Melissa
_
Stone? Mel? Só uma palavra, por favor!
_
Como é desembarcar das paradas de sucesso direto para um Distrito Policial?
_
É verdade que a banda sempre gostou de orgias com menores?
_
Quantas garotas você molestou antes dessas?
As perguntas são atiradas por todos os lados sem a menor consideração, enquanto deixamos o Departamento de Polícia de Los Ângeles. Os seguranças nos ladeiam. Uma multidão de repórteres e paparazzi tem um circo montado nos impedindo de chegar até o nosso carro. Greg lança comandos zangados para eles recuarem. Liam aperta a minha mão na sua. Essa é sua única reação. Ele parece estoico. Apenas seu maxilar cerra, demonstrando que está incomodado, mas, se mantém calado, como os advogados o instruíram. Há duas semanas chegamos à LA. Liam está mais forte fisicamente, se recuperando da cirurgia numa velocidade espantosa. Mas, a exposição da sua, da nossa vida na mídia tem o atormentado. Tem nos atormentado. Ele está sendo brutalmente atacado. Todos os dias tem algo novo em algum jornal sensacionalista. Meu coração dói por ele. Um site de celebridades local nos citou como o casal mais odiado da atualidade. Liam os processou, mas, como tudo na Internet, já havia sido alardeado.
Quando Liam teve alta
no Rio, havia dois agentes federais norte-americanos o aguardando para
escoltarem de volta à LA. Esse foi o primeiro baque que meu amor sofreu. Sua
prisão preventiva foi decretada. Toda a mídia deu ampla cobertura. Foi o voo
mais longo da minha vida. Todos nós estávamos com os nervos à flor da pele. No
entanto, quando pisamos no LAX, os advogados de Liam já tinham impetrado um habeas corpus preventivo e fomos para
casa respirando momentaneamente mais aliviados. Seus avós voaram conosco
também. Eles não querem sair do lado do neto nesse momento difícil. Os caras
estão praticamente hospedados em nossa casa. Estamos nos revezando para não
deixar Liam se abater. Temos feito progressos, mas, ele está mais
introspectivo. Eu posso perceber uma sombra em seus olhos. Seu sorriso perdeu
um pouco da luz. Eu realmente odeio o que estão fazendo com ele.
Liam acusou formalmente
Chris Hart de manipulação de imagens, calúnia e difamação, danos morais e
chantagem, uma vez que ele tem todas as conversas telefônicas gravadas. Os
advogados estão pedindo duzentos milhões de dólares de reparação para o Hart. O
caso tem ganhado o mundo. Liam e Chris são o assunto em todos os canais
midiáticos. Chris teve a ousadia de aparecer em nossa casa parecendo
desesperado, negando ter enviado as fotos para a mídia. O homem tem mesmo uma
cara de mogno[1].
Em compensação, os fãs da banda têm surpreendentemente se mantido firmes. Eu
nunca vi uma devoção tão grande. Nunca vi nada tão bonito em toda a minha vida.
O apoio deles é tocante, revigorante.
_ Caiam fora, porra!_
Elijah rosna, tomando a nossa frente. Ele parece pronto para esfolar alguém.
_
Você também tomou parte nisso, Elijah? _ um repórter bem
conhecido de um canal local empurra o microfone no rosto de Elijah. Uh! Ele é
corajoso, dada a expressão assassina no rosto de Elijah.
_ Que tal você ir se
foder, hein? _ Elijah ri ironicamente em sua cara. _ que tal todos vocês,
filhos da puta irem se foder? _ ele rosna de novo e há uma comoção com sua
explosão. _ e só para responder à última pergunta, você conferiu o top 10 da Billboard esta semana? _ ele ri com
desdém. _ dê uma olhada. Faça a porra da sua lição de casa antes de vir com
essa especulação ridícula. A banda não vai acabar. Nunca! Nós somos a
DragonFly! Nós, porra! Liam é e sempre será o nosso líder. Nós não precisamos
da merda de vocês. A única resposta de que precisamos está em nossas portas todos
os dias. Está nas nossas redes sociais. Está na nossa música que ainda é a mais
ouvida, apesar de tudo que estão fazendo para destruir o bom nome do nosso
irmão. _ há um silêncio tenso agora. Os caras se juntam à ele e Greg aproveita
para escoltar Liam e eu rapidamente para dentro do SUV. Ainda ouço Elijah encerrar:
_ então, senhores, façam-nos um favor: vão se foder, porra!
