sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O LADO BOM DE SER TRAÍDA - Capítulo 35


Marco

Saí do evento em homenagem ao meu pai, com ódio no coração, não estava nos meus planos, o dia foi uma torrente de decisões e ações, para trazer logo minha princesa para nossa casa, que me esqueci de um grande detalhe....
Paula. Claro que ela não ia perder a oportunidade de se fazer presente em um evento, onde iriam estar toda a cúpula que ela sempre fez questão de estar.

O que eu não imaginava, era o que ela planejou com tudo isso. Seguindo ela para uma varanda ao lado de fora do salão de festas. Com os nervos a flor da pele, não acreditando que ela conseguiu, mais uma vez o que queria com seus ataques de birra de garota mimada.

- Diga logo Paula, o que tanto você quer falar em particular, e seja rápida, pois não estou com ânimo nem tempo para os seus caprichos.

- Marco amor, acho melhor ficar um pouco mais calmo, porque o que tenho a te dizer, vai além dos meu caprichos.

- Estou ouvindo - Cruzei os braços, só esperando a ladainha histérica.

- Está ansioso querido? Quer voltar para a desqualificada que está te esperando na mesa, a que nível você chegou, Marco. Mas acredite, o seu tempo ao lado dela está acabando. Você acha que pode me humilhar em trazê-la para um evento como este, onde estão todos os nossos amigos? Acha mesmo que pode me humilhar?

- Então é isso? Me trouxe até aqui para dizer o quanto está humilhada por ver o seu ex-marido ao lado de uma pessoa linda, simpática e amável? A nossa conversa termina aqui.

Dou as costas, e sigo para dentro do recinto, realmente ela é louca, depois de tudo o que fez, imaginou que eu iria ficar encenando perante aos amigos e conhecidos, apenas para fingir que nada aconteceu com o nosso casamento. Que somos uma família feliz. Era só que me faltava.

- Marco. Ela grita, finjo que não escuto. – Se der mais um passo, você nunca mais verá a Vitória.

Não tem como não parar, instantaneamente meu corpo se enrijece, e me viro.

- O que você disse? Definitivamente você não está com as suas faculdades mentais. 

- Ah não? Quer dizer eu não tenho participação na geração da minha própria filha? Você é tão metido a inteligente, mas esqueceu das aulas de ciência. - Pois bem meu queridinho, pode deixar que te explico detalhadamente. Eu tenho tanto direito quanto você para ter acesso a minha filha, para enquanto ela tiver vida, ficar ao meu lado. Como bem sabe, Juiz nenhuma vai me negar isso, ainda mais que de influência eu tenho de sobra.

Perco o controle, chego perto dela, minha vontade é de enforcar essa mulher, em nenhum momento senti um pingo de emoção nas palavras dela como mãe, a única coisa que sinto é a sua vontade de usar a Vitória para me desestabilizar.

- Escute bem, e só vou falar uma vez. Não chegue perto da minha filha. Se você estivesse de fato arrependida, pode ter certeza que teria contato com ela livremente, mas o que vejo aqui, é uma mulher frustrada, que não tem piedade de usar e abusar de uma criança para atingir os seus objetivos mais sórdidos.

- Então agora, o Juizinho de merda, virou psicólogo, ou lê mentes! Estou curada, fiz um tratamento e tenho plena condição de cuidar e estar ao lado da criança.

- Ok. Então você quer ver a "criança" como mesma diz. Busque os seus direitos, só não me impeça de falar a verdade, para todos que queiram saber. Inclusive, posso começar isso agora, falando para os nossos queridos amigos, que tanto você valoriza, o quanto você quis sua filha, que na adversidade, o que você mais desejou foi se livrar dela. Será que isso você aguenta? Vamos ver até onde vai a sua farsa.

E é instantâneo, ela fica pálida. - Você não teria coragem, este evento é para o seu pai, e não para tratar dos seus problemas.

- Ah, agora eu estou tratando dos meus problemas? Não seja sínica.

- Vou te deixar ir por agora, mas acredite! Se livre da piranha que está grudada em você, que não farei nada contra à Vitória, fora isso... Não prometo nada, e saiba, meus pais estão do meu lado.

- Continue rosnando, não vou ficar aqui perdendo o meu tempo.

- Tudo bem, pode ir. Mas saiba que eu avisei, com todas as provas que tenho contra você, terei não só a Vitória ao meu lado, como vou ver a sua carreira virar pó.

- Provas? Provar que eu amo e protejo a minha filha, que sou digno em minha profissão? Se for isso que tem, te peço para expor agora mesmo.

- Pague para ver e tenho certeza que se arrependerá de deixar guardado dentro desse coraçãozinho o amor que sente por mim.

Ela chega perto de mim e sussurra no meu ouvido. - Somente essa noite meu amor, esse é o tempo que te dou, para se livrar da desqualificada. Estou jogando para ganhar.

Bárbara

Ele senta ao meu lado, pego sua mão e percebo que está gelada e trêmula, todos na mesa, estão olhando a ele com olhares de interrogações, minha vontade é de pegar esse homem grande e colocar no meu colo e descobrir, o que essa louca disse, para deixar ele assim. Quais são os poderes dela sobre ele, minha ficha logo cai. Claro, como não pensei antes a Vitoria.

- Filho está tudo bem?

- Sim, está tudo bem. A Paula que gosta de criar confusões desnecessárias, mas nada que eu não possa resolver depois. - Sei que ele está mentindo.

