domingo, 13 de setembro de 2015

Tour - Cidades Históricas - Paranaguá - SC


Chegamos a Paranaguá, dica da nossa amiga Cristiana Pereira 

PARANAGUÁ

O berço da civilização do Estado do Paraná

"Mãe do Paraná"

"O grande mar redondo"


Paranaguá é um município localizado na Microrregião de Paranaguá, na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, no estado do Paraná, no Brasil. É a cidade mais antiga do estado. 

Turismo histórico em Paranaguá

Importante localidade para o segmento do turismo histórico no Paraná, o município de Paranaguá foi o primeiro fundado no território paranaense, no ano de 1648, tendo sua colonização sido iniciada por exploradores que chegaram à região litorânea do atual Estado do Paraná devido às notícias sobre a presença de ouro. Logo essa notícia foi confirmada e muitos outros habitantes se instalaram na localidade.


Após o ciclo econômico do ouro, Paranaguá teve seu desenvolvimento social e econômico impulsionado pelas construções da estrada de ferro, ligando o litoral a Curitiba, e do Porto Dom Pedro II. Atualmente, esse crescimento ainda pode ser observado pelas edificações, monumentos e locais que se tornaram importantes para a história do município e também do Paraná.



Entre esses locais estão exatamente a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba e a Estação Ferroviária Dom Pedro II. Construídas durante a década de 1880, o início das obras da ferrovia contou com a presença do imperador e sua inauguração foi realizada pela sua herdeira, a princesa Isabel. Com uma arquitetura em estilo neoclássico, a estação foi tombada como Patrimônio Cultural do Paraná em 1990. Já a Estrada de Ferro foi uma construção considerada impossível de ser finalizada, porém, o engenheiro João Teixeira Soares conseguiu completá-la. A ferrovia é composta por mais de 40 pontes, viadutos e cerca de 14 túneis abertos nas rochas da Serra do Mar. Dentre os túneis, o maior é o denominado Roça Nova que apresenta 457 metros de extensão e está a 955 metros do nível do mar. Atualmente, o trajeto ainda é utilizado para transporte de cargas e como um passeio turístico para observação de belas paisagens e atrativos naturais como a cachoeira Véu da Noiva e o Santuário de Nossa Senhora do Cadeado.



O Porto Dom Pedro II, também conhecido apenas por Porto de Paranaguá, é de 1935 e tornou-se, com o passar dos anos, o maior porto de exportação de grãos do país. O local é uns dos principais escoadores de produção do Brasil, sendo o primeiro de toda região Sul. Entretanto, por se tratar de um local de cargas (com planos para tornar-se um porto de desembarque de turistas em cruzeiros), a visitação está liberada apenas com autorização prévia da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA).



Além dessas edificações e locais, Paranaguá conta com prédios históricos muito procurados pelos visitantes. Entre eles está o Mercado de Artesanato, que durante o século XIX era o ponto de comércio de pescados e que, após reformado, passou a abrigar produtos do artesanato local para venda. Já no início do século XX foi construído o Mercado Municipal do Café, com uma arquitetura inspirada no estilo art nouveau e que hoje em dia foi transformado em um espaço dedicado à gastronomia litorânea. Muitos afirmam que o local onde está instalado o Mercado Municipal do Café é o mesmo onde foi erguido o pelourinho em 1648, representando o poder Real português.



Símbolos do poder e da riqueza, são os casarões parnanguaras, sendo que alguns apresentam até a denominação de palácios. Esse é o caso do Palácio Visconde de Nácar, datado de 1840 e que durante muitos anos foi sede da Prefeitura Municipal e da Câmara de Paranaguá; e do Palácio Mathias Böhn, construído no século XVIII e reformado no final do século XIX, que tem esse nome em homenagem ao seu proprietário de origem alemã e atualmente é um posto de informações turísticas do município e também sua estação náutica.



Outras antigas residências também encontram-se conservadas, abrigando eventos, exposições ou associações voltadas à cultura. A Casa Cecy é uma antiga padaria e residência que marcou o início da colonização árabe em Paranaguá, construída por Musse e Esse Mattar Cecy e que após um processo de restauração tornou-se a Fundação de Cultura Nelson de Freitas Barbosa. Com construção datada do final do século XIX, a Casa Elfrida Lobo recebe esse nome em honra à sua proprietária, uma professora de francês que pertencia a uma tradicional família de Paranaguá. A bela edificação foi restaurada no ano de 2006 e é sede de instituições como a Associação Parnanguara de Artes Visuais (APAV), a Associação dos Artistas de Teatro, a Associação de Alcoólicos Anônimos (AAA) e os centros de Letras e de Valorização a Vida (CVV).



Na avenida Coronel José Lobo está localizada a Alfândega do Paraná, que foi inaugurada em 1911 e esteve em atividade até 1975 quando passou a abrigar a Casa do Homem do Mar, retornando a pouco tempo a sua função inicial. Do século XVIII encontram-se também duas antigas residências, a Casa da Cultura Monsenhor Celso e a Casa da Música Brasílio Itiberê. Nelas nasceram essas figuras ilustres do município, o religioso Celso Itiberê da Cunha e o diplomata imperial e embaixador do Brasil, Brasílio Itiberê da Cunha, conhecido também por suas composições poéticas e musicais. Por fim, outro prédio histórico de grande interesse em Paranaguá é o Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, construído na década de 1920 para abrigar a Escola Normal de Paranaguá. Com uma arquitetura neoclássica, o local preserva um altar em estilo barroco e foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural no ano de 1990.



Fora seus prédios, Paranaguá possui um monumento histórico que é a Fonte Velha, Fontinha ou Fonte de Cima, originada de uma fonte natural que era o único manancial de água potável, que no século XVII recebeu sua primeira construção e, com o passar dos anos, teve novas partes anexadas, até formar o monumento encontrado atualmente na praça Pires Padrinho.



Reunindo diversas construções está a Rua da Praia, ou rua General Carneiro, com casarões do período colonial e com influências da arquitetura trazida pelos imigrantes portugueses, a praça Newton D. de Souza e o mural de arte sacra sobre São Francisco das Chagas.



Como resultado de tantos atrativos que recontam a história do município de Paranaguá e o início da colonização do Estado do Paraná, o turismo histórico torna-se uma importante fonte de renda para a localidade e propicia aos seus visitantes maior conhecimento sobre Paranaguá e seus habitantes.

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Culinária


O Barreado, prato típico paranaense, tem sua origem nos sítios dos pescadores dolitoral, sabendo-se que em Paranaguá, Guaraqueçaba, Antonina, Morretes e Guaratuba é preparado há mais ou menos três séculos. 

. . .Mais tarde, este prato passou a ser consumido pelo caboclo, sobretudo no carnaval. O nome do prato originou-se da expressão “barrear” a panela com um pirão de cinza ou farinha de mandioca para vedar o vapor em seu interior.

. . .Compõe o prato: carne, toucinho e temperos, sendo um dos mais saborosos do Brasil. Sua origem perde-se no tempo, sendo preparado há mais de 200 anos no litoral paranaense.

. . .Contavam os antigos que os primeiros filhos de índias com portugueses (mamelucos e depois caboclos), quando vinham a Vila trazer os produtos da lavoura de seus patrões, aí ficavam para almoçar, comendo na cozinha; ao provar o "guisado" comum feito em casa, gostaram tanto que resolveram preparar esse prato no sítio em que viviam; de acordo com suas posses. Compravam então a carne de peito (a mais barata) e cozinhavam com toucinho e todos os temperos que conheciam; isso por várias horas, a fim de amolecer bem a carne. Porém, como o cozido secava depressa, devido o vapor que saia, tamparam a panela e passaram uma massa feita de farinha de mandioca com água ao redor, para não mais escapar o vapor. Deu certo a idéia que tiveram.