Eu rio mesmo diante da
tensão. Elijah é tão delicado quanto um rinoceronte bêbado. Liam e eu nos
acomodamos nos bancos de couro. Ele me puxa firmemente contra o seu corpo, seus
braços enrolando ao meu redor protetoramente. Retiro os óculos escuros, apoio
minha cabeça em seu ombro e levanto o rosto para olhá-lo. Ele eleva seus óculos
acima da cabeça.
_ Você está bem, baby?
_ sussurramos ao mesmo tempo. Sua boca se curva em sorriso suave, mas, seus
olhos ainda estão um tanto tempestuosos da confusão lá fora. Eu rio também e
toco seu rosto.
_ Estou bem. Você? _
ele assente e beija minha testa. Sua respiração saindo em rajadas. Eu sei que
não é fácil se manter em silêncio ouvindo tantas merdas da imprensa. Tenho medo
que ele quebre diante de tanto estresse.
_ Você está grávida,
baby. _ ele diz com profundo pesar em seu tom e puxa para trás para me olhar
nos olhos. _ não deveria estar exposta a tanta tensão.
_ E você está se
recuperando de uma delicada cirurgia. _ aponto suavemente. _ não se preocupe
comigo. Estou bem. _ eu rio tranquilizando-o. _ nós estamos muito bem. _ afirmo
tocando minha barriga de dois meses. Ainda é só uma leve linha côncava, mas,
Liam a beija e conversa com nosso bebê o tempo todo. Se for uma menina, ela
provavelmente ficará confusa, pois o pai só usa termos masculinos em suas
conversas. Não sei de onde ele tirou essa certeza de que estamos esperando um
menino.
Seu semblante suaviza e
ele cobre a minha mão com a sua no meu ventre. Aproxima a boca da minha.
_ Você é tão corajosa,
Srª Stone. _ sussurra, os olhos brilhantes, a tensão sumindo gradualmente.
_ Você também é Sr.
Stone. _ sussurro de volta. Levo minha mão num passeio lento pelo seu peitoral.
Ele está vestido formalmente hoje em um terno cinza escuro. Ele fica tão lindo
em ternos. Rio, bobamente. Liam fica bem em qualquer coisa, para falar a
verdade. Meu lindo e corajoso menino. Não sei quantos astros famosos iriam
enfrentar um processo por estupro, de cabeça erguida como Liam está
enfrentando. _ estamos mais perto a cada dia, baby. _ digo baixinho. Ele acena
e seus lábios descem sobre os meus num beijo delicioso, porém curto. Somos
interrompidos com a entrada de Elijah, Collin e Sean tomando assento à nossa
frente. Paul ocupa o lado passageiro e Greg arranca com o veículo, nos
colocando no tráfego.
_ Você não precisa se
indispor com a imprensa por minha causa, Elijah. _ Liam diz e Eli o olha como
se meu marido tivesse perdido o juízo. _ digo, você já não tem uma boa relação
com eles, por que piorar isso?
Eli bufa e ri
diabolicamente.
_ Tá de brincadeira,
irmão? Eu adoro colocar esses filhos da puta em seus malditos lugares! _ nós
rimos.
_ Obrigado, irmão. _ Liam
diz e Elijah levanta o punho fechado. Liam o toca numa saudação típica de
caras. _ caras, vocês são foda. _ ele estende e os outros tocam seus punhos com
o dele. Eu nunca me canso de ver a amizade fraterna entre eles. Estou com os olhos
marejados. Liam me olha sorrindo e beija meus cabelos suavemente.
_ A qualquer hora,
parceiro. _ Elijah ri orgulhosamente.
