Madison
A viagem de volta foi tranquila. Conversamos sobre tudo e sobre nada,
rimos, mandei ele ir a merda porque riu novamente dos meus conselhos e voltamos
a falar do Cole.
— Eu ainda não consigo acreditar que o Cole Knight é gay. Na verdade,
não entendo.
— Não entende o que, Noah?
Ele responde olhando para estrada:
— Por que ele não assume de uma vez?
— Por causa da família, do pai, do sobrenome, do preconceito...
Ele passa a mão pelo cabelo.
— Hoje temos a liberdade de sermos o que quisermos, Madison. Tudo na
vida requer algum sacrifício, mas mesmo assim, nenhum sacrifício é tão grande
para conquistarmos a nossa liberdade. Preconceito é crime e temos vias legais
para tratar disso.
— Ele é CEO de uma multinacional, ele deu o sangue e suor por aquele
lugar. Se hoje ele assumir sua condição sexual, não tenha dúvidas de que o
próprio pai o renegará e o destituirá do cargo que ele tanto batalhou. E por
que esse interesse todo?
— Porque não acho justo as pessoas não terem liberdade para fazerem da
sua vida o que bem entendem. Seja o Cole, o Aidan ou qualquer outra pessoa.
Estacionamos em frente à minha casa no começo da noite. Arrumo-me
rapidamente, pego algumas coisas e ele deixa-me no clube dizendo que mandaria
Frank me buscar para ir para casa, a dele.
Mal coloquei o pé no Secret Garden
e já fiquei sabendo que o problema é Selena, novamente. Vou até ela e resolvo
em dois toques, é o aviso prévio. Daqui trinta dias, não precisará vir mais.
Vou para o escritório, vejo a relação de dançarinas que podem substituí-la,
pois terá que passar por um intensivo antes de subir ao palco.
Passeio pelo lugar, verifico se está tudo em ordem e Ramon me passa
algumas coisas para providenciar. Assim que termino meus afazeres, volto ao
escritório e encontro Rebecka olhando fixamente para um quadro.
— Becka? – ela vira-se e sorri.
— Ainda está por aqui? Achei que já tinha ido.
Sento-me na cadeira de frente para ela.
— Decidi ficar até mais tarde.
— Desculpa por atrapalhar o passeio. Mas eu já tinha discutido com a
Selena, as coisas ficaram complicadas...
— Sem problemas.
Ela ajeita-se na cadeira.
— Como foi o passeio?
— Bom. O lugar é lindo.
— Que bom. E como vão as coisas entre você e Noah?
Passo a mão pelos meus longos cabelos.
— Bem. Eu acho. Noah não é uma pessoa instável, mas nesses últimos dias
está muito estranho. Ficamos quase dez dias somente trocando mensagens, aí ele
me faz aquela surpresa linda levando-me para o litoral. Mas seus olhos dizem
que há algo errado, só não sei o que é.
— Deve ser algum caso complicado. Caso contrário, já saberíamos o que se
passa.
O telefone em cima da mesa do escritório toca e Rebecka atende.
— Alô – abre um sorriso — Está aqui sim, estou passando para ela. Beijos
– ela passa o fone para mim — Noah.
Atendo.
— Oi.
— Estou te esperando para jantarmos – sua voz é baixa deliciosamente
sexy.
— Já estou indo.
— Ok. Beijos.
Ele desliga e eu fico com um sorriso bobo, olhando para o nada. Esse
homem é demais, seu corpo, sua voz, seu pa...
— Madison? – Rebecka me chama e vejo que está rindo — Você está
apaixonada!
Meu sorriso evapora e reajo como se tivessem jogado um balde de água
fria em mim. Por mais que eu quisesse me apaixonar, não sei se voltaria a
fazê-lo.
— Não – falo e balanço a cabeça negativamente — Noah é uma boa pessoa,
lindo e eu o adoro. Mas não passa disso.
Seu sorriso se desfaz.
— Madison, nem todos os homens são iguais. Eu duvido que algum dia Noah
te trairia. E mais, já está na hora de superar...
Levanto-me e vou em direção a porta.
