domingo, 19 de julho de 2015

Sr. G - Capítulo 32


Capítulo 32

Carlos Tavares Junior...


Desanimado e meio que decepcionado pela provável mentira da minha menina, abro a porta do meu quarto e qual não é a minha surpresa ao me deparar com a visão mais linda e emocionante que já tive a felicidade e o prazer de encontrar, ajoelhada sobre os calcanhares, com as costas retas, a cabeça baixa e as mãos descansando sobre o colo, vestida apenas com uma lingerie preta transparente com tulipas negras bordadas, cinta liga e meias pretas. A sensação que me invade é a que se tem ao se chegar ao final da imensa descida de uma montanha russa, porque foi nisso que ela transformou a minha vida, isto é, em uma sucessão de momentos maravilhosos, empolgantes e de perder o fôlego, com direito, inclusive, a frio na barriga! Ela está tão ou mais linda do que nos meus sonhos, pronta, provocadora e entregue. Imediatamente sinto minha ereção pulsando e meus instintos mais primitivos tomam conta de mim...

Na penumbra do quarto, ela contrasta com as chamas das velas acesas como uma bela e etérea figura, cuja imagem martela em meus sentidos. Seria pouco dizer que estou somente surpreso, porque estou muito além disso, encontro-me num misto de felicidade e incerteza diante de alguns porquês que tentam invadir meus pensamentos...Essa sensação aumenta quando percebo que, ao seu lado, estão alguns acessórios que gosto de usar e que nunca mostrei a ela. Ao desviar meu olhar, vejo, na beira da cama, uma das maletas pretas em que guardo alguns dos meus adereços sexuais, o que esclarece, em parte, a cena à minha frente.

Por sua posição, subentende-se que ela está disposta a me conhecer melhor e sua postura indica que confia em mim e que aceitará o meu domínio. Como se a lhe dar uma resposta positiva e eloquente, encaro-a com os olhos em chamas e não me contenho:

− Você é simplesmente a mais bela visão que tive o privilégio de admirar e a melhor surpresa que recebina minha vida.

− Verdade? – ela é sensual e provocante quando pergunta, parecendo mover suas articulações faciais para evidenciar sua pinta “foda-me”, que tanto me hipnotiza −Ora, então porque continua parado como dois de paus nessa porta ao invés de virtomar sua surpresa? Passei a tarde toda procurando conhecer aspectos do senhor dos meus desejos que ainda não conhecia.

A menção à palavra senhor mais uma vez funciona como um apelo ao meu desejo de dominação sobre seu corpo e alma. 

− E o que foi que a minha menina mulher descobriu do seu senhor? – não falo mais nada porque sua conduta e palavras são suficientes para me mostrar que ela está bem consciente de algumas de minhas preferências sexuais... apenasme movo em direção à cama, já tirando a gravata que aperta meu pescoço e sem deixar de vaguear meus olhos em cada curva dela.

− Descobri que ele tem um ótimo bom gosto, que ele não exagerou nem uma vírgula quando falou da Maria Dolores e que sua casa é esplêndida. Mas,quantoao que mais ela descobriu, ele terá que desvendar o mistério sozinho...

− Então, isto significa que a minha menina mulher está aqui há bastante tempo? – cautelosamente a sondo, circulando a cama, sem deixar de admirar seus olhos ansiosos e captar a respiração presa em seu peito.

− Acho que quase o dia todo. Afinal, precisava precaver-me e deixar o trator preparado e prontinho para mim caso não fosse bem aceita pelo senhor dos meus desejos – ela brinca, mas, no fundo, a incerteza quanto ao que esta noite poderá significar fica clara em seus olhos.

− Não ser bem aceita? – deslizo a seda da gravata por seu dorso e as luzes bruxuleantes das velas mostram seus pelos ficando arrepiados – Não nesta vida! – acrescento, feliz por seu corpo responder a mim tão prontamente – Aliás, você será bem aceita em todas as vidas das que eu puder usufruir − nas últimas semanas, convivemos como amantes, aproveitando todos os momentos possíveis para nos conhecermos um pouco mais. Ela abriu-se para mim quanto ao seu traumático e trágico passado, cujas repercussões no que ela é hoje foram muito bem percebidas, analisadas e absorvidas por mim, de forma paciente. Nunca imaginei o quanto isso tudo seria importante. Na verdade, foi um verdadeiro presente, pois me deu condiçõesde ter o discernimento necessário e adequado paraconciliar os meus desejos e inclinações sexuais à pessoa que ela é, para que tudo seja prazeroso para nós dois, no tempo devido.

− Fiquei em dúvida... – ela continua provocando-me, mordendo os lábios − Você deixou-me solitária e carente esta manhã ao desprezar meus lábios. 

− E foi por isto que mudou de ideia quanto aos seus planos para esta noite? – toco, levemente, seu ombro com a gravata, descendo-a até seu colo lentamente, com uma vontade imensa de substituí-la por minhas mãos...seus arrepios intensificam-se e percebo-a contorcendo-se disfarçadamente por causa da sensação que a seda produz em seu corpo. Preciso ganhar tempo, uma vez que a emoção de a encontrar na posição de uma submissa foi grande demais para mim, porém, o fato de ela ter achado e aberto a maleta conflita com as deliciosas emoções que estou sentindo, fazendo-me oscilar entre o aborrecimento por ela invadir a minha privacidade e o alívio por se mostrar receptiva ao que encontrou. É de suma importância que eu consiga detectar e compreender bem o que ela está sentindo e imaginando quanto ao significado de cada item que encontrou. Considerando-se suas experiências de infância, o conteúdo da maleta pode detonar nela o medo do desconhecido ou suposições infundadas, por isso devo ter muita sensibilidade e maestria ao lhe mostrar que existe uma finalidade específica para cada um dessesacessórios que, se apropriadamente manuseados como aprendi nos anos de meu treinamento, despertarão prazeres nunca antes sonhados por ela.

− Não houve mudanças de planos, meu senhor... – ela sussurra entre gemidos e com a respiração acelerada − meus planos de hoje estão definidos desde ontem à noite.

− Sabia que não falava a verdade nesta manhã! – debruço-me sobre ela, com a expressão bem séria, e toco seus lábios com os meus. Ela entreabre a boca, receptiva, mas, eu recuso a oferta e afasto-me. 

− Uma mentirinha boba, não acha? – ela lança-me um olhar sensual, deslizando sua mão pelo próprio corpo, em movimentos sedutores.

− Se foi mentira pequena ou grande não gosto de nenhuma delas, Patrícia – digo, severamente, observando como ela absorve minhas palavras – Hoje, não vou me zangar porque, na verdade, foi apenas uma estratégia para não estragar a surpresa que me faria, mas, quando se tratar verdadeiramente de uma mentira, farei com que arque com as consequências.

− Huuum... bem, então, como se trata de uma... digamos... travessura, significa que receberei grandes gostosuras? – sua mão desliza pelo meu peito, sobre a camisa. Seguro seu pulso com força, mas não para machucar, forte o suficiente apenas para imobilizá-la.

− Não, minha menina! Essa travessura vai render a você uma punição, sem você ter garantia alguma de que será prazerosa, porque a decisão está irrevogavelmente em minhas mãos – manuseio a gravata agora por sua barriga, subindo até um seio e passando para o outro, numa espécie de tortura, deixando-a ansiosa e incerta quanto ao que serei capaz de fazer. Paradar mais ênfase ainda às minhas palavras, afasto a renda que cobre seu seio direito, levo minha boca até ele, sopro várias vezes, deixando o bico ainda mais enrugado do que já estava. Toco-o, muito levemente apenas com a ponta da minha língua, mas ela empurra-o contra minha boca para que o tome completamente. Levanto a cabeça para fitá-la e esclareço-lhe – Eu decido quando e como a degustarei. Você deve limitar-se a aguardar o que estou reservando-lhe – desço minha boca novamente ao mesmo seio e, embora delicadamente, dou-lhe uma mordida, seguida de um belo chupão, durante o qual ela não consegue deixar de gemer alto.

− Ah, meu senhor... Muito mal esta punição... porque não é completa, servindo só para me fazer desejar muito mais disso! – minha menina, você não faz nem ideia das coisas que lhe farei desejar hoje diante da variedade de acessórios que você escolheu dispor sobre a cama, penso comigo.