Chegamos em casa cerca
de trinta minutos depois e Liam vai para o escritório com os caras. Sara me
segue até o quarto. Sim, ela está aqui comigo. Minha maninha se nega a sair do
meu lado até tudo estar resolvido. Minha linda maluquinha é assim, dedicada e
amorosa. A empresa lhe deu um mês para ficar com a família antes de ir
definitivamente para a Alemanha. Liam e eu estamos esperançosos de que ela aceite
o cargo de RP na Stone Records. Ele fez uma proposta generosa. Sara ganharia
três vezes mais do que seu salário atual, mais moradia livre em um apartamento
num dos edifícios que ele possui em LA. Mas, ela está relutante e eu sei o
motivo: Elijah. Eles estão em uma espécie de trégua depois dos últimos
acontecimentos, porém, Sara não quer um envolvimento direto com o galinha do
mundo do rock. Eu a apoio nisso, no entanto, não quero minha irmãzinha longe de
mim. Torço para que Elijah pare de assediá-la e encontre outro alvo o mais
rápido possível. Embora eu tenha uma suspeita de que Sara já se transformou em
um desafio para ele.
_ Como foi no Distrito?
_ ela indaga, sentando-se na cama, enquanto troco minha roupa formal por um
vestido leve.
_ Uma tortura. _ eu
suspiro pesadamente. _ eles fizeram as mesmas perguntas milhares de vezes na
esperança de Liam se atrapalhar no depoimento.
Ela acena taciturna.
Então, seus olhos brilham antes de mencionar:
_ A propósito, o
babacão deu um show para a imprensa. _ eu rio, terminando de puxar meu vestido.
_ sutil, verdadeiramente sutil. _ ela bufa.
_ Elijah sendo Elijah.
_ concordo.
_ Foi quente, para ser
sincera. _ um pequeno riso atrevido curva sua boca. _ ele pode ser fiel. _
torce os lábios ironicamente. _ pelo menos com os amigos, quero dizer.
_ Sim, ele pode. _
assinto. _ ele tem uma ligação forte com Liam.
_ Hum, o cuzão me ligou
hoje. _ informa, franzindo o rosto em desgosto.
_ Sério? Ele não vai
desistir? _ sento-me do seu lado. _ você o atendeu dessa vez?
Ela suspira parecendo
cansada. Provavelmente está. Nós duas não estamos tendo muita folga
ultimamente.
_ Sim, ele diz que está
mortalmente arrependido... _ bufa deselegantemente. _ que faria qualquer coisa
que eu quisesse para reatarmos. Dá para acreditar nesse cara?
Isso me surpreende. Não
entendo essa insistência de André quando foi ele quem fodeu tudo com Sara. Ele
teve todas as chances, caramba. Homens... Só conseguem enxergar o que está
embaixo do seu nariz quando perde.
_ E o que disse à ele,
maninha? _ questiono e um sorriso malvado se abre no rosto de Sara.
_ Eu o mandei comer
merda e desliguei.
Não consigo conter uma
gargalhada. Ela me segue. Cristo, Sara e sua boca suja. Meu celular toca nos
tirando do momento de descontração. É um número desconhecido na tela. O atendo
e uma respiração pesada vibra do outro lado da linha. Eu não sei se devo falar
ou apenas esperar. Algo dentro de mim me avisa para apenas esperar. Uma
sucessão de respirações agoniadas chia. Estou a ponto de desligar quando uma
voz fraca, mas, definitivamente conhecida soa no meu ouvido:
_ Mel? _ Selena me
chama com voz trêmula. _ sou eu, Selena.
Um silêncio tenso se
segue. O que ela quer comigo?
_ Sim, oi, Selena. _
digo no meu melhor tom neutro. _ por que está me chamando?
Silêncio.
_ Eu, hum. _ ela
gagueja, parecendo nervosa, desconfortável. _ quero que saiba que emiti uma
nota de repúdio ao preconceito que alguns sites e inclusive minhas fan pages
estão alardeando covardemente a seu respeito.
Uh! Isso com certeza
tem a minha atenção. O preconceito que venho sofrendo nas redes sociais e boa
parte da mídia está se tornando muito incômodo. Parece que quando o homem é
mais velho todos batem palmas, mas, quando é o contrário, todos atiram pedras e
a mulher em questão é taxada de imoral. Eu finjo que não me importo, mas, no
fundo me machuca que possam existir pessoas tão presas em seu próprio mundo, em
padrões, modelos e estereótipos preconcebidos por uma sociedade essencialmente
machista. Eu não havia mencionado nada sobre isso para Liam enquanto estávamos
no Rio. Não o queria se preocupando com algo tão vil e pequeno quando tem uma
recuperação e assuntos mais importantes que exigem seu foco imediato. Não
preciso dizer que ele ficou puto quando leu tudo que estão falando sobre mim. Processou
uma infinidade de canais e sites. Seus advogados nunca tiveram tanto trabalho. Eu
amo como está tentando me proteger de tudo, quando ele próprio tem sido alvo de
ataques igualmente covardes. Liam não processou nenhum dos que falou mal dele,
mas, fez questão de fazê-lo com todos que ousaram falar de mim. Eu sei que ele
está se punindo de alguma forma pelo estilo desregrado e irresponsável que
levou até aquela fatídica festa. É como se ele achasse que merece todo o
desrespeito por ter feito escolhas erradas. Ele não merece. Liam é a pessoa
mais linda que eu conheço.
