domingo, 14 de junho de 2015

Sr. G - Capítulo 26 - 3ª Parte


Carlos e Patrícia...


Enquanto aguardo que o recepcionista do hotel faça o check in, vejo-a parada, linda como nunca, esperando-me, parecendo pensativa demais, como se tivesse muitas interrogações na cabeça como,
por exemplo, o fato de eu estar aqui e encontrá-la na churrascaria! Embora tudo indique que não, a verdade é que, encontrá-la aqui, foi a mais pura coincidência, bem como um golpe de sorte, porque evitou o trabalho que eu teria para encontrar o sítio de seus pais. E eu sei que ela está considerando a possibilidade de eu ser um perseguidor, porém, desta vez, sou inocente. Dou-lhe um sorriso, que ela retribui, com os olhos brilhando, as mãos cruzadas e a postura impaciente. Sinto uma enorme vontade de ir até ela e tomar seus lábios.

Finalizados os procedimentos, dirigimo-nos ao elevador. Mal as portas fecham e eu já a estou pressionando-a contra o espelho que adorna uma das laterais. Seu cheiro causa um efeito embriagante e um frenesi de luxúria corre por minhas veias, que pulsam de necessidade dela. Ainda não me esqueci de que ela merece alguns bons castigos, mas, neste momento, não consigo pensar... apenas agir, seguindo meus instintos. 

Não me salve deste afogamento, porque este mergulho está bom demais... Mil perguntas passam pela minha cabeça, mas, o que são elas comparadas a esta pegada do meu garanhão? Que saudades das suas mãos quentes, do seu corpo duro e da fúria com que me agarra! Ele só pode ser um vidente adivinhado meus desejos, porque age exatamente da forma com que desejei que fizesse, do que senti falta todos estes dia. 

Quando ele chegou à churrascaria, meu mundo virou de pernas para o ar e não fui mais dona dos meus atos e desejos. Ele e o Sr.G assumiram o controle total sobre mim. Esse meu homem gostoso transpira sensualidade e charme, fascinando-me e instigando-me o tempo todo. Mexe com todos os meus órgãos e glândulas, despertando meus pensamentos mais perversos e lascivos, conseguindo fazer da minha mente uma mera extensão do meu corpo desejoso. 

− Senti saudades! – ele passa a barba rala em meu pescoço e sussurra em meu ouvido. 

− Também senti – admito e meu corpo só confirma isso. 

− Ainda não me convenci de que sentiu... – ele vai falando e puxando-me, com pressa, pelo corredor até chegar ao quarto 417. 

Ele abre a porta e o meu coração parece que vai sair pela boca, de tão acelerado que está, ansiando pelo que está por vir, numa expectativa de como será nossa noite, depois de quatro dias intermináveis longe um do outro. Eu poderia provocá-lo ou até mesmo me pendurar em seus braços e não largar nunca mais, mas, prefiro aguardar e viver ao seu lado numa postura de entrega ao que ele desperta de mais perverso em mim. 

Ele fecha a porta e vira-se em minha direção. Puxa-me para seus braços e apossa-se de mim, investindo sua língua em minha boca, que se abre para ele, provocando, mordiscando, simplesmente querendo sentir tudo. As mãos dele passeiam por meu corpo. Ele é urgente e aperta-me, como se tivesse necessidade de espremer cada parte do meu corpo para comprovar que estamos juntos. 

− Você não tem sido uma menina muito boazinha ultimamente... – ele olha intensamente para mim – estou pensando seriamente em como vou descobrisse sentiu mesmo as saudades que falou. 

− Minhas palavras devem valer alguma coisa, garanhão – ela desafia-me. 

− As palavras não me provam nada... Gestos, sim, estes provam... Larguei tudo o que estava fazendo, viajei por horas, apenas para matar minhas saudades de você e desse corpo que foi feito para me dar prazer – desço minha mão pela lateral do seu corpo e afasto-me dela. Ela olha para mim, com um sorrisinho maroto nos lábios, tentando persuadir-me a não me afastar. Desvio meus olhos dos dela para não cair no seu encanto, mas, a danada começa a abrir a jaqueta que veste, sem tirar os olhos de mim, sensualizando. 

