Carlos Tavares Junior...
Hum... hum... ouço alguém pigarreando para avisar que não estamos mais sozinhos. Quando ela está em meus braços, não quero soltá-la, pois a sensação de que ela pode ir embora, a qualquer momento, deixa-me desconfortável. Essa situação está passando dos limites que posso suportar e não quero e não vou ficar tentando provar a ela que podemos ficar juntos. Se este é seu desejo, então, assim será feito. Babaca... digo a mim mesmo, porque sei que digo isso da boca para fora, porque, para mim, ela fica mais interessante a cada momento.
− Imaginem se não tivesse pedido para vocês se comportarem e dito que a sala estava liberada!! Ao chegar aqui, veríamos que vocês já estavam até nus! – ainda nos beijando, rimos ao ouvir a Bárbara reclamar.
Olhamos para o casal parado e abraçado à porta.
− Amiga, eu e o Marco decidimos fazer outro programa, hoje... será que podemos marcar outro dia para ir ao bar?
− Sem problemas – ela diz, compreensiva.
Despedimo-nos do casal, que parece feliz com a mudança de planos. Pela forma como se olham, eu acho que adoraria esse tipo de mudança também...
Ela brinca por todo o caminho, canta errado todas as letras das músicas que tocam no sistema de som, tendo a presença de espírito de olhar para mim, com o olhar arteiro que lhe é característico, e dizer que o intérprete errou... Mesmo assim, ela é a mais linda cantora que já ouvi. Não consigo deixar de observá-la, sempre que posso, enquanto dirijo. O que está acontecendo comigo? Quando uma mulher conseguiu fazer-me ficar cada vez mais interessado, empurrando-me o tempo todo para longe como ela faz? Sei que algo mudou esta noite, só não consigo identificar se é para melhor ou não.
Ela dá as coordenadas para chegarmos ao bar.
− Você gosta de cantar?
− Quem canta seus males espanta, já ouviu falar nisso?
− Já, sim! Inclusive, no que lhe diz respeito, hoje, você, definitivamente, mostrou-me que “quem canta seus amigos espanta”... – aperto seu joelho macio, divertido.
−Sua tortura já vai acabar! – ela diz fazendo uma pausa na música que está cantarolando para dizer − No The Wall tem bandas maravilhosas e, desde 1998, vem conquistando um público exclusivo, que gosta de Rock 'N Roll. Sabe o motivo de eles colocarem este nome? Se adivinhar, ganha um prêmio?
Ela testa meu conhecimento e eu adoro saber que esse prêmio já ganhei.
− Posso escolher o prêmio?
− Não, ele vai ser surpresa se acertar.
− Então, vou tentar adivinhar... – finjo pensar – acho que tem uma relação com o clássico álbum da banda de Rock Progressivo, Pink Floyd?
− Esta foi muito fácil, confessa...
− O que confesso é que ganhei o prêmio.
− Ganhou só parcialmente, porque acertou parte do motivo, ligada à origem do nome, mas, não o motivo por ter sido escolhido justamente esse pelos seus fiéis frequentadores.
− Isso é trapaça! Você manipulou a pergunta de maneira a me induzir a essa resposta.
− Ok! Se pensa assim, mais tarde revelo seu prêmio.
Chegamos ao charmoso bairro do Bixiga, onde o trânsito, à noite, é claustrofóbico, ao menos para mim... nunca falo a ninguém a respeito de minhas fobias e esta é uma delas. Arrumo uma vaga, logo que entramos na rua do bar, e reforço a ela que o que mais espero hoje é receber o meu prêmio.
O bar tem uma arquitetura antiga original, com piso de madeira escura, parede de tijolos, decoradas com neon e propagandas antigas de bebidas, como Coca-Cola, cervejas e, também, com cartazes de bandas de rock. Fico feliz quando vejo, também, uma propaganda com uma pin up segurando uma Germânica em meio as outras das demais marcas de bebida.
− Garanhão, deveria conhecer mais os lugares por onde o nome da sua marca está sendo divulgado.
− Se topar fazer uma via sacra comigo, iremos, juntos, ao fim do mundo para conhecer todos os lugares em que isso acontece.
Dois telões exibem videoclipes, um localizado na entrada da casa e outro acima do palco.
− É neste palco que, todas as noites, tocam as melhores bandas de rock de São Paulo...