_ Eu agradeço. Você,
como pessoa pública não deve apoiar posturas tão desrespeitosas. Seus fãs tem
me ofendido incansavelmente. _ eu disparo toda a minha frustração. Paro para
respirar longamente. _ mas, obrigada. Fico aliviada que não esteja compactuando
com essa sujeira toda.
_ Ouça, eu sei que fiz
e lhe disse algumas coisas sórdidas. _ ela funga. Parece estar chorando. _ mas,
não acho justo o que estão falando sobre você. Só queria que soubesse disso.
Há outro silêncio
desconfortável e eu decido aproveitar o momento. Por que não?
_ Selena, será que você
poderia me encontrar? _ sondo quase desinteressadamente. _ eu gostaria de
agradecer pessoalmente e...
_ Encontrá-la!? _ seu
tom é de surpresa e um tanto apreensivo. _ para quê?
Ok, vá Mel. Você
consegue.
_ Eu... Eu gostaria de
retribuir sua gentileza e ajudar você... _ digo, quase cruzando os dedos para
ela aceitar.
_ Ajudar-me? _ sua voz
dispara com alarme. Parece que não fui tão sutil quanto pensei. _ por que
exatamente acha que preciso de ajuda? Eu não...
_ Selena, eu... Eu
tenho uma forte desconfiança sobre a sua relação com Chris. _ decido jogar às
claras. Ela puxa uma respiração afiada do outro lado. Bingo! _ seu irmão abusa
de você, não é? _ silêncio. _ estou disposta a ajudar. Você precisa contar isso
em juízo.
_ Não! _ ela me corta,
com raiva, sua voz trêmula. _ você não sabe de nada, sua cadela!
Caramba! Assimilo a
ofensa, encarando Sara que está intrigada.
_ Ouça, vou relevar a
última palavra porque sei que esse assunto é delicado para você. _ aviso em tom
brando. _ mas, você precisa fazer algo enquanto é tempo. Liam está sendo
julgado pela opinião pública muito antes do tribunal. Você acha justo tudo que
estão fazendo com um homem inocente? Você acha justo tudo que seu querido irmão
fez e ainda continua fazendo com Liam?
_ Eu não concordo,
porra! _ ela está irritada agora. _ mas, isso é assunto do Chris. Não posso
fazer nada.
Tomo uma respiração
profunda para conter minha frustração. Ela não vai sair dessa maldita concha
nunca. Que garota estúpida! Respiro fundo de novo. Ok, ela pode ainda ser
apenas uma vítima. Tenho que ir mais suave com a abordagem.
_ Você pode, Selena. _
digo firme, decidida. _ você pode acabar com esse controle que Chris tem sobre
você. Torne isso público. Faça todos verem que tipo de monstro é Chris Hart.
_ E-eu não posso! _ ela
gagueja e começa a soluçar freneticamente. _ sinto muito. Eu não posso.
E a linha fica muda.
Oh, Deus. Isso vai ser difícil. Pobre Selena. Pobre, pobre Selena. Eu não
gostaria de estar em sua pele.
_ Então, é verdade?
Aquele homem monstruoso realmente usa a irmã sexualmente? _ Sara diz com uma
expressão repugnante.
_ Sim, Sara. Eu acho
que sim e nós precisamos de Selena. _ digo cansada. _ ela pode ajudar a fechar
o caixão dele, mas, sinto que não será uma tarefa fácil, pois ela morre de medo
do homem.
_ Argg! Que nojo desse
infeliz. _ ela resmunga.
_ É, realmente nojento.
_ concordo e me levanto. _ vem, vamos ver como Chay está se saindo com a Srtª
Hudson.