. . .Todavia, só faziam esse cozido pelo Carnaval, porquanto, durante o ano comiam apenas peixe com farinha, como faziam seus antepassados. É que, nessa época, a carne de gado era muito cara para eles.

. . . Como gostavam de dançar o "fandango" nos quatro dias de Carnaval, preparavam o tal "guisado' para comer durante essas quatro noites, tomando sempre a sua "caninha".

. . .Esse hábito tornou-se tradicional através dos anos. Por fim, veio para a VILA, mas com o nome de "barreado"; assim chamado porque barreavam a panela de barro com a tal massa de farinha com água fria. Como certas famílias austeras e cheias de preconceitos não queriam que seus filhos se contaminassem com os folguedos carnavalescos, que julgavam imorais, iam sempre passar esses dias momescos nos "sítios" onde tinham suas casas e plantações cuidadas pelos caboclos, seus empregados; ali ficando, às vezes, uma semana.

. . .Não tendo o que fazer no sítio, saiam visitar as famílias caboclas nos seus humildes casebres. Quiseram então provar o "guisada" cozido em panela de barro, tampada e barreada. Gostaram muito; convencendo-se que, de fato, a comida assim preparada, tornava-se mais gostosa. Ao voltar à VILA, as donas de casa resolveram fazer o mesmo com o guisado caboclo; preparando-o da mesma forma e achando interessante a idéia do praieiro em barrear a panela e dar o nome de "barreado" à comida assim feita. A imitação é própria da criatura humana. Daí o fazerem também só pelo Carnaval, a exemplo dos pescadores.

. . .A "receita" do "barreado" logo se espalhou por toda a VILA e aos demais vilarejos do litoral. E assim correram mansamente 200 anos. Essa é a "VERSÃO" dos nossos ancestrais. Como a panela era de barro, costumavam dizer (imitando o nosso caboclo): Vamos "barrear" a pane a, para não sair o vapor nem o cheiro das temperos. Assim sendo, está certo o apelido “BARREADO” feito na panela de barro, barreada com a massa de farinha de mandioca com água fria. . Pode-se então dizer que, o "BARREADO", pela forma com que é feito, torna-se o verdadeiro "precursor", da "panela de pressão"!

Receita do Barreado

Ingredientes (Para 15 pessoas)

5 kg de lombo agulha, limpo de gordura e cortados em quadrados de cubos de aproximadamente 3x3 cm; 
½ kg de toucinho defumado picados em pedaços bem pequenos; 
3 cebolas grandes picadas; 
3 dentes de alho amassados; 
1 colher de sopa rasa de cominho em pó; 
1 colher de chá de pimenta do reino; 
sal a gosto (aproximadamente 3 colheres de sopa). 

Modo de preparo 

Colocar a carne em uma vasilha grande, depois coloca-se o restante dos ingredientes sobre ela. Misturar bem todos os ingredientes (com a mão) e deixar descansar por mais de 2 horas. Após o tempo sugerido, colocar tudo dentro de uma panela de barro de 15 litros (nunca usar panela de metal ou pressão). Em seguida colocar água suficiente para cobrir a carne e tampar a panela.

Como fechar a panela

Prepara-se com água fria e farinha de mandioca natural (que não tenha sido retirada a goma, pode-se encontra-lá no litoral do Paraná), uma massa com consistência que não seja nem dura nem mole, que se possa modelar.

Com a tampa já na panela, tapa-se toda a beirada da tampa por onde o vapor d’água sai. O envoltório de massa de farinha de mandiocadeve Ter no mínimo 3 cm de espessura e uns 7 a 10 cm de largura.

Como cozinhar

Cozinhar em fogo lento aproximadamente durante 12h, de preferência na véspera ou 1 dia antes, podendo ser esquentado na hora de servir.

Como servir

Coloca-se 2 ou mais colheres de farinha de mandioca no prato, e com uma concha retira-se da panela um pouco do caldo fervente e mistura-se com a farinha fazendo um pirão escaldado. A seguir, acrescenta-se porções de carne sobre o pirão.

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