− Bem, como lhe expliquei, em uma das mensagens que consegui enviar-lhe, no sítio, é raro conseguir captar sinal de celular e o telefone dos meus pais está com problema. Problema este que, amanhã, vai ser sanado, pois eu já providenciei os ajustes – Nossa Senhora das Mulheres Calejadas de Se Satisfazerem Sozinhas, já não aguentava mais me masturbar, no banho, pensando nele. Este homem está fazendo com que me sinta intimidada por seu olhar devorador. Fico observando-o puxar a gravata, desmanchando o nó, lentamente, cheio de promessas. 

− Assim mesmo, você tinha mais facilidade em vir à cidade para telefonar para mim do que eu vir de São Paulo até aqui, apenas para te ver... – gostoso de uma figa! Precisa terminar de falar e lamber a boca? – Digamos que, por causa disso, esta noite posso ser muito mal e privá-la de alguns orgasmos... – ele abre o primeiro botão da camisa, com um sorriso libertino – ou, então, posso prorrogar seu tempo esperando por cada um deles, o que acha? 

O que eu acho? Eu acho que, se você abrir mais um botão olhando para mim desse jeito, gozo, pela primeira vez na vida, sem ao menos você tocar em mim, penso comigo, molhada e desejosa. Estes dias, sem muita coisa para fazer, tornou minha mente vazia uma verdadeira oficina do capeta, fazendo-me fantasiar tantas coisas ao lado dele, todavia, agora que ele está aqui, não consigo mexer-me, limitando-me a esperar um mero comando seu que seja! Ele tira meu chão, torna-me atrevida e comedida ao mesmo tempo, embora isso pareça contraditório! 

Você não faria isso com a sua mais nova namorada... 

− Então, você acha que é simplesmente a minha mais nova conquista – chego mais perto dela, porque esta menina precisa conhecer a força dos meus sentimentos por ela – Pois fique sabendo que você é a primeira mulher que faz com que eu largue tudo pelo que sou responsável e venha atrás dela – circulo sua cintura com meu braço e puxo-a de encontro ao meu corpo – E sabe por quê? – ela suspira e vislumbro o seu peito subir e descer, através de sua fina blusa. 

− Nãããão!! –provoco-o, sorrindo, com a intenção de ser divertida, mesmo supondo qual seria a resposta. Adoro quando ele faz isto comigo. Fico mole feito gelatina. 

− Deveria ter imaginado esta resposta... vou deixar você descobrir, esta noite, o motivo de eu estar aqui – enrolo seu cabelo em minha mão, puxo levemente sua cabeça para trás e deixo seu pescoço exposto para mim – Vou mostrar a você o que vim pensando a cada quilômetro que o avião vencia – passo a ponta da língua, lentamente, na veia que se movimenta em seu pescoço – Vou mostrar a você, também, o quanto me fez falta – mordisco seu ombro – Vou tão fundo em você para mostrar, ainda, o quanto meu corpo ansiou pelo seu – minha língua desliza por toda a extensão do seu pescoço e vejo sua pele arrepiar-se e sinto sua respiração ficar ofegante. 

Eu recuo. Não quero parecer tão intimidante, porque meu corpo dói por ela. 

Seus olhos brilham e minha boca pousa sobre a dela, com um gemido de alívio. Senti falta desses lábios, do seu gosto, do seu hálito mentolado... ansiei, todos os dias, por tudo isso, somente tendo as lembranças para me ajudar! As próximas horas não serão suficientes para que me farte dela. Nosso beijo é sôfrego, ávido, com um apelo sexual delicioso e, muito mais do que isto, ele é carregado de necessidade, como se um dependesse do outro para continuar vivendo.

- Sinto muito – são as únicas palavras que consigo proferir, depois deste beijo delicioso! Ele aperta mais sua mão em meus cabelos e minhas pernas fraquejam... agradeço aos céus por ele estar tão próximo do meu corpo e não me permitir esparramar-me no chão. 

