Capítulo Dois
Às oito em ponto, eu estava entrando no saguão do hotel.
– Por favor, o Sr. Roberto Menezes está me esperando, poderia ligar para o quarto dele?
– Sim, Senhora, só um momento.
Fiquei por ali, admirando a decoração do hotel, quando senti uma mão em meu ombro.
– Oi, moça.
Meu Deus, o cheiro dele foi a primeira coisa da qual tomei consciência. Olhei para meu ombro e sua mão era grande. Devagar, me virei. Ao me deparar com seu rosto, minha respiração ficou presa e fiquei totalmente sem reação.
Ele era mesmo tudo aquilo que aparentava ser na câmera. Tinha lindos olhos verdes, seus cabelos castanhos, um pouco crescidos e bagunçados, davam um toque todo charmoso. Ele me olhava e sorria.
– Oi, pra você também.
Ele abriu os braços para mim e eu o abracei. Hummm, que abraço gostoso. Sabe quando parece que aquele é o seu lugar e você se sente super bem? Inspirei seu perfume mais uma vez e, levantando o rosto, dei um beijinho em sua bochecha.
Ele sorriu e passou os dedos pelo meu rosto.
– Vamos comer?
Sem tirar o braço de meus ombros, fomos para o salão, onde estava sendo servido o café da manhã.
– Moça, coma bem, pois o dia vai ser cheio. – Ele me advertiu.
– Certo. Não se assuste comigo, gosto de comer.
Pegamos uma série de pãezinhos, geléias, manteigas, frios, pedaços de bolos diversos e levamos para a mesa. Voltamos e pegamos sucos e iogurte. Nossa mesa ficou cheia.
– Não se preocupe com a quantidade, garanto que comeremos tudo. Estou morrendo de fome. – Seus olhos brilharam quando disse isso e sorri em resposta.
Começamos a comer e conversar. Ele me falou da noiva que o esperava, de seus problemas com ela, de sua família, da fofura da sobrinha que havia nascido alguns meses atrás. Bem, nós nos abríamos um com o outro, sempre. Também rolava uma coisa estranha, uma energia sexual intensa entre nós.
Quando estávamos acabando o café, ele tirou uma caixa de dentro do casaco que usava e estendeu para mim.
– Comprei um presente pra você. Na realidade mandei fazer, espero que goste.
Peguei a caixa e abri. Dentro, repousava uma correntinha de ouro com um pingente de coração. Peguei nas mãos o colar delicado.
– Abra, é um relicário.
Abri o coração com cuidado e dentro, gravado no ouro tinha uma foto minha e dele.
– Na loja eles faziam montagens, então peguei uma foto sua na internet e juntei com uma minha.
Aquilo era lindo! Emocionada com o gesto, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
– Nossa, obrigada Beto. É lindo.
– Tem uma coisa escrita do outro lado.
Virei o coração e bem pequenininho estava escrito:
Para estar junto, não precisa estar perto.
Sempre em meu coração.
Beto.
Era um pedaço da nossa música. Bem, digo nossa porque ele mandou a letra para mim uma vez e marcou, acabou que a gente sempre repetia aquele pedaço um para o outro.
– Amei. Coloca pra mim?
Abri e passei para ele, que se levantou e veio colocar em meu pescoço. Arrepiei-me quando sua mão varreu os cabelos de minha nuca. A respiração dele falhou e respirou fundo. Ele também estava sentindo aquilo tudo.
– Bem, agora que tal você me mostrar a cidade?
– Ok, o que você gostaria de ver? Tem parques, museus, shoppings, zoológico, pontos turísticos...
– Pensei em darmos uma passada pelos pontos turísticos, tirarmos algumas fotos, almoçar, depois shopping, um cinema... O que acha?
– Perfeito. Vamos?
Levantamo-nos e saímos do hotel. Eu ia pedir um táxi, mas ele segurou minha mão.
– Ei, moça. Eu aluguei um carro para a gente passear. Vem comigo.
Ele pegou minha mão e fomos andando até o estacionamento. Ele tinha alugado uma Range Rover branca. Ele sabia que eu era louca por aquele carro.
– Não acredito que você pegou o carro dos meus sonhos!
Ele riu da minha excitação.
– Mereço um beijinho?
– Claro! Até dois. Três! – Falei brincando e puxei a cabeça dele para baixo. Dei um beijo em cada bochecha e um em seu queixo.
