Pela manhã, acordei mais cedo, mas me arrumei com cuidado. Queria estar linda e cheirosa.
Estava dando os últimos retoques na maquiagem quando a campainha tocou. Que estranho! Olhei para o relógio e eram apenas seis e meia da manhã. Peguei um roupão que deixava atrás da porta do banheiro, coloquei e amarrei com força. Fosse quem fosse, havia me pego em um momento não muito bom, pois estava só de calcinha e sutiã!
Abri a porta sem perguntar quem era e fui arrebatada por braços fortes e um beijo delicioso.
–Beto! – Disse espantada quando ele afastou seus lábios dos meus.
–Não consegui dormir direito, só pensava em você... em te beijar... no seu cheiro... – Ele respirou em meu pescoço, inalando meu perfume e me arrepiando toda. – Te quero muito além da minha razão.
Dei uns passos atrás, trazendo-o comigo e fechei a porta.
Suas mãos percorriam meu corpo, me deixando louca. Cinco anos de tesão reprimido me deixavam assim e ele, com esse ímpeto todo só piorava as coisas.
–Diga que você me quer. – Pediu, sussurrando em minha boca.
Deus, se eu o queria?
–Há cinco anos que te quero... Todos os dias e todas as noites desses malditos cinco anos.
–Quer minha boca em seu corpo? – Sua boca escorregava pelo meu pescoço, indo em direção aos meus seios, que já estavam em suas mãos.
–Uhum... – Consegui murmurar. Senti o interior de minha intimidade pulsar de desejo e inundar minha calcinha.
–Quer meus dedos te penetrando? – Uma de suas mãos se esgueirou pela abertura do roupão e segurou meu sexo, acariciando por cima da calcinha.
–Não... – Segurei seu rosto e o levantei para poder olhar em seus olhos. – Não quero seus dedos. Quero seu pau me fodendo, chegando tão fundo quanto da primeira vez.
Seu rosto mudou, a urgência e o tesão estampados naqueles olhos lindos.
–Nossa! Eu quero sentir sua bocetinha gostosa me apertando. Sentir você gozando no meu pau... – Seus dedos estavam me enlouquecendo.
Minhas mãos deslizaram, procurando pelo botão de seu jeans, desabotoando e baixando o zíper.
Que saudade, que vontade...
Abaixei suas calças, que ele tirou, retirando os sapatos com os pés e pisando em cima.
Agarrei seu pau e comecei a acariciar, de cima a baixo...
– Não faz isso. Meu tesão por você é grande demais. Não quero que acabe tão rápido.
– Ao que eu me lembre, isso não foi problema da última vez.
Grunhindo como um lobo faminto, ele veio para cima de mim. Recuei alguns passos, até o sofá.
Ele me virou e baixou delicadamente meu corpo no encosto do sofá. Afastou minha calcinha e se encaixou entre minhas pernas, nossos sexos roçando deliciosamente.
–Se você quer meu pau em você, é o que você vai ter, moça.
Senti aquele atrito delicioso de nossas peles e seu gemido ao me penetrar.
–Deus, como senti sua falta. Não vou quebrar, quero mais. – Falei, com a voz rouca de tesão.
Dando rédea solta ao nosso desejo, nos amamos freneticamente. Um encontro selvagem assim não poderia durar muito, e logo eu estava tremendo, segurando um orgasmo que prometia ser devastador.
Ele se abaixou sobre mim, lambendo meu pescoço, dizendo em meu ouvido o quanto me amava, que estava louco de saudade, que eu era tão gostosa... Arrepiando-me a pele. Quando ele colocou a mão em meu sexo e acariciou meu clitóris, o orgasmo que estava segurando, chegou com força total, quase me quebrando ao meio.
Estremeci toda, meu corpo convulsionando em espasmos de prazer, gritando o nome dele, que meteu em mim mais duas vezes e urrou de prazer, repetindo meu nome e beijando onde alcançava.
–Não vou te deixar, nunca mais. – Ele me pegou e sentamos no sofá, comigo em seu colo.
–Assim espero. Não aguentaria todo o sofrimento outra vez.