− Pelo que você sente muito, minha pequena quimera? – inquiro ao mesmo tempo em que sinto o quanto é lindo vê-la tão entregue nos meus braços. 

− Sinto muito por não ter me esforçado para encontrar algum tipo de sinal... – tento fazer uso da única maneira que consigo para brincar com ele – confesso que fui muito preguiçosa, afinal, poderia, ao menos, ter feito uma fogueira e mandado sinais de fumaça ou, então, ter utilizado um bombo correio, já que a Operadora não quis colaborar... – ironizo e, antes de terminar de falar, arrependo-me da brincadeira, pois, em dois passos, levando-me com ele, senta-se numa cadeira e coloca-me de bruços sobre suas pernas. 

− O que a senhorita boca inteligente merece? –aliso sua bunda redonda, rindo, por dentro, com a sua resposta – Meia ou uma dúzia de palmadas? – ela dá uma risadinha desafiadora e eu contenho minhas mãos, porque sei o quanto tudo tem que ser feito no tempo dela e, por este motivo, ao invés de lhe dar palmadas, desço minha boca no lado esquerdo de seu bumbum, lindamente definido pelo jeans justo, e cravo meus dentes ali. 

− Aiiiiiiiiiii? – grito entre a dor e o prazer − Eu prefiro palmadas... seus caninos estão machucando-me! – na verdade, não tenho qualquer medo de ser atacada por ele fisicamente, porque sei, hoje, que ele vê alguns tapinhas, restrições e privação da visão, entre outros, como magia e fetiche, não algo para ser usado como um ato de violência! Também estou completamente segura de que ele nunca ultrapassará qualquer limite que eu impuser, o que me deixa bastante à vontade para descobrir, com ele, até onde esses limites podem ser esticados. Ele não está, portanto, punindo-me, mas, apenas fazendo uma brincadeira sexual, a qual, para ser honesta, excita-me muito. Mas, é claro que não confessarei isto para ele... nem sob tortura! 

− Prefere mesmo palmadas, minha menina travessa? – digo bastante entusiasmado por sua resposta, porque significa que ela está pronta para dar mais um passo adiante – Quantas você acha que merece? – meu pau, que já estava duro, parece que vai levantá-la do meu colo de tão estirado e rijo que está! 

− Hum, como não tenho prática ainda nisso, mas, estou disposta a lhe fazer feliz por eu ter sido uma menina displicente e sem consideração, acho que duas breves palmadinhas, bem fraquinhas, estarão de bom tamanho, você não acha? – Santo Deus, como pode uma pessoa ficar tão encharcada por estar correndo o risco de levar umas palmadas?!? Será que sou tão louca quanto meus pais? Estremeço só de pensar nisso e, como sempre, o Carlos parece estar em sintonia com tudo o que sinto e apenas fica acariciando minha bunda. 

Viro-a nos meus braços, já me dando por satisfeito só por ela considerar a possibilidade de ir mais além em nossas experiências sexuais, mas, sinto quando ela estremece ao terminar de falar, provavelmente, fazendo algum paralelo com a situação doentia de seus pais. Sendo assim, contento-me com a pequena punição da mordida por ser tão bocuda. Teremos muito tempo para aprofundar mais isto. O que eu quero é estar com ela, sob quaisquer que sejam as condições. 

Aliás, uma coisa que me deu muito o que pensar, durante esses muito longos dias longe dela, é que, embora já muito bem resolvido quanto às minhas preferências sexuais, não me sinto nem um pouco prejudicado ou tendo menos prazer sem estar numa relação BDSM propriamente dita com ela. O prazer que sinto ao seu lado torna todas as outras questões de menor importância. Não quero dizer, com isso, que tenha deixado de gostar e de ser quem sou ou que tive uma “iluminação” que mostrou que não sou dominador! Nada disso! Porque continuo querendo fazer muitas coisas más com minha menina, só que isso não é a coisa principal de nossa relação, seja emocional ou sexual. O prazer que sinto com ela é tanto que, caso ela venha a me permitir ter relações sexuais com ela, em que algumas práticas BDSM estejam envolvidas, será um bônus para mim e não algo que esteja faltando. Porque, vou falar, o prazer que essa mulher proporciona-me já é tão insanamente bom, que parece ser impossível melhorar. 

