domingo, 1 de novembro de 2015

Caminhos do Coração - Capítulo 07


Pela manhã, acordei mais cedo, mas me arrumei com cuidado. Queria estar linda e cheirosa. 

Estava dando os últimos retoques na maquiagem quando a campainha tocou. Que estranho! Olhei para o relógio e eram apenas seis e meia da manhã. Peguei um roupão que deixava atrás da porta do banheiro, coloquei e amarrei com força. Fosse quem fosse, havia me pego em um momento não muito bom, pois estava só de calcinha e sutiã!

Abri a porta sem perguntar quem era e fui arrebatada por braços fortes e um beijo delicioso.

–Beto! – Disse espantada quando ele afastou seus lábios dos meus.

–Não consegui dormir direito, só pensava em você... em te beijar... no seu cheiro... – Ele respirou em meu pescoço, inalando meu perfume e me arrepiando toda. – Te quero muito além da minha razão.

Dei uns passos atrás, trazendo-o comigo e fechei a porta.

Suas mãos percorriam meu corpo, me deixando louca. Cinco anos de tesão reprimido me deixavam assim e ele, com esse ímpeto todo só piorava as coisas.

–Diga que você me quer. – Pediu, sussurrando em minha boca.

Deus, se eu o queria?

–Há cinco anos que te quero... Todos os dias e todas as noites desses malditos cinco anos.

–Quer minha boca em seu corpo? – Sua boca escorregava pelo meu pescoço, indo em direção aos meus seios, que já estavam em suas mãos.

–Uhum... – Consegui murmurar. Senti o interior de minha intimidade pulsar de desejo e inundar minha calcinha.

–Quer meus dedos te penetrando? – Uma de suas mãos se esgueirou pela abertura do roupão e segurou meu sexo, acariciando por cima da calcinha.

–Não... – Segurei seu rosto e o levantei para poder olhar em seus olhos. – Não quero seus dedos. Quero seu pau me fodendo, chegando tão fundo quanto da primeira vez.

Seu rosto mudou, a urgência e o tesão estampados naqueles olhos lindos.

–Nossa! Eu quero sentir sua bocetinha gostosa me apertando. Sentir você gozando no meu pau... – Seus dedos estavam me enlouquecendo.

Minhas mãos deslizaram, procurando pelo botão de seu jeans, desabotoando e baixando o zíper. 

Que saudade, que vontade... 

Abaixei suas calças, que ele tirou, retirando os sapatos com os pés e pisando em cima.

Agarrei seu pau e comecei a acariciar, de cima a baixo...

– Não faz isso. Meu tesão por você é grande demais. Não quero que acabe tão rápido.

– Ao que eu me lembre, isso não foi problema da última vez.

Grunhindo como um lobo faminto, ele veio para cima de mim. Recuei alguns passos, até o sofá.

Ele me virou e baixou delicadamente meu corpo no encosto do sofá. Afastou minha calcinha e se encaixou entre minhas pernas, nossos sexos roçando deliciosamente.

–Se você quer meu pau em você, é o que você vai ter, moça.

Senti aquele atrito delicioso de nossas peles e seu gemido ao me penetrar.

–Deus, como senti sua falta. Não vou quebrar, quero mais. – Falei, com a voz rouca de tesão.

Dando rédea solta ao nosso desejo, nos amamos freneticamente. Um encontro selvagem assim não poderia durar muito, e logo eu estava tremendo, segurando um orgasmo que prometia ser devastador.

Ele se abaixou sobre mim, lambendo meu pescoço, dizendo em meu ouvido o quanto me amava, que estava louco de saudade, que eu era tão gostosa... Arrepiando-me a pele. Quando ele colocou a mão em meu sexo e acariciou meu clitóris, o orgasmo que estava segurando, chegou com força total, quase me quebrando ao meio.

Estremeci toda, meu corpo convulsionando em espasmos de prazer, gritando o nome dele, que meteu em mim mais duas vezes e urrou de prazer, repetindo meu nome e beijando onde alcançava. 

–Não vou te deixar, nunca mais. – Ele me pegou e sentamos no sofá, comigo em seu colo.

–Assim espero. Não aguentaria todo o sofrimento outra vez.

