quer isso, minha menina?

– Aqui e agora. Quero que você sente-se na borda da banheira e deixe que eu faça todo o trabalho sujo – falo, com um sorriso safado e brincalhão.

Já me sinto completamente alucinada só de observar seu corpo escultural molhado com seu membro tão duro que chega a encostar em sua barriga. Ajoelho-me na banheira, puxo-o para que se sente, coloco-me entre suas pernas e começo, primeiro, a lamber o interior de seu ouvido, sussurrando o quanto ele é gostoso e como quero abocanhá-lo por inteiro. Ele apenas dá um grunhido e eu distribuo beijinhos por todo o seu rosto e pescoço, ao mesmo tempo em que encho minha mão com seu membro gostoso e macio. Vou descendo minha língua até chegar a um de seus mamilos, que mordisco e lambo, fazendo o mesmo com o outro. Ele segura minha cabeça com ambas as mãos e geme. Impaciente, não aguento mais esperar e parto logo para abocanhar aquele mastro enorme e irresistível.

Ele acomoda-se melhor, segurando na borda da banheira e prepara-se para o saque que lhe farei. Lambo toda sua extensão, adorando ver aquelas veias saltadas, desço até seu saco, que recebem um bom trato de minha língua, o que parece levá-lo à loucura, pois ele pega minha cabeça, levanta-a e direciona seu pau para minha boca. Não me faço de rogada e engulo o máximo que posso, não deixando de movimentar minha língua. Daí em diante, só vou acelerando e engolindo o máximo que posso, sentindo o quanto ele está cada vez mais excitado e perto de explodir, já sentindo as gotas de seu pré-sêmen. Isso me excita e faz com que eu faço movimentos cada vez mais rápidos e levando-o o mais profundamente possível em minha boca. Ele começa a balançar junto e aperta minha cabeça tão forte, que penso que vai esmagá-la! Então, ele grita e goza, forte e intensamente, em minha boca, que tenta não perder uma única gota de seu líquido gostoso.

Respirando fundo para controlar seus tremores, ele volta a entrar na banheira, puxa-me para seu colo, enlaçando minhas pernas em sua cintura e diz:

− Por que você tem tanta dificuldade em admitir que somos muito bons juntos e que pode aceitar namorar comigo?

Estremeço e já começo a ficar nervosa. Não quero que nada, absolutamente nada estrague a magia desta noite, principalmente meu pânico incompreensível. Luto para me manter sã e focada.

– Está tudo tão perfeito no que estamos vivendo... por favor, não vamos rotular nada! Por enquanto, é só assim que poderei estar com você, não consigo fazer diferente, Carlos! – uma lágrima teimosa escorre pelo meu rosto e eu sinto-me humilhada e dominada por minha fraqueza e todos os sentimentos vividos nesta noite, num só minuto, são demais e sinto que vou ceder à minha estranha tortura psicológica.

Percebendo o quão vulnerável e desprotegida estou, ele sente, em meus olhos, que preciso dos seus braços e de sua compreensão. Ele levanta-se, puxa-me para ficar em pé, tira-me da banheira, enxuga-me e leva-me de volta para a cama, na qual me deposita, deita-se comigo e aninhando-me, novamente, em seus braços, apenas sussurra.

− Esta noite eu não facilitei para você, pequena! Mesmo que não tenha sido o que eu queria ouvir, você entendeu que tudo tem uma resposta e, por mais negativa que ela tenha sido para mim, você teve a decência de me responder. Agora, durma e descanse!

Meu corpo sente o cansaço bater e, exausta, durmo, em seus braços, porém, tranquila, pois sei que ele cuidará de mim como uma rainha, como sempre faz.


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