Capítulo Sete
Noah
Alyssa volta para a sala de jantar, pela cozinha. Estranho. Ela senta-se
ao lado do Chris e ele fala alto — Sério?
— Algum problema, Aly? – pergunto.
Ela balança a cabeça.
— Não.
— Cadê a Mad? – Rebecka pergunta.
— Ela foi embora – Ben e Becka perguntam porque ao mesmo tempo e a minha
irmã continua — Ela precisava ir, era importante. Becka, ela disse que fala com
você, assim que chegar em casa.
— Ela deve ter ido atender alguma cliente – falo com ironia. As duas
trocam um olhar cúmplice e deixa os outros perdidos. Carly pergunta o que ela
faz e eu respondo — Ela é uma espécie de terapeuta do amor.
— Não – Rebecka me corrige, olhando-me com cara feia — Ela é
conselheira, somente isso. E não são clientes, são amigas.
O silêncio durante o jantar era assustador. Há algo de errado, porque
até agora pouco, todos sorriam e conversavam. Depois da refeição, fomos para
sala. Bom, Becka, Carly e eu fomos, os outros arranjaram alguma coisa para fazer.
— O que está acontecendo, Rebecka? De repente, todos na mesa ficaram em
silêncio e depois somem. Você está pensativa.
— Estou preocupada com a Madison e acredito que os outros também estejam
– ela responde.
— Exagero – Carly fala — Ela foi porque quis ir.
— Eu só os convidei para virem a casa de campo, para relembrarmos os
velhos tempos e termos a chance de conhecermos sua namorada melhor, Noah –
Rebecka olha para mim e para Carly — Madison era minha convidada, porque como
todos aqui, ela trabalha demais e merece um descanso. Não gostei da forma com a
qual você falou com ela, Carly. E vou te dar um conselho, se quer fazer parte
do mundo do Noah, aceite seus amigos – ela levanta-se e vira para mim — Um
conselho para você também, se quiser continuar tendo amigos, abra os olhos.
Porque eles estão cansando.
O resto do feriado correu tranquilo e muito esquisito. Por fim, acabei
discutindo com Carly, ela tem que entender que os meus amigos também são minhas
prioridades. Ela começou a chorar, dizer que não quero nada sério, que estou
apenas a usando. Bom, quando a convidei para morar comigo, expliquei como
funcionaria. Aceitou, agora aguenta!
Hoje, meu humor não está muito bom. Acordei e saí sem tomar café em
casa, fui direto para o gabinete. Chego, encontro Robbie em sua mesa, com seu
sorriso luminoso habitual. Abro a porta e encontro Madison de vestido,
encurvada sobre a minha mesa, deixando aquela bunda empinada, fazendo até um
padre pecar. Fecho a porta e ela se assusta, ajeitando-se.
— Bom dia, juiz Lancaster. Eu não o esperava por agora.
Enquanto ela fala, olho seu corpo naquele vestido preto, o decote com
aqueles seios fartos tentando se libertarem. Merda! Tira o olha, Noah. Sem
jeito, ela coloca seu tailleur e cobre-se, não deixando nada para minha
imaginação.
— Bom dia, Madison. Providencie um café completo para mim, urgente.
Tenho uma reunião daqui uma hora.
— Sim, senhor – ela sai e eu fico com os meus pensamentos. Não foi uma
decisão coerente traze-la para trabalhar comigo. Madison é uma linda mulher,
gostosa para caramba e o fato de viver me desafiando, torna tudo ainda mais
excitante.
Passei o resto do feriado com a visão dela, naquele biquíni preto,
martelando na minha cabeça. Até sonhei que a estava despindo, coisa de
adolescente entrando na puberdade. Seu corpo roçando no meu, seu cheiro
delicioso, um perfume marcante, forte como ela. Fiquei pensando, o que a fez ir
embora, o que aconteceu para que ela simplesmente viesse sem nem ao menos
despedir-se de nós? O fato de Christopher, Ben e Alyssa passarem todo tempo
conversando e ignorando Carly e eu, também me deixou receoso.