— Ok, mamãe. Até amanhã.
Encontro Frank na frente do clube, cumprimento-o e vamos em direção a
casa dos Lancaster. No caminho distraio-me com que Rebecka falou, que tenho que
superar. Eu já superei. Só que a partir do momento que isso, o que tenho com
Noah, se tornar profundo, darei a ele o poder de machucar-me, é esse o risco
que não quero correr. Ninguém é perfeito, as pessoas erram, decepcionar-se faz
parte da vida, eu só não sei se estou disposta a baixar a guarda.
Assim que o carro para, desço e Frank vem em minha direção chiando:
— Quando deixará fazer meu serviço completo, Mad?
Reviro os olhos.
— Não sei ser madame, ok? Dê graças à Deus que aceitei sentar no banco
traseiro...
— O que deu muito trabalho, por sinal – ele fala sorrindo.
— Está ficando um velho ranzinza, Frank. Olha o coração – falo rindo
enquanto vou em direção a porta.
Uma das mulheres que trabalham na casa abre a porta para mim. Fico
perguntando-me para que esse tanto de empregados? Conforme me aproximo da sala,
ouço Alyssa aos berros com Noah. Inusitado. Jamais pensei em ver isso.
— Como você pode estar sorrindo no meio de uma situação dessas, Noah?
Meu Deus, você era meu exemplo e agora não passa de um mentiroso!
O tom do Noah é baixo — Alyssa, por favor...
— Por favor, é o cacete! Está na hora de consertar isso, senhor juiz.
Entro na sala e os dois olham para mim ao mesmo tempo. Alyssa vem até
mim e dá-me um abraço.
— Oi, Mad – seus olhos estão tristes e não encontram os meus. Deve estar
com vergonha porque presenciei a briga.
— Oi, Aly. Está tudo bem?
Ela sorri sem graça.
— Está sim. Vamos jantar? Estou faminta e estávamos só te esperando.
— Claro... só vou lavar as mãos.
Alyssa passa direto por Noah e ele olha triste a caminhada da sua irmã.
Uma coisa já sei, eles não estão bem por algum motivo. Isso é o que deve estar
deixando Noah mal. Vou até ele, abraço-o e beijo.
— Boa noite, excelência.
— Boa noite, minha ruiva – seu sorriso mesmo triste, é lindo.
Assim que sentamos a mesa para jantar, Christopher aparece, de mal humor
para variar. Senta-se ao meu lado e Martha o serve. Passo a mão em suas costas
como um gesto de carinho porque Chris realmente não está bem.
— O que houve, meu galã?
Ele joga três envelopes azuis em cima da mesa.
— Convite para o meu noivado – seu tom é de escárnio e assusta-me.
— Chris, se você não quer isso, então não continue. Audrey e você
estarão no caminho do insucesso – aconselho.
Ele vira-se para mim.
— Não é ela. Você não faz ideia do que é ter sua vida toda manipulada e
já decidida. E mais, não fiz parte das decisões. O noivado era para ser daqui
há seis meses, mas o meu articulador adiantou para alavancar as pesquisas.
— É o preço que se paga por um ideal, cara – Noah fala.
— Eu sei, é só que... Sei lá – Christopher vira para mim — Gostou do
passeio?
— Amei. O lugar é esplendido.
Ele sorri.
— É sim.
— Sabia que em menos de vinte dias é o aniversário da Mad? – Aly fala
sorrindo — Faremos uma festa, o que acha? – ela pergunta para mim.
— Eu não acho nada, porque não comemoro meu aniversário. Esqueça festas,
encontros, reuniões ou qualquer coisa do tipo – falo séria.
— Podemos fazer uma festa... – Noah fala olhando para Alyssa.
Eu os corto.
— Não podem! Agora se o meritíssimo quiser me agradar com joias
milionárias, estamos aí. Já tenho até planos para elas, empenharei todas e
fugirei com o Frank.