Carlie Hudson é a
tutora contratada para meu pequeno. Ela parece uma moça adorável. É
Psicopedagoga e seu currículo é muito bom. Tem considerável experiência com
crianças apesar da pouca idade. Estou muito satisfeita com seu trabalho. Ah, os
caras gostaram bastante dela também. Não consigo evitar um riso. Roqueiros...
Não podem ver um rabo de saia. Carlie é uma loira pequena, olhos verdes vivazes
e um corpo bem construído, mas, ela o esconde em roupas bem comportadas. Graças
a Deus. Afinal, não quero tentação perto do meu marido se é que me entendem.
Liam
Tomo um gole da minha
cerveja e elevo meus pés na mesinha de centro. Os caras fazem o mesmo. Eles
estão animados com a gravadora funcionando e a enorme quantidade de material de
bandas que estamos recebendo para avaliação, apesar de toda a merda envolvendo
o meu nome. É uma distração bem vinda em meio aos caos que se instalou desde
que as fotos tornaram-se públicas. Estou tentando parecer forte diante de
tantos ataques para que a minha mulher não veja como isso tem me afetado. Ela
está grávida e precisa de tranquilidade. Me odeio por tê-la colocado no meio do
furacão, tão exposta. Porra, eu quase fui trancafiado! Parece que um Promotor
metido a moralista quer pegar o meu caso para exemplo e me foder publicamente.
Ainda bem que meus advogados são os melhores. Eu bufo sarcasticamente, porque
com a pequena fortuna que eles ganham, eles têm que ser malditamente bons
mesmo.
O susto passou. Pelo
menos por enquanto. Essa briga não vai ser fácil. Mas, estou de certa forma me
sentindo blindado. Os fãs estão sendo fodidamente incríveis em suas
manifestações de apoio. Inacreditavelmente nossa música não caiu nos rankings e
parece que nesse aspecto o interesse na banda cresceu. Parece que o povo gosta mesmo
é de um bom escândalo. Minha família tem sido crucial para me manter de mente
sã. Meus avós vieram conosco. Eu não esperaria menos deles. Os caras têm sido
parceiros e irmãos como sempre foram. Nós sempre fomos assim. Mexeu com um,
mexeu com todos. Uma vez, quando estávamos na escola, um zagueiro do time de
futebol deu uma surra no Collin por foder a garota dele. Nós o pegamos e...
Bom, para encurtar a história, digamos que ele ficou um bom tempo sem jogar...
Mel também tem feito um
bom trabalho em me proteger. Me escondeu durante o período crítico da minha
recuperação que estava sendo vítima de preconceito pela mídia. Isso me deixou
puto pra caralho. Não dá para entender que em pleno século vinte e um, com
todas as conquistas sociais e da mulher, especificamente, ainda haja esse tipo
de mentalidade com relação a modelos de relacionamentos arcaicos. Eles não
conseguem ver o quanto ela é linda? Que não me importa, nunca importou a
questão da idade? São apenas sete anos, porra! Poderia ser vinte e ainda não
faria diferença, porque é o sentimento que conta e isso temos de sobra.
Processei todos os filhos da puta. Nas redes sociais é mais complicado
encontrar os covardes por trás de perfis falsos, mas, estou trabalhando nisso
também. Ninguém mexe com a minha mulher e sai impune. Ninguém, porra!
_ Benzadeus! Com
certeza um belo pedaço de bunda! _ a voz maliciosa de Elijah me puxa dos meus
pensamentos.
_ Parem de falar assim
da Carlie, seus bastardos! _ Paul faz uma defesa acalorada. Eu rio. Eles ficaram
todos animados com a professora do Chay. Ela é realmente bonita. O quê? Sou homem,
ok? Sério, Stone? Você me parece uma
mocinha nos últimos dias. Meu subconsciente resolve me azucrinar. Sem mencionar que está sem sexo há um mês! Ele
zomba e eu rosno. Eu quase morri, porra! São ordens médicas. Me defendo. Ele
bufa sarcasticamente. Claro, esqueci que
você pensou que era o Bruce Willis[2].
Eu ranjo os dentes. Eu não me arrependo, seu bastardo. Era a minha mulher
na mira da porra daquela arma! Uh! Ok,
Stone. Ok. Não está mais aqui quem falou. Eu bufo. Então, quando podemos transar com a doce Mel? Você, NUNCA! Mas, EU
vou transar hoje à noite. Abro um riso arrogantemente malicioso. Stone, o médico ainda não liberou o sexo,
seu idiota. Ele adverte. Eu o ignoro. Foda-se! O médico provavelmente é
gay, porra. Quem mais aconselharia um roqueiro a ficar quarenta dias do caralho
sem foder? Ele zomba a seguir: A Mel não
vai ceder... Eu rio internamente. Veremos, veremos. Agora, dê o fora. Preciso
pensar em algo eficaz para seduzir minha mulher mais tarde. Ele me olha feio e
desaparece, resmungando. Bizarro pra cacete.
_ Uau! Já está na base
do primeiro nome, é? _ Collin provoca Paul. _ nada de Srtª Hudson? O que
estamos perdendo aqui, irmão?
Paul abre um enorme
sorriso de merda. Todos nós o encaramos à espera.
_ Eu a convidei para
sair. _ ele me olha. _ se estiver bem para você. Digo, ela é sua funcionária...
Todos nós caímos numa
risada. Só mesmo Paul para ter esse tipo de consideração. Nenhum dos outros e,
para ser sincero, nem eu teria tal consideração. Mas, é de Paul, o moralista da
banda que estamos falando.
_ Cristo, ela é apenas
a professora de Chay, irmão. Vai fundo. _ o instigo. Ele amplia o riso.
_ Porra, você foi muito
rápido, cara. _ Sean resmunga. _ eu estava de olho nela.
Paul não gosta muito
disso pela sua reação.
_ Então, procure outra,
imbecil. _ ele rosna e todos nós ficamos boquiabertos diante da sua defesa.
_ Merda, eu também
estava querendo bater aquela boceta. _ Collin se intromete como o bastardo
provocador que é.
_ Vocês estão surdos,
porra? _ Paul range os dentes. Cacete! Nós gargalhamos segurando nossas
barrigas.
_ Okay, pode ficar com
ela. _ Collin dá de ombros. _ Srtª Hudson parece muito... Certinha. _ ele ri
diabolicamente. _ e eu amo as garotas más. Ela é toda sua, irmão.
_ Yep! Você está certo,
Collin. Ela é gostosa pra caralho, mas, muito certinha para nós... _ Sean
concorda.
_ Então, isso quer
dizer que está fora da pequena reunião de hoje? _ Elijah indaga tomando sua
cerveja.
E por pequena reunião entenda-se: festa.
_ Hum, receio que sim.
_ Paul diz um tanto sem jeito.
_ Jesus! Irmão, você
nem saiu com a garota ainda e já está todo maricas, porra! O único com as bolas
presas aqui é o Stone. _ eu rolo os olhos e Elijah ri, atiçando-o. _ tem
certeza? Será no meu apartamento em Beverly Hills. _ ele abaixa a voz, como um
maldito canto da sereia. _ só as mais belas bocetas... _ deixa a frase fazer a sua
mágica em Paul.
A título de
esclarecimento esse é o apartamento que Elijah usa como abatedouro e para festas
rock and roll. Ok, para ser justo, cada um de nós tem um desses... O que me
lembra que preciso me desfazer do meu assim que for possível. Eles vão
provavelmente me zoar pra cacete, mas, ele não tem mais utilidade para mim.
Minhas bolas estão presas, como frisou o idiota, e eu estou fodidamente
satisfeito com isso.
Todos nós encaramos
Paul, observando sua luta interna. Ele sorri e balança levemente a cabeça.
_ Ok. Vou dar uma
passada rápida. _ diz e eu não posso evitar sorrir junto com os outros. Mas, os
advirto:
_ Peguem leve, caras. _
eles assentem em uníssono, embora eu saiba que uma festa deles nunca é leve. Especialmente Elijah, Collin e
Sean. Eles são realmente bastardos quando se trata de mulheres.
_ Posso convidar a
Sara? _ Sean pergunta olhando diretamente para Elijah que quase engasga com a
cerveja.
_ Se quiser um olho
roxo, vá em frente, idiota. _ ele rosna e mais uma vez caímos na risada.
Cacete. Ele precisa resolver essa merda.
_ Cristo, você precisa
parar com essa merda, Eli. _ Collin diz condescendente o que faz a expressão de
Elijah escurecer mais ainda. _ você não vai conseguir nada ali. Desista, cara.
Elijah estreita os
olhos e desvia para cada um deles. Isso me deixa em alerta também.
_ Por que está tão
preocupado com isso? O que estou perdendo aqui, caras? _ ele grunhe.
Sean ri e abre o jogo:
_ Hum, nós apostamos
entre nós que não vai conseguir nada com ela...
_ É serio essa merda?
Que idade vocês têm, caralho? Doze? _ eu o corto. _ Sara é minha cunhada e eu
não quero esse tipo de desrespeito com ela, ok? Ela está fora dos limites!
Eles me encaram e um a
um concordam. Eu relaxo, terminando minha cerveja. Eles se despedem alguns
minutos depois e eu vou procurar a minha mulher. Sara é a única que encontro na
sala lendo uma revista. Pergunto onde estão todos. Ela informa que Chay está
jogando X-box em seu quarto. Meus avós estão descansando também em seus quartos
e Mel está na cozinha. Sara ri furtivamente quando diz isso e eu sei que Mel
deve estar em mais uma das suas tentativas de cozinhar. Dirijo-me para lá e rio
baixinho, encostando o ombro no portal. Fico parado a observando ler
atentamente o livro de receitas sobre o balcão de mármore. Um riso se abre na
boquinha linda e seu rosto levanta para me olhar.
_ Ei. _ diz, seu
sorriso aumentando até atingir os olhos. Ando devagar até ela e a puxo pela
cintura. Ela trocou de roupa para um de seus vestidos leves e eu adoro o acesso
se é que me entendem...
_ Hei. _ roço meus
lábios nos seus. Ela me enlaça pelo pescoço e eu a prendo contra o balcão. _ o
que você vai tentar cozinhar? _ eu provoco e ela ri.
_ Frango com salada de
legumes. Não parece tão difícil. Onde estão os caras? Não vão ficar para o
jantar? _ eu rio, meneando a cabeça.
_ Baby, eles
provavelmente correriam mais depressa se soubessem que está tentando fazer o
jantar outra vez. _ ela bufa, e me bate levemente no ombro direito.
_ Não ficou tão ruim da
última vez... _ se defende, parecendo ofendida, então cai na gargalhada. _
certo, ficou ruim, mas, estou tentando, ok? Mereço um desconto.
Eu seguro sua bundinha
firme e a acomodo em cima do balcão, me infiltrando entre suas coxas. Ela ofega
e eu gemo quando sinto meu pau duro contra apenas a barreira da calcinha.
_ Você não precisa
cozinhar, baby. _ sussurro em sua boca. _ eu aprecio suas outras habilidades...
Aprecio muito, só para constar. _ deposito beijos suaves de boca aberta em sua
mandíbula e vou descendo pelo pescoço. Ela crava as mãos em meus ombros para
equilibrar-se.
_ Liam... Ainda falta
uma semana, amor. _ ronrona, quando chupo seu pescoço. _ vou fazer algo
especial, já disse. Eu... Oh, Deus... Baby... _ ela geme quando seguro sua bunda
e começo a moer gostoso direto em seu clitóris.
_ Você vai? Hum? _
sussurro em sua orelha, lambendo o lóbulo em seguida. _ o que você vai fazer
para mim, minha gostosa? Hein? Diga. Quero ouvir tudo dessa boquinha linda...
_ Caramba! _ ela
respira com dificuldade. Eu mordo sua orelha e desço pelo pescoço e ombro. _ o
que você quiser, baby. Peça e eu faço...
Eu rio sacana e volto a
olhá-la, nossas bocas quase se tocando, não parando de moer nossos sexos.
_ Oh, baby, qualquer cenário que envolva você
nua... _ abro um riso lento, meus olhos gritando coisas sujas para ela. _ eu
estou malditamente dentro! _ dou uma piscadinha sem vergonha e sussurro: _
literalmente...
Ela ri, ofegante,
excitada e linda.
_ Tão sem vergonha,
superstar... _ murmura na minha boca apenas um segundo antes de eu me apossar
da sua num beijo lento, sensual. Meus lábios provocam os seus recuando,
soprando. Um arrepio eriça sua pele e ela estremece. Rio contra seus lábios e
mergulho a língua explorando, lambendo a dela bem devagar. Minhas mãos passeiam
pelas costas esguias, pela cinturinha pequena e descem para os quadris,
deslizando suavemente para seu traseiro outra vez. Eu gemo. Ela ofega. Meu pau
está duro como ferro cutucando sua boceta. Sinto pré-semen babar da ponta.
