domingo, 22 de novembro de 2015

Série Rock I'm Rio 2/4 - Irresistível - Capítulo 06



Liam

Eu não consigo desviar meu olhar da pequena figura na tela do aparelho de ultrassom. Meu filho ainda é um pequeno ponto, mas, isso não tira a emoção que eu a Mel estamos sentindo. Eu levanto nossas mãos entrelaçadas e beijo o dorso da sua delicadamente. Ela vira o rosto lindo para mim. Seus olhos lacrimosos. Ela é tão sensível. Eu rio, tentando minimizar, mas, até meus olhos estão ardendo. Colo minha testa na dela.
_ Baby... Você é tão chorona. _ eu digo baixinho. Ela ri emocionada e acena. Nossas bocas se roçam suavemente a princípio, mas, depois vou me empolgando e passo a devorar seus lábios. _ linda... _ sussurro e ela ofega. Eu gemo baixinho. Minha mão desliza possessivamente para seu ventre nu e é aí que ouço um leve pigarrear. Ela ri contra meus lábios. Eu gemo de novo, dessa vez de frustração. Cacete! Estamos no consultório médico! Eu rio também, injetando a dose certa de sacanagem e murmuro contra sua boca: _ ops, acho que nos empolgamos, Srª Stone.

_ Você se empolgou, superstar. _ ela leva a mão direita para a minha face e a acaricia, enquanto me dá selinhos mais comportados. Ouvimos outro som de pigarro. Porra! A minha teoria de que os médicos são uns malditos veadinhos está cada vez mais forte. Eu me afasto a contragosto da minha mulher.

_ Dentro de três semanas, mais ou menos, seremos capazes de precisar o sexo. Vou deixá-los um instante para que a Srª Stone se recomponha e os aguardo para lhes prescrever a receita de vitaminas. _ o médico nos diz, olhando-nos com certo espanto por trás da sua postura profissional recomposta. Será que ele nunca teve um marido em seu consultório antes? O que há com esses bastardos que não acompanham suas mulheres no momento mais importante na vida de um casal? Ah, sério, Stone? Meu subconsciente aparece. Dou um bufo mental. Quem é você, cara? Hitch, Conselheiro Amoroso?[1] Eu tenho que reprimir uma risada real. Ele é tão abusado. O quê? É claro que manjo muito nesse departamento. Digo arrogante. Ele zomba de mim. Não seja ridículo, Stone. Você só tem dois meses de casado. Eu rosno. Basta olhar o rosto satisfeito da minha mulher, seu bastardo! Eu sou sim, um marido bom pra caralho! Agora dê o fora que preciso ajudá-la a se vestir. Ele sorri maliciosamente. Ah, você não é divertido. Prometo não fazer nenhum comentário, Stone. Só uma espiadinha, vai? Se manda, porra! Cristo, tá bom. Eu vou. Uau! Bela bunda! Eu me viro e a Mel está de costas mostrando a bundinha perfeita. Eu rosno, rangendo os dentes. Ele ri e some. Idiota tarado do caralho! Eu me vejo rindo internamente porque é claro que ele é tarado. Somos a mesma pessoa, embora eu ainda o ache uma piada de subconsciente...

Chegamos em casa com o sol já mergulhando no oceano. Ela olhou o espetáculo da sua janela todo o percurso para Malibu. Eu quase me esqueço da confusão que está a minha vida quando a vejo sorrir assim. Greg dirigiu calado, está ainda um tanto estranho hoje. Tenho a impressão de quer me dizer algo. Vou questioná-lo mais tarde. Jess nos aguardava com inúmeras sacolas da Rodeo Drive[2] e Mel soltou um suspiro nada satisfeito assim que entramos na sala. Jess me deu um rápido beijo no rosto e fez a mesma coisa com a Mel. Eu podia jurar que minha mulher estava pronta para lhe dar um soco a qualquer momento, dada a expressão ameaçadora em seu rosto. Deus, ela é tão ciumenta. Jess ainda tinha um pequeno curativo na testa lembrando-nos que foi ferida há dois dias para proteger a Mel. Eu realmente preciso falar com ela sobre essa implicância. Jess é um pouco cabeça de vento, mas, é leal a mim, tenho certeza. As duas foram para o nosso quarto em seguida, mas antes a Mel plantou um beijo de cinema na minha boca. Eu rio da sua infantilidade, mas, a seguro e devolvo o beijo com a mesma empolgação. Se minha mulher quer dar um show, vamos ao fodido show! Ela ri atrevida e safada antes de desviar o olhar na direção de Jess, mandando um recado alto e claro. As duas vão para o andar de cima em seguida e eu vou à procura de Chay e meus avós.  
Jess acabou ficando para jantar conosco. Nem preciso dizer que Mel não disfarçou sua contrariedade. Mesmo quando fomos colocar o homenzinho na cama, ela ainda estava emburrada.

_ Pai, você vai ser preso? _ a pergunta repentina de Chay nos fez nos entreolhar à procura de uma saída segura. Estávamos evitando esse assunto na frente dele. _ eu vi hoje na tv que você pode ser preso por estupro. O que é um estupro, pai? _ cacete! A Mel está tão estupefata quanto eu.

_ Não, filho, eu não vou ser preso. _ eu digo com toda a convicção que sinto e fecho o livro que acabei de ler para ele. _ estupro é uma coisa muito feia que alguns adultos seriamente doentes fazem. _ eu olho para a Mel buscando ajuda.