Aceno para ela, admirando o ambiente, que possui dois bares, um em cada piso, e, claro que o que mais me chama a atenção é que eles servem o tradicional Chopp Germânica em jarras.
Um cara muito simpático vem recepcionar-nos e perguntar se já conhecemos a casa.
− Boa noite!!! Bem-vindos! Sou Wallace Van Loon, proprietário da casa. Se precisarem de algo, é só virem até mim ou mandarem alguém me chamar. Se procuram ouvir um bom Rock´NRoll, vieram ao lugar certo.
Aperto a mão dele, respondendo ao seu cumprimento, e agradeço-o, também, pelo prestígio.
– Prazer! Carlos Tavares Junior. Obrigado pela recepção e aproveito para fazer de suas palavras as minhas no que diz respeito à Cervejaria Germânica. Se precisar de algo, conte comigo! – como via de regra, não saio com a intenção de divulgar quem sou, porém, achei a atitude humilde dele admirável e quis colocar-me à sua disposição caso necessitasse de algo da Cervejaria algum dia.
− Preciso ir ao toalete. Vá acomodando-se – ela dá um beijo no meu rosto e, imponente no seu andar, segue em direção ao seu destino. Percebo alguns idiotas olhando para ela e faço menção de segui-la, mas, contenho o troglodita que existe dentro de mim, porque sei que quebrarei o clima em que estamos envolvidos. Sim, porque ela ficaria uma fera caso me visse, todo protetor, na sua cola. Assim, tento relaxar, observando mais o ambiente.
O local parece uma cena do Velho Oeste, mal iluminado, dando uma sensação de estarmos numa taverna. O cheiro de cevada, misturado a bebidas destiladas, criam aquele ar característico aos locais em que rola rock´nroll. Numa parede pintada de branco está escrito “The Wall”, do mesmo jeito que no álbum do Pink Floyd, o que me chama a atenção. O Wallace, muito gentil, arruma uma mesa no mezanino e diz que estava reservada para ele e que, agora, é nossa.
− Esta noite você vai conhecer a minha banda Columbia, na qual toco com meu filho. Fazemos alguns covers, espero que aprecie – ele diz, distanciando-se e medindo a minha menina linda que se aproxima, toda charmosa, continuando a chamar a atenção dos babacas de plantão. Suas pernas torneadas, cobertas por uma penugem dourada, reluzem na baixa iluminação. O andar dela é sexy como o diabo, porque essa mulher exala luxúria de todos os seus poros!
− O que gostaria de beber? − entrego o cardápio antigo, em suas mãos, assim que ela senta-se ao meu lado. Como um predador silencioso, enfio meu rosto em seu cabelo para sentir o seu perfume de orquídeas, além de deixar claro para todos aqueles cretinos cobiçosos que ela tem dono.
Ela desce a mão pelo meu corpo e sussurra, baixinho.
− Seu prêmio está no seu bolso, mas, não pode pegá-lo agora.
Mil possibilidades passam pela minha cabeça.
– Patrícia e suas regras... − reclamo.
− Não é uma regra, é uma charada, bonitão.
– Descruze essas pernas − digo a ela, assim que ela eleva uma perna sobre a outra.
– Se descruzar as pernas, esta pequena mesa vazada permitirá que tenhamos uma plateia, porque não costumo ser muito feminina ao me sentar.
A menção de uma plateia a observá-la não me agrada, mas, a curiosidade de saber se a sua calcinha faz conjunto com o sutiã de renda, que está vestindo sob a camisa transparente, deixa-me louco.
− Qual a cor da sua calcinha?
− Matou a charada, bonitão! Pode comprovar o que há no seu bolso para conferir a cor dela.
Enfio a mão em meu bolso e um pequeno pedaço de tecido enrosca-se em meus dedos. Levo o pequeno tecido ao meu rosto para sentir o seu cheiro.
Ela arregala os olhos, não acreditando no que vê.
– Você não pode fazer isso na frente de todos!!
− Não posso? Está enganada, pequena! Adoro mostrar às pessoas os prêmios que eu ganho.
− Carlos!!!
− Minha pequena menina quimera, você vai levar-me à morte!
− Se ficar mostrando minha calcinha para todos, não vou levá-lo à morte porque eu mesma farei o serviço de te matar.
Jogo a cabeça para trás, rindo da sua timidez inesperada.
− Eu já disse a você que é perfeita? − ela sacode a cabeça negando – Então, acredite, você é perfeita e eu adoro as suas atitudes audaciosas. Por este motivo, quero que descruze as pernas, agora, e vire de frente para mim.