–Ah, moça, se soubesse o quanto sofri com isso também, mas eu não tive escolha. Se falasse com você, não teria forças para fazer o que tinha que fazer.
–Eu entendi. As coisas certas a fazer nem sempre são as mais fáceis. Você foi nobre. E eu admiro isso em você. – Olhei séria para ele. –Beto, como você conseguiu entrar sem ser anunciado?
–Promete que não vai ficar brava comigo? –Ele me olhou preocupado. “Eu tinha a esperança de que você me perdoasse quando te encontrasse e explicasse, mas eu precisava de um plano B. Então comprei o apartamento ao lado. – Parou de falar e me encarou, esperando para ver minha reação.
–Ai, Beto. Isso é realmente estranho. – Mordi o lábio e esfreguei as mãos, nervosa.
–Não fique assim, eu sei que errei e errei feio há cinco anos atrás. Mas eu não aguentava mais ficar longe de você... E com você vivendo na cidade dos meus pais, eu estaria sempre aqui, precisava ficar perto de você de alguma maneira. – Ele roçou seu nariz no meu e me deu um beijo nos lábios.
– E o que você vai fazer com o apartamento agora?
– Vou deixá-lo ali. É um bom investimento. – Ele deu de ombros.
– Tenho que terminar de me arrumar, Beto. Não posso me atrasar.
– Posso te olhar? Enquanto você se arruma?
– Uhum. Quer tomar uma ducha comigo?
Ele se levantou comigo no colo e fomos para o meu quarto. Tomamos uma ducha rápida, ele se vestiu e ficou sentado em minha cama, me olhando.
– Luana, você quer conhecer meu filho? – Ele perguntou assim, com a maior calma do mundo.
– Claro. A gente poderia levá-lo para tomar um sorvete, amanhã. – Sorri, mas por dentro tudo se apertou. Conhecer o pequeno Luan seria um passo enorme.
Estava perdida em pensamentos quando senti seu hálito quente em meu pescoço.
– Não se preocupe, amor. Ele só tem quatro anos e meio.
Abracei-o e encostei o rosto em seu peito largo.
– Mas, e se ele não gostar de mim?
– Ele é uma criança e vai te amar, assim como eu. Não fique preocupada com isso. – Ele me acalmou, beijando meus cabelos.
– Tá bem. E a Juliana? Quando vamos contar pra ela?
– Podemos falar hoje, no final do expediente. Eu passo lá e nós podemos ir jantar juntos.
– Está bem. Com a Jú será mais fácil, já que a vejo basicamente todos os dias.
Saí do seu abraço, peguei minha bolsa, enfiei os pés em meus scarpin e estava pronta.
– Vamos?
Ele estendeu os braços para mim e me encaixei em seu corpo grande. Era tão bom! Quase esqueci do trabalho. Quase.
Puxei-o pela mão e fomos embora. Quando chegamos em frente à agência, faltavam alguns minutos para as oito e ficamos nos beijando até dar a hora de entrar. Estávamos parecendo adolescentes. Depois de um adeus sofrido, fui trabalhar com a promessa de que às seis e meia ele estaria ali na frente.
Na hora do almoço recebi uma mensagem dele.
“Já combinei com a Jú, vamos ao restaurante que fica do lado do bar de ontem. Vou pegar ela aí na frente, às seis e meia, e nos encontramos lá no restaurante. Vamos surpreende-la.”
Suspirei, incerta.
Eu o amava mais que qualquer coisa.
Eu o havia perdoado, entendido seus motivos.
Que ele era doido por mim, não havia dúvidas.
Como a vida da gente pode mudar de um momento para o outro. Ontem pela manhã, eu estava toda triste e pela noitinha eu estava eufórica... Pela manhã, realizada, e um tanto quanto assustada com a rapidez dos acontecimentos e a intensidade dele. Eu queria um homem assim?
A resposta em minha mente foi um grande SIM! Sorrindo, me atraquei no trabalho, assim o tempo passaria mais rápido. Num piscar de olhos, já era hora de ir embora e Jú veio se despedir.