_ Estupro é quando alguém toma algo que a outra pessoa não queria dar, querido. _ ela diz suavemente. _ por isso, é considerado um crime. _ certo, essa definição é bem melhor do que a minha.

_ Como pegar um brinquedo que eu não queria emprestar? _ ele questiona do alto da sua inocência.

_ Não, meu bebê. É algo violento. A pessoa machuca o corpo da outra... _ Mel olha para mim buscando ajuda também. Cacete. Conversar com um garoto de seis anos é mais complicado do que pensei.

_ Veja, homenzinho. _ eu começo, lutando para encontrar as palavras certas. _ os adultos fazem muitas merdas fodidas à vezes. _ Mel suspira do meu lado pelo uso dos palavrões.

_ Mas, seu pai não fez isso, Chay. Ele é inocente. Você não tem que se preocupar com isso, tá bom? _ Mel retoma. Ela é a porra de uma diplomata quando se trata do Chay. Eu sou fascinado pela forma como lida com ele.

Chay assente, mas, ainda parece meio triste.

_ Você promete, pai? Eu não quero você seja preso. _ sua pequena voz é apertada e baixa. Eu me debruço um pouco e afago sua cabeleira vasta, retirando alguns cachos da testa.

_ Prometo, homenzinho. Você não vai ficar sem mim, filho. _ digo baixinho, olhando-o nos olhos. Seu semblante suaviza. _ sua mãe tem razão. Não se preocupe com isso, ok? Tudo será resolvido em breve. _ afirmo e resolvo mudar de assunto. _ dentro de três semanas saberemos o sexo do seu irmãozinho. _ seus olhinhos se iluminam. Ele está muito mais tranquilo com a gravidez da Mel.

_ Baby... _ Mel me repreende. _ pode ser uma menina, você sabe, não é?

_ Eu quero um menino! _ ele diz rapidamente. Eu rio vitorioso para Mel que meneia a cabeça.

_ Isso mesmo, filho. _ eu o encorajo. _ já pensou se for uma menina tão linda quanto sua mãe? Eu e você vamos ter que chutar muitas bolas ao longo do caminho.

Chay dá uma risadinha infantil. Eu rio também.

_ Minha mãe é a mais linda no mundo todo. _ ele diz com olhinhos apaixonados em direção à Mel que está com os olhos úmidos. Ela o beija suavemente nos lábios e sussurra que o ama. Ele ri amplamente.

_Sim, filho. _ eu digo à ele, mas, olhando para Mel. _ sua mãe é a mais linda no mundo todo. _ um pequeno sorriso brinca na boquinha linda. Ela o beija mais uma vez desejando boa noite. _ você já pensou na sua festa de aniversário? Vamos fazer o que você quiser. _ Mel me dá outro olhar reprovador. Ela acha que eu vou estragar o homenzinho.

_ O que eu quiser? _ Chay repete com olhos brilhando de excitação.

_ O que você quiser. _ repito. _ pense sobre isso. Mas, agora, durma, campeão.

_ Boa noite, pai. Você é o melhor. _ ele diz e eu fico instantaneamente mole e muito maricas. Esse moleque...

_ Estou tentando, homenzinho. _ digo baixinho e dou-lhe um beijo na testa. _ boa noite, filho.

Deixamos o quarto de Chay e andamos pelo corredor em direção ao nosso. Pela sua postura eu sei que ela está remoendo a Jess ainda.

_ Eu a quero fora. _ Mel cospe assim que entramos no quarto. Ela está arrancando as roupas furiosamente. Eu não posso evitar ficar momentaneamente distraído quando o corpo moreno e torneado fica apenas de sutiã e calcinha fio dental. Cacete.

_ Baby... _ eu clamo chegando até ela, puxando-a pela cinturinha. _ você está sendo ciumenta e irracional.

_ Não, não estou. _ ela retruca. _ essa garota quer você, Liam. _ diz tomada pelo ciúme, embora negue. _ ela é boa demais para ser verdade.

Eu suspiro longamente. Cristo, isso vai ser difícil. Não posso simplesmente demitir a Jess por um capricho da minha mulher. Jess depende de mim e de Elijah para se manter longe de problemas. Eu não sei de onde veio toda essa implicância da Mel. Porra, ela levou uma maldita pedrada para protegê-la.

_ Eu não posso demiti-la, Mel. _ eu digo, meu tom firme. _ Jess é como se fosse da minha família. Eu a conheço desde sempre. Além disso, ela teve problemas sérios há bem pouco tempo e eu e Elijah gostamos de ter um olho sobre ela.

Seus olhos amendoados se estreitam em mim.

_ Que problemas?

_ Drogas. _ eu revelo e seu semblante suaviza um pouco. _ ela precisa de nós para mantê-la nos eixos.

_ Oh, isso é muito ruim. _ sua voz treme ligeiramente. _ mas, você vai mantê-la mesmo sabendo que isso me deixa desconfortável? Eu estou pedindo a você que a tire de perto de mim pelo menos. Restrinja seu trabalho apenas à gravadora. _ diz decidida. _ eu quero outra personal stylist já que não posso fugir disso.

Porra. Ela joga muito pesado. Eu levanto seu queixo e nossos olhares duelam por longos segundos.