Madison volta com tudo o que eu gosto de comer e o café do meu gosto.
Ela dispõe as coisas na mesa de reuniões e aguarda sem dizer uma palavra.
Harriet a instruiu muito bem. Sento-me à mesa e a convido para acompanhar-me,
mas nega.
— Por que você foi embora da casa de campo sem se despedir?
— Porque eu não estava sentindo-me bem.
— Não estava se sentindo bem ou tinha alguma mal-amada para atender?
Seja como for, foi muita falta de educação da sua parte – falo e logo em
seguida sinto-me mal — Desculpa, Madison. É que o dia não começou muito bem...
— O que? – ela sorri, acho que ironicamente — A Mortícia não liberou o Primo
Which para você essa noite? Frustrante.
— Tenha respeito, senhorita Harver – perdi o apetite e a paciência —
Aqui não é o clube onde pode falar como bem entende. Eu sou o chefe aqui, eu
mando em tudo e você, não passa de um protótipo de delinquente, cumprindo a
pena.
— Sim, senhor – ela vai até a porta e antes de ir, vira-se com uma cara
de menina perdida, que puxa uma corda no meu peito — O senhor vai me demitir?
— Não – passo a mão pelos meus cabelos — Por mais que eu quisesse,
Madison, não posso.
— Obrigada – ela sussurra.
Logo dois membros do comitê judiciário chegam para a reunião, que se
estende até depois do horário de almoço. Assim que eles saem, Madison entra em
minha sala de cabeça baixa e serve meu almoço, como Harriet sempre fez. Ela
sabe que eu não gosto de frequentar restaurantes. Sempre tem alguém querendo
puxar papo, um fotógrafo desocupado ou mesmo alguma mulher tentando se
aproximar.
Mais tarde vou chama-la e desculpar-me por ter sido grosseiro. Madison
desafia-me e isso me irrita, me transtorna. Às vezes, como agora pouco, tenho
vontade de colocá-la no meu colo e bater naquela bunda. A cena em minha cabeça
muda rapidamente. Madison nua no meu colo, rebolando sobre mim e pedindo que eu
a foda. Ah merda!
Então, a vingança daquela peste ruiva começa. Todos que estão na minha
lista de pessoas que não atendo, resolveram ligar e ela repassar. Todos! Tive
que atender dois advogados que tenho nojo, porque Madison decidiu me punir por
ter sido grosso com ela. Pelo menos assim, os dois escrotos saíram com uma
advertência cada um. No final da tarde, minha cabeça estava explodindo e eu
querendo matar Madison.
Quando o último infeliz resolveu sair do meu gabinete, vou a procura
daquela ruiva desgraçada e a encontro na sala dos protocolos contando piadas
para o pessoal que deveria estar trabalhando e não rindo. Assim que me viram,
cessaram-se os risos e a senhorita linguaruda continuou a conversar. Todos
estavam sem jeito e ninguém falava para ela que eu estava ali.
— Sabem qual a diferença entre os juízes da Segunda Corte e o juiz
Lancaster? Os primeiros acham que são deuses e o juiz Lancaster, tem certeza!
— Muito engraçado, senhorita Harver. Na minha sala, agora! – saio com
ela em meu encalço. Entro, dou espaço para que ela passe e fecho a porta.
Caminho até minha mesa e sento-me — O que diabos você está fazendo, Madison?
— Eu não estou fazendo nada, juiz Lancaster – debochada.
— Eu não entendo porque você tem necessidade de me enfurecer – respiro
fundo.
— Não. É você quem faz isso comigo – ela escora-se no encosto da cadeira
que fica de frente para mim.
— Eu? – pergunto.