Todos começam a rir. O jantar foi pacífico, apesar do elefante branco
que estava na mesa. Há algo sério entre Alyssa e Noah, somado a irritação do
Christopher, o clima ficou tenso. Depois, os dois foram conversar no escritório
e eu fui atrás de Aly em seu quarto. Bati na porta e ela abriu. Entro, sento-me
e fico analisando-a.
— O que está acontecendo entre você e seu irmão, Alyssa?
Ela desvia seu olhar.
— Noah não é quem eu pensava ser ou talvez tenha mudado, não sei. Ele
sempre foi o meu exemplo para tudo, sempre tive o melhor irmão. Aos meus olhos,
Noah era perfeito – ela altera a voz — Daí faz uma tremenda cagada e age como
se estivesse tudo bem, mas não está! Deus, há horas que o odeio.
— Calma – alcanço sua mão — Olha para mim. Ninguém é perfeito e todos
nós somos suscetíveis ao erro, com Noah não seria diferente. Seja o que for que
ele tenha feito, o perdoe. Porque ele pode ser condenado por todos, Alyssa, mas
ele não suportaria ser condenado por você, a irmãzinha caçula que ele sempre
cuidou. Jamais repita que o odeia, isso o destruiria, ele não suportaria ouvir
isso de você.
— Eu sei, mas sinto muita raiva e impotente – uma lágrima escorre pelo
seu rosto — Você não entenderia...
— Pode ser que eu não entenda, Alyssa. Só que não precisa entendê-lo,
basta estar ao lado dele. São só vocês dois contra o mundo.
Ela me abraça apertado.
— Eu queria poder mudar tudo, Mad. Eu queria ter o poder de voltar no
tempo e mudar tudo.
Seco suas lágrimas.
— Eu também queria, Aly. Talvez hoje, eu estaria secando as lágrimas de
uma sobrinha que se machucou ao cair de bicicleta. Ou as lágrimas da minha irmã
por algum filme besta, ou apenas vendo televisão com o meu pai. Mas não podemos
e é melhor que seja assim, senão, não teríamos a oportunidade de aprendermos
com nossos erros.
— Obrigada por ser assim... – ela abraça-me novamente e eu me emociono.
Nunca me agradeceram por ser a bagunça que sou.
Os dias seguem e nós trabalhamos incansavelmente. Estamos há semanas
treinando a nova menina para assumir o lugar da Selena. Rebecka e eu, decidimos
investir em uma das dançarinas de fundo, aquelas que só fazem parte de uma
coreografia. Cindy é uma morena linda, mas queríamos transformar em fatal, um
pouco tímida, também estamos trabalhando esse lado dela.
Como há muitos números temáticos, optamos por algo mais clássico. A
música do The Weeknd – The Hill, dará
a batida perfeita para uma dança sexy. Ela fará um strip-tease, mas não tirará
toda a roupa. O que conta são os movimentos, rebolados, agachamentos, enfim,
sua desenvoltura é que fará a diferença. Em certos momentos, queremos que ela
passe a impressão de que está transando, tudo isso no ritmo da música.
Sua roupa será um vestido preto de couro, que abrirá atrás, achamos
legal que ela vá até um cliente e peça para abrir. Fora que homem tem um
fetiche por couro. Sua maquiagem será pesada, carregada no preto, um batom
vermelhão, saltos altíssimos, luvas até o cotovelo e meias sete oitavos,
completam o look. Sua estreia será semana que vem, até lá teremos que deixá-la
pronta.
Enquanto o coreógrafo repassa os passos com Cindy, sorrio com as
lembranças de hoje pela manhã. Fui acordada por um homem lindo, alto, loiro, incrivelmente
forte, cantando Parabéns para Você no
meu ouvido. Meu primeiro presente foi um beijo, seguido de vários beijos pelo
corpo, de lambidas, mordidas e um sexo homérico.
— Eu ia trazer seu café na cama, mas Martha e Alyssa fazem questão que
você desça – ele fala olhando para mim e tenho a impressão que pode ver a minha
alma. Tento desvencilhar-me, mas Noah não permite — Vai parar de se mexer para
que eu possa terminar de dar os parabéns?
— Sim...
Continuamos deitados, ele por cima de mim prendendo-me com o seu peso.