_ Eu insisto que está sendo injusta. _ sussurro bem próximo à sua boca. _ mas, eu nunca faria nada para te machucar ou deixar desconfortável. _ seu olhar amolece e seus braços se fecham em meu pescoço. _ você é a minha prioridade, baby. Ela ficará apenas na gravadora se essa é a sua vontade. _ sua boquinha se curva num meio sorriso. Suas mãos passeiam pelos meus ombros e descem pelo peito. Ela morde meu queixo e enfia as mãos sob a minha camiseta. Eu estremeço e gemo com suas unhas raspando em meu abdome. Eu rio muito sacana, puxando seus cabelos da nuca, forçando nossas bocas juntas. _ o que você está fazendo?

Ela ri do jeito safado e atrevido que eu amo e desce uma das mãos para meu pau que começa a crescer, empolgado com a atenção.

_ Eu? _ ela ri amplamente, batendo os cílios com falsa inocência. _ eu estou muito, muito agradecida a meu maridinho lindo. _ ela ronrona e cai de joelhos, as mãos trabalhando freneticamente no meu cinto, libertando meu pau em tempo recorde.

_ Porra baby! _ eu rosno e gemo ao mesmo tempo em que dá a primeira lambida na ponta. Enfio as mãos em seus cabelos, juntando-os num coque. _ você pode chupar o meu pau a cada maldita vez que se sentir agradecida. _ ela ri, rodando a língua na cabeça e descendo pela veia pulsante. _ caralho... _ gemo e me forço em sua boca, que me engole gananciosamente. _ isso, minha putinha. Chupe o meu pau... _e ela o faz. Mel devora meu pau, segurando minha bunda, forçando-me a fodê-la cada vez mais forte e fundo. Meus olhos rolam para trás de tanto prazer. _ porra de boquete gostoso, amor! _ eu puxo para fora, deslizando a cabeça em sua língua. Ela a deixa plana para fora do jeito que sabe que adoro. _ vá para a cama, minha gostosa. _ eu rosno. _ amo gozar em sua boca. Mas, amo muito mais encher sua boceta pequena de porra. _ ela geme, juntando as coxas e dá mais uma chupada do caralho. Eu assobio, quase gozando. _ na cama, minha safada. Agora. _ rosno e ela se levanta fazendo um show ao tirar o sutiã e a calcinha minúscula. Cristo, ela sabe bem o meu ponto fraco. Sabe que amo que seja safada, despudorada, uma puta total em nossa cama. Para mim. Só para mim. Eu me livro das roupas rapidamente e rio avançando sobre ela antes que alcance a cama. Dá um gritinho safado quando puxo suas costas contra meu peito. Minhas mãos vão ávidas, uma cavando entre suas coxas, abrindo os lábios de sua boceta escorregadia e a outra amassando a carne macia dos seios. Ela estremece, choramingando lascivamente.

_ Deus, baby... _ mia baixinho. Eu amo quando fala assim, o tom de voz necessitado, doida para dar para mim.

_ Vou comer você assim. _ eu digo no seu ouvido antes de mordicar o lóbulo e descer puxando a parte próxima ao pescoço entre os dentes. _ vou meter em você aqui, em pé. _ ela ronrona, abrindo as pernas, me deixando enfiar dois dedos em sua vulva melada. Massageio seu clitóris e ela ofega alto. _ é bom provocar, baby? Hum? _ chupo seu pescoço, comendo-a com os dedos, girando-os lá dentro, tocando as paredes e nervos bem devagar. _ você acha que pode me provocar e não terá volta?

_ Liam... _ ela clama, lamuriosa. A respiração entrecortada. Meto fundo duas vezes com força e desacelero. _ baby, por favor...

Eu rio da sua mendicância e puxo os dedos. Ela arqueja quando enrolo meu braço em sua cintura e a levanto do chão. Me abaixo, alinhando meu pau em sua entrada e vou empurrando devagar. Nós dois gememos à medida que estico seu canal, sua carne se agarrando no meu pau, sugando-o absurdamente gostoso. Nunca houve nada igual para mim. Sou insanamente louco de amor e tesão por essa mulher. Nenhuma outra é tão gostosa assim. Nenhuma, porra! Eu solto um rugido no fundo da garganta e a empalo até o fim.

_ Ohh! Deus, amor! _ ela grita, resfolegando com a minha invasão. Puxo quase todo e volto devagar, dando tempo para sua boceta apertada se acostumar com meu tamanho. Eu trinco os dentes porque quero meter com força, bem fundo.

_ Gosta disso, minha putinha? Hein? _ eu acelero os golpes, empalando-a cada vez mais duro e fundo. Ela geme e geme. Eu a ponho no chão e continuo a meter vigorosamente. O som das minhas estocadas bruscas em sua bunda é um afrodisíaco a mais para mim. _ diga o quanto gosta disso, baby. Diga que ama quando eu te fodo assim! _ minha voz é um sussurro áspero.

_ Eu amo, baby! Amo! _ ela começa a rebolar, arqueando as costas, empinando a bundinha, me dando o ângulo perfeito para rasgar sua boceta até o útero. Eu rosno em aprovação quando escorrego até o talo para dentro. _ você é tão gostoso, amor... _ sua respiração é superficial, seu corpo começa a arrepiar. _ tão gostoso... Ohhh, baby, eu vou... _ sua voz falha e ela grita alto, gozando forte no meu pau. As paredes mamando em mim, sugando-me, levando todo o meu controle.