− Aqui não é o lugar para eu mostrar a minha lingerie natural, garanhão!
− Discordo.
Somos interrompidos pelo garçom para fazermos os pedidos. Ela acompanha-me, pedindo chopp. Sei que ela tem outras preferências de bebidas, mas, prefiro não interferir, pois percebo que quer me agradar, o que, na verdade, faz-me exultar.
Os acordes de Louder than words, do Pink Floyd (http://www.vagalume.com.br/pink-floyd/louder-than-words.html), começam a sair pelas caixas de som do bar. Nossos olhos encontram-se e a mensagem da música remete-nos a esse algo especial que estamos vivendo. Movo-me tão rápido, perdido em seus olhos, que apenas a minha força fala por mim. Tomo-a em meus braços, num beijo carnal, com gemidos e línguas profundas. Desço minhas mãos por seu corpo e a consciência de que está nua, debaixo da saia, impele-me a enfiar minhas mãos entre suas pernas e sinto o quanto está preparada para mim.
− Ousado! – ela suspira.
− Eu não posso limitar-me a beijá-la apenas pegando em sua mão, quando sei que está sem calcinha... eu prefiro enfiar os meus dedos em você, minha gostosa provocadora.
Dançamos, brincamos e divertimo-nos a noite toda, como há muito tempo eu não fazia. Tudo é prazeroso ao seu lado. Inclusive, acho que damos um show na pista de dança capaz de incentivar outros casais a fazerem o mesmo, ao constatarem a luxúria que exalamos enquanto dançamos.
Uma hora, ao retornar de mais uma ida ao banheiro, antes de voltar a se sentar, a provocadora faz uma espécie de simulação de dança sensual, usando a cadeira em frente a mim e expondo-se, descaradamente, uma vez que só eu posso ver o que ela está mostrando... seus grandes lábios rosados depilados, abertos e expostos para meus olhos, o que quase me faz fodê-la aqui, dentro do bar mesmo!
− Gosta do que vê, garanhão?
− Não, minha quimera incandescente, gosto mesmo é de tocar... – respondo, revelando, em minha voz, a raiva que sinto por não poder tomá-la na frente das outras pessoas – Saiba, pequena provocadora – falo mais alto do que a música, uma vez que ela está sentada do outro lado da mesa e eu quero ter a certeza de que ela ouça bem o que falarei –, que este seu show não muito particular já tem dia e local marcado para acontecer, novamente, mas, tenha em mente de que não vai sentir-se tão desafiadora assim, quando acontecer – digo sabendo exatamente onde ela irá repetir este show, em que poderá expor-se totalmente para mim e eu não ficarei sedento por ela como estou, porque ela sentirá exatamente, na pele, literalmente falando, o que me desperta.
− Vou torcer para que essa promessa seja cumprida, garanhão! Aliás, vou mostrar, bem disfarçada e rapidamente, um pouquinho do que farei nessa ocasião... – disfarçadamente, ela desce o dedo pelo corpo e toca seus lábios vaginais, piscando para mim. Não satisfeita, após fazer isso, levanta-se, vem sentar-se ao meu lado e insere seu dedo em minha boca para que eu sinta sua excitação.
Rugindo como um animal, chamo o garçom, pago a conta e puxo-a, com força, para fora dali, pois quero devorá-la o mais rápido possível. Essa mulher está, de fato, fazendo com que eu questione tudo o que fui até agora em termos de sexo... com ela, sou um ser insano e descontrolado! Chegamos ao carro, abro a porta para ela entrar, sigo para o meu lado, entro e arranco cantando pneus... pronto, é só o que me falta, o adolescente aparecer, com força total... Consciente do meu descontrole, concentro-me, respirando fundo, várias vezes, e ponho-me a pensar em tudo o que possa ser desagradável e que esfrie minha excitação. Após algum tempo, percebo que ela está igualmente silenciosa.
− Um milhão de beijos pelos seus pensamentos.
− Estava pensando em nós – responde, sincera, depois de um longo silêncio, enquanto dirijo em direção à sua casa.
Ao som de You and I, do Scorpions (http://www.vagalume.com.br/scorpions/you-and-i.html), sinto-me motivado.
− Namora comigo? – pergunto, na lata, deixando bem claro, sem subterfúgios, que quero ficar ao seu lado. Raciocínio rápido, ela responde minha pergunta com outra.