Ela está aqui para mim, na minha cama, esperando-me e totalmente entregue.Seus olhos brilham a ponto de ofuscar qualquer incerteza. Esta menina mulher é minha! Somente minha! E hoje serei dono dos seus desejos mais profundos. Assim que acabar esta noite, ela terá a exata consciência de quem sou eu, o seu senhor. E se, depois, ela aceitar-me como sou e permanecer ao meu lado, vou mostrar-lhe que não sairá nunca mais da minha vida. Não quero mais viver inseguro quanto ao futuro de nossa relação após o impacto das revelações que ainda não lhe fiz. Ela merece saber toda a verdade. A maleta foi apenas o primeiro passo para desvendar os mistérios que ainda lhe estão ocultos e que serãorevelados muito brevemente. Porém, estou consciente de que apenas isso não determinará se seguiremos em frente ou não, mas sim, o tempo, queé exatamente o que precisamos ter. 

Respiro fundo para afastar o nervosismo e poder concentrar-me em fazer aquilo que faço de melhor. Estou cientede que nada vai ser como antes após esta noite, mas, tenho a certeza de que moverei céus e terra para fazer com que cada momento seu ao meu lado valha a pena. 

− Está tudo bem? – pergunta-me ao perceber meu silêncio enquanto fito seus olhos.

− Tudo certo! – vagueio meus dedos lentamente por seus braços, já antevendo o que a bela cabeceira da cama, desenhada e esculpida com desenhos provençais vazados, vai dar ensejo, se não esta noite, em muitas outras que se Deus quiser ainda teremos. Percebendo que seu corpo dá mostras de estar gostando das minhas provocações, mesmo adorando sua posição sentada sobre os calcanhares, necessito dela em posição ainda mais vulnerável. Então, coloco-a deitada de costas na cama, amarro seus pulsos com a gravata e levanto-os acima da sua cabeça, de maneira a prendê-la à guarda da cama – Perfeita! – observo seus olhos atentos – Linda! – exclamo, sentindo minhas bolas doerem diante de sua aceitação à minha condução, que a leva a ficar numa posição que a deixa à minha mercê. Fico uns momentos apenas admirando-a como a uma obra de arte. MINHA obra de arte!

Só há uma coisa atrapalhando a perfeição do momento e sei que necessito ser completamente honesto e verdadeiro com ela, principalmente porque, como já frisei para ela várias vezes, não gosto de mentiras, o que é ainda mais inaceitável entre duas pessoas que se amam como nós o fazemos. Portanto, serei o mais transparente de todos os seres, deixando-a conhecer a minha alma e tudo o que fui capaz de fazer para tê-la em meus braços. Que Deus ajude-me a fazer com que ela entenda e acredite que nada vai mudar em nossas vidas com minha revelação e que sou capaz de retribuir todo o seu amor e digno de toda a confiança que depositou e ainda depositará em mim. Não vou machucá-la nunca.Porque, acima de tudo, o que desejo é que cada conversa, sorriso, discussão e cada emoção fiquemmarcados em nossos corações a vida inteira. 

− Sou o Dom Leon! – falo na lata porque não há como amenizar uma revelação como esta. 

Silêncio total...meu coração acelera... Seus olhos estão imensos em seu rosto lindo, mas, não me deixam perceber o que ela está pensando a respeito do que lhe disse.

− Você é o Dom Le... – ela não consegue terminar de falar porque cai na maior gargalhada, daquelas incontroláveis, mas extremamente prazerosas. Ela ri tanto que confesso que me deixa espantado, porque não entendo sua reação. Esperava tudo, menos isso. Será que ela está rindo de nervosismo? Porque já percebi que a Patrícia ri de situações das mais inusitadas, primeiro, para, só depois disso, conseguir demonstrar a reação condizente ao caso em questão. Apesar do riso incessante, vejo deslizar uma lágrima por seu rosto e meu coração fica apertado, muito inseguro e, admito, com medo do que ela possa estar realmente sentindo e que a gargalhada mascara... Apesar disso, ela não consegue parar o incessante ataque de risos – Leôncio... − ela fala alguma coisa entre as risadas, mas, não consigo entender, fazendo com eu tenha que esforçar-me mais para compreender o que ela continua dizendo, com muita dificuldade de conter o riso – ...eu imaginei... – mais altas gargalhadas que, de tão gostosas e contagiantes, fazem com que eu renda-me ao momento e esqueça tudo o mais, juntando-me a ela e gargalhando junto.

− Você enganou-me mesmo... – mais risadas gostosas– ...isto não se faz... – as palavras começam a sair mais claras, mesmo que ainda entre risos – ...eu cheguei a imaginar o Dom Leon parecido com o amigo do Pica... – ela ri mais alto, não conseguindo continuar falando. Desistindo de entender sua reação e deixando para falar disso novamente em outra ocasião, começo a falar.

− Minha tão desejada e escorregadia quimera, esta foi a única maneira que encontrei de me aproximar de você sem que fugisse de mim que nem o diabo da cruz. Na verdade, eu não sou o Dom Leon propriamente dito, porque esse perfil foi criado pelo Nandão. No mesmo dia em que descobri que ele tinha esse fake no facebook, também percebi que você o havia adicionado como amigo. Mal pude acreditar na coincidência do destino que, uma vez mais, tentava entrelaçar nossos caminhos – enquanto conto os detalhes de como tudo aconteceu, percebo que suas risadas vão diminuindo e ela tenta puxar os braços – Não te imobilizei para que não fugisse de mim ao lhe revelar este segredo, mas, porque quero dar-lhe o maior prazer possível em situações diferentes das que está habituada. Entretanto, não podia prosseguir com isso enquanto não fizesse esta confissão, pois o que vamos fazer a partir de agora exige total transparência e honestidade de ambas as partes – agora, tendo cessado suas risadas, sua expressão torna-se uma incógnita para mim, o que, na verdade, não me intimida nem um pouco e continuo contando cada detalhe, desde minha descoberta quanto ao perfil do Nandão até quando eu apossei-me dele e comecei a manter contato com ela, tendo ambos a chance de ter muitas conversas para conhecermos um ao outro. Ela olha bem diretamente para os meus olhos e suas palavras firmes surpreendem-me... aliás, essa menina gostosa vive a fazer isso...

− Carlos Tavares Junior, depois de eu contar-lhe as coisas que imaginei a respeito do Dom Leon, você vai ser capaz de rir comigo... e muito. Mas, o importante agora é você confessar isso a tempo de eu não me sentir traída e enganada e, também, de não se tornar uma violência contra você mesmo, porque percebo o quanto isso deveria estar entalado em sua garganta, preocupando-o muito por ter que agir de maneira oposta ao que você é, essa pessoa transparente, sincera e honesta! A certeza de que você fez isto porque eu, de fato, dificilmente lhe daria uma chance em condições normais, obriga-me a não ser dura, mas, honesta o suficiente para admitir que foi, sim, uma “traquinagem” muito inteligente de sua parte, que chega a me deixar lisonjeada por você chegar ao ponto de ir contra seus princípios mais arraigados para me conquistar! Conhecendo-o como o faço agora, sei o quanto deve ter sido difícil para você manter essa situação escondida de mim. Justamente por isso é que tenho ainda mais certeza tanto da intensidade de seu amor por mim quanto do meu acerto em escolher você como meu dom... huuuum... deixe-me ver... meu Dom Garanhão! Isso. Porque você é forte, garboso e... nooossa... muito similar àquele em que me inspirei para chamá-lo assim, um garanhão que sabe muito bem como montar e dominar uma potranca! Sou toda sua para fazer de mim o que desejar, meu senhor!

Meu Deus!! Nunca, em toda a minha vida, fui do medo total à felicidade suprema tão rapidamente! Essa mulher é a Pandora que abriu para mim, diferentemente da outra, uma caixa cheia de surpresas sempre maravilhosas e que me tirou do vazio emocional em que vivia, fazendo com que eu visse que para lá de qualquer conduta programada e ditada por regras, existe o amor entre duas pessoas, que faz com que tudo valha a pena, não necessitando de classificações e de enquadramento a qualquer roteiro preestabelecido. Agora, resta-me o prazer de lapidar minha joia bruta e rara, a fim de que conciliemos nossos desejos e prazeres. Minhas mãos voltam a passear por todo o seu corpo e, tal como em todas as vezes em que nos amamos, não fico tentando aplicar tudo o que aprendi em meu treinamento, de maneira mecânica e desprovida de sentimentos, mas sigo apenas meus instintos, minhas vontades e meus anseios em atender suas necessidades, dando-lhe a maior satisfação e prazer do mundo.

− Patrícia Alencar Rochetty – a menção ao seu nome torna-a atenta ao que vou dizer e ela encara-me – Eu preciso que você prometa-me que, a partir desta noite, vai conversar comigo a respeito de qualquer dúvida que tiver ao meu respeito. Quero que você tenha total e irrestrita confiança em mim e conheça tudo o que tenho de melhor e pioraté o fundo da minha alma.