Suas mãos emolduram meu rosto e seu olhar é tão doce, que mexe comigo.
— Desejo que seus dias sejam iluminados, que Deus te proteja por toda
sua jornada. Que mantenha essa língua afiada e esse corpo delicioso. Mas acima
de tudo, desejo que ele conserve esse coração grande que tens. Eu te adoro,
Madison, muito! Mais até do que deveria. Mas eu te adoro. Parabéns, minha ruiva
dos infernos.
Reviro os olhos.
— Adoro seu romantismo, excelência – beijo sua boca — Eu também te
adoro, Noah.
Ele beija-me com carinho, abre minhas pernas e desliza seu pau para
dentro de mim, fazendo-me a mulher mais satisfeita do universo. Não transamos,
não fodemos, fizemos amor, até ele puxar meu cabelo, daí se tornou uma foda,
deliciosa.
É muito fácil conviver com Noah, nossos dias são muito tranquilos. Ele
não me pede nada, não exige nada, apenas me dá. Ele é extremamente carinhoso e
faz questão de demonstrar isso. Gosta de ficar tocando-me sempre que possível,
entrelaçar seus dedos nos meus ou em meus cabelos.
Volto para a realidade com o telefone tocando no bolso. Olho o visor e
vejo seu nome, como se ele soubesse que meus pensamentos estavam nele.
— Boa noite, excelência. Em que posso ajudá-lo?
— Quero você aqui, Madison – ele fala com doçura — Não demora, por favor.
— Pedindo assim, não tem como negar. Já estou indo.
Sua voz soa preocupada.
— Pelo amor de Deus, Madison, venha com cuidado. Não me recuperei
daquele acidente que você sofreu há quase um mês atrás.
— Sim, senhor. Até daqui a pouco – despeço-me e desligamos.
Desde que voltei a dormir em sua casa, ele me dá sua moto para que eu
venha trabalhar. Ele até quis negociar, mas comigo é, “sim, sim” ou “não, não”.
Verifico algumas coisas antes de sair do clube, confirmo algumas mesas que logo
serão ocupadas por um grupo de despedida de solteiros. Tudo certo! Posso ir.
Vou até a garagem e subo naquela máquina dos sonhos de qualquer um. Essa
moto é linda, uma BMW que corre pra
caramba. Entro no trânsito de Nova York e vou em direção a casa dos Lancaster.
A distância é considerável, mas nada muito longe. Assim que passo pelos
portões, vejo três carros parados em frente à entrada da casa. Dois eu conheço
muito bem, não preciso olhar muito para saber a quem pertencem, mas há um
desconhecido e muito velho. Christopher e Benjamin estão aí. Provavelmente Noah
e Alyssa os chamaram para jantar comigo. Balanço a cabeça sorrindo. O que eu
posso querer mais da vida? Tenho amigos que me adotaram e fazem questão que me
sinta parte de sua família.
Tiro o capacete e entro, ouço vozes alteradas e corro para a sala. Vejo
Benjamin segurando a Rebecka e Alyssa chorando nos braços de Chris. Martha
estava pálida, viro-me na direção que os olhares estão voltados e vejo Carly ao
lado de Noah que está... amargurado.
Meu coração aperta, alguma coisa está muito errada. Dou mais alguns
passos para frente e todos se dão conta de que cheguei. Noah dá um passo em
minha direção, Rebecka entra na minha frente e fala:
— Antes de qualquer coisa, cretino, conte a ela. Seja homem, Noah.
— O que está acontecendo? – pergunto em tom baixo com medo da resposta.
Noah abre a boca para falar, mas é Carly quem responde primeiro:
— Estou grávida.
Eu acho que fiquei surda. Ela disse que está grávida? Uma dor passa pelo
meu peito. Baixo a cabeça e tento digerir a notícia. Eles tiveram um longo
relacionamento, é possível que ela esteja grávida e não havia como cogitar isso
quando eles terminaram. Olho para a barriga dela e vejo que está reta demais,
mas Carly é muito magra, não dá para ver ainda.