− Cadê o seu discurso de viver um dia de cada vez?
− Podemos namorar e viver nossos dias, um de cada vez, porém, juntos, como um casal. Namora comigo, pequena?
Ela mantém seu olhar voltado para a frente, fixo, parecendo não estar mais ouvindo o que falo, como se levada a um lugar inatingível para mim. O tempo passa e ela não responde. Seu silêncio diz tudo o que eu não quero ouvir, tendo o poder de me mostrar a resposta mais precisa do que mil palavras poderiam fazer.
Mas, independentemente dela responder ou não, uma vez mais sinto que forcei a barra e que devo recuar. Tenho mesmo é que nocauteá-la com sexo, pois nossa sintonia é forte demais e sei que ela não consegue pensar quando entramos no clima. Em condições normais, minhas mãos não conseguem ficar longe dela, mas, hoje, desde que soube que está sem calcinha, eu fiquei ainda mais sedento, precisando de um gemido, uma palavra ou um mero suspiro dela... então, decido, por meio dos movimentos de minhas mãos, mostrar a ela que o silêncio não é a resposta certa.
Aperto sua perna, enquanto dirijo, silenciosamente. Minha mão sobe entre suas coxas, que ela aperta para me provocar. Prefiro não dizer nada, mas mostrar a minha habilidade, pressionando, com força, apenas um dedo em seu núcleo fechado e comprimido. Para minha surpresa, ela está úmida, embora não molhada como desejo que fique, mas, ainda assim, úmida. Continuo mudo, movimentando meu dedo em seus lábios vaginais quentes como um inferno. E eis que, instantes depois, o que mais desejo acontece, ela rende-se a mim, através de um gemido baixinho que sai de sua garganta, e relaxa, descomprimindo os músculos das suas pernas.
Isso, minha pequena, é assim mesmo que gosto, entregue o suficiente para eu mostrar-lhe que o silêncio é meu maior inimigo. Esta noite, vou ensinar a você que há horas em que o silêncio pode causar justamente o que você não quer que aconteça.
Mudo o itinerário para poder realizar o que estou pretendendo. Ao invés de seguir para sua casa, dirijo-me para o meu apart, pois a quero em meu território, totalmente à minha mercê, e num lugar em que eu tenha disponível tudo o que preciso, mas, isto ela só vai saber assim que estiver entregue a mim e não tiver forças para dizer não.
Pressiono ainda mais seus lábios vaginais, abrindo-os com dois dedos e tocando com apenas um deles o seu brotinho, que começa a ficar duro e inchado. Ela abre-se mais ainda, sem qualquer pudor.
Safadinha, penso comigo mesmo! Vamos começar a jogar, pequena, porque hoje você vai implorar que eu foda você. Afundo mais o dedo, até tocar e brincar com as glândulas que envolvem suas paredes internas.
− Acho que, agora, sei porque inventaram os câmbios automáticos... – ela sussurra mais do que fala, mostrando o quanto está excitada.
− Em 1932, dois engenheiros brasileiros, José Braz Araripe e Fernando Lemos, já sabiam o quanto era importante deixar uma das mãos livres... – respondo, indiferente, provocando-a ainda mais ao enfiar mais dois dedos dentro dela.
− Hummm... Hummm... muito sábios... – ela treme enquanto responde. Suas paredes contraem-se exatamente quando paro na minha vaga. Mal contenho minha ansiedade em chegar logo ao flat para mostrar a ela que não pode ignorar-me quando lhe faço uma pergunta. Ela pode até dizer não ao que, carinhosamente, pedi, mas, ficar em silêncio levou-me à loucura. Tiro o dedo de dentro dela e pergunto.
− Dorme aqui esta noite?
− Você já foi mais sedutor ao tentar fazer-me passar a noite com você, mas, já que, desta vez, quer apenas dormir, fazer o quê, né? Vamos lá... – responde, divertida.
− Pequena, você pode rir e brincar o quanto desejar, mas, ficar muda quando lhe pergunto algo, cuja resposta é importante para mim, não é a melhor política para lidar comigo. Por isso é que vou já lhe avisar que, nesta noite, você vai implorar por mim, isto eu prometo! – dou uma pequena mordida no lóbulo de sua orelha e ouço seu gemido de protesto. Este som, para meus ouvidos, é uma canção que soa para sinalizar que a noite vai começar.