— Sim. Mais cedo você me perguntou porque saí daquela maneira da casa de
campo, mas não me deu a oportunidade de responder. Simplesmente metralhou suas
piadinhas e riu. O menosprezo dói, senhor. A única maneira que eu sei me
defender, é atacando. Todos dizem que você é o máximo, que é um chefe ótimo,
para mim, até agora, não foi nada disso.
— Certo – fecho os olhos e respiro mais uma vez — Eu vou tentar ser mais
condescendente com você. Sem piadinhas, por que você foi embora?
— Quer saber mesmo o porquê? – aceno que sim. Ela se aproxima — Porque
sua mulher, namorada, sei lá, foi até o meu quarto me encher de desaforos. Sua
irmã estava comigo, pergunte a ela.
— Carly? – pergunto perplexo.
— Não. A princesa Diana – Madison levanta a mão — Desculpa, desculpa. É
automático.
— O que ela te falou? – eu preciso saber.
— Pergunte a ela, ou a Alyssa. Já está na minha hora. Posso ir?
— Pode sim. Boa tarde, Madison.
— Até amanhã, Noah – ela sorri e fica ainda mais bonita.
Tento focar em alguns processos que tenho que fazer “vistas”, mas não
consigo me concentrar. Preciso pensar, de preferência, longe de tudo. Vou até a
garagem, pego meu carro e vou para a cobertura. Tiro meu terno, a gravata e
abro a camisa. Sirvo-me de um copo de whisky e sento no sofá.
Eu nunca fui um homem de sentimentos profundos. Acredito no amor,
acredito em amar e ser amado. Mas não acredito que relacionamentos baseados
somente no amor, vinguem. Para mim, Noah, a química; o respeito e a lealdade, é
a combinação perfeita para uma relação duradoura e bem-sucedida.
Meu relacionamento com a Carly, nunca foi um rompante de paixão. E a
maturidade que eu via nela em relação a nós, foi o que me fez continuar. Ela
trabalhava constantemente em Washington e eu aqui, passávamos dias sem nos
vermos e cada reencontro era quente. Teve uma época em que os caras se
distanciaram de mim, para ser sincero, nunca entendi aquilo. Mas eu estava bem
com ela, nos entendíamos e estávamos trabalhando para que a relação fosse
promissora.
Alguma coisa começou a dar errado depois que resolvemos morar juntos. Eu
expliquei a ela que nada seria alterado e que a presença dela seria importante
para Alyssa. Agora, Carly anda surtando, Aly bebendo e eu desejando aquela
ruiva dos infernos. Eu sempre soube que os meus amigos não se entendiam muito
bem com a minha namorada, mas acreditei que em algum momento, eles a
conheceriam melhor e a aceitariam, como um dia aceitamos a Becka.
Só que Carly tem apresentado um comportamento estranho e hoje
pergunto-me, será que ela sempre foi assim? Será que ando cego esse tempo todo?
Se me perguntarem se a amo, responderei a verdade, não, não a amo. Acredito na
compatibilidade, éramos compatíveis. Depois que nos mudamos para a mansão, que
ela tanto insistiu, as coisas têm ido ladeira a baixo. Ela não viaja mais, fica
somente em casa, muito menos transamos. Ela só reclama sem parar, de tudo e
isso está me cansando.
A imagem da Madison de biquíni volta para me assombrar. Meu pau gosta da
lembrança. Desde o dia em que ela trouxe Aly para casa, aquela boca atrevida
não tem saído dos meus pensamentos e depois daquele final de semana, que eu a
senti na minha pele, não fui mais o mesmo. Não sei se é minha abstinência ou
fato dela desafiar-me constantemente, só sei que a desejo, fortemente. Já
imaginei aquela boca envolta do meu pau, meus dedos entrelaçados naquele cabelo
vermelho...
Olho para o relógio e vejo que já é tarde, vou para casa. No caminho
coloco o som no último volume, para espantar pensamentos inconvenientes. Como
se desse para esquecer aquele par de seios saltitando na piscina. A música do R.E.M – Losing my Religian preenche o
carro e quanto mais tento fugir das lembranças daquela ruiva, mais elas me
perseguem.