_ Merda! Eu estou lá, baby! Goze no meu pau, minha delícia! Estou gozando com você... _ eu rosno, sentindo meu pau inchar, violentando sua bocetinha pequena sem dó. A sensação abrasadora sobe pelas minhas bolas e toma conta de mim. Eu busco sua boca num beijo faminto e gozo duro, atirando longos jatos de porra, profundamente enterrado nela. Fodo sua boca, chupando sua língua com força. Estamos os dois ganindo do prazer intenso, aterrador. Nossos corpos estremecem. Estamos suados, ofegantes, chamando o nome do outro numa lamúria sensual. Eu ainda estocando fundo, me derramando todo dentro dela. Deixo sua boca para ambos respirarmos. Puxamos o ar pesadamente. Eu a levanto de novo, empalando-a num último golpe. Ela choraminga, arquejando, toda mole, saciada. Ficamos assim por um momento, buscando a calmaria. Eu a abaixo e saio de seu calor com cuidado. Suas pernas estão bambas. Eu rio, juntando as forças depois do gozo delicioso e a levanto nos braços. Ela pende a cabeça no meu peito, miando baixinho. Eu beijo delicadamente seus cabelos, nos dirigindo para o banheiro.

_ Ela quer você. _ Mel torce o narizinho bonito assim que a deito na cama depois de tomarmos banho. Cristo, ela não larga esse osso. Eu rio e me junto à ela, puxando seu corpo nu contra o meu. Deslizo meu nariz pela sua mandíbula, inalando seu cheiro único.

_ Bem, se isso for verdade ela tem um problema porque eu quero você. _ seu semblante suaviza e ela abre um meio sorriso. _ só você, baby. _ sussurro e puxo para trás para olhá-la nos olhos. _ para sempre.

_ Eu te amo. _ ela murmura, massageando meus cabelos da nuca.

_ É? _ eu a provoco, aproximando nossas bocas, dando pequenos selinhos.

_ Uh-ruh. _ ronrona.

_ Quanto, baby? _ sussurro em sua boca. _ diga o quanto me ama.

Ela ri lindamente. Eu amo o som da sua risada despreocupada.

_ Muito, amor. _ puxa meu lábio entre os dentes. Eu gemo. Ela ri adorando me provocar. _ muito, muito, muito...

Eu enfio os dedos em seus cabelos, me deleitando na maciez e a forma como eles deslizam pelas ondas castanhas. Meu olhar passeia por todo o seu rosto perfeito.

_ Eu te amo mais. _ digo baixinho quando nossos olhares se encontram, se prendendo de novo e abaixo minha boca na sua suavemente. Eu devoro sua boca lentamente, saboreando, chupando sua língua devagar, sussurrando coisas piegas, mas, que vão fazê-la ficar tranquila e, o mais importante, é tudo que está em meu coração. Eu a amo tão profundamente que não é possível mensurar e colocar isso em palavras.

Eu levanto tarde da noite e desço para o térreo. Vou até a área externa, acendo um cigarro e me estendo na espreguiçadeira perto da piscina. Amanhã tenho outro interrogatório no departamento de polícia. Eles dizem que encontraram algo novo e querem meu depoimento. Eu não tenho ideia do que seja. Procuro não demonstrar para Mel que minha cabeça está fodida pelo medo. É isso. Estou malditamente com medo do rumo disso tudo. Eu sou apenas humano, ok? Mas, quando estou com ela, não deixo isso transparecer porque não quero que fique abatida com a minha merda. Meu filho está crescendo dentro dela. Ela precisa estar forte e protegida para que ele se desenvolva bem. Sim, eu tenho lido essas revistas bem maricas de mulher grávida. Foda-se! Os caras não sabem disso. Ninguém sabe. Eu faço essas pesquisas online. Santa Internet! Além disso, eu tenho conversado com seu médico. Estou presente desde a segunda consulta, pois a primeira eu ainda estava convalescendo. Farei tudo que puder para que sua gravidez seja tranquila.

_ Liam? _ a voz de Greg me assusta, me fazendo virar para sua figura grande do outro lado da piscina. Ele está na sua forma característica, completamente em alerta.

_ Greg? O que faz acordado a essa hora? _ eu rio da ironia, uma vez que também estou acordado. Ele vem até mim e se senta na ponta da outra espreguiçadeira. Sua postura está tensa. Me lembro de que não o questionei ainda sobre sua estranheza nos últimos dias. _ há algo errado, amigo?

Ele me olha longamente antes de dizer:

_ Jess está usando de novo. _ não é preciso que esclareça. Eu sei do que se trata. Só eu, Elijah e ele sabemos dos problemas dela com as drogas. Merda!

_ Você tem certeza, Greg? Como ficou sabendo? _ eu questiono, sentindo uma tristeza e impotência me invadir. Eu a achei bem eufórica hoje, mas, pensei que era porque queria ajudar a Mel com o novo guarda-roupa. Merda. Eu não notei nada suspeito.

_ Sim, eu tenho. Ela deu um vexame na última festa de Elijah. Eles discutiram quando ele a arrancou de uma mesa de pó. _ Cristo. É sério, então. Ela voltou a usar mesmo se escancarou assim em uma festa. Porra! _ ele não queria que lhe falasse nada por causa de tudo que tem enfrentado... _ Greg revela.

_ Porra! Eu já tenho muita merda para lidar. Eu não posso cuidar dela dessa vez. _ digo, mesmo que meu peito aperte. Jess é muito querida para mim e os caras. Mas, agora eu tenho uma mulher grávida para cuidar além da porra de um processo nas costas.