− Acho que já é suficiente para que a senhorita pense duas vezes antes de ser tão ousada, em outra ocasião... − beijo seus lábios – e, se não me engano, ouvi, esta noite mesmo, você dizer que não se importaria de ser atacada por um vampiro, com uma mordidinha aqui e outra ali. 

Ela pula do meu colo, num sobressalto, com medo de novas mordidas, o que me faz dar uma alta gargalhada. 

− Espera aí, garanhão! Não posso receber uma punição a cada vez que responder as suas provocações. Você há de concordar comigo que você é bem... 

Não termino de falar, porque ele levanta-se, com uma cara de safado diabólico. Minhas pernas fraquejam... 

− Sou bem... − ele avança um passo, em minha direção, e eu dou um passo para trás, comemorando, internamente. 

− Bem desafiador, pervertido, intimidador, charmoso, lindo e gostoso! 

Sorrio e vejo que, a cada passo que dou, ela dá um passo para trás. Fico contente por ver que ela fica encurralada, sem ter mais para onde ir. Atrás dela há uma cortina que vai do teto ao chão, supostamente tampando uma grande porta que dá acesso ao terraço, o que é possível vislumbrar pela claridade da rua, que entra pela fina camada do tecido. 

− Fico feliz em saber que acha tudo isto de mim, mas, ainda assim poderia ter me feito sofrer menos nas horas em que fiquei longe de você – falo baixo, abrindo o restante dos botões da minha camisa, caminhando, lentamente, dando passos lentos – Você consegue imaginar o quanto me afeta? 

− Sei!?! Não sei? – fico confusa e respondo apenas aquilo que vem à minha boca – O que você quer ouvir-me dizer? 

− Quero ouvir apenas o que você sente! 

− Jura? 

Aceno positivamente. 

− Então, vou dizer, oras! – puxo o ar para meus pulmões – Sinto que você mexe comigo, balança o meu mundo e faz-me querer, a cada dia que passa, ser ainda mais sua. Ah, esqueci de acrescentar que estou morrendo de medo de sentir tudo isso... – solto todo o ar que prendi enquanto falei. Ôô... fim da linha, pois sinto um tecido roçar em minhas costas, mostrando que não tenho como dar mais nenhum passo para trás. Ele para, sorrindo, vai até sua mala, abre apenas o zíper de fora e tira uma caixa de veludo preta enorme... esta poderia ser a minha deixa para fugir de onde estou, se eu não fosse tão curiosa e ficasse olhando enquanto ele tenta abrir a caixa. Mas, não! A tonta aqui apenas fica ali, parada, olhando seus músculos definidos trabalhando enquanto se esforça para levantar a tampa da caixa. Ele não me deixa ver o conteúdo e xingo-me, mentalmente, por ter perdido a oportunidade de me mover e, agora, estar aqui, novamente parada na frente dele, sem nem o conteúdo da caixa ter conseguido ver! 

Ela arqueia a sobrancelha e eu finjo que não noto a sua curiosidade. A música que venho ouvindo todos estes dias longe dela está selecionada no meu Ipod, pois, no avião, fiquei ouvindo-a diversas vezes.

Meu David Copperfield[1] coloca uma mão no bolso, no bolso, e a linda música All Off Me, do John Legend, começa a tocar(https://www.youtube.com/watch?v=WfvaGzyBAhI). Ele tira Ipod do bolso e coloca-o sobre o aparador do quarto. 