Ele acionou o controle e destravou as portas. Chegou ao meu lado e abriu a porta para mim.
– Primeiro as damas. – Disse, sorrindo.
Entrei e fiquei olhando o carro por dentro, admirada.
– E aí? É o que você esperava?
– É sim. Tão confortável... Alto, mas nem tanto... Na medida certa!
– Na volta, você dirige.
Ele ligou o carro e partimos.
– Fiz esse pendrive pra gente ouvir hoje. Depois eu deixo com você.
Selecionou a entrada USB no aparelho do carro e fiquei encantada com tudo o que ele tinha planejado para mim, para nós.
Passeamos até a uma da tarde, passamos pelos principais pontos turísticos da cidade, parando na feira do Largo da Ordem, onde ele comprou lembrancinhas para a família, depois fomos ao Jardim botânico onde tiramos um monte de fotos, das mais variadas maneiras e fomos almoçar em uma galeteria. Ele tinha pensado em tudo. Tudo o que eu gostava e já tinha dito para ele em nossas conversas.
Comemos um rondelli de-li-ci-o-so! Meu Deus, eu ia voltar para casa hoje à noite com uns cinco quilos a mais. Depois fomos ao shopping, pagamos o estacionamento e ficamos passeando por lá até a hora do cinema. Agora já estávamos mais descontraídos e andávamos abraçados, como um casal de namorados.
Estávamos indo para o cinema quando passamos em frente a uma loja que vendia uma variedade de itens diferentes. Na vitrine eles tinham uma corujinha linda, que era também um telefone. Apaixonei-me por ela, tanto que cheguei a parar, só para admirar a vitrine.
– Já sei. A coruja! Como pode gostar de um bicho tão feio? –Ele riu de mim.
– Não sei, apenas amo esses bichinhos, um lance sem explicação. Não tente entender.
Abracei-me a ele outra vez e continuamos. No cinema, mais comida... Pipoca e refrigerante.
– Você está querendo me engordar.
– Claro que não. Quero tornar esse dia inesquecível. – Ele segurou meu queixo levantando meu rosto, e olhei em seus olhos.
E assim, ele me beijou.
Na fila da pipoca, mais precisamente no caixa.
Um beijo apenas.
Um encostar de lábios, mas que aqueceu meu corpo todo e me deixou querendo mais. Seus olhos dançavam com os meus...
– HUHUM. O troco do Senhor.
Ele pegou e guardou o troco, pegamos nossas coisas e, carregados, entramos na sala de exibição. Quando começou o filme foi que me toquei qual filme era. De pernas para o ar. Uma comedia erótica, com vibradores e afins. Durante o filme, ele removeu o apoio entre os assentos e colocou o braço dele sobre meus ombros. Novamente, colocou os dedos sob meu queixo e me levantou para ele.
Dessa vez, o beijo foi intenso e consumidor.
Um tesão enorme tomou conta de mim e eu queria pular em seu colo ali mesmo. Graças ao friozinho e ao escurinho do cinema, estávamos protegidos contra olhos curiosos e sua mão se esgueirou para dentro do meu casaco, acariciando minhas costelas, subindo e apalpando meus seios. Gemi baixinho em sua boca. Graças a Deus que o cinema estava bem vazio e não tinha ninguém perto de nós.
– Quer ir embora? – Ele sussurrou em meu ouvido.
– Quero.
– Para sua casa ou para meu hotel?
– E o que faríamos no hotel?
– Se formos para o hotel, eu vou te comer tão gostoso, que nunca vai me esquecer.
Minha excitação foi ao auge e me levantei.
– Vamos, então. – Eu estava louca por ele há meses, enquanto nos falávamos por mensagens e vídeo conferência, agora, assim, com esses beijos e carícias, eu só queria uma coisa: Ele dentro de mim, metendo forte e fundo!
Mais do que rápido, nos levantamos, jogamos o lixo na saída e, abraçados e cheios de gracinhas e beijinhos roubados, fomos para o estacionamento.
Em pouco tempo, chegamos e subimos para seu quarto.
Ele abriu, entramos e a porta se fechou atrás dele com um click metálico.
– Quero tanto você... Nós dois nos damos tão bem... Nosso dia passou tão fácil, tão gostoso. – Foi falando entre beijos e comecei a arrancar as roupas dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário