sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sr. G - Capítulo 27 - 1ª Parte


Patrícia Alencar Rochetty...


Acordar ao seu lado é doce e aconchegante. Fico olhando o contorno do seu rosto, desenhado com lindas linhas de expressão, a espessura da sua sobrancelha, o desenho da sua boca. Vibro por ser a sortuda que está ao lado de um homem tão belo,
que me mostra, a cada dia, que não existem barreiras para estar com alguém quando se deseja. Mentalmente danço, dou pulinhos e gritinhos, pois é muita felicidade para uma pessoa só... Ele faz-me querer ser amável, pensar num futuro ao lado de alguém, coisa que, até semanas atrás, me arrepiavam só de pensar. Uma lágrima escorre pela minha face, não sei se de felicidade ou de medo de fazer tudo errado... a única certeza que tenho é a necessidade de marcar uma consulta com um terapeuta para eu trabalhar as questões que permearam minha infância e refletir a respeito dos impactos delas na minha vida atual. 

Antes de deixar que minhas lembranças tenebrosas viessem à tona, minha existência vinha sendo uma sucessão de dias iguais, com tudo planejado e visando um mesmo fim: controle, estabilidade e nenhuma surpresa, vivendo a mesma rotina, nunca fazendo nada de diferente ou de especial para ser feliz! Tudo bem que não posso dizer que não tinha diversão e prazer em muitas das coisas que fazia, mas, desde que não estivessem fora do “script” que eu defini! No fundo, sei que era uma defesa no sentido de, ao evitar surpresas e imprevistos, não ficaria exposta a situações que não pudesse controlar. Tal atitude faz parte do passado, porque aquela necessidade de controle absoluto não me serve mais. Não posso e não vou prosseguir enganando-me e convencendo-me de que uma vida prosaica e milimetricamente planejada vai conseguir fazer-me mais confortável e segura. Quero mesmo é sair da normalidade e viver intensamente. 

Ontem à noite, quando ele mencionou que faria amor comigo e, depois, me foderia sem sentido, transformou-me na perfeita mulher entregue e sentindo-se desejada... Ele foi exigente, um mandão gostoso! Tudo começou com apenas um gelo que resolvi chupar, encarando-o, fazendo com que seus olhos chegassem a mudar de cor. O homem apaixonado cedeu lugar a um amante dominador e eu vibrei e gritei de prazer intensamente. A possibilidade de ser observada por pessoas que passavam pela rua, mesmo estando no quarto andar, ou de alguém estar olhando-nos do prédio em frente, que fica a apenas 300 metros do hotel, levou-me às raias do desejo, mostrando que me comportar como uma exibicionista é uma coisa que me excita, faz com que me sinta desejada, entregue e perdidamente apaixonada. 

Esse episódio começou quando ele estava tomando uísque e o tilintar do copo despertou-me a vontade de chupar gelo, como crianças costuma fazer, e, inocentemente, enfiei um dedo em seu copo e peguei um cubo de lá. Seus olhos abriram-se em expectativa, o que me revelou que ele gostou do que viu. Minha imaginação foi a mil e aproveitei o momento para por em ação minhas ideias. Passei o gelo pela borda do copo e levei-o à boca, sem deixar de olhar firmemente para ele que, por sua vez, revelava excitação em sua expressão conforme eu chupava o gelo, mexendo-o com a língua e passando-o por meus lábios. Não resistindo, meu garanhão tocou, com o polegar quente, meus lábios frios, fazendo com que, imediatamente, eu apertasse minhas coxas uma contra a outra, com desejo. 

− Minha menina, este gelo está causando-me inveja... além isso, eu já deixei claro para você o quanto sou possessivo com o que é meu. 

Nossos corpos nus aproximaram-se a ponto de parecer que, da cintura para baixo, estivéssemos praticamente como se um dentro do outro. Apenas parte dos nossos troncos mantinha-nos afastados, de maneira provocante. 

Chupei o gelo mais devagar e levei, novamente, com a língua, para meus lábios. 

− Dê-me este gelo – ele ordenou e meu corpo amoleceu. 

Obediente e atraída por seus lábios, encostei os meus nos dele e passei, lentamente, o gelo para sua boca, que foi imediatamente sugado por ele, assim como o líquido frio que escorria da minha boca. Era como se sua língua estivesse a limpar e despertar todos os sentidos do meu corpo, fazendo escorrer um líquido quente de minha vulva, que formigava, em antecipação ao que estava por vir. Sim, porque foi a partir daí que começou a minha tortura... segurando o gelo com os dentes, ele abriu os lábios e deslizou-o desde o meu pescoço até os meus seios. Quase virando uma geleia, e não querendo dar vexame, ronronei como uma gatinha manhosa sem forças para se manter em pé: 

− Garanhão!?! Será que podemos deitar. 