− Pequena, você está vestida demais... – ele diz, passando a mão por toda a parte superior do meu corpo. Começam a soar os primeiros acordes do violino, junto com o piano, e meu sangue ferve, meu coração dispara... ele chega mais perto de mim e, enquanto ele puxa minha blusa pelos meus braços, canta a música, expressando todos os sentimentos envolvidos. Sinto como se ele estivesse a dedilhar cada parte de mim, como se elas fossem notas musicais extraídas por seus dedos. 

What would I do without your smart mouth 
O que eu faria sem a sua boca inteligente 

A blusa passa pela minha cabeça e deparo-me com seus olhos em frente aos meus, encarando-me, enquanto seus lábios mexem-se cantando a música. Meu corpo ecoa sob o seu timbre macio e aveludado, necessitando que ele faça-me sua, ao compasso das notas tocadas e cantadas. 

Draeing me in and you kicking me out 
Estou arrastando-me para seu lado e você está dispensando-me 

Nunquinha da Silva que o dispensaria! Ainda mais com seus dedos maravilhosos passeando pelo meu corpo. Minhas pernas ficam ligeiramente entreabertas, deixando-me vulnerável e úmida. Ouvi-lo cantar, olhando para mim, é a cena mais tocante e fodidamente boa que já vivi em toda a minha vida. Entreabertas

Got my head spinning, no kidding
I can’t pin youdown 
Deixou minha cabeça girando, sem brincadeira 
eu não posso forçar você a nada 

Ele deposita um beijo casto na minha testa e a emoção toma conta de mim. Procuro sua boca, preciso dele colado a mim. Mas, desta vez, ele afasta sua boca e apenas canta a música enquanto cuida de mim. 

What’s going on in that beautiful mind 
O que está se passando nessa linda mente 

Sinto uma lágrima formar-se em meus olhos... é muita emoção!Sei que não é apenas tesão! É muito mais do que isto, são duas almas conectando-se, com ele pedindo permissão para tomar conta de mim e para eu confiar e entregar-me aos seus comandos. 

I’m your magical mystery ride 
Eu sou o seu mágico passeio misterioso 

Suas mãos estão junto às minhas, acima da minha cabeça. Sinto vontade de retribuir o carinho. É mais forte do que eu e não espero. Solto minhas mãos das dele, desço-as pelos seus braços suspensos e contorno seu abdômen até chegar à braguilha da sua calça. Eu. Preciso. Dele. Dentro. De. Mim. 

And I’m so dizzy, don’t know what hit me 
But I’ll be alright 
Estou tão confuso, não sei o que me atingiu 
Mas eu ficarei bem

Ele não me impede, apenas continua lindamente cantando, com a voz rouca e baixa, dando um leve suspiro entre uma frase e outra, quando começo a esfregar minha mão em seu mastro ereto. 

My head's under water 
But I'm breathing fine 
You're crazy and 
I'm out of my mind 
Minha cabeça está debaixo d’água 
Mas, estou respirando bem 
Você é louca e 
estou fora de controle 

Dou um sorriso safado quando ele acaba de cantar essa parte, e seguro com mais força e vontade aquele monumento de perdição. Ele continua olhando para mim, com uma expressão amorosa, e cantando. 

Cause all of me 
Porque tudo de mim 

Loves all of you 
Ama tudo de você 

Love your curves and all your edges 
Ama suas curvas e todos os seus contornos 

All your perfect imperfections 
Todas as suas imperfeições perfeitas

Give your all to me 
Dê o seu tudo para mim

I’ll give all me to you 
Darei tudo de mim para você 

Canto com o meu coração e as lágrimas que deslizam pela face dela mostram-me que ela está afetada por este nosso momento, o qual confirma que nossa sintonia só aumenta. Estamos aprendendo e ensinando, ao mesmo tempo, como respeitarmos um ao outro, como nos amarmos, como convivermos e aceitarmos o que de melhor e pior um tem para oferecer ao outro. Tudo o que aprendi nesta vida não serviu de nada, porque, com ela, venho reaprendendo a cada momento, a cada toque, a cada olhar. 