− Pior, é? – ela arqueja e puxa o ar com força, num claro sinal do quanto está apreensiva, mesmo que essa tenha sido uma tentativa de, brincando, disfarçar sua ansiedade e nervosismo.

− Hunhum... sim... pior. Mas, primeiro, preciso que prometa isso. – minha língua desliza da sua face até sua orelha, meu hálito quente causa arrepios em sua pele – Tenho certeza de que você vai gostar de tudo o que vier depois disso.

− Dom Garanhão, o que já conheço do fundo da sua alma já me basta, porém, se existe algo que queira acrescentar, vou receber tudo de braços abertos... ops... – ela levanta a cabeça divertida – ... quero dizer, de braços levantados e fechados por sua gravata...

Ela ainda não me faz a promessa e eu busco dentro de mim o autocontrole, a paciência e a tolerância para lidar com a questão, porque, desta vez, sua audácia não me amolece. Não abro mão de que fique claro que levo tudo isto muito a sério e com muita responsabilidade. Não basta ela dizer que quer entregar-se, porque são apenas palavras, eu preciso mesmo é que ela compreenda a dimensão dessa entrega, na qual um simples toque meu significa a posse da sua alma sem eu ter que pedir licença, pois sua mente tem que se condicionar a responder a todos os estímulos que eu proporcionar-lhe sem questionar absolutamente nada. É principalmente por isso que a confiança é o pilar fundamental desse tipo de relacionamento, porque ela terá que estar segura de que não ultrapassarei seus limites e eu que ela sempre será sincera e honesta quanto a qualquer coisa que fizermos, dizendo-me do que gosta ou não, do que lhe é aceitável ou não, do que lhe dá muito ou pouco prazer, entre outros. Só assim, por meio de tentativas, é que poderemos construir um relacionamento forjado por meio de consenso, tornando nossa relação totalmente segura e sem o perigo de ela escapar-me, ficando como que enraizada a mim como eu a ela.

− Prometa-me, Patrícia! Essa promessa é a base um relacionamento como este. Eu tenho que estar seguro de que você sempre esclarecerá qualquer dúvida comigo, seja a meu respeito ou do que estamos fazendo.

− Dom Garanhão, prometo, prometo e prometo... porque tenho total e absoluta confiança em você, meu senhor! – ela enfatiza a promessa para mim, com uma voz firme, séria e fitando-me nos olhos, provando-me que, de fato, está assumindo o compromisso de cumprir o que está a prometer.

− Nunca se esqueça exatamente do que está a me prometer agora – falo, já com voz de comando − Estarei aqui com você hoje... − ponho os dedos sobre sua testa e, depois, espalmo minha mão do seu lado esquerdo do peito, a fim de mostrar-lhe bem o que a verdadeira entrega significa – e aqui...sempre! − concluo.

− Se a insistência em que eu faça essa promessa tem o objetivo de me assustar, informo que começa a fazer efeito.

− Não é. Jamais farei intencionalmente nada que a machuque ou que a magoe. O alicerce da confiança é a verdade, que não deve deixar brechas para a invasão do talvez. Confie em mim, minha menina, tudo que mais quero é que você crie asas para voar, porém com a certeza de que tem um porto seguro para onde voltar, porque lhe darei muitos motivos para sempre querer estar comigo – seu modo de olhar faz com minha ereção torne o espaço justo da minha calça, muito pequeno para contê-la.

Tudo devidamente claro e a promessa feita, fico admirado e feliz pelos itens que ela tirou da maleta, porque, sinceramente, tinha dúvidas se ela não piraria quando se deparasse com tudo aquilo. Nesta noite, vamos averiguar quais deles ela tolerará e, com o tempo, descobriremos outros mais. E é justamente a partir disso que vou começar a explorar.

As velas espalhadas pelo quarto permitem que eu enxergue algumas fitas pretas e vermelhas, um par de algemas com as quais já prendi seus pulsos finos e delicados, um plug anal um pouco maior do que eu usei nela em outra ocasião, com um rubi na parte externa, bolinhas tailandesas cromadas − levanto a sobrancelha admirado por sua ousadia − e um vibrador. Percebo que ela acabou, não sei se consciente ou inconscientemente, selecionando acessórios que não causam dor, dando preferência àqueles usados mais em sexo baunilha dos mais apimentados, mas, mesmo assim, um grande passo para desmistificar a noção equivocada que ela tem de relações D/S, que acredita que devem, necessariamente, incluir dor.

Enquanto tiro, uma a uma, cada peça de roupa do meu corpo, nossos olhos, que não se desviam nem por um momento, parecem conter um mundo de significados. Os dela refletem a insegurança e as dúvidas que vagam por sua cabeça, os meus demonstram que ela pode e deve confiar em mim para inseri-la neste mundo. Não adianta eu ficar dando-lhe longas e técnicas explicações, porque isso quebraria o clima, além do que, certas coisas ela só vai entender na prática.

Uma relação D/S é bem particular e específica, sendo construída a partir do consenso a que ambos, dominador e submissa, chegam juntos, baseados na experiência deles dois um com o outro e não em outras que por ventura tiveram com outros parceiros. E os apetrechos específicos ea indumentária adequada são coisas que ajudam a criar um clima, sim, entretanto, para mim, o mais importante num relacionamento dessa natureza não é o que se faz, mas o que o outro pensa que poderá ser feito. Eu entendo que a tortura psicológica é de longe muito mais eficiente do que qualquer tortura física, porque, na verdade, trata-se de algo que deve, acima de tudo, proporcionar prazer. E, apesar de o limite entre realidade e fantasia poder ser extremamente tênue, com confiança, cuidado e consentimento é garantido o prazer mútuo. E, agora, posso acrescentar que um amor como o meu e o de minha quimera coroando todos esses aspectos, torna tudo infinitamente melhor e, devo dizer, muito mais intenso e quente.

Quero cuidar bem de minha menina, porque meu prazer será tão maior quanto for o dela, porque é por ele movido... ela é minha e eu quero que ela esteja feliz e satisfeita, então, ao conseguir que ela fique assim, alcançarei o meu próprio prazer na mesma intensidade ou maior do que aquele que ela sentir. Monto sobre seus quadris, prendendo-a entre as minhas pernas, espalmo minhas mãos em seu baixo ventre e vou subindo-as sempre apertando os locais por onde passam, até chegarem aos seus pulsos, que solto da gravata, cheirando, lambendo e beijando cada um deles. Olho para ela e, agora sim, dou-lhe um beijo profundo, forte e exigente. Quero deixá-la muito, mas muito excitada mesmo para o que vou fazer-lhe.

− Minha menina surpreendente, você viverá sensações que nunca viveu antes – pego ao seu lado o plug anal, passando-o por seu braço nu, fazendo com que cada pelo do seu corpo arrepie-se com o contato do acessório e por causa do medo que sente por não saber onde e como vou usá-lo. Ponho o plug em sua boca e digo-lhe – Chupe-o bem gostoso, como se estivesse saboreando meu próprio pau e encharque-o com sua saliva. – ela obedece sem qualquer hesitação ou protesto, provando que sua entrega é real – Perfeita – digo, orgulhoso – Não esperava menos de você, quimera. – a visão dela chupando o plug leva-me à loucura e quase que perco o controle ali mesmo, mas, recorrendo à velha disciplina, continuo, colocando minhas mãos trêmulas sobre os bojos de seu sutiã, acariciando seus seios, ao que ela responde levantando os quadris contra mim, roçando-os contra minha ereção. Começo a fazer um movimento de vai e vem com meu membro na extensão do seu monte de vênus gostoso. Ela vai ficando cada vez mais excitada e aumentado a velocidade de seu roçar contra mim. Sem que ela sequer pisque, puxo os bojos de seu sutiã com força, rasgando-o ao meio e tirando-o pelos seus braços com violência. Sua única reação é uma rápida parada de seu corpo nos movimentos que fazia para, então, arquejar contra o plug e, então, retomá-los com mais rapidez ainda.

Desço minha boca para seus seios, mordiscando cada um deles e, com um braço, procuro na maleta uma das garrafinhas com óleo. Quero a que tem o formato de um anjinho, representando, na verdade, o Cupido. Ele contém um óleo que, ao ser colocado em um local em que haja compressão ou fricção, esquenta e dá uma sensação muito gostosa, principalmente se há penetração de alguma forma, que é facilitada pelo próprio óleo. Não deixo de degustar seus seios enquanto faço isso. Ao achar o vidro certo pelo tato, saio de cima dela, viro-a de bruços e começo a dar leves mordidas em suas costas, até chegar ao seu bumbum delicioso. Mordo igualmente ambos os lados de suas nádegas e faço com que ela fique de joelhos, porém mantendo braços e cabeça colados à cama.

Agora é que começaremos a ver o quanto ela vai gostar ou não de alguns acessórios... Como o sutiã, rasgo, sem qualquer aviso, sua calcinha e, sem delongas, lambo toda a extensão de sua vagina, também ali dando leves mordidinhas, não deixando de intercalá-las com chupadinhas e palavras.

− Menina gostosa e com sabor inebriante, você gosta de sentir minha língua e boca provando você e penetrando em cada recando deste lugar simplesmente enlouquecedor, não é? – ela apenas balança a cabeça em sinal afirmativo, virando a cabeça e olhando para mim, que estremeço de tesão ao ver como ela ao mesmo tempo chupa o plug. Besunto os dedos de minhas duas mãos com o óleo que selecionei e começo a fazer movimentos bem no meio de sua bunda, de cima para baixo e de baixo para cima, sempre fazendo uma leve pausa ao passar por seu lindo buraquinho enrugado. Ao mesmo tempo, começo a penetrar sua vagina com um dedo, depois dois. Ela grunhe até que eu digo-lhe – Quietinha! Não autorizei você a gemer, autorizei? Olhe para mim e responda, Patrícia. – ela olha, com uma expressão esgazeada e faz um não com a cabeça.

Começo a aprofundar a ponta de um dedo em seu ânus, devagar entrando um pouco mais, enquanto continuo masturbando-a com a outra mão. É notório seu estado de excitação e intensifico mais os movimentos de ambas as mãos, até que meu dedo já está todo em seu interior. É quando enfio mais um, também devagar, até chegar ao final. Como não lhe permiti gemer, ela mexe-se quase que de maneira incontrolável. Fico encantado com a camada de suor que vai cobrindo-a e aumento ainda mais a velocidade de meus dedos em sua vagina, abrindo os dois que estão em seu orifício traseiro, num movimento de tesoura. Percebo que ela está quase gozando, o que não quero que absolutamente aconteça agora, tiro meus dedos de dentro dela, pego em seus cabelos e puxo-a contra mim com força, a ponto de fazer barulho quando suas costas batem em minha parte frontal.

Chego minha boca pertinho de seu ouvido e sussurro:

− Está gostando do que teve até agora, minha menina? – diante de seu silêncio, exulto pelo fato de ela ter entendido que só deve falar quando eu permitir. Ela faz um movimento afirmativo com a cabeça, tendo seus olhos cerrados de tanto prazer. Coloco minha língua em seu ouvido e exploro-o, enquanto retiro o plug de sua boca, substituindo pelos dedos que estavam em sua grutinha quente – Prove o seu sabor gostoso, menina. Então você entenderá o porquê de eu gostar tanto de prová-la e lambê-la naquele lugar... isso... chupe!

Coloco o plug em minha própria boca quando tiro meus dedos da dela, pegando as bolinhas tailandesas cromadas selecionadas por ela e colocando-as uma a uma das três em sua boca.

− Mantenha-as aí até que eu as tire, entendeu?

Ela novamente balança a cabeça em sinal positivo, porém, não sem antes mostrar um ar gozador que me deixa intrigado. Faço-a voltar à posição anterior, com seu belo derrière voltado para cima, usando meus dedos outra vez em ambos os locais. Após alguns minutos, retiro apenas os dedos de seu ânus, pego o plug que está em minha boca e, vagarosamente, vou inserindo-o onde meus dedos estavam. O movimento de minha outra mão fica mais acelerado e digo-lhe.

− Vai, menina, monta gostoso em minha mão, que você está encharcando de tanta excitação, deixando-me maluco para enfiar o meu pau todinho nesse seu recanto de mel – enquanto vou dizendo essas palavras e masturbando-a, consigo enfiar completamente o plug no seu outro buraquinho. A visão do rubi piscando em sua bunda é uma coisa de abalar o mundo de um pobre mortal como eu! Nunca imaginei que seria tão difícil manter o controle numa situação dessas com a Patrícia. O que era brincadeira de criança com outras submissas com as quais me relacionei, com ela é um teste terrível de resistência. Se não desacelerar, vou virar um verdadeiro troglodita e a comerei com violência e loucura.

Tiro meus dedos de sua vagina, levo minha mão até sua boca e ordeno:

− Abra a boca e dê-me as bolinhas, Patrícia. Agora!

Ela obedece prontamente e libera as três pequeninas bolas, que pego e seguro em minha mão, e novamente estampa uma expressão de riso em sua face que, uma vez mais, deixo para lá para não quebrar o clima do momento. Volto à sua vagina após lamber toda sua espinha e meto minha língua o mais fundo possível em sua grutinha encharcada. Agora tenho absoluta certeza que ela está praticamente gozando. Então, passo a chupar seu brotinho e vou colocando, uma a uma, as bolinhas em sua vagina, morrendo de inveja por não ser meu pau. Ela, num primeiro momento, arrepia e fica dura, mas, com minhas chupadas, acaba distraindo-se. Inseridos os acessórios nos devidos “lugares”, levanto-me da cama e coloco-a novamente ajoelhada, sentada sobre seus calcanhares. Ele olha para mim como se não acreditando que eu parei com as carícias. Abaixo-me até o nível de sua boca, passo minha língua por seus lábios e digo contra eles:

− Minha menina linda – ela estremece com o sopro de minha voz em seus lábios − A partir de agora, vou exigir um pouco mais de você... – ela arqueja ansiosa − Como você sabe, passei o dia trabalhando e, por este motivo, você terá que ser boazinha e aguardar aqui quietinha, exatamente nessa posição, enquanto tomo o banho mais rápido da história. Enquanto isso, procure focar sua atenção no que sente com esses acessórios dentro de você, invadindo-a e fazendo esquentar seus deliciosos buraquinhos... porque, quando eu voltar, você nem imagina o que farei com você – ela morde os lábios e seus olhos brilham. Seus cabelos reluzentes como caramelo estão caídos em seu rosto, então, faço uma trança neles, amarrando-a com o menor pedaço de fita que encontro. Coloco sua trança para a frente de seu ombro e não me contenho ao ver sua nuca exposta, mordiscando-a. Ela estremece todinha, mas, obedecendo minha ordem anterior, não geme. Estou realmente muito fascinado com sua resposta tão pronta à submissão que lhe imponho. Embora esteja impaciente para a tomar e entrar com tudo em seu corpo, hoje não se trata dos meus desejos, mas, dos dela. Sussurro em seus ouvidos o que acho que estou dizendo mais para mim do que para ela...

− A paciência é um ponto fundamental para o que lhe espera – mordisco sua orelha e mais estremecimentos são detonados em seu corpo – Fique aqui, nessa posição e espere-me o tempo que for preciso. Espero que não me desobedeça, porque só você perderá o muito do que estou a lhe proporcionar...

Levanto-me da cama e sorrindo dirijo-me ao banheiro.

Já no chuveiro, ligo a água gelada para acalmar minha tremenda excitação, o que é quase que impossível porque não consigo tirar da mente a imagem da posição dela aguardando-me. Acho que foi o banho mais rápido que tomei na vida. Mal o termino, percebo que meu celular vibra sem parar. É claro que não vou atender, porque tenho coisa muito boa aguardando-me. Não posso sobrecarregá-la com a espera logo em nossa primeira vez. Mas, o danado não para de vibrar enquanto me enxugo. Coloco a toalha na cintura e olho o visor, que indica que é o Nandão, o qual resolvo atender porque não é do feitio dele insistir quando não atendo na primeira chamada.

− Fala, boneca! A não ser que seja uma coisa muito importante, desligue agora se não quer ser morto quando eu encontrá-lo.

− Cara, tentei falar com você a tarde toda.

− Passei praticamente o dia todo nas adegas, onde não pega sinal de celular, você sabe. Mas, o que aconteceu para deixar você assim tão preocupado?

− A sua Patrícia aconteceu, seu Dom Fujão! Ela enviou mensagem inbox ao Dom Leon hoje e imediatamente tentei falar com você que, agora ficou claro, não teria como atender!

− Ela está comigo agora e já sabe do lance do Dom Leon. 

− Isto é bom, porque você deve mais uma para mim, cuja conta vai aumentar ainda mais quando eu enviar todo o papo que rolou para você. Vou encaminhar inbox mesmo, então, acessa seu Messenger, ok? E cara, vou te falar, fiquei puto da vida e revoltado quando percebi que ela foi vítima de violência doméstica!