− Não – ele falou firme, com os olhos quentes e cheios de promessas sensuais. Tirou outro cubo de gelo do copo e, com as pontas do dedos, deslizou-o por minha pele nua. 

– O gelo pode refrescar – encarou-me enquanto passava o gelo, em movimentos circulares, pela auréola de um dos meus seios e, depois, pela do outro, tornando-me uma folha de seda para ser manuseada por ele como desejasse – É engraçado o quanto o gelo pode esquentar também, minha menina travessa... – sua outra mão desceu pelo meu corpo e ele introduziu um dedo em mim, enquanto continuava a me torturar com o gelo em meus seios. 

Ele queria tudo de mim, até o último pedacinho! E, por incrível que pareça, com seus olhos e mãos fortes apertando meu corpo, fui, de fato, toda dele. 

– O poder delicioso desse gelo é enorme ao derreter, pois busco as gotas matarão minha sede − ele passou a língua, lentamente, na minha pele arrepiada e eu fui à loucura, enquanto ele continuava dizendo o que o maldito gelo causaria ao meu corpo − O gelo também umedece... – sussurrou baixinho para me torturar. Não existia sequer um ínfimo pelo do meu corpo que não estivesse arrepiado − Vamos ver quanto tempo esta pedra de gelo levará para derreter? – isto não foi uma pergunta... 

Sem aviso prévio, meu garanhão introduziu a pequena pedra dentro de mim e o choque da minha quentura fez-me gotejar... Gotejei como nunca com a sensação do frio derretendo dentro de mim. Ele retirou os dedos melados que seguravam o gelo e deslizou-os pelos meus lábios.

- Adoro a mistura do sabor de ambos seus lábios... esta combinação será a minha morte – ele tomou minha boca entreaberta, com suas mãos explorando meu corpo, apertando-me e fazendo com que eu desse passos sem sentir. Percebi que ele abriu a porta de vidro com uma das mãos e, depois, girou meu corpo para que ficasse de frente para a sacada. A brisa fria fazia meus cabelos balançarem e meu corpo arrepiar ainda mais. 

Desse instante em diante, ele não foi cordial, apenas urgente e mandão, encostando seu corpo duro como uma muralha às minhas costas. Seu pau rígido ficou a me cutucar. Abraçando-me com um só braço, ele puxou meu corpo mais próximo do seu. Tudo foi inesperado e urgente, com seus movimentos duros levando meu sexo a ficar inundado e minha pélvis clamando de desejo. 

− Ahhhh – foi só esse som que fui capaz de emitir. 

− Já está gemendo quando ainda nem começamos? – encostou-me ao parapeito da sacada, raspando sua barba rala em meu pescoço. 

Tentei responder algo concreto, que não fossem só suspiros. 

− Demorou demais para responder. Sabe, pequena, você vem alimentando fantasias muito más em minha cabeça desde o dia em que fez aquele pequeno show na sacada... Hoje, nós dois ofereceremos, juntos, um show a Ajuricaba. Espere-me um segundo quietinha – ele afastou-se e, momentos depois, virei a cabeça para ver o que ele pretendia, percebendo-o já voltando e rasgando o lacre do preservativo nos dentes. 

− Não autorizei você a virar o corpo − ele girou meu corpo, encostando meus seios quentes no parapeito gelado de ferro fundido e úmido pelo sereno. Não quis mais nem saber o que estava para acontecer, pois abri mão do meu controle porque a única coisa que precisava era dele enterrado em mim, com estocadas duras e fortes. Mas, ele comportou-se como um torturador de uma figa. 

− Você não está pensando em... – ele não me deixou terminar de falar, fazendo com que me sentisse ainda mais vulnerável, principalmente porque, nem que quisesse, teria lugar para fugir. 

− Eu disse que não facilitaria as coisas esta noite. E foi você quem começou... sabe que adoro brincar com gelo – ele beliscou meu clitóris – Achou que me provocaria e eu deixaria barato? – ele apertou com mais força e eu fui até a lua, louca para sentir a espada de São Jorge a matar o dragão que existe dentro de mim − Duvido que Ajuricaba tenha visto seios tão gostosos assim! – ele enfiou um dedo em mim, sem cerimônia – Veja como é excitante, minha menina, mostrar ao mundo o seu homem dando-lhe prazer. 