Sei que ainda escondo muito dela sobre mim. E foi exatamente por isto que tive dificuldade em abrir o estojo que eu trouxe. Achei melhor deixar isso para outra ocasião, devolvendo a caixa para o lugar em que estava na minha bagagem. Ela só será inteiramente minha quando tiver consciência do que sou e das práticas sexuais que adotei há muito tempo atrás. E eu só a introduzirei nesse mundo no dia e no momento em que ela permitir. Caso ela não concorde, conviverei com o que o futuro tiver a nos oferecer, porque sei que o mais importante do que tudo para mim é estar com ela. 

Ela treme e mal consegue respirar, tocando o meu membro, que pulsa em suas mãos. Eu já deixei de cantar, porque ela eleva minha excitação ao nível máximo, prejudicando totalmente minha fala. Mas, no ritmo e clima da música, quero amá-la, para demonstrar a intensidade do que sinto por ela. 

− Patrícia, vou fazer amor com você agora e, mais tarde, vou fodê-la sem sentido, marcando seu corpo com o meu toque e desejo. 

− É o que mais quero e preciso, Carlos! – sussurro e ele sorri, divertido – Eu acho que te amo... – isto é mais próximo de uma confissão que consigo chegar. O sorriso dele desaparece e o calor arde em seus olhos. 

− Eu, com certeza, amo tanto você, minha menina... – ele abaixa à minha frente, desce a minha calça e calcinha juntas, ficando de frente ao meu monte Vênus. Aproxima seu rosto e inspira – Sentir este cheiro é o meu maior vício. 

E minha excitação explode violentamente, em meu âmago, quando sua língua lisa e macia abrem meus grandes lábios sem pedir permissão. Ele desliza-a pelo meu brotinho, chupando-o, a seguir. Este chega a doer de prazer... suas mãos sobem até encontrarem meus seios, cujos bicos ele puxa, deixando-me enlouquecida de vez! Os gemidos de tesão escapam dos meus lábios, fazendo com que ele levanta-se e, rapidamente, termine de abrir sua própria calça, que desliza por suas pernas, após ele tirar uma camisinhas de um dos bolsos. Meu corpo está todo arrepiado, sentindo falta do seu contato. Ele tira a cueca e coloca a proteção. 

− Prevenido – brinco com ele. 

− Desde o momento em que decidi vir ao seu encontro, meu amor – enlaço seu corpo e pego-a no colo. Ela é linda! 

Nossas bocas vão de encontro uma a outra, seus lábios fartos contra os meus abrem-se e permitem as investidas da minha língua, que baila junto com a dela. Coloco-a, com cuidado, na cama, mas, minha boca não consegue ficar tanto tempo longe do seu corpo magnífico! Tenho que reverenciá-la com meu amor, o que faço beijando e lambendo cada pedacinho da sua anatomia apetitosa. Demoro-me um pouco mais em seus seios rijos como pedra, beijando-os, chupando-os com gosto e dando leves mordidas neles. Ela geme alto, sem parar, levantando seus quadris, como se a pedir que eu a penetre. Mas, minha menina tem que ser muito bem estimulada, porque quando eu enterrar meu pau naquela boceta irresistível dela, não vou parar, porque sei que ele gostaria de fazer de lá a sua morada permanente.

Desço minha boca por seu ventre, lambendo seu umbigo, até chegar, novamente, ao seu monte de Vênus. Abro bem, com as mãos, seus grandes lábios, endureço minha língua e enfio-a o máximo que posso em sua vagina, dando-lhe vários golpes com ela. Ela agarra meus cabelos e começa a esfregar sua boceta molhada em meu rosto. Sinto seu líquido embriagador correr por minha língua e sei que chegamos, ambos, ao limite do que é suportável. Preciso de total comunhão com minha quimera e, quando estiver dentro dela, quero que veja, dentro dos meus olhos, o sentimento mais puro que lhe dedico. 