–Ah, moça, se soubesse o quanto sofri com isso também, mas eu não tive escolha. Se falasse com você, não teria forças para fazer o que tinha que fazer.

–Eu entendi. As coisas certas a fazer nem sempre são as mais fáceis. Você foi nobre. E eu admiro isso em você. – Olhei séria para ele. –Beto, como você conseguiu entrar sem ser anunciado?

–Promete que não vai ficar brava comigo? –Ele me olhou preocupado. “Eu tinha a esperança de que você me perdoasse quando te encontrasse e explicasse, mas eu precisava de um plano B. Então comprei o apartamento ao lado. – Parou de falar e me encarou, esperando para ver minha reação.

–Ai, Beto. Isso é realmente estranho. – Mordi o lábio e esfreguei as mãos, nervosa.

–Não fique assim, eu sei que errei e errei feio há cinco anos atrás. Mas eu não aguentava mais ficar longe de você... E com você vivendo na cidade dos meus pais, eu estaria sempre aqui, precisava ficar perto de você de alguma maneira. – Ele roçou seu nariz no meu e me deu um beijo nos lábios.

– E o que você vai fazer com o apartamento agora?

– Vou deixá-lo ali. É um bom investimento. – Ele deu de ombros.

– Tenho que terminar de me arrumar, Beto. Não posso me atrasar.

– Posso te olhar? Enquanto você se arruma?

– Uhum. Quer tomar uma ducha comigo?

Ele se levantou comigo no colo e fomos para o meu quarto. Tomamos uma ducha rápida, ele se vestiu e ficou sentado em minha cama, me olhando.

– Luana, você quer conhecer meu filho? – Ele perguntou assim, com a maior calma do mundo.

– Claro. A gente poderia levá-lo para tomar um sorvete, amanhã. – Sorri, mas por dentro tudo se apertou. Conhecer o pequeno Luan seria um passo enorme.

Estava perdida em pensamentos quando senti seu hálito quente em meu pescoço.

– Não se preocupe, amor. Ele só tem quatro anos e meio.

Abracei-o e encostei o rosto em seu peito largo.

– Mas, e se ele não gostar de mim?

– Ele é uma criança e vai te amar, assim como eu. Não fique preocupada com isso. – Ele me acalmou, beijando meus cabelos.

– Tá bem. E a Juliana? Quando vamos contar pra ela?

– Podemos falar hoje, no final do expediente. Eu passo lá e nós podemos ir jantar juntos.

– Está bem. Com a Jú será mais fácil, já que a vejo basicamente todos os dias.

Saí do seu abraço, peguei minha bolsa, enfiei os pés em meus scarpin e estava pronta.

– Vamos?

Ele estendeu os braços para mim e me encaixei em seu corpo grande. Era tão bom! Quase esqueci do trabalho. Quase.

Puxei-o pela mão e fomos embora. Quando chegamos em frente à agência, faltavam alguns minutos para as oito e ficamos nos beijando até dar a hora de entrar. Estávamos parecendo adolescentes. Depois de um adeus sofrido, fui trabalhar com a promessa de que às seis e meia ele estaria ali na frente.

Na hora do almoço recebi uma mensagem dele.

“Já combinei com a Jú, vamos ao restaurante que fica do lado do bar de ontem. Vou pegar ela aí na frente, às seis e meia, e nos encontramos lá no restaurante. Vamos surpreende-la.”

Suspirei, incerta. 

Eu o amava mais que qualquer coisa.

Eu o havia perdoado, entendido seus motivos.

Que ele era doido por mim, não havia dúvidas.

Como a vida da gente pode mudar de um momento para o outro. Ontem pela manhã, eu estava toda triste e pela noitinha eu estava eufórica... Pela manhã, realizada, e um tanto quanto assustada com a rapidez dos acontecimentos e a intensidade dele. Eu queria um homem assim?

A resposta em minha mente foi um grande SIM! Sorrindo, me atraquei no trabalho, assim o tempo passaria mais rápido. Num piscar de olhos, já era hora de ir embora e Jú veio se despedir.