− Adoro quando as promessas são cumpridas, garanhão! E, se for preciso que eu implore para ter você enterrado em mim, eu farei isso com imenso prazer! Não tenho problema algum em ser tão estimulada por você, a ponto de, no auge do tesão, ter que pedir para que você satisfaça-me. No contexto sexual, não vejo vencedores ou vencidos, dominantes ou dominados, escravos ou senhores. Acho que já lhe disse isso uma vez, não é? No sexo, quando um casal está em sintonia, vale tudo o que ambos estiverem dispostos e, com certeza, eu estou disposta a realizar muitos de seus desejos, assim como quero que você realize os meus.
− O interessante é que você ignora completamente meu pedido de namoro, mas, desfrutar de todos os prazeres que eu posso proporcionar-lhe não é nenhum problema para você, não é? Pois vou mostrar-lhe o quanto posso levá-la ás alturas, mas, não vou deixar você gozar, porque vou fazer você entender o que uma pessoa sente quando deseja muito uma coisa da outra e esta sempre lhe nega.
− Você está sendo muito mal, garanhão!
− Você não tem a menor noção, ainda, do quão mal eu posso ser...
Abro a porta do carro e, antes mesmo de chegar à porta dela, ela já está do lado de fora, esperando-me. Repito, entredentes, que ela deve esperar que eu abra a porta para ela sair e ela balança a cabeça em concordância, coisa nada típica dela! Estou tão bravo, que é difícil conter minha vontade de a debruçar sobre o capô do carro, erguer o pedaço de pano que ela chama de minissaia e aplicar-lhe algumas palmadas!
Meu pau está extremamente rijo, como se estivesse fazendo um esforço desesperado para se livrar das camadas de tecido que o aprisionam. Ela deixa-me louco, porém, os anos em que fui praticante e adepto de D/S, deram-me experiência o suficiente para saber que o autocontrole é a melhor opção para quem se entrega a você sentir-se seguro.
Ela vem levando-me ao limite, desconcentrando-me! Isso tem que acabar, pois estou dando-lhe muito poder ao não lhe mostrar um pouco de pulso firme e rédea curta. Até o momento, foi muito fácil para mim não manter uma relação D/S com ela, pois, surpreendentemente, o prazer que sinto com ela é tão forte e pleno, que não tenho sentido falta de dominar alguém, embora eu não me engane e saiba que meu traço dominador vai acabar surgindo, especialmente esta noite. Acho que chegou o momento de ela saber que os meus desejos podem vir a ser os mesmos desejos dela. O único problema nisso é eu descobrir como me concentrar, uma vez que, com ela, vivo uma situação inusitada, em que a forme por despi-la e torná-la a minha é maior do que meus instintos de dominador!
Vamos ver o quanto ambos, eu e ela, aguentamos....
Puxo-a em direção ao elevador, a fim de sair logo da garagem escura e misteriosa que, por tais características, lembra-me o ambiente dos clubes de BSDM que já frequentei e, por isso, despertam ainda mais os demônios mais lascivos que vivem em mim... estava tão concentrado em seu deleite de prazer que nem parei na frente do prédio do flat para que o manobrista guardasse o carro.
A cada andar que subimos, mais e diferentes possibilidades do que fazer com ela dominam minha mente. Ela, por sua vez, olha para mim indecisa e desejosa ao mesmo tempo, como se estivesse em dúvida do que iria viver comigo esta noite, mas, ainda assim, querendo fazê-lo. Eu faço do seu silêncio o meu silêncio, permitindo que a luxúria mexa com os meus sentidos. Não aguentando mais de tanta expectativa, nem espero o elevador chegar ao meu andar para puxá-la para os meus braços, como se ela fosse uma droga que tivesse que injetar nas minhas veias.
− Eu não disse que passaria a noite aqui – ela faz uma objeção provocadora.
− Você não precisou dizer, uma vez que os movimentos do seu corpo mostraram que o faria. Pelo que me consta, não te puxei fora do carro, você já estava aguardando-me bastante disposta... –digo apertando, entre meus dedos, a seda da camisa que encobre seus seios.
− Isto é jogo sujo...
− Este é o único jogo que posso jogar para vencer essa sua cabeça dura.
Cada dia que passa, sinto que nenhum homem foi suficientemente forte para ser capaz de desafiá-la. Já sei que deixar sua boca livre só faz com que ela tenha chance de aumentar suas objeções e suas defesas, então, calo-a com beijos vorazes e famintos, até que o elevar apita sinalizando meu andar.
