Do alto do céu, nas nuvens,
vislumbro o Corcovado, o Pão de Açúcar,
a Pedra da Gávea e a Floresta da Tijuca,
– o mistério e a magia da cidade mais bela do mundo. (Vislumbro e me deslumbro.)
Ao chegar no Galeão, minha alma canta, em tom maior, e eu vejo o mar, as aves e ilhas – as maravilhas do Rio. (Todas me arrebatam.) O ar da terra me invade – o ar dor da raça, o ar da praia, o ar da graça. Desço com certa solenidade como se estivesse chegando no paraíso – um plano de fantasia e plena liberdade. Peço licença a São Sebastião, aos deuses do Carnaval e ao povo carioca – o mais feliz que eu já vi. Ao pisar o chão do coração do Brasil, meu peito pulsa e eu sinto, dentro, um frenesi. Atravesso túneis e sóis, em êxtase e volúpia, e de repente estou entre os Jardins do Flamengo. (Dá vontade de viver tanta beleza. E eu quase choro.) Passeio pela Baía, pela Enseada, pela Lagoa, até chegar a meu destino – um lugar que não existe! Copacabana sorri sensual, abre os braços e me envolve. Avassaladoramente. Eu me entrego, possuído pela paixão. (E, enfeitiçado, gozo.)
CAIRO TRINDADE
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