− Não sei o que você conversou com ela, mas vou desfazer o equívoco e dizer que esta é a única e a última vez que lhe digo algo a respeito do assunto. Nunca mais falaremos disso outra vez, ok? E mais, você está terminantemente proibido de fazer qualquer referência sobre isso, mesmo que de leve, para ela. Ela presenciou a violência doméstica na própria casa durante toda a sua primeira infância, violência esta que acabou em tragédia. Então, obviamente, este é um assunto não permitido em hipótese alguma. Quanto ao favor, tudo indica que, desta vez, tenho que admitir que te devo uma. Prepare seu traseiro para receber uma forte e profunda estocada como agradecimento...

− Não nesta vida, bonequinha! Vai lá, cara, estou enviando a conversa e acho importante você ler.

− Não mude de assunto e não tenha medo, boneca! São apenas 23 centímetros de comprimento e algumas polegadas de circunferência.

− Guarde essa informação para um melhor proveito, porque para mim não faz diferença alguma saber ou não isso.

Ele desliga o telefone e eu não consigo deixar de sorrir com nossas brincadeiras. As mensagens começam a chegar sem parar. Apesar de estar com pressa de voltar ao quarto, leio tudo atentamente e impressiono-me com a coragem dela em se expor tanto apenas para me agradar... Não tenho dúvida de que esta mulher completa-me!

De volta ao quarto, vestido apenas com um jeans surrado que peguei no closet no caminho, observo-a aparentemente calma aguardando-me, o que é desmentido pelos seus mamilos arrepiados e prontos para serem sugados. Para mim, o que pareceram instantes, para ela representou um longo tempo. Sua perfeição é digna de ser eternizada em uma escultura.

Misericórdia. O que esta mulher provoca em mim é uma coisa louca.

− Estou orgulhoso de você – pego o vibrador que ela escolheu, ligo-o e deslizo-o lentamente por seu corpo até chegar a seus seios, alternando o toque do brinquedo erótico entre um e outro. Sua garganta estremece com a sua respiração acelerada − É adorável ver o seu corpo arrepiado. Levante-se, Patrícia. – ela morde os lábios, solta um longo suspiro e levanta-se com muita dificuldade, comprimindo uma coxa na outra. Não querendo que ela sofra ou tenha qualquer desconforto, ajudo-a carinhosamente. O líquido viscoso que desce por suas pernas deixa-me ao mesmo tempo em dois extremos contraditórios entre si, isto é, satisfeito e sedento. Novamente me esforço para me conter e chego o vibrador próximo à sua vagina, encostando-o em sua entrada. Sei que essa vibração faz com que as bolinhas agitem-se dentro dela, causando um prazer enorme, ao mesmo tempo que, ao contrair-se, faz o plug também exercer sua “magia”. − Pode gemer e gritar, menina. Quero ouvir essa sua voz rouca gritando de prazer. Mas, você não tem permissão para gozar até que eu diga que pode − ela estremece e tenta falar alguma coisa, porém, sua boca seca dificulta sua fala e não entendo o que ela praticamente “grunhe”. Ainda mantendo o autocontrole, vou até o frigobar e pego uma garrafa de água gelada, exibindo-me para ela no caminho, porque sei o quanto ela adora o meu corpo – Está com sede, minha menina?

– Um pouco − levo a garrafa até ela e faço-a beber. Escorre um pouco de líquido por seu pescoço e colo, que eu não tardo em sorver, chupando-o de todos os locais de seu corpo para onde escorreu. Ela está tão vulnerável e emocionalmente afetada, que não consegue beber direito. Sensibilizado, resolvo facilitar-lhe a vida, ingerindo um grande gole de água gelada e passando de minha boca para a dela, que se abre obediente quando me aproximo.

− Obrigada, senhor!

Meu pai do céu, a ereção que mal consegui diminuir com o banho gelado volta a pulsar dura e pungente ao ouvi-la chamando-me de senhor de uma forma tão doce!

− Acho que você não assimilou bem minhas ordens... – pego sua trança em uma de minhas mãos, espalmando-a contra sua cabeça e puxo-a de forma lenta e firme até que seu rosto fique próximo ao meu – quando foi que permitia você que falasse, mesmo que fosse para agradecer? – ela resiste bravamente e não responde à minha provocação, embora eu veja sua usual e maravilhosa chama de rebeldia brilhar em seus olhos. Sem soltar sua trança, busco seus seios e meus dentes trabalham sobre eles, sugo de forma firme, sentindo o calor do seu sangue convergir para eles a cada chupada e isto me leva à loucura, minhas bolas parecem cristalizar-se em pedras, meu membro dói de encontro ao jeans justo. Ela murmura alguma coisa e mais uma vez não consigo decifrar, apenas vejo em seus lábios a insinuação de algum desabafo.

− Se tem alguma coisa a dizer, Patrícia, você tem permissão para dizer agora tudo o que lhe vai na alma, em alto e bom som. Quero saber tudo o que sentiu e pensou desde que começamos este jogo – ela fita-me com uma expressão de dúvida irônica, como se estivesse a ponderar a respeito do que deve ou não falar − Entendeu? Tem algo a falar?

E outra vez ela deixa-me completamente embasbacado com sua reação. Ela gargalha e gargalha sem parar, não sei se porque realmente está divertindo-se mesmo ou como uma reação a tanta sobrecarga emocional que lhe está sendo imposta. Se bem conheço minha menina, o nervoso pesa mais na balança... Uma vez mais é difícil não me deixar contagiar por seu riso ininterrupto, mas, primeiro tenho que descobrir se o que o causou é o bom humor mesmo ou o nervosismo diante da situação. Tenho que conseguir deixar absolutamente claro para ela que sou um dominador, sim, mas, antes de me denominar como qualquer coisa que seja, ela tem que estar segura de que sou um homem honrado que a respeita acima de tudo – massageio seus seios duros com ambas as mãos, belisco-os forte e ela imediatamente para de gargalhar e geme alto, parecendo ter ficado tremendamente excitada com a dor que a ação lhe causa. Faço uma anotação mental de que mesmo ela sentindo dor, seu corpo responde e aceita muito bem, respondendo ficando excitado.

− Agora, diga-me tudo o que está sentindo, sem me desrespeitar com suas gargalhadas, que quero saber se são por estar realmente achando algo engraçado ou porque está temerosa e nervosa com algo. Fale, Patrícia, por que riu tanto?

− Tenho permissão para rir e falar livremente, senhor Dom Garanhão? – fico aliviado em ver que seu velho e bom tom de troça está de volta, porque estava com receio de que ela estivesse completamente apavorada com o que estava fazendo com ela. Apenas aceno com a cabeça num sinal afirmativo e ela continua, claro que já rindo, perceptivelmente aliviada por poder falar e agir sem ter que se policiar – Se você tivesse a menor ideia do que imaginei para que serviam algumas dessas coisas que estavam na maleta, você estaria rindo comigo, Carlos. – ela passa a falar entre risos – Sabe essas bolinhas bonitinhas que estão causando uma sensação e tanto dentro de mim? Eu achei que eram aquele brinquedinho que a gente balança para uma bolinha bater uma na outra, esqueci o nome agora, sendo que até tentei brincar como se faz com o brinquedo... – ela ri muito e não consigo evitar de gargalhar com ela ao imaginar a cena − ... como eu não consegui, é lógico, fiquei imaginado que seriam usadas como uma espécie de açoite em mim, mas, entre elas e o abominável chicote, aqueles prendedores esquisitos ou aquele negócio que parece uma espátula, preferi escolher as bolinhas, mesmo porque, na verdade, fiquei super curiosa para ver como você brincaria com elas. Aí, pensei comigo, Nossa Senhora dos Brinquedinhos Esquisitos, não deixe que minha curiosidade volte-se contra mim, por favorzinho. Já pensou você açoitando-me com isso? Acho que ficaria completamente louca e seria capaz de cometer atrocidades contra você... quem diria que, ao contrário do que pensei, a sensação dessas bolinhas dentro de mim, com o plug na minha zona quase “proibida”, combinadas com o que esse vibrador faz e sua boca trabalhando em meus seios, levariam-me à loucura, quase fazendo-me querer experimentar tudo e um pouco mais do que tem naquela maleta. Além disso, ao ver a imitação de rubi na ponta do plug, não pude deixar de imaginar aqueles homens que fazem de tudo para comprar um anel de rubi para usar no dedo mindinho... aff... logo me vi com um anel enfiado no.... bem... você sabe onde, né? Juntamente com um dedo asqueroso de um desses homens... você há de convir que seria uma cena bem engraçada...

É impossível não rir com e de minha quimera. Fico imaginando a cena dela pegando cada um dos acessórios e deixando sua fértil imaginação correr solta. Não posso negar que deve ter sido uma cena muito divertida, porque assim é minha menina, mesmo com medo, sempre encontra motivos para uma boa piada. Após rirmos bastante, quero deixar claro para ela como me sinto.