Ele sobe, novamente, passando sua língua em meu corpo enquanto faz seu caminho até se posicionar entre as minhas pernas. Em seu olhar, percebo tesão, sim, mas, principalmente, carinho e admiração. Ele é cuidadoso ao me penetrar e eu estremeço como um faminto que desfruta de comida depois de muito tempo... como senti falta disso! Meu mundo gira e mais gemidos frenéticos saem da minha garganta, levando-o a intensificar as estocadas lentas e fundas. Sem parar de olhar para mim, ele faz com que eu sinta cada pedacinho dele dentro de mim, como se fôssemos um só corpo. 

− Deus, você é muito gostosa, minha menina! Como você faz bem para mim! – de sua voz sexy como inferno escorre sensualidade. Tento responder contando-lhe o quanto ele fez falta, mas, sou impedida pela detonação de prazer que explode dentro de mim, por causa de suas estocadas agora muito rápidas, e grito, percebendo seu urro de prazer seguir minha vocalização escandalosa. 

Beijo sua mandíbula contraída, acaricio seu braço nu, apreciando o brilho de suor do seu corpo e puxo-a mais perto, sem sair de dentro dela. Seu calor sedoso e o cheiro de sexo no ar deixa-me ereto, novamente, e isto me dá a certeza de que nunca terei o suficiente dela... a reação de meu corpo a ela é uma coisa impressionante, que nunca ocorreu com nenhuma outra mulher.

- Todo o tempo que passo ao seu lado faz-me tão feliz! Quando estou contigo, quero fazer o meu melhor, ser verdadeira, aberta e receptiva a tudo o que você estiver disposto a me dar. 

Meu coração aperta quando ela fala isso, ao mesmo tempo em que acaricia minha face. Tenho vontade de revelar a ela quem eu sou, mas, sei que, no território dela, se digo algo que ela não aceite, ponho tudo o que estamos começando a construir a perder. Posso estar sendo egoísta ao protelar isso, mas, hoje, não é o dia certo a dizer. Isto não é covardia. Chama-se prevenção, tento convencer a mim mesmo, porque, confesso, nem um milhão de anos seriam suficientes para me preparar para ficar sem ela. 

− Como está sendo voltar a Ajuricaba? – friso o nome da cidade, evitando dizer “sua casa”, porque a sensação de estar em casa, eu quero que ela sinta comigo, seja onde for. 

− Quando cheguei aqui, estava armada e munida de sentimentos e receios, mas, os dias têm sido bons. Eu e o Eduardo estamos, ao poucos, chegando a um entendimento. Estou feliz porque meus pais contaram-me que ele vem mudando. Eu, sinceramente, até pensei ser exagero deles, mas, é impossível não ver isso estando ao seu lado, pois é notória a diferença entre o que ele era no passado e seu amadurecimento atual. No fundo, sinto-me um pouco culpada por não ter estado aqui ao lado dele quando precisou. 

− Não se culpe, ele precisou do tempo dele e você precisou do seu. Talvez, se tivesse ficado aqui, você não teria forças hoje para provar a você mesma o quanto é guerreira e vencedora e tivesse sucumbido como ele fez – estremeço só de pensar na inexistente possibilidade de isso ter acontecido, pois não a teria conhecido – Agora, ambos num ponto em que estão, cada um a seu modo, trabalhando seus fantasmas, é a hora de você ajudar, se ele permitir. 

− Você acha que sou uma vencedora? 

− E uma intrépida guerreira, também – acrescento, beijando seus cabelos. 

− Obrigada! A admiração que tenho por você não é muito diferente disso, sabia? E não é porque você é um guerreiro com uma espada... ENORME... que digo isto... 

− Não? – pergunto, rindo muito com minha menina impossível. Adoro as comparações que faz. 

− Ok... também por isto – sinto-a sorrir, deitada no meu peito – Mas, verdadeiramente, acho que você é um guerreiro, dou graças a Deus por isso e aproveito para me desculpar. No seu lugar, teria desistido de mim no primeiro encontro... Estou tão feliz por você não ter feito isso, Carlos!