_ Eu sei. _ ele faz uma pausa e me analisa com seus olhos escuros astutos. _ eu ouvi o que parecia ser uma discussão entre ela e a Mel na tarde das entrevistas. _ eu franzo as sobrancelhas.

_ Discussão?

_ Sim, Jess estava desafiante. Parecia drogada naquela tarde também. _ ele diz e meu coração afunda. Ela saiu drogada com a minha mulher? Eu vou ter que rever minha decisão de não demiti-la. Que merda essa garota tem na cabeça? E eu achando que ela foi uma espécie de heroína ao salvar a Mel. Era a porra da coca lhe dando coragem e fazendo perder a noção.

Melissa

_ Sim, papai, estamos todos bem. _ eu digo no meu melhor tom convincente. _ estou com saudades.

_ Eu também, querida. Vou tirar uma semana para visitar vocês em breve. _ ele diz suavemente e eu derreto sob seu tom amoroso. _ você está se cuidando? Como está meu neto? _ eu sorrio. Ele, assim como Liam acha que é outro menino.

_ Estamos bem, pai. Estou me cuidando direitinho. _ eu afirmo e saio para a varanda do meu quarto. Ainda não me acostumei com essa vista incrível.  O sol está se pondo. Esse se tornou meu lugar favorito na casa também. Me encosto na haste de ferro e observo Chay correr na praia com o filhote de labrador que o Liam comprou há uma semana. Joshua e Norah estão com ele lá embaixo. Eu aceno quando eles olham para cima.

_ Falei com Sara hoje. Ela está se adaptando bem pelo que me disse. _ ele continua.

_ Sim, falei com ela também e me pareceu bem animada com a cidade e a recepção na empresa. _ Sara foi muito teimosa em não aceitar a proposta generosa de Liam. Mas, a entendo. Elijah é muito perigoso para ela. Não quer nada além de “bater” bocetas aleatórias como ele próprio alardeia. Talvez seja mesmo melhor para minha irmã ficar longe até ele desistir de persegui-la. Bom, Liam me disse que ele tem estado muito ranzinza depois da partida de Sara. Eu rio. Na verdade, as palavras exatas de meu marido foram: Elijah parece ter um pau enfiado na bunda ultimamente... _ Sara é muito competente, pai. Vai se adaptar bem rápido. Tenho certeza.

_ Eu sei. Minha menina atrevida é dura na queda. _ ele ri carinhosamente. _ estou indo para o Sul numa exposição. Eu ligo quando chegar lá. Fique bem, querida. Dê um beijo no Chay por mim. _ ele pausa um instante. _ e diga ao Liam que estou torcendo por ele.

_ Farei isso, papai. Fique bem também. Te amo. _ digo baixinho.

_ Também te amo, minha menina. _ ele diz e desliga em seguida.

Eu desço para a cozinha. Norah já está lá para começar a preparar o jantar. Eu desisti de das minhas aventuras culinárias. Liam sempre comeu todas as minhas tentativas de assassinato, tadinho. Mas, percebi que era hora de parar porque, vamos combinar, não levo jeito para a coisa. Norah por outro lado, é uma cozinheira divina. Temos a esposa de Martin, nosso motorista, que cozinha sempre que necessário, mas, Norah alegou que não tem nada para fazer e estava ficando entediada. Agora, o máximo que faço é cortar os legumes e fazer uma salada. Isso eu consigo fazer bem. Certo, teve aquela vez em que arruinei uma salada... É sério, não sei o que houve. Estava com um gosto super estranho.

_ Liam ainda vai demorar, querida? _ a voz suave de Norah me tira da minha introspecção.

_ Ele me ligou há pouco avisando de uma reunião com sua equipe de publicidade. _ eu digo, meu tom me denunciando. _ deve levar em torno de duas horas.

Ela pousa os olhos azuis doces em mim. Norah é uma mulher bonita. A mãe de Liam era muito parecida com ela. Os cabelos grisalhos são curtos, deixando seu rosto com um ar jovial, e seu corpo mignon deve ter virado a cabeça de Joshua quando jovens. Seu sorriso é muito parecido com o de Liam. É lindo, aberto, luminoso. Eu me vi gostando rapidamente dela. Acho que a recíproca é verdadeira, pois não percebi nenhum receio de sua parte em relação a mim.

_ Há algo incomodando, Mel? _ ela questiona, enquanto limpa o frango sobre a pia. Eu vou até o freezer e retiro alguns tomates e batatas. Quanto os coloco sobre o balcão ela ainda está me encarando à espera de uma resposta.

Ok, aqui vamos nós.

_ Eu não consigo engolir essa garota, Jess... _ eu solto de uma vez.

Norah me olha por alguns instantes e eu tenho a nítida impressão que vejo algo brilhar no fundo dos olhos azuis.

_ Jess é... _ ela franze o nariz um pouco. _ complicada. Mas, não deve lhe dar muito crédito, querida.