– Patrícia, não quero correr o risco de exagerar e apresentar a você um mundo desconhecido de maneira grotesca, precipitada e que fará com que você fique horrorizada a ponto de não entender a importância e a essência da magia de sua entrega para mim. Tal entrega vai além do que seus olhos veem, porque não é meramente física, mas, principalmente, sua alma unindo-se à minha para caminharmos como se estivéssemos ligados um ao outro por toda a eternidade, não podendo haver você sem mim nem eu sem você...

− Você é tão profundo! – ela diz num sussurro − Faz tudo parecer tão simples, mas, eu tenho muitos limites rígidos e, no fundo, confesso estar com um pouco... não, com bastante medo, na verdade. Se bem que, do que vi e tive até agora, pode continuar fazendo a apresentação do seu mundo, porque só estou gostando muuuito... – essa mulher é muito irresistivelmente gostosa. Até sendo irônica consegue excitar-me.

− Já lhe disse, com outras palavras, que o limite rígido de cada um é algo a ser descoberto por meio de tentativas, conosco sendo absolutamente honestos um com o outro... – paro de falar, solto seus seios, abaixo-me até a cama e pego as algemas − Posso te garantir que esse é um caminho longo considerando-se todas as possibilidades que temos à nossa disposição... – encosto-me em suas costas, roço minha ereção em sua bunda, pego seus braços, afasto-me um pouco ao mesmo tempo em que os trago para trás e, com muito cuidado, prendo-os nas algemas − Teremos altos e baixos nessa caminhada, até irmos descobrindo seus limites brandos e rígidos – ela puxa fundo a respiração – Fique certa de que nada vai mudar o que vivemos até agora. Não vou considerá-la menos ou inferior nunca por não conseguir fazer coisas e aceitar acessórios que pense que eu possa apreciar, porque nenhuma de minhas preferências neste momento é verdadeira para nós, porque elas serão descobertas de acordo com o que você vier a aceitar, uma vez que a premissa para eu ter prazer é você ter muito prazer, sem nada que possa trazer-lhe qualquer desconforto. Para você entender melhor, é como se eu fosse algo que foi desmontado e que será reconstruído da maneira que você achar melhor para poder funcionar, sendo que é você aquela que encaixará minhas peças de acordo com o que julgar aceitável e correto. Nada do que fui antes será importante após você reconstruir-me, porque serei feito única e exclusivamente para o seu deleite. Primeiro você fica satisfeita para, só depois, eu também ficar, porque sem isso, não há qualquer possibilidade de eu ter prazer. É assim que funciono, entende? – volto à cama e pego a venda que ela também deixou separada − Não vivo de ideias preconcebidas e imutáveis, muito pelo contrário, estou aqui para ser o homem que existe para lhe dar prazer e respeito – amarro a venda em seus olhos enquanto sussurro − É quase um crime ocultar o brilho dos seus olhos, mas, hoje é importante que você sinta e desfrute de tudo também com seus sentidos que não dependem da visão – volto a pegar o vibrador que deixei na cama para algemá-la e vendá-la, coloco-me à sua frente, toco sua boca com a minha e seus lábios sugam os meus como se ela fosse uma gladiadora sedenta.

− Gosto de ver como você responde a mim... abra as pernas – ela é obediente e afasta as coxas, gemendo muito. Ela continua muito molhada e, sem aviso, encosto o vibrador em seu brotinho, enlaço sua cintura com o braço livre e levanto seu corpo até o ponto em que seus seios ficam à altura de eu poder chupá-los, lambê-los e mordiscá-los, enquanto deixo-a degustar de todas as sensações causadas por estar usando e sendo invadida por tantos acessórios que antes poderiam apenas lhe ter trazido impressões negativas e errôneas.

– Durante anos da minha vida, vivi num mundo que respeito e aprecio, mas, você tem que acreditar que não há nada nesta existência que seja mais prazeroso e amado por mim do que viver ao seu lado – percebo que, embora extremamente excitada, ela ouve-me atentamente. Não sei onde foi que ela viu, pesquisou ou até mesmo leu que deve ficar calada e atenta ao que o dominador diz, só posso dizer que isso me emociona, o que ficou ainda mais intenso quando ela desabafou, momentos atrás, suas dúvidas, preservando uma de suas principais características, o seu bom humor. Esta foia mais linda e maior demonstração de que ela quer dar a oportunidade de eu dividir com ela quem eu sou, não deixando de ser quem ela é, a pessoa que amo desvairadamente do jeitinho que é. Motivado por tudo isso, continuo – Não preciso dizer a você o que esta maleta significa para mim, nem tampouco que não vou impor-lhe nada do que não queira. Esta cabecinha deve estar fervilhando com suposições e medos frente a um mundo desconhecido. Porém, nós dois temos uma vida toda pela frente. Não vamos diminuir a importância e dimensão do que estamos vivendo, rotulando e querendo enquadrar nossas experiências em rituais ou regras que não fomos nós que construímos, porque se tudo isso estiver presente algum dia entre nós, foi porque juntos estabelecemos aquilo que nos interessa e faz com que fiquemos felizes e satisfeitos − não quero que se sinta horrorizada caso um dia eu prenda seus mamilos com um prendedor ou dê pequenos golpes em sua vagina com a chibata, que ela chamou de “algo parecido com uma espátula”...

Totalmente focado em lhe provar que não é necessário haver dor para que ela possa conhecer quem sou, torço o bico de um de seus seios até ouvir seu gemido de dor, quando paro e digo-lhe:

– Isto pode vir a ser muito prazeroso para nós dois, porém, a condição imprescindível para ser prazeroso para mim é, obrigatoriamente, ser prazeroso para você, convertendo-se numa coisa que você passe a desejar que eu faça. Você consegue entender o que falo?

− Entendendo ou não, já lhe digo que se for doer mais do que doeu na demonstração que acabou de me dar, prefiro nem experimentar nada parecido...– por um triz não rio... apenas a importância de eu permanecer levando as coisas com seriedade para que ela entenda como tudo funciona é que faz com que consiga conter-me.

− Sou um dominador minha menina, não um sádico! E há uma diferença muito grande entre ambos! O meu prazer não é infligir dor, mas, dar muito prazer e cuidar de minha menina, que, no seu caso, precisa não apenas gostar das coisas que faço como também chegar ao ponto de não ter qualquer problema em assumir que não pode viver sem os meus cuidados, aceitando isso sem medo e sem perder sua identidade. Porque, Patrícia, eu certamente não quero, e mesmo que quisesse não conseguiria mais, viver sem você! Se isso tiver que acontecer, uma parte minha morrerá e nunca mais será despertada por nada nem ninguém, porque é única e exclusivamente sua. A dor para um dominador só lhe dá prazer se é isso que causa em sua submissa. Se ela não sente prazer com o ato, a consequência é o dominador também não sentir, por isso é que lhe digo que ela não é imprescindível numa relação D/S, mas, sim, numa relação sadomasoquista, em que o dominador é um sádico e sua submissa uma masoquista, isto é, na qual ambos têm prazer, um em sentir e outro em infligir dor. Você entendeu bem a diferença?

− Entendi... – claro que ela não entendeu propriamente tudo, o que percebo pelo repuxar de lado de seus lábios. Mas, o importante é que ela entenda a essência, porque o resto ela assimilará apenas com a prática, porém, não posso negar que é muito estimulante ver o quanto ela está esforçando-se! E tudo porque me ama! Mas, agora é hora de ação, porque já a deixei muito na expectativa e sei o que os acessórios que estão dentro dela estão causando-lhe. Agora é hora de lhe permitir sentir o tal prazer do qual tanto lhe falo.

Posiciono-me novamente atrás dela, desligo e jogo o vibrador na cama, tiro-lhe as algemas, massageando seus pulsos com carinho, os quais beijo e dou pequenas lambidas, antes de soltá-los. Começo a mordiscar sua nuca, sugando-a após cada mordida, levo uma de minhas mãos até seu brotinho e começo a massageá-lo em movimentos circulares. Faço isso até que vejo que ela está completamente louca de tanto tesão. Então, paro e carrego-a no colo, ouvindo seu gritinho assustado quando o faço, e conduzo-a até uma namoradeira, na qual a acomodo de joelhos, com a parte do tronco abaixado e apoiado em seus braços. A visão de sua bunda, com aquele rubi no meio é tão linda e tentadora, que não me contenho e lhe dou um tapa de mão bem aberta, porém, não muito forte. Quando pensei que ela iria reclamar, ela geme alto, como se estivesse próxima a gozar. É claro! O tapa só intensifica as sensações causadas pelas bolinhas e o plug! Ora, seu Carlos, está virando um Dom Esquecidão por causa de sua obsessão por essa mulher, é? Repreendo-me mentalmente.