− Então, vamos agradecer aos deuses por eu não ser você – puxo-a para mais para perto de mim, como se isto fosse possível! – Você está sob minha pele desde o dia em que te vi pela primeira vez. E, agora, que sei que você admira-me também por ter uma espada... ENORME – imito seu tom de voz quando digo isso, divertido − vou ter que usá-la em cada segundo em que estiver ao seu lado, para você sentir falta dela pelo resto de sua vida. 

Fico quieta, por segundos, raciocinando o que ele acaba de dizer... O resto da vida... De repente, fico curiosa para saber mais a respeito dele. Suas mãos são tão carinhosas e ele não deixa de fazer carinho em um só cantinho das minhas costas. Não preciso nem mencionar o quanto as minhas células sapecas, estão pulando de alegria. De tempos em tempo, deposita beijinhos em meus cabelos, minha testa e, no fundo, penso estar sonhando ou até mesmo começando a acreditar em contos de fadas. Juro que não sei em qual conto enquadrar-me... talvez, a Bela Adormecida... Aff... Bela Adormecida, não! Aquela história... acorda para cuspir, Alice, não é comigo, não! Quem sabe Rapunzel? Não... esta também, não... A Bela e a Fera? De jeito nenhum! Isto nunca! Meu garanhão é um príncipe lindo, cheiroso, charmoso e gostoso! Sem chance! Penso em todas as princesas e chego a uma conclusão: nosso conto de fadas está começando a ser escrito e esta história, será construída por nós dois, dia a dia, vivendo-a intensamente. Respiro fundo, feliz por estar nos seus braços, o que me encoraja, inclusive, a perguntar um pouco a respeito dele. 

− Carlos. 

− Oi, pequena. 

− Você sabe tanto de mim e eu sei tão pouco de você! Às vezes, fico pensando que estamos indo rápido demais, porque eu não sei praticamente nada a seu respeito! 

− O que você precisa saber, além do que eu sinto por você? 

− Hum... bem... poderíamos começar com você contando-me se fazia xixi na cama quando era pequeno... – explodo numa gargalhada, confirmando que, definitivamente, minha vida nunca será monótona ao lado dela. 

Na verdade, foi até bom ela puxar esse assunto, pois, sim, sinto vontade de falar. Mas, primeiro, preciso de um banho e de algo para beber. Só assim, relaxado e aconchegado a ela, é que abrirei meu coração e revelarei tudo o que for possível. Há um sentimento enorme, dentro de mim, por ela despertado e que faz com que eu queira compartilhar com ela todas as minhas horas e minutos. Sua presença em minha vida aumenta e consolida-se a cada segundo que passamos juntos. O tempo todo tenho vontade de estar com ela, falar com ela, dividir minhas angústias e felicidades com ela, além de apenas curtir nossos momentos, sem maiores elucubrações. Quando a vejo, alguma coisa grande acontece dentro de mim e nem que tentasse desviar meus olhos dela eu conseguiria, porque sei que eles não obedeceriam! 

A Patrícia é um sonho que se tornou uma realidade na minha vida. Estou feliz com a chama que ela acende em mim e, por este e outros motivos, não quero omitir-lhe o meu passado. Vou começar a falar a respeito de minha vida pessoal e, quanto às minhas preferências sexuais, irei lhe contando conforme formos vivendo o dia a dia juntos, até que ela esteja pronta para compreender o verdadeiro sentido do que gosto, experimentando, com ela, as práticas que ela desejar, sem lhe impor qualquer uma que não deseje. A maior certeza que tenho, e a que mais me interessa, na verdade, é que sei que, hoje, eu preciso dela ao meu lado tanto quando do ar que respiro e, por isto, as soluções que encontraremos e as adaptações que faremos um ao outro será sempre para que sejamos ambos felizes. SEMPRE JUNTOS. Esse será o segredo da nossa relação. 






[1]David Copperfield, nome artístico de David Seth Kotkin (Metuchen, 16 de Setembro de 1956), é um renomado mágico e ilusionista dos Estados Unidos. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Copperfield_(ilusionista).

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