Não esqueça
De olhar meu retrato
Essa noite
Bem devagar
Meça-me
Ponta a ponta
Mira
Acaricia o vazio
Minha nudez
Não precisa de palavras
É marginal
Agita teus gestos
Teu desejo
Mais que urgente
Assovia
Sem voz
Indecente
Imoral
A língua cria rimas
Letras líquidas
Beijo
Que teus lábios
Sorvem
Num sabor sem igual
Não esqueça
Essa noite
No teu silêncio apático
Sem rimas
No teu gozo ensopado
De encarar meu retrato
Não se esqueça
Essa noite
De dormir abraçado
Nas dobras do teu lençol
Amassado
Embolado
Escondendo no teu corpo
O meu retrato
Há muito e já amarelado…
- Cau Lanza -
( novembro- 2014 )
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