Se na temporada anterior os roteiristas começaram a reduzir as tramas de True Blood,
nesta sétima e última todos os excessos foram sublimados para dar lugar
à despedida emocional de uma das séries mais controversas da
atualidade.
Não há dúvidas que o excesso de tramas prejudicou o andamento da
história a partir da terceira temporada, mas nesta as coisas voltaram a
ser simples ao focar nos dramas dos moradores de Bon Temps. Embora o
clima apocalíptico causado pela hepatite vampiresca tenha chegado à
cidade, as tramas se mantiveram no psicológico de seus personagens,
criando um clima de isolamento do restante do mundo. É assim que surgem
as revoltas entre os próprios moradores e a constatação de Sookie e sua
trupe de que as cidades ao redor estavam devastadas. Era necessário
recomeçar.
Para esse recomeço, alguns personagens tiveram que retornar e
outros partir Tara e Alcide, já sem algum propósito na trama, deram
adeus de forma repentina, como a morte tem que ser. Nesse clima de
despedidas, vimos Sookie mergulhar em questionamentos existenciais e
filosóficos a respeito de sua própria natureza. O processo de evolução
de Sookie foi o foco da temporada, mostrando o quanto as atitudes da
fada geraram consequências na vida dos que ama e na vida de todos na cidade. A reaproximação com Bill foi necessária para colocar um ponto final na trama principal da série.
As reviravoltas em Bon Temps começaram com a chegada de Bill e
sua despedida encerrou com equilíbrio um ciclo narrativo. A lição para
Sookie é que depois de tanto tempo e sofrimento para aceitar quem ela é,
não valia a pena desistir de tudo por causa do amor. Despedidas foram necessárias.
O ponto alto do último ano foi a trama de Eric Northman, sua eterna parceira Pam e a caça a Sarah Newlin. A conhecida crítica social
e religiosa da série estiveram presentes, assim como alguns elementos
de bizarrice. Entretanto, a trama demorou a engatar e as soluções foram
fáceis e rápidas como se precisassem encerrar uma história que não era o
foco. Outras tramas como a de Sam, Jessica, Jason e Arlene também foram
encerradas às pressas.
True Blood sempre apresentou uma história onde personagens comuns e ordinários se deparam com o sobrenatural, sem nenhum glamour ou embelezamento. No fim, com a partida de Bill e tudo o que ele trouxe consigo, a calmaria da vida ordinária voltou a dominar.
Por fim, foi uma temporada que conseguiu, ainda que aos trancos e
barrancos, finalizar as tramas de seus personagens e celebrar a vida
existente na pequena cidade. Não foi o melhor series finale da história da TV, mas foi coerente com o espírito da série.
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