Ajoelho-me na namoradeira, por trás de sua bunda gostosa, abaixo-me sobre suas costas, volto a lamber e a mordiscar sua nuca e a masturbá-la. Faço isso até que sinto que ela está tão excitada que estará aberta ao meu próximo movimento. Volto a erguer meu tronco, porém sem deixar de masturbá-la, e começo a mexer o plug em seu ânus, colocando-o e tirando-o, mantendo-o bem fundo e girando-o, alternando esses movimentos.

– Se você soubesse como está linda. Sua resposta a tudo o que lhe faço é tão fodidamente gostosa e excitante, que tenho vontade de mandar todas as minhas intenções para o inferno e comê-la sem piedade. – ela não aguenta e, dianteda lascívia que minha torturaimpõe-lhe, ela solta um uivo delicioso de se ouvir, rebola suavemente e contorce-se, já nem sei mais se é de prazer ou para manter os movimentos que faço nela. Vejo que ela está pronta para me receber da forma que ela nunca recebeu alguém antes e devo admitir que o conhecimento disso torna-me mais territorial e selvagem. Deixo o plug de lado, pego novamente o frasquinho de cupido que coloquei em meu bolso traseiro quando peguei as algemas, abro minha calça e retiro-a com pressa e violência, volto a me ajoelhar atrás dela e besunto toda a extensão do meu duríssimo pau com muito óleo. É malditamente difícil fazer isso com a visão dela nessa posição à minha frente e fico imaginando minha romaria pelas adegas mais cedo para tentar diminuir minha excitação.

– Está difícil conter-se para não gozar, minha pequena? − ela suspira, mas não responde à minha provocação e isto me incentiva ainda mais a continuar com minhas intenções, pois ela está saindo-me muitíssimo bem. É incrível o quanto ela está encaixando-se na condição de obedecer aos meus comandos. − Você tem sido brilhante, fazendo por merecer a recompensa que logo lhe darei – volto a acariciar, com mais pressão, seu brotinho.

− Por favor, meu senhor! − ela implora e excita-me ainda mais, se é que isso é possível.

− Por favor o que, minha linda? – seu corpo mostra o quanto está no seu limite e, por hoje, vejo que ela atingiu um patamar de entrega e confiança surpreendentes. Vagorosamente, volto a inserir um dedo, depois dois em seu ânus, massageando-o e voltando a fazer movimentos de tesoura com eles. Dou um beliscão em seu clitóris e digo – Fiz uma pergunta a você, minha menina.

− Fez? – ela sussurra, parecendo desnorteada diante de tanta excitação. Não tenho a intenção de castigá-la, apenas preciso ter certeza do que ela pede e necessita – Ah, claro. – mais gemido e gritinhos – Por favor, enfia seu pau gostoso no lugar de seus dedos e faça-me gozar na mesma intensidade que estou excitada, senhor dos meus desejos...

A verbalização do que ela quer é tudo o que eu preciso para ter a garantia de que estou fazendo apenas o que ela pode e mesmo deseja suportar. Atendendo ao seu pedido, começo a inserir a ponta do meu pênis em seu buraquinho proibido, lindo, enrugadinho e rosado. Seus gemidos tornam-se cada vez mais altos e ela rebola ainda mais, testando toda a minha capacidade de contenção. Devagar, mantendo suas nádegas separadas com ambas as mãos, vou introduzindo meu pau no lugar em que eu estou sendo o único a ter o privilégio de entrar. Sinto que estou cada vez mais perto de atingir o local em que a passagem é mais estreita e difícil... dito e feito, tão logo consigo ultrapassar esse ponto, meu pau desliza todinho para dentro dela. Ela geme de forma desconexa e, desta vez, junto-me a ela nos gemidos excitados.

– Consegue sentir o quanto você excita-me, minha menina? – pergunto massageando com força seus grandes lábios e segurando sua garganta com a outra mão. Ela balança vigorosamente a cabeça. Começo a movimentar meu pau dentro dela, vagorosamente, a fim de que ela vá apreciando o movimento antes de acelerá-lo – Isto te excita? – ao ver novamente mais um de seus vigorosos movimentos de cabeça e ouvir um ruído incompreensível sair de sua boca, tiromeu pau de seu ânus para, então, empurrar fundo uma, duas, três... não sei nem quantas vezes. Ela grita, urra, geme e empurra sua bunda gostosa de encontro ao meu pau, como se pedindo mais – Deliciosa! Você vai levar-me à morte por ser tão gostosa e despertar-me tanto tesão – falo com a voz grossa e totalmente estremecida. Suas pernas tremem quando começo a bombear forte e rapidamente, até que percebo que tanto ela quanto eu estamos naquele ponto em que não há mais volta. Então, seguro o fio que permite puxar as bolinhas para fora de sua vagina, intensifico meus movimentos e lhe digo, praticamente grunhindo – Goza agora, minha menina! – mal termino de falar e ela geme desconexamente, espremendo meu pau a ponto de eu também quase explodir naquele momento. Então, puxo as bolinhas de sua vagina num movimento forte e único, o que faz com que ela grite muito alto, gozando e rebolando, a ponto de eu sentir o líquido escorrer de sua vagina sem parar! Eu mesmo pareço desligar-me do mundo real e passo a viver num mundo em que só há prazer incontrolável. Acho que nunca gozei tanto e tão longamente quanto o faço agora. Qualquer pensamento coerente escapa-me, só o prazer impera e a única coisa que percebo são nossos gritos intermináveis!

Após o que parecer ser uma eternidade, volto ao mundo real e dou-me conta do quanto ela deve estar cansada e sobrecarregada por tantas coisas novas. Seguro-a com carinho, levanto-a devagar da posição em que estava, pego-a novamente no colo, ponho-a deitada de costas na cama, beijo-a suavemente, sugando as lágrimas que correm por sua face. Vou beijando todo o seu corpo até chegar à sua vagina, onde passo a sorver todo o líquido que ela produziu.

− Você tem o mais delicioso néctar dos deuses. É impossível resistir a tomar todo o mel que você estiver disposta a me dar. Você surpreende-me a cada dia.

Chupo com força, como um homem faminto, e ouço novamente seus gemidos, percebendo que ela está novamente excitada. Olho para ela para confirmar se minha percepção é correta e vejo um sorriso satisfeito e safado insinuar-se em seu rosto. Intensifico os movimentos de sucção em seu brotinho. Abro seu grelinho com os dedos, substituo minha língua por outro dedo em seu clitóris, massageando-o com vigor, e enfio fundo minha língua em sua vulva, colocando e tirando, colocando e tirando... até que a ouço novamente gritar enquanto goza, liberando muito mais de seu mel para eu saborear... mulher gostosa, Deus do céu! 

Após beber até a última gota, engatinho sobre ela, beijando cada espaço da sua pele nua, parando na altura da sua pélvis, que encaixo entre minhas pernas, sobre as quais sento-me de maneira a não depositar todo o meu peso sobre ela. Com a mão direita levanto sua venda e fito seus olhos, que demoram a se acostumar com a claridade que as velas proporcionam. Ela pisca algumas vezes até focalizar seus olhos maravilhosos em mim. E o que vejo surpreende-me muito além do que imaginei, porque seus olhos demonstram confiança, amor, carinho e... gratidão. Uma única lágrima escorre por sua face. Meu coração dispara e, embora ainda tenha tanta coisa a dizer, minha voz sai embargada:

− Você está bem?

Ela não consegue proferir qualquer palavra e apenas acena positivamente com a cabeça. Seu gesto sensibiliza-me ao extremo, mas, também me desafia porque seu olhar de safada parece querer transmitir-me algo mais do que tranquilidade. Abaixo meu corpo até o seu e apoiado nos braços, chego os meus olhos bem próximos aos seus e sussurro delicadamente.

− Como você pode comprovar, não me caracterizo por marcar corpos... – faço uma pequena pausa, olhando mais firmemente em seus olhos − a minha intenção é sempre deixar a maior marca possível na alma... – ela morde os lábios, ciente das minhas palavras − e é exatamente esse tipo de assinatura que pretendo deixar na sua, minha menina! – encosto meus lábios nos dela, sem acrescentar uma só palavra a mais. Ficamos assim, por segundos, sem nada dizer, boca contra boca, olhos nos olhos até que eu digo − Eu quero ser o seu benfeitor – beijo seus lábios para silenciar o que parece querer falar e completo–Finalmente você pode conferir que não há absolutamente nada de degradante em ser uma menina que se entrega ao meu domínio, tendo muito prazer e sem ter que sentir qualquer dor que não queira – fecho os olhos e ouço sua respiração ofegante − Você foi esplêndida! Obrigada, meu amor!

