domingo, 20 de setembro de 2015

Caminhos do Coração - Capítulo 02

Capítulo Dois


 Às oito em ponto, eu estava entrando no saguão do hotel.


– Por favor, o Sr. Roberto Menezes está me esperando, poderia ligar para o quarto dele?

– Sim, Senhora, só um momento.

Fiquei por ali, admirando a decoração do hotel, quando senti uma mão em meu ombro.

– Oi, moça.




Meu Deus, o cheiro dele foi a primeira coisa da qual tomei consciência. Olhei para meu ombro e sua mão era grande. Devagar, me virei. Ao me deparar com seu rosto, minha respiração ficou presa e fiquei totalmente sem reação. 

Ele era mesmo tudo aquilo que aparentava ser na câmera. Tinha lindos olhos verdes, seus cabelos castanhos, um pouco crescidos e bagunçados, davam um toque todo charmoso. Ele me olhava e sorria. 

– Oi, pra você também.

Ele abriu os braços para mim e eu o abracei. Hummm, que abraço gostoso. Sabe quando parece que aquele é o seu lugar e você se sente super bem? Inspirei seu perfume mais uma vez e, levantando o rosto, dei um beijinho em sua bochecha.

Ele sorriu e passou os dedos pelo meu rosto.

– Vamos comer?

Sem tirar o braço de meus ombros, fomos para o salão, onde estava sendo servido o café da manhã.

– Moça, coma bem, pois o dia vai ser cheio. – Ele me advertiu.

– Certo. Não se assuste comigo, gosto de comer.

Pegamos uma série de pãezinhos, geléias, manteigas, frios, pedaços de bolos diversos e levamos para a mesa. Voltamos e pegamos sucos e iogurte. Nossa mesa ficou cheia.

– Não se preocupe com a quantidade, garanto que comeremos tudo. Estou morrendo de fome. – Seus olhos brilharam quando disse isso e sorri em resposta.

Começamos a comer e conversar. Ele me falou da noiva que o esperava, de seus problemas com ela, de sua família, da fofura da sobrinha que havia nascido alguns meses atrás. Bem, nós nos abríamos um com o outro, sempre. Também rolava uma coisa estranha, uma energia sexual intensa entre nós.

Quando estávamos acabando o café, ele tirou uma caixa de dentro do casaco que usava e estendeu para mim.

– Comprei um presente pra você. Na realidade mandei fazer, espero que goste.

Peguei a caixa e abri. Dentro, repousava uma correntinha de ouro com um pingente de coração. Peguei nas mãos o colar delicado.

– Abra, é um relicário.

Abri o coração com cuidado e dentro, gravado no ouro tinha uma foto minha e dele.

– Na loja eles faziam montagens, então peguei uma foto sua na internet e juntei com uma minha.

Aquilo era lindo! Emocionada com o gesto, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

– Nossa, obrigada Beto. É lindo.

– Tem uma coisa escrita do outro lado.

Virei o coração e bem pequenininho estava escrito: 

Para estar junto, não precisa estar perto. 

Sempre em meu coração. 

Beto.

Era um pedaço da nossa música. Bem, digo nossa porque ele mandou a letra para mim uma vez e marcou, acabou que a gente sempre repetia aquele pedaço um para o outro.

– Amei. Coloca pra mim?

Abri e passei para ele, que se levantou e veio colocar em meu pescoço. Arrepiei-me quando sua mão varreu os cabelos de minha nuca. A respiração dele falhou e respirou fundo. Ele também estava sentindo aquilo tudo.

– Bem, agora que tal você me mostrar a cidade?

– Ok, o que você gostaria de ver? Tem parques, museus, shoppings, zoológico, pontos turísticos... 

– Pensei em darmos uma passada pelos pontos turísticos, tirarmos algumas fotos, almoçar, depois shopping, um cinema... O que acha?

– Perfeito. Vamos?

Levantamo-nos e saímos do hotel. Eu ia pedir um táxi, mas ele segurou minha mão.

– Ei, moça. Eu aluguei um carro para a gente passear. Vem comigo.

Ele pegou minha mão e fomos andando até o estacionamento. Ele tinha alugado uma Range Rover branca. Ele sabia que eu era louca por aquele carro.

– Não acredito que você pegou o carro dos meus sonhos!

Ele riu da minha excitação.

– Mereço um beijinho?