Ao trilhar o corredor comprido que leva ao meu apartamento, sinto meu cérebro trabalhando e claramente decidindo-se a realizar, pela primeira vez, o desejo que tenho desde que ficamos juntos da primeira vez. Hoje, não serão apenas os desejos do meu pau, mas, sim, também os dos meus pensamentos.
Abro a porta do apartamento, mas, não sem antes dar-lhe a chance de voltar atrás.
− Patrícia, se entrar neste apartamento, tem que estar ciente de que o que acontecerá vai ser diferente do que vivemos até hoje. Não vou enganá-la nem, tampouco, desistir do que quero fazer com você. Nunca lhe escondi que sou autoritário, porém, não cheguei a te mostrar, ainda, qual a dimensão que isso pode tomar. E não vou pegar leve, pois preciso que você conheça e comece a aceitar essa parte de minha personalidade e de minhas preferências sexuais. Vou deixar claro que não sou nenhum sádico ou violentador abusivo, porém também não sou apenas o que você viu de mim até agora!
Ela fica olhando para mim, parecendo encantada com o meu tom firme e claro. É como se ela estivesse vendo-me pela primeira vez e, como uma cobra, totalmente focada em seu encantador! Minha alegria com isso faz com que arrepios e sensações vão parar diretamente no meu pau, que fica mais duro ainda, se é que isso é possível.
− Uma vez mais, vou lhe dizer, garanhão, que não lido bem com dor e com esse modismo de usar coisas para bater e castigar. Já deixei claro que não sou adepta do clube do chicotinho. Confesso que, se tivesse um pênis, esse tipo de prática faria com que, se tivesse excitada, broxasse na hora! Agora, usar brinquedinhos, criar situações diferentes e usar a imaginação para dar prazer a nós dois, mesmo que eu não faça ideia do que seja, não me incomoda nem um pouco. E tem mais, Carlos. Não tenho problema algum em seguir suas “ordens” e acatar seus desejos, desde que fique bem claro para você que isso só vale para o contexto sexual, mas, nunca fora dele. Do mesmo jeito que você quer ser claro comigo, a recíproca é verdadeira. Assim, é pegar ou largar! Se for isso o que vamos viver hoje, entrarei de bom grado em seu apartamento, porque, garanhão, bem preparada eu já estou, molhada de desejo por você...
Sua voz rouca e sussurrante faz o que pensava ser impossível... deixa meu pau tão duro, mas, tão duro, que acho que gozarei em minhas calças, feito um adolescente imberbe! Olho firme para ela, respiro bem fundo, abro a porta e faço-a preceder-me, mantendo-me atrás dela, ao dizer:
− A realização de minha fantasia, que é você completamente submetida aos meus desejos, levará você à exaustão... prepare-se! E isso começa agora! Então, enquanto pego uma bebida para nós, quero que você fique nua e aguarde! Quando eu voltar, independentemente do que você veja em minhas mãos, não queria fugir ou não cumprir com o que eu ordenar que você faça. Você decidiu entrar e, se não honrar com o que se comprometeu, sofrerá as consequências, minha menina da pinta foda-me. Você perdeu o direito de dizer não ou de não responder ao que lhe pergunto quando tomou sua decisão e colocou-se em minhas mãos – sopro todas as palavras com meu corpo grudado às suas costas, sussurrando em seu ouvido.
− Quanta autoridade! – ela ainda tenta brincar.
− Desta vez, pequena provocadora, não pedirei nada, apenas lhe darei ordens, que você vai obedecer, sem questionar. Caso eu faça algo que a faça sentir-se desconfortável, basta me dizer, que pararei. Simples assim... – dou um passo para trás, volto a abrir a porta do apartamento e ofereço-lhe a última chance de ir embora – Se for capaz de fazer isso, você fica, do contrário, saia que eu levarei você embora, Patrícia. Porque, desta vez, eu não vou segurar o meu instinto controlador.
− É assim mesmo? É pegar ou largar? – questiona, ainda em dúvida quanto ao que eu falo.
Posso ver a indecisão marcando sua face. Mas, desta vez, não vou recuar, pois preciso muito tê-la sob meu total controle e ver até onde ela está disposta a ir por mim, já que pedi-la em namoro, de forma convencional, não foi capaz disso. Assim, eu apenas olho para ela, de maneira a lhe mostrar o quanto estou decidido.
E agora Patrícia...
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