Cacete! Posso gozar apenas assim. Nunca uma mulher me afetou tanto. Seus
mamilos estão túrgidos contra meu peito. Eu rosno enfiando uma das mãos em seus
cabelos da nuca. Ela choraminga e minha boca se torna mais exigente. A devoro
com fome agora. Nossos lábios colidem numa agonia que fala da nossa paixão um pelo
outro. _ baby... Precisamos parar... _ sua voz é só um coaxar. Eu quero rasgar
suas roupas e fodê-la duramente bem aqui. Enterrar-me até o talo em sua boceta
perfeita. Agora. Cavo a outra mão entre as bochechas da sua bunda,
pressionando-a firmemente contra meu corpo e acelero os movimentos torturando sua
pélvis na minha. Um gemido lamurioso escapa de seus lábios para os meus. Eu
bebo faminto. Circulo seu cuzinho por cima do tecido fino com meu dedo médio.
Ela estremece de novo, arquejando e seus quadris parecem ter vida própria,
respondendo ao meu ataque sem vergonha, moendo junto, gostoso. _ Oh, Deus... _ ela
lamenta. Eu mordo e lambo seu lábio inferior, descendo numa trilha pelo maxilar
e pescoço num ataque esfomeado. Meus dentes arrastam na pele sensível e sinto o
calor da sua calcinha encharcando para mim. Foda!
_ Porra, baby! _ um
grunhido torturado deixa minha garganta. _ Gostosa... _ sussurro em sua boca e mergulho
de novo, chupando sua língua com força, a moagem nos fazendo gemer e grunhir
como animais. E é sério, estou a ponto de gozar. _ minha gostosa... Eu preciso
foder minha bocetinha agora, por favor... _ meu tom é carregado, tenso, cheio
de tesão. _ eu preciso gozar em você, baby.
_ Humm, são ordens
médicas, amor... _ ela está tremendo, sua voz rouca de tesão. Não vai resistir
por muito tempo eu sei. Eu rio e ela ri também. Separamos nossas bocas e
ficamos respirando pesadamente, parecendo dois adolescentes descobrindo o sexo.
_ O médico é gay ou um
maldito sádico. _ eu rosno. Ela ri do meu desespero. Mas, seus olhos estão
dilatados e sua boceta pulsa contra o meu pau, louca para ser fodida. _ você
saber que quer, baby. _ uso meu tom mais sedutor. _ está louca para gozar no
meu pau, você sabe que sim... _ ela pulsa mais contra mim e choraminga.
_ Humm, está bem, eu
vou cuidar de você, baby... _ ela ri, safada e desliza uma das mãos entre nós, até
chegar ao meu pau dolorido. Eu gemo alto quando começa a massageá-lo para cima
e para baixo.
_ Vem, minha safada. Vamos
lá para cima. _ eu me afasto, descendo-a da bancada.
_ Pai? _ a voz de Chay
nos faz saltar e nos afastar. Cacete! Um segundo depois ele entra na cozinha.
Essa foi por pouco. _ vem jogar comigo?
Eu forço minha
respiração a voltar ao normal e estico a camisa branca por cima das calças para
disfarçar minha ereção colossal. Ainda bem que o balcão está nos protegendo e
dará tempo do grande soldado baixar a bola... Merda. Frustração sexual dói pra
caralho. Mel volta a mexer nos ingredientes do seu projeto de jantar, seu rosto
ainda está vermelho, afogueado. Eu tento não sorrir da nossa situação.
_ Claro, homenzinho. _
digo, minha voz quase natural. _ vem, vamos deixar a mamãe preparar o jantar. _
Chay torce o rosto e esconde um risinho. Sim, todos nós sabemos que sua mãe não
tem esse dom. Nos dirigimos para a porta e eu a olho por cima do ombro. Mais tarde. Digo apenas com meus lábios.
Ela ri e me joga um beijo.
Bem-vindo à vida
doméstica, Stone! Digo-me ironicamente, enquanto saio para jogar com o meu
filho.
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