− Muito... – consegui dizer, como se a fazer um apelo e sem nenhum pensamento coerente. 

Ele empurrou uma de minhas pernas, abrindo-me um pouco, dobrou a outra perna de maneira a levar meu joelho até a altura da minha cintura, deixando-me aberta e exposta, ao mesmo tempo em que sentia o restinho do gelo derreter e escorrer pela minha vulva. 

– Da maneira que estamos, quando as pessoas que passam pela rua olharem para cima, verão, pelo vidro embaçado desta varanda, que há algo acontecendo e tentarão entender o que representa a figura que veem, enquanto te penetro duro e forte, fodendo-te sem sentido. 

Tive vontade de gritar e uivar de tanto tesão! Foi esmagadora a sensação dele descrevendo tudo que iria acontecer. 

− Sua boceta é linda, não canso de olhar para ela! Vamos mostrar para todo mundo como ela é linda e gosta de abrigar o meu pau – sua pélvis pressionou a minha contra o vidro. 

− Carlos!?! – tentei falar seu nome forte, como um protesto, porém, totalmente ineficaz, dado ao fato de que eu estava colada no vidro e minha voz saía abafada e arquejante. 

− Você é linda, Patrícia Alencar Rochetty... Linda, gostosa, teimosa e minha! – cravou seus dentes no meu ombro e sua mão puxou meu cabelo – O quanto você é minha? 

− O quanto você quiser – respondi, com lascívia. 

− Por onde será que começo? – ele posicionou seu membro duro e viril no meu orifício – Aqui? – o Sr. G contraiu-se, suplicando que não − Acho que ainda não... – deslizou mais para frente seu pau viril, escorregando pelos meus lábios inchados, com volúpia – Acho que aqui está mais molhadinha e escorregadia – mal terminou de falar e, sem dó, entrou em mim com força e fundo, a ponto de eu sentir suas bolas baterem em minhas nádegas. 

− Hummmmm... Garanhãããão – não sei explicar o que senti naquele momento! Foi um misto de sensações como o medo de estar sendo observada com deleite ao saber disso, ao mesmo tempo... também senti o vento frio a bater no meu corpo, o seu pau quente e viril tomando-me, seus sussurros de prazer. Queria gritar, pois a intensidade de tudo que estava sentindo era demais. 

Ele soltou minha perna, comigo permanecendo na mesma posição. Ele recuou seu membro quase todo para fora e fez uma pausa, apenas mantendo sua mão deslizando pelo meu ventre, até encontrar meu clitóris, o qual, entre os dedos, torcia e alisava, consecutivamente. Uma vez, causavam uma dor picante, na outra, aliviava, massageando-me com seus dedos. Tive vontade de pedir para ele preencher-me e soltei um gemido alto quando ele fez exatamente isso, até o fundo. Fiquei totalmente exposta e entregue a ele enquanto sua outra mão mantinha-se no meu seio direito, onde ele torcia meus bicos e aliviava-os... de novo apertando com os cinco dedos e com a palma da mão. Eu só consegui gemer pedindo mais... ais... 

E ele atendeu descendo minha perna e acelerando num ritmo brutal e excitante, mais... mais... e mais... Com suas investidas dentro de mim, na maior rotação 360 graus, eu gritei e senti sua mão a dar tapas em minha bunda, com a mesma força e intensidade de suas estocadas. Gritei de prazer, sem medo de que qualquer pessoa ouvisse, e explodi num êxtase absoluto, como uma gata no cio a acordar toda a vizinhança. 

− Isso, linda! Acorde o mundo e mostre como somos mágicos juntos – ele enrolou meus cabelos numa de suas mãos e puxou levemente minha cabeça para trás, enquanto sussurrava estar feliz por me ver gritar de prazer. Meu orgasmo foi longo, rasgou meus sentidos e estilhaçou minhas forças! Senti as últimas estocadas de seu membro, recuando e entrando até o fundo, até ouvir seu rosnado e um alto gemido de prazer. 

Por nunca ter sabido lidar com o inesperado e as surpresas causarem-me calafrios, naquele momento, chutei-me, mentalmente, por não ter vivido tudo isto há dois anos atrás... 

− Por que fui tão cega?



Nenhum comentário:

Postar um comentário