– Claro! Até dois. Três! – Falei brincando e puxei a cabeça dele para baixo. Dei um beijo em cada bochecha e um em seu queixo.

Ele acionou o controle e destravou as portas. Chegou ao meu lado e abriu a porta para mim. 

– Primeiro as damas. – Disse, sorrindo.

Entrei e fiquei olhando o carro por dentro, admirada. 

– E aí? É o que você esperava?

– É sim. Tão confortável... Alto, mas nem tanto... Na medida certa!

– Na volta, você dirige.

Ele ligou o carro e partimos.

– Fiz esse pendrive pra gente ouvir hoje. Depois eu deixo com você.

Selecionou a entrada USB no aparelho do carro e fiquei encantada com tudo o que ele tinha planejado para mim, para nós.

Passeamos até a uma da tarde, passamos pelos principais pontos turísticos da cidade, parando na feira do Largo da Ordem, onde ele comprou lembrancinhas para a família, depois fomos ao Jardim botânico onde tiramos um monte de fotos, das mais variadas maneiras e fomos almoçar em uma galeteria. Ele tinha pensado em tudo. Tudo o que eu gostava e já tinha dito para ele em nossas conversas.

Comemos um rondelli de-li-ci-o-so! Meu Deus, eu ia voltar para casa hoje à noite com uns cinco quilos a mais. Depois fomos ao shopping, pagamos o estacionamento e ficamos passeando por lá até a hora do cinema. Agora já estávamos mais descontraídos e andávamos abraçados, como um casal de namorados. 

Estávamos indo para o cinema quando passamos em frente a uma loja que vendia uma variedade de itens diferentes. Na vitrine eles tinham uma corujinha linda, que era também um telefone. Apaixonei-me por ela, tanto que cheguei a parar, só para admirar a vitrine.

– Já sei. A coruja! Como pode gostar de um bicho tão feio? –Ele riu de mim.

– Não sei, apenas amo esses bichinhos, um lance sem explicação. Não tente entender.

Abracei-me a ele outra vez e continuamos. No cinema, mais comida... Pipoca e refrigerante.

– Você está querendo me engordar.

– Claro que não. Quero tornar esse dia inesquecível. – Ele segurou meu queixo levantando meu rosto, e olhei em seus olhos. 

E assim, ele me beijou. 

Na fila da pipoca, mais precisamente no caixa. 

Um beijo apenas. 

Um encostar de lábios, mas que aqueceu meu corpo todo e me deixou querendo mais. Seus olhos dançavam com os meus...

– HUHUM. O troco do Senhor. 

Ele pegou e guardou o troco, pegamos nossas coisas e, carregados, entramos na sala de exibição. Quando começou o filme foi que me toquei qual filme era. De pernas para o ar. Uma comedia erótica, com vibradores e afins. Durante o filme, ele removeu o apoio entre os assentos e colocou o braço dele sobre meus ombros. Novamente, colocou os dedos sob meu queixo e me levantou para ele. 

Dessa vez, o beijo foi intenso e consumidor. 

Um tesão enorme tomou conta de mim e eu queria pular em seu colo ali mesmo. Graças ao friozinho e ao escurinho do cinema, estávamos protegidos contra olhos curiosos e sua mão se esgueirou para dentro do meu casaco, acariciando minhas costelas, subindo e apalpando meus seios. Gemi baixinho em sua boca. Graças a Deus que o cinema estava bem vazio e não tinha ninguém perto de nós.

– Quer ir embora? – Ele sussurrou em meu ouvido.

– Quero.

– Para sua casa ou para meu hotel?

– E o que faríamos no hotel?

– Se formos para o hotel, eu vou te comer tão gostoso, que nunca vai me esquecer.

Minha excitação foi ao auge e me levantei.

– Vamos, então. – Eu estava louca por ele há meses, enquanto nos falávamos por mensagens e vídeo conferência, agora, assim, com esses beijos e carícias, eu só queria uma coisa: Ele dentro de mim, metendo forte e fundo!

Mais do que rápido, nos levantamos, jogamos o lixo na saída e, abraçados e cheios de gracinhas e beijinhos roubados, fomos para o estacionamento.

Em pouco tempo, chegamos e subimos para seu quarto.

Ele abriu, entramos e a porta se fechou atrás dele com um click metálico.

– Quero tanto você... Nós dois nos damos tão bem... Nosso dia passou tão fácil, tão gostoso. – Foi falando entre beijos e comecei a arrancar as roupas dele.

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