Eu a olho. Eu quero perguntar se houve algo entre ela e Liam no passado, mas, por outro lado, não quero coloca-la em uma posição difícil. Afinal, ela é avó de Liam. É com ele que está a sua lealdade. A dúvida está me corroendo. Eu sinto que há, houve algo entre eles. A pequena miss vadia fica muito à vontade com ele. E Liam, para minha raiva também é todo carinhoso e atencioso com ela. Arrg! Estou sendo paranoica? É isso que o ciúme faz com a gente? Passamos a ver coisas aonde não existe? Eu não quero ser esse tipo de mulher. Mas, caramba, eu tenho esse pressentimento forte dentro de mim. Eu sei que a dissimulada quer o meu marido. Se ela não teve uma chance ainda, com certeza quer ter. Tá certo que ela não escancara muito, mas, isso está lá. Nós, mulheres sentimos cheiro de piranha de longe. E, para ser sincera, não sei se foi uma boa jogada tirá-la de perto de mim e manda-la direto para a gravadora ficar o tempo todo mais perto do meu marido. Eu tenho trabalhado lá também, mas, apenas meio expediente. Isso depois de muita insistência minha. Liam queria que ficasse mofando em casa. Eu não vou voltar à isso. Já vivi essa fase dondoca parasita com Raul. Não quero ficar posando de madame, ou primeira-dama do rock como a imprensa tem me chamado. Sou uma mulher renovada que não será oprimida de novo. Sem chance.

_ Eu acho que ela é apaixonada pelo Liam. _ decido jogar pelo menos essa carta para Norah. Vejo aquele flash de novo em seus olhos.

_ Liam é apaixonado por você, Mel. _ ela diz suavemente, e começa a cortar o frango habilmente. _ Jess é apenas uma amiga querida dele e dos meninos. Eles cresceram juntos. Meu neto possui um coração muito bonito como já deve ter percebido. Gosta de ter os amigos por perto.

_ Sim, eu sei. _ eu concordo com um gosto amargo na boca. _ mas eu sinto que ela o quer.

_ Talvez queira mesmo. _ ela concede e me olha. _ não quero ser a bruxa má, mas, você terá que lidar com isso muitas vezes, querida. Seu marido é um astro da música mundial. _ tenho toda a sua atenção agora. Ela crava os olhos em mim tão direta quanto seu neto. _ além disso, meu neto é um colírio para os olhos. _ eu rio, enrubescendo com o riso meio malicioso que se espalha em seu rosto. Uau! Liam teve a quem puxar... Joshua realmente não teve chance contra ela. _ sempre haverá mulheres fáceis o rodeando. Mas, ele se casou com você, querida. Liam poderia ter qualquer uma, mas, escolheu você. Ele esteve meio perdido depois do sucesso da banda. Nenhuma mulher teve o poder de puxá-lo do estilo rock and roll. _ seu riso amplia quando fala como os caras. Eu rio também. _ ele a ama muito. Jess esteve aí, do lado dele o tempo todo. Por que acha que a notaria exatamente agora que tem você?

Hum, certo. Bom ponto.

_ Eu confio no Liam, Norah. Confio plenamente. _ digo, séria. _ é nela que não confio.

Ela sorri, calma e serena.

_ Então, fique tranquila. Jess não tem poder para fazer nada se ele não quiser. _ diz e fica mais séria. _ e nós duas sabemos que ele não quer.

Entramos numa espécie de entendimento tácito e passamos a falar sobre temas mais leves enquanto preparávamos o jantar. Quero dizer, ela preparava o jantar.

Duas horas depois, Liam e os caras chegaram. Eu torci o nariz fingindo birra quando vieram me cumprimentar. Os traidores nunca mais jantaram aqui depois da primeira noite em que cozinhei. Certo, tentei cozinhar. Elijah diz que ainda dói o maxilar de tentar mastigar a carne. Eu errei no tempo de preparo, para variar. Só estão aqui hoje, porque Liam deve ter avisado que Norah estava na cozinha. Eu sorrio, feliz em tê-los aqui. Eu sou tão boba. Meus olhos ficam úmidos. Eu amo minha nova família. Eu... Meus olhos encontram os olhos azuis do meu marido e eu arfo levemente quando ele para na minha frente. Minha Nossa. Só tem o quê? Seis horas que não o vejo e já sinto sua falta absurdamente. Hoje ele veste um de seus ternos Armani. Eu simplesmente amo vê-lo no estilo formal. Ele fica mais másculo, com cara de homem de negócios. Oh, rapaz. Ele ri, o riso travesso de menino que tanto amo e me envolve pela cintura. Eu mordo o lábio para não gemer diante da nossa plateia na cozinha.

_ Hei, baby. _ sussurra bem próximo à minha boca. Ele fumou. Sinto o cheiro muito longe porque disfarçou com bala de menta.

_ Oi, baby. _ há um murmúrio geral e eu sei que é dos caras, observando nossa troca cheia de amor._ senti sua falta. _ digo baixinho, levantando minha cabeça, meus lábios quase tocando os seus. Seu riso se amplia lentamente e o brilho nas safiras azuis se torna sem vergonha.

_ E eu a sua, meu amor. _ ele ronrona antes de descer a boca sobre a minha num beijo lento, delicioso. Agarro-me em seus ombros largos, passeando as mãos pelo peitoral amplo e as subo para o pescoço, acariciando seus cabelos da nuca como ele gosta. Liam geme baixinho e eu me colo à ele, esquecendo momentaneamente que estamos na cozinha na frente da sua avó e dos caras. Seus braços me puxam mais para perto e é nesse momento que ouço:

_ Homenzinho, você não pode entrar aqui. _ é a voz sorridente de Elijah. _ sua mãe e seu pai estão, hum... Ocupados. _ há um coro de risadas. Até Norah está rindo. _ vem, vamos jogar vídeo game antes do jantar.

Caramba! Chay! Eu me afasto relutante de Liam, mas, ele me mantem perto. Eu coro como uma adolescente. Liam beija meus cabelos e ri baixinho, adorando me ver sem graça. Tão sem vergonha...