–Até amanhã Lu. Vou me encontrar com meu irmão. Vamos naquele restaurante próximo ao bar que fomos ontem. Parece que ele quer me apresentar a alguém. Isso é estranho pra caramba. Meu irmão não é de sair com ninguém... Mas lá vou eu. Beijocas. – Ela me jogou um beijo e se foi.
Desliguei o note e arrumei minha mesa, sem pressa. Deixaria eles chegarem lá primeiro e conversarem um pouco. Dez minutos depois meu celular tocou.
– Oi.
– Desistiu de mim? – Ele perguntou com a voz triste.
– Não, amor. Tô quase aí. Beijo, já chego.
– Está bem. Te amo. Vem logo. – Escutei alguém engasgando perto dele e a ligação foi interrompida.
Desci e fui com meu carro até o restaurante.
Entrei e logo os avistei em um canto do restaurante. Fui até lá e quando a Juliana me viu se levantou.
– Oi, Lu, o que foi? Aconteceu alguma coisa na agência depois que eu saí? – Ela perguntou, preocupada.
– Jú, a Luana é meu grande amor. – Beto disse, me puxando para um beijo que me esquentou dos pés à cabeça.
– Tá de brincadeira que ela é “a” Luana? Caraca! – Ela se sentou e segurou a cabeça entre as mãos. Beto puxou a cadeira ao lado dele para que eu me sentasse. – Que mundo minúsculo!
– Pois é. Pelo jeito você sabe toda a história. – Sorri para ela enquanto Beto puxava minha mão e dava um beijo.
– Meu Deus! Eu tô besta!
Juliana me olhava como se me visse pela primeira vez.
– É maninha. Ontem nós conversamos e expliquei tudo pra ela.
Beto me olhava com um olhar sonhador, apaixonado.
– Eu disse para ele ir atrás de você na época, que se danasse tudo. Mas ele foi nobre. E deu muita sorte em te encontrar e você ser compreensiva. Você vai amar o pequeno Luan.
– Vamos sair com ele amanhã. – Ele contou.
– Mamãe vai pirar! Luan vai te amar. Eu já te amo por tudo o que vocês passaram. – Os olhos de Jú se encheram de lágrimas. – Quando eu me lembro tudo o que ele passou... A barra toda... – Sua voz morreu e ela soluçou segurando o choro.
– Ei, não fique assim. O que passou, passou. O importante é que estamos juntos e nada vai nos separar.
– Estou tão feliz por você, maninho. Vamos pedir uma pizza pra viagem e ir comer lá em casa? Uma coisa dessas nós temos que contar pra todo mundo logo!
– Jú, se acalme. Não é assim. Nós nos reencontramos ontem.
– Sim, mas não vão se largar nunca mais. A história de vocês é antiga... E é linda!
– Melhor esperar um pouco. Amanhã eu conheço o Luan e se ele for com a minha cara, daí vou conhecer seus pais.
– Ela está certa, maninha. Vamos com calma.
Beto chamou o garçom e fizemos nossos pedidos. Era cedo ainda, mas estávamos mortos de fome. A comida chegou rápido e comecei a comer.
– Sabe que adorei isso em você naquele dia, no hotel? Você come com gosto.
Parei de comer na mesma hora, envergonhada.
– Não, amor, não pare de comer. É um prazer te ver comendo. – Seus olhos brilharam e os meus caíram para seu colo. O volume ali indicava que o prazer era realmente GRANDE. Engoli em seco, o tesão me pegando com força. De repente, eu não queria mais comer e sim que ele me comesse.
Forcei-me a comer mais um pouco, mas logo dei uma desculpa para ir embora, dizendo que estava cansada. Queria ele em minha cama, na parede, em qualquer lugar. Com o tesão que eu estava, acho que iria ser atrás da porta de entrada da minha casa mesmo!
Despedi-me da Jú e Beto me abraçou. Estendeu a chave do carro para ela.
– Espere-me no carro, eu já vou.
Assim que ela se afastou, ele se virou para mim.
– Quando a gente se vê de novo?
– Por mim, daqui dez minutos, lá em casa. Estou louca por você. Temos cinco anos para recuperar.
– Está bem, vou pra casa, deixo a Jú, ponho Luan na cama e vou pra sua casa.
– Certo. Vou deixar a porta destrancada.
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