Mesmo com a sua resposta positiva, o clima continua tenso. Até os pais da Paula não fizeram nenhum comentário, nem ao menos tentaram responderem pela filha.

- Mas, Sr. Jurandir, sei que tem ido visitar a Vitória, por acaso vocês pretendem ajudar a filha de vocês a ter acesso à minha filha?

Surpreende a todos com tal pergunta, é como se ele não pudesse se conter.

- Marco, não entendi o seu posicionamento. 

- Pois bem, todo este tempo que a sua filha me manteve preso conversando com ela, foi para me dizer que está lutando veemente para conseguir a guarda da Vitória e com ajuda de vocês.

- O que está me dizendo rapaz? Acho que já provei a você que nunca aprovei as atitudes da minha filha.

- Isso não responde a minha pergunta.

- Jurandir, conversamos sobre isso meu amigo, decidimos que não nos intrometeríamos, na briga de nossos filhos. Interfere o Sr. Jordan.

- Jordan eu sei o que conversamos, e digo, não vou me meter nisso. Não sei o que o Marco está dizendo, mas posso lhe garantir, que não moverei uma palha, para passar a mão na cabeça da minha filha depois de tudo que ela fez.

Olho para o Marco e parece que saiu de suas costas um peso gigante, seja lá o que foi que a Paula tenha falado, percebo que pelo menos o seu pai é inocente.

- Jurandir, desculpa-me a aspereza de que tratei sobre o assunto, mas a Paula foi tão firme em dizer que vocês estariam ao lado dela, para esta situação sem sentido, que por um momento eu acreditei.

Definitivamente, esta mulher é pior do que pensava.

Mas me canso de ser uma planta decorativa, e tomo a minha decisão.

- Bom, sei que os ânimos estão aflorados, acredito que o Marco tem passado por alguns problemas ultimamente, portanto, se nos dão licença, gostaria de ater as formalidades e ir embora.

Marco

Amo quando a minha deusa entra no modo dominadora. E com o seu "jeitinho", desenrola a situação. Despedimo-nos apenas de meus pais e dos pais da Paula que estão na mesa e a cada passo que dou tenho a certeza que sou um homem de sorte, tenho ao meu lado uma mulher guerreira e determinada, estou com meu braço em volta a sua cintura, caminhando num silêncio confortante.

Chego ao carro, ligo ao segurança da minha pequena princesa, me certifico que está tudo bem. Seja lá o que for, que essa maluca da Paula está inventando, sei que é fruto da sua imaginação e depois de seus pais afirmarem que não estão envolvidos nessa loucura, posso desfrutar de uma noite de paixão com a minha sereia.

Prefiro levá-la para seu apartamento, enquanto não coloco a Paula no seu devido lugar, não deixarei ela fazer nenhum mal mais a Bárbara. E pelo que conheço da louca da minha ex-mulher, é bem provável que amanhã ela estará plantada na portaria do meu apartamento.

- Linda posso passar a noite com você?

- Deve. Mas com uma condição! Que esqueçamos dos problemas. E claro, só para dormir, estou morta de sono. - E abre um lindo sorriso, com um jeitinho safado, sei que não é isso que quer.

E resolvo entrar na brincadeira.

- Eu sabia que você era uma mulher compreensiva.

- Igualmente, meu gentleman.

- Você acha que sou um gentleman? - Vou me aproximando de mansinho.

- E como tal espero que cumpra com a promessa. - Ouço sua voz quase como um sussurro e desejo.

- E qual foi essa promessa? - Questiono-a, com um fogo nos olhos. – Aquela que pedi para passar a noite com você?

- É, e que apenas dormiremos.

- Venha aqui e me beije, antes que eu decida elevar minha voz e acorde todos os seus vizinhos.

Ela fica me encarando.

- Um beijo e depois vamos tomar um banho e dormir.

- Se você insiste.

Vou me aproximando, cada vez mais, sua respiração está alterada, a pupila dos seus olhos dilatadas.

- Você promete?

- Huhummmmm

Todos os músculos do corpo da Bárbara ficam tensos, não tento beijá-la, quero que sinta o desejo que sinto por ela primeiro. Pego sua mão e coloco o dedo indicador inteiro na minha boca e sugo sensualmente. Ouço um gemido de prazer.

- É impressão minha, ou está tentando me seduzir?

- E de acordo o seu corpo, estou conseguindo.

- Você poderia simplesmente ir logo com isso, estou com sono sabe?

Sei sim, qual é a cama que esse corpo está pedindo. Me aproximo de seu ouvido. – Como é impaciente... Falo suavemente e puxo seu corpo ao meu e encosto ela na parede. Faço sentir apenas a força do meu corpo junto ao seu, encosto minha ereção junto a sua virilha. Permaneço nessa posição apenas a encarando durante alguns segundos. Sua respiração está cada vez mais acelerada.

- Então? - Ela fala, sem ar - Estou esperando um beijo prometido.

- Guarde sua ansiedade minha sereia. Eu quero só que você se lembre do que estará perdendo, por me fazer prometer que não poderei te tocar essa noite. Não perco mais tempo com esse joguinho, tomo sua boca com todo fogo e paixão. Ainda ofegantes, encostados na parede da sala, ouço a sua voz, ainda baixinho:

- Eu te amo, e vou estar ao seu lado sempre!


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