Como um imã, sem podermos evitar, nossas bocas unem-se num beijo gostoso e lento, que reflete nossa lassidão pós-sexo.

− Preciso que confie plenamente em mim, minha amada quimera, sem que precise ter a necessidade de se retrair... – desta vez, é ela quem me cala com seus lábios para dizer contra eles:

− Você já tem a minha total e irrestrita confiança, meu senhor! Como sempre, você foi perfeito para mim, conseguindo não apenas derrubar meus medos um a um, como também me deixar com muita expectativa quanto ao muito mais que poderemos fazer nesse seu mundo de dominação... Nunca imaginei que ficar de boa, à toa, sem qualquer responsabilidade, deixando tudo totalmente nas mãos de outra pessoa fosse tão excitante e pudesse fazer-me ter orgasmos tão fortes, longos e pecaminosamente celestes, porque me senti como se flutuando em direção ao paraíso, meu Dom Garanhão... Aliás, com relação aos orgasmos que me proporciona, há um recado que há tempos tenho que lhe transmitir e esqueço-me de o fazer. Um grande, fiel, íntimo e inseparável amigo, conhecido como Sr. G, agradece-o muito por todo o prazer que você tem proporcionado a mim e a todas as coisas boas que tem me ensinado. De acordo com ele, nós estamos desfrutando muito de tudo isso e esperamos continuar desfrutando pelo resto da vida...

Puta que o pariu!!! Suas palavras, se entendi bem, têm o poder de fazer o meu mundo ruir e eu chegar bem perto de me tornar uma besta incontrolável dado ao ciúme que sinto com o que ela fala. Que porra de agradecimento é esse? Quem é o desgraçado que ousa conhecer nossa intimidade e, ainda por cima, agradecer e desfrutar de tudo o que vivemos?!?!?! Um calafrio sobe por minha espinha, sinto que uma raiva enorme vai espalhando-se em todas as minhas terminações, um barulho surdo martela em meus ouvidos e eu só consigo dizer, com a voz sufocada:

− Patrícia, eu não compartilho... Acho um profundo desrespeito e sacanagem de sua parte expor nossa intimidade para outro dominador e até mesmo pensar que eu poderia tolerar esse tipo de atitude abominável. Tenho até medo de minhas reações se eu pensar um pouquinho mais a respeito disso que você acabou de me falar, porque sou capaz de matar com minhas próprias mãos esse filho da puta! – começo a respirar fundo, várias vezes, para tentar acalmar-me, o que é difícil porque imagens dela com outro, fazendo as coisas que fizemos, fazem-me enxergar vermelho. E o que a minha louca menina faz? Claro... dispara a gargalhar sem parar! Deus, eu nunca estive tão próximo de cometer uma atrocidade! Mas, de repente, um estalo forte pipoca em minha cabeça. Não há qualquer possibilidade de minha menina ter qualquer outro homem, pois sua entrega a mim é total e inegável, além do que, se eu peço que ela deposite confiança em mim, tenho que fazer o mesmo com ela. Porque, se ela não estivesse segura ao meu lado, nem me diria o que o cretino do tal Sr. G pediu-lhe! Além disso, tampouco gargalharia diante da expressão assassina que estampo na cara...

Decididamente há uma história aí e eu tenho que esperar a bandidinha desembuchar, porque percebo, mais calmo, que ela está judiando de mim. Sem mesmo eu sequer pedir, ela passa carinhosamente sua mão por minha testa, dá um beijo carinhoso em minha face e diz:

− Essa sua reação faz com que pareça que o menino aqui é você, meu amor! O Sr. G é o seu maior fã e o que mais torceu para ficarmos juntos, porque você foi a única pessoa que atendeu aos seus anseios e proporcionou o que ele nunca tinha alcançado com mais ninguém, a não ser comigo – rosno agressivamente diante dessa última informação, não quero saber dos outros homens para quem ela deu prazer, porque sou capaz de exterminar um a um da face da terra. Mas, contenho-me e continuo prestando atenção ao que ela diz – Carlos, em toda a minha vida, eu nunca atingi o orgasmo com homem nenhum... você foi o único que alcançou tal façanha! – meu coração estremece com tal revelação, embora ainda não entenda o que esse babaca do Sr. G tenha a ver com a história. Ela continua falando enquanto faz carinho em meus cabelos – A única maneira de eu gozar era com estas próprias mãozinhas aqui ou, então, com meu pink, que era aquele vibrador que você viu em ação comigo naquela varanda... aliás, o coitadinho foi enterrado naquele dia e ainda me ajudou antes do derradeiro sepultamento – essa mulher vai, definitivamente, dar nós em meus parafusos! O que diabos está falando?

− Patrícia, seja mais objetiva e clara! Não estou entendendo muito bem o que está falando e continuo não gostando nadinha desse Sr. G cretino mando-me recados!

− Ai, Carlos, não seja ingrato! Ele só tem elogios a você... – ela para de falar ao ver a expressão brava que faço, para de rir e percebo que decide falar sério – Antes de você, meu amor, como estava dizendo, só atingia o orgasmo masturbando-me, seja com as mãos ou com o vibrador que, carinhosamente, chamava de pink e que estragou e foi para o lixo naquela noite da varanda. Ele não vibrava mais, era o fato de você estar lá me olhando que fez com que eu gozasse tão fortemente, não a vibração do meu pink. Você e sempre você, Carlos! E o Sr. G é como chamo o meu ponto G, que só se abriu para uma única pessoa além de mim mesma: novamente você, meu garanhão! Com quase 30 anos, já tendo... ai, desculpe-me por falar isso, mas, será só hoje para que você possa entender a importância do que estou contando-lhe e do quanto tenho convicção de que você é “O” meu homem! Então, não se zangue... bem, continuando, depois de ter transado com não sei quantos boys magias, muitos inclusive fazendo reais e muitos esforços para que eu chegasse lá, qual não foi minha surpresa ao encontrar um homem que conseguiu facilmente isso, sem muitos esforços!! É claro que após a surpresa, veio o pânico! Afinal, fiquei totalmente aterrorizada com a situação, acho que inconscientemente já percebendo que você seria o único a conseguir derrubar todas as barreiras que construí!! O resultado foi eu fugir o mais rápido possível, antes que você acordasse, porque se eu esperasse, acho que sabia que você teria simplesmente implodido absolutamente todas as minhas defesas... como, de fato, você fez, meu amor! Com isso tudo, com esta confissão, quero mostrar-lhe a magnitude dos meus sentimentos em relação à você... EU A-MO MUI-TO VO-CÊ, meu senhor!

Caralho!!!! Acho que vou ter um treco logo logo por causa dessa mulher! Se ela não me matar de tanto prazer, o fará com a enorme emoção que me faz sentir com suas palavras reveladoras, porém carregadas de significados profundos. Ela consegue mostrar-me, em cada minuto que passamos juntos e de maneiras diferentes o quanto realmente entrega-se a mim, em todos os níveis! Estou tão sufocado de emoção que sei que não conseguirei falar muito a esse respeito no momento, porque não vou, numa ocasião tão linda e especial como vem sendo esta noite, estragar tudo sendo um menininho chorão, como ela mesma me acusou de ser... Teremos muito tempo para conversar disso, porque o importante é que ela contou-me, confiando em mim e fazendo-me o homem mais feliz e realizado do mundo. Ah... e ainda afirmam que quem manda na relação é o dominador!! Pensar isso me faz rir ironicamente por dentro, porque sou um escravo dos desejos dessa mulher! Vê-la feliz, lépida e em estado de satisfação sexual e emocional permanentes é meu maior objetivo. Sua garra em se arriscar e enfrentar seus medos, inclusive revelando seus mais íntimos segredos para mim faz com que eu ame-a mais a cada dia e eu só consigo murmurar...

− Você é maravilhosa e também é o meu mundo, minha menina!!!

− Bem... estou aprendendo com o melhor, não é?

Ela dá uma piscadinha safada e, mais uma vez, nocauteia-me de emoção. Para não agarrá-la e começar tudo de novo neste momento, obrigo-me a levantar e digo-lhe:

− Agora, a princesa dos meus sonhos vai aguardar aqui enquanto eu preparo a banheira para lhe dar os devidos cuidados. Afinal, ela precisa de uma pausa e de muito carinho para poder usufruir de tudo o que a noite ainda lhe reserva. Além disso, sinto que tenho que ser devidamente apresentado a um certo amigo dela, que tem que ser igualmente satisfeito...

Vejo-a arregalar os olhos, abrir a boca em espanto e, depois, puxar o ar com força e voltar a me dar o seu velho e tentador sorriso safado! Como amo essa mulher!



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