Viro-me em direção as escadas, com o capacete ainda na mão. Preciso
afastar-me para processar e para que Noah tenha seu tempo com a mãe do seu
filho. A conversa que tivemos em Boston, vem imediatamente na minha cabeça, “Se Carly estivesse esperando um filho seu,
ainda assim separaria?”. Lembro-me muito bem da sua resposta: “Não! Se ela tivesse um filho meu na
barriga, estaríamos juntos para sempre. Eu faria de tudo para manter minha
família, seja com Carly ou qualquer outra”.
Paro no segundo degrau da escadaria e antes que eu pudesse me controlar,
pergunto:
— Você está de quanto tempo, Carly?
— Sete semanas – ela responde sem titubear
Faço as minhas contas rapidamente. Há sete semanas, eu tive aquele
acidente de moto e no outro dia dormi na casa da Rebecka. Quando cheguei, notei
que havia algo estranho no Noah, depois disso passamos dias sem nos ver. O
filho da puta me traiu...
— Madison... – ouço Noah me chamando. Olho-o com descrença.
— Você me traiu – ele vem em minha direção e eu estico o braço — Você me
traiu...
— Madison, eu nem lembro o que aconteceu aquela noite. É como se eu
tivesse apagado... – sua voz é desesperada — Eu não sei como ela foi parar na
minha cama...
— Oi? Na sua cama? – pergunto ainda mais descrente — Você está me
dizendo que dormiu com ela na cama que compartilhamos estando ainda comigo?
— Madison, por favor, acredite em mim...
Desço o restante da escada e vou até ele, peço para que Rebecka segure o
capacete e soco sua cara de galã, especificamente no nariz. Ouço os outros
falando alto, mas não me importo, quero mais é que vão para o inferno. Minha
mão dói para caramba, chacoalho para ver se alivia.
Olho ao redor e vejo tristeza nos olhos de Alyssa e dos meninos, mas não
faz diferença, não agora. Olho mais uma vez para Alyssa e me dou conta do
motivo que a fez brigar feio com Noah, ela sabia da traição. Meu Deus, eu a
aconselhei para ficar ao lado dele.
Eu já fui traída uma vez e naquela época eu surtei feio, acabei perdendo
toda referência familiar que tinha. Hoje, apesar de ter socado a cara dele,
posso salvar pelo menos minha dignidade. Passo a mão pela minha roupa para
tirar algum amassado. Olho-me no espelho que cobre parte da parede da sala,
arrumo meus cabelos e pego o capacete de volta.
Volto-me para Christopher, Benjamin, Alyssa e Martha que estão de um lado.
— Martha, se puder arrumar as poucas coisas que tenho, serei eternamente
grata. Envie para o clube, por favor – olho para Rebecka — Depois nos falamos –
viro-me para Noah e a “Cardela” — A vocês, meus parabéns! Só tenho pena dessa
criança, nem nasceu e já tem um fardo bem pesado para levar. Se me derem
licença.
Engulo meu choro, coloco o capacete, subo na moto e saio dali cantando
pneu. Quero correr, sentir o perigo rondar-me, a adrenalina subir e não pensar
no que acabou de acontecer. Olho para o velocímetro e estou a cento e vinte
quilômetros por hora, quero mais. Acelerei usando toda potência disponível
naquele momento, dei voltas e voltas, até não aguentar mais.
Paro na frente do clube que está em pleno funcionamento, desço da moto e
a largo no chão. Vou até a lateral do prédio onde há algumas madeiras da
reforma, pego a mais maciça e volto para perto da moto e a arrebento. Dois dos
seguranças do clube me seguram, mas consegui fazer um belo estrago. Adoro
motos, mas essa é do Noah e eu odeio o Noah.
Quando eles tentaram me segurar, minha mão deu um estralo e começou a
doer tenebrosamente. Começo a gritar de dor, Cole aparece e me leva até seu
carro, de lá corre para o hospital comigo. Sou levada para fazer um exame para
ver se quebrou, mas foi somente uma luxação. Deram-me um medicamento estranho,
que me deixou tonta. Então, não vi mais nada.
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