–Até amanhã Lu. Vou me encontrar com meu irmão. Vamos naquele restaurante próximo ao bar que fomos ontem. Parece que ele quer me apresentar a alguém. Isso é estranho pra caramba. Meu irmão não é de sair com ninguém... Mas lá vou eu. Beijocas. – Ela me jogou um beijo e se foi. 

Desliguei o note e arrumei minha mesa, sem pressa. Deixaria eles chegarem lá primeiro e conversarem um pouco. Dez minutos depois meu celular tocou.

– Oi.

– Desistiu de mim? – Ele perguntou com a voz triste.

– Não, amor. Tô quase aí. Beijo, já chego.

– Está bem. Te amo. Vem logo. – Escutei alguém engasgando perto dele e a ligação foi interrompida.

Desci e fui com meu carro até o restaurante.

Entrei e logo os avistei em um canto do restaurante. Fui até lá e quando a Juliana me viu se levantou.

– Oi, Lu, o que foi? Aconteceu alguma coisa na agência depois que eu saí? – Ela perguntou, preocupada.

– Jú, a Luana é meu grande amor. – Beto disse, me puxando para um beijo que me esquentou dos pés à cabeça.

– Tá de brincadeira que ela é “a” Luana? Caraca! – Ela se sentou e segurou a cabeça entre as mãos. Beto puxou a cadeira ao lado dele para que eu me sentasse. – Que mundo minúsculo!

– Pois é. Pelo jeito você sabe toda a história. – Sorri para ela enquanto Beto puxava minha mão e dava um beijo.

– Meu Deus! Eu tô besta!

Juliana me olhava como se me visse pela primeira vez.

– É maninha. Ontem nós conversamos e expliquei tudo pra ela.

Beto me olhava com um olhar sonhador, apaixonado.

– Eu disse para ele ir atrás de você na época, que se danasse tudo. Mas ele foi nobre. E deu muita sorte em te encontrar e você ser compreensiva. Você vai amar o pequeno Luan.

– Vamos sair com ele amanhã. – Ele contou.

– Mamãe vai pirar! Luan vai te amar. Eu já te amo por tudo o que vocês passaram. – Os olhos de Jú se encheram de lágrimas. – Quando eu me lembro tudo o que ele passou... A barra toda... – Sua voz morreu e ela soluçou segurando o choro.

– Ei, não fique assim. O que passou, passou. O importante é que estamos juntos e nada vai nos separar.

– Estou tão feliz por você, maninho. Vamos pedir uma pizza pra viagem e ir comer lá em casa? Uma coisa dessas nós temos que contar pra todo mundo logo!

– Jú, se acalme. Não é assim. Nós nos reencontramos ontem.

– Sim, mas não vão se largar nunca mais. A história de vocês é antiga... E é linda!

– Melhor esperar um pouco. Amanhã eu conheço o Luan e se ele for com a minha cara, daí vou conhecer seus pais.

– Ela está certa, maninha. Vamos com calma.

Beto chamou o garçom e fizemos nossos pedidos. Era cedo ainda, mas estávamos mortos de fome. A comida chegou rápido e comecei a comer.

– Sabe que adorei isso em você naquele dia, no hotel? Você come com gosto.

Parei de comer na mesma hora, envergonhada.

– Não, amor, não pare de comer. É um prazer te ver comendo. – Seus olhos brilharam e os meus caíram para seu colo. O volume ali indicava que o prazer era realmente GRANDE. Engoli em seco, o tesão me pegando com força. De repente, eu não queria mais comer e sim que ele me comesse.

Forcei-me a comer mais um pouco, mas logo dei uma desculpa para ir embora, dizendo que estava cansada. Queria ele em minha cama, na parede, em qualquer lugar. Com o tesão que eu estava, acho que iria ser atrás da porta de entrada da minha casa mesmo!

Despedi-me da Jú e Beto me abraçou. Estendeu a chave do carro para ela.

– Espere-me no carro, eu já vou.

Assim que ela se afastou, ele se virou para mim.

– Quando a gente se vê de novo?

– Por mim, daqui dez minutos, lá em casa. Estou louca por você. Temos cinco anos para recuperar.

– Está bem, vou pra casa, deixo a Jú, ponho Luan na cama e vou pra sua casa.

– Certo. Vou deixar a porta destrancada.

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