Norah me olha como se dissesse: viu, não tem com que se preocupar. Eu fico mais vermelha ainda. Sério, que idade eu tenho? Doze?

_ Como foi a reunião? _ eu o olho e tento puxar um assunto seguro, dado o brilho safado que ainda vejo em seu olhar.

_ Foi como o esperado. Estamos avançando bem. _ ele diz, mas, sinto um mas em seu tom.

_ Mas? _ eu insisto.

_ Não será tão fácil quanto pensei, baby. _ ele suspira longamente e nesse momento eu vejo que parece exausto. Liam tem disfarçado bem, no entanto, eu sei o quanto essa situação o tem afetado. _ não com um processo nas minhas costas.

Eu levanto a mão para o seu rosto e acaricio, acalmando-o.

_ Vai ficar mais fácil, baby. Não perca a fé.  _ sussurro, olhando-o nos olhos. _ o jantar ainda vai demorar uns trinta minutos. Vem comigo, amor. Eu vou cuidar de você.

Seus olhos se iluminam com malícia.

_ Você vai, é? _ ele ri.

Eu meneio a cabeça.

_ Não tenha ideias, superstar. _ eu rio provocando-o. _ eu vou ajudar você com o banho e depois, farei uma massagem relaxante no meu marido. Isso é tudo.

Ele ri lindamente, seus olhos cheios de amor pelo meu cuidado com ele.

_ Você é imbatível, Srª Stone, sabia disso? _ me beija suavemente.

_ Hum, eu sei. _ eu digo imitando sua confiança arrogante de rock star.

Ele puxa para trás para olhar em meus olhos. Humor dançando em suas pupilas.

_ Muito arrogante, baby?

_ Muito confiante. _ eu digo e nós dois rimos com a troca de papéis em nosso antigo jogo de provocação. Quando olhamos em volta todos tinham sumido. Rimos com cumplicidade. Eu o puxo pela mão. _ vem, baby. Eu vou cuidar de você.

Selena

Ele estoca com força, deixando um rastro de dor em meu canal. Sua mão está em meu pescoço, imobilizando-me sobre a cama. Oh, meu Deus! Sinto-me quase desfalecendo. Ele aperta com uma violência como se tivesse com raiva de mim. Ele percebe que está me asfixiando e relaxa um pouco, mas, continua metendo fundo furiosamente. Quando abri a porta para ele mais cedo eu sabia que não ia ser suave hoje. Ele estava possesso porque foi chamado para depor no departamento de polícia. E, para variar, eu sou seu saco de pancadas. Ou seu saco de fodas, como preferir. Ele mete com mais força, arrancando o ar dos meus pulmões. Meu rosto está banhado de lágrimas e eu choro baixinho, deixando-o me usar como sempre fez. Chris é um psicopata da pior espécie. Sim, meu irmão, Chris Hart abusa de mim desde quando eu tinha treze anos. Sou sua puta particular como ele carinhosamente me chama. Eu odeio cada segundo disso. Eu o odeio com todas as minhas forças. Ele me quebrou. Tirou muito mais do que a minha inocência. Esse monstro me tirou a vontade de viver. De lutar. Ele me moldou. Sou sua marionete. Seu brinquedo sexual. Ele me usa de todas as formas imagináveis e repulsivas e eu me mantenho calada, malditamente calada por anos a fio! Que espécie de covarde aguentaria isso? Um covarde que queira viver apesar de tudo. Ele nunca chegou a me ameaçar com palavras, mas a frieza e a crueldade que vejo em seus olhos. A crueldade com que eu o vejo tratar os outros me impede de tentar lutar. Ele me mataria se eu tentasse. Eu sei que sim. Eu sei que tem coragem e sangue frio de sobra para fazer isso. Então, essa é a razão para minha atitude covarde.

_ Minha puta! É isso que você é e sempre será! _ ele geme em meu ouvido e continua a violentar meu ânus. _ será que você vai gozar hoje, neném? _ sua voz é suave, doentemente suave. Sim, às vezes eu gozo, quando é suave e toca meu corpo com todo o conhecimento que só ele tem. Isso faz de mim uma doente também? Não, eu me torturei por anos achando que era uma aberração porque eu gozo na maioria das vezes em que ele me fode. Quando fiz vinte e um anos procurei uma psicóloga. Ela me esclareceu que sofro do que os estudiosos chamam de síndrome de Estocolmo[3]. Ela me disse que isso é, de certa forma normal, porque Chris era uma pessoa muito querida do meu convívio e não me tomou com agressividade. Eu o amava. Como irmão, é verdade. Mas, ele foi cuidadoso e suave comigo no começo. Era doentio. Sempre foi doentio, porém, me fazia gozar em todas as vezes em que transávamos. A violência veio quando fiz dezessete anos. Ele violentou meu ânus e fiquei dias machucada. _ você ainda está aí? Vadiazinha! Eu amo isso, Sels. Você sempre será fodida por mim, assim! _ eu odeio esse apelido. Fecho os olhos, rezando para isso acabar logo, mas, sei que não tenho tanta sorte, quando ele está contrariado com algo, vem ao meu apartamento ou me chama em seu apartamento de foda e me fode sem trégua. _ não há para onde fugir, baby. Você é minha! Só eu posso comer esse cu gostoso assim! _ eu soluço alto e ele puxa meus ombros, me rasgando em mais uma estocada brutal e goza, rosnando como um animal, enquanto seu esperma faz meu canal arder insuportavelmente.

Ele fica debruçado em cima de mim pelo que parecem horas. Quero que saia. Quero gritar para que tire seu pau asqueroso de dentro de mim, mas, minha voz covarde não sai. Eu continuo a soluçar baixinho porque se fizer isso alto ele vai se irritar e me foder de novo. Seus lábios depositam beijos suaves em minha nuca. Eu estremeço. Eu odeio que mesmo depois que praticamente me estuprou eu aprecie seus lábios em mim. Eu o odeio, mas, meu corpo responde à ele. Chris ri e sai de cima de mim com cuidado. Ele me vira de costas no colchão e de frente para ele. Seus olhos dourados estão suaves agora que gozou e descarregou sua raiva. Suas mãos terminam de me despir do vestido. Ele me acaricia com maestria. Beija minhas lágrimas. Sua boca toma a minha com delicadeza. Infelizmente ele sabe como me excitar. Sabe exatamente como e onde me tocar. Sua boca, língua, e dentes brincam com meu corpo e eu derreto, esquecendo-me da dor no meu ânus machucado. Quando seus lábios e língua tocam a minha vagina, eu luto a mesma batalha perdida. Decência e moral contra luxúria e o tesão que infelizmente ele me faz sentir. Eu gozo forte, chorando de novo, engolfada pelo prazer e imensa vergonha de sentir isso.

No momento em que ele se veste e finalmente me deixa usada, humilhada, um trapo humano, eu me arrasto para o banheiro e me debruço sobre o vaso sanitário. O vômito lava-me de dentro para fora. Isso sempre acontece depois que ele me toma. É uma reação fisiológica da minha perturbação emocional. Meu ânus dói absurdamente e posso sentir o líquido pegajoso escorrendo entre minhas nádegas. Ando devagar para o chuveiro e deixo a água lavar o monstro da minha pele. As lágrimas são abundantes agora. Eu soluço alto, soltando toda a minha frustração, impotência e covardia. Eu bato nas paredes com os punhos. Meu corpo treme convulsivamente sob a água fria. Busco o sabonete e me esfrego com força. Minha pele já está vermelha. Eu esfrego furiosamente agora. Ainda consigo sentir o cheiro dele. Não, não está mais na minha pele. Ele está impregnado em minha memória. Disso não posso correr. Eu visto um roupão e me arrasto de volta para o meu quarto. Eu gostaria que ele morresse e me deixasse em paz. Morresse ou... Minha mente duela entre a covardia e a vontade de ser livre. Meu pensamento vai inevitavelmente para a única pessoa que enxergou a verdadeira face de meu irmão comigo. Mel me ofereceu ajuda. Eu não sou estúpida de pensar que ela está fazendo isso porque morre de amores por mim. Ela está fazendo isso para ajudar a livrar o Liam da acusação de estupro. Eu poderia acabar com isso. Eu poderia mandar o monstro do meu irmão para o inferno de uma prisão. Eu poderia... Oh, Deus. Eu choro mais. Lágrimas banham minhas faces, enquanto eu pego meu celular e seleciono o número da Mel. Meu dedo paira sobre ele, minhas mãos estão tremendo. Vá, Selena. Apenas faça! Meu cérebro tenta me comandar. Eu clico em chamar e o levo ao ouvido. Meu coração salta violentamente no peito. Estou a caminho de admitir pela primeira vez para outra pessoa tudo que meu irmão tem feito comigo nos últimos onze anos da minha miserável vida.

_ Alô. Selena, é você? _ a voz suave da Mel entra em meus ouvidos. Eu não entendo o por que, mas, eu nunca a odiei completamente, apesar de ela ter tirado de mim o único homem que eu amei fora desse ciclo vicioso e doentio que sempre vivi com o Chris. Eu fecho os olhos, respirando pesadamente. Parece que corri uma maratona do caralho. Eu preciso falar, mas, minha língua parece colada ao céu da boca. Fale, Selena! Não seja mais uma vez covarde! Fale, porra! _ Selena? Você está aí? _ ela torna.

_ S-sim, Mel. _ eu gaguejo. Minha voz tremendo horrivelmente. Tomo uma respiração profunda e solto as palavras que podem mudar a minha vida. _ e-eu preciso de ajuda. Você tinha razão... Eu sou abusada pelo meu irmão.




[1] Hitch é um filme estadunidense de 2005, do gênero comédia romântica, dirigido por Andy Tennant e com roteiro de Kevin Bisch. O filme custou 70 milhões de dólares.
[2] Rodeo Drive é o nome de um famoso e longo quarteirão de Beverly Hills, no Condado de Los Angeles nos Estados Unidos. Esse quarteirão é considerado um dos mais caros do mundo. Faz sucesso desde a década de 1950 e 1960 por ser um local de alto luxo, lugar para fazer compras caríssimas além de abrigar finos restaurantes. É também conhecido mundialmente por abrigar grandes lojas de grife. Marcas como GiorgioArmani, Bally, Bang&Olufsen,Bijan, BVLGARI, Burberry, Gucci, LouisCartier, Celine, Chanel, Christian Dior, Coach, Dolce & Gabbana, Fendi, Hermès,Lacoste, Louis Vuitton, Ralph Lauren, Prada, Salvatore Ferragamo, Tiffany & Co., Valentino, Versace e Yves Saint-Laurent, entre outras.

[3] Situação em que a vítima desenvolve empatia em relação a seu algoz.

Um comentário:

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