Encosto o carro na garagem, amanhã vou procurar outro carro, quero um
esportivo como o do Ben. Quem sabe um Porsche
ou uma Ferrari? Vou pedir para o
Carl, dar uma passada amanhã no gabinete. Talvez troque o carro da Alyssa
também, estou cansado de ver esse carocinho amarelo. Ela precisa de algo mais
seguro, tipo um Nissan Rouge. Entro
pela cozinha e encontro a minha irmã sentada em uma das banquetas, tomando chá.
— Boa noite, Aly.
— Boa noite, excelência. Onde a nossa autoridade andava? Fugindo das
mulheres da sua vida? – ela fala com deboche. Sento ao seu lado, ela me dá um
beijo no rosto.
— Boa noite, Noah. Quer alguma coisa? – Martha entra e pergunta.
— Uma cerveja, Martha. Obrigado – volto-me para minha irmã — O que
exatamente aconteceu para Madison ir embora no feriado?
— Por que não pergunta a sua namorada? Ela estava lá e sabe o porquê.
— Por favor, Aly, diga-me – insisto.
— Madison estava conversando comigo, quando Carly apareceu e a acusou de
estar dando em cima de você. Disse para ficar longe e a chamou de cafetina e
prostituta, com aquela arrogância de sempre.
— Por que eu nunca vi Carly dessa maneira? Ela sempre foi tão educada –
digo mais para mim do que para ela.
— Olha, Noah – Alyssa vai até a pia colocar sua xícara e volta-se para
mim — Rebecka acha que você deve descobrir essas coisas sozinho, mas sou sua
irmã. Carly sempre foi assim, só que quando está perto de você, ela precisa
disfarçar. Ela só suporta Ben e Chris porque eles são tão importantes e famosos
quanto você. A mulher mal me suporta, por favor...
— Aquele dia que você chegou bêbada, o que aconteceu?
— Isso não vem ao caso, Noah. Não se atormente por isso. Boa noite – Aly
sai deixando-me sozinho com a minha cerveja. Logo, Martha volta e a intercepto.
— Martha, você trabalha comigo há quanto tempo?
— Cinco ou seis anos. Por que?
— Responde-me com sinceridade? – falo olhando seriamente para ela.
— Sempre respondo, Noah – ela responde meu olhar com a mesma seriedade.
— Carly sempre foi assim? Ou isso vem acontecendo nos últimos dias?
— As pessoas são como são, mas de vez em quando elas se esforçam para conquistarem
o que almejam e quando isso acontece, nem sempre o que vemos é o que achávamos
que víamos.
— Você não respondeu – falo frustrado.
— Respondi – ela sorri — E fui muito sincera. Só que há coisas Noah, que
só vemos e ouvimos quando queremos. Boa noite.
Fui diretamente para o quarto de hóspedes. Despi-me, tomei banho e
deitei. Antes de pegar no sono, lembro-me da proximidade com Madison “Não tenho medo de me queimar, senhor
juiz...”. Nesse momento, daria tudo para saber como é o seu gosto.
Tenho que me chutar constantemente para lembrar que tenho uma namorada e
que Madison é minha funcionária. Mesmo Carly sendo uma relapsa do caralho,
estou com ela. Não é certo me envolver com a ruiva no trabalho, não é correto
misturar negócios com prazer. Ainda assim, durmo com aqueles cabelos vermelhos
em meus pensamentos.
A semana passou lenta demais, para o meu gosto. Fugir da tentação ruiva
não é uma tarefa fácil, mesmo para os mais fortes. Eu odeio compromissos
beneficentes que os ricos fazem, porque é beneficente para eles e não para as
centenas de crianças que estão em situação vulnerável. Enquanto eles sentam e
posam para fotos como filantropos, crianças sentam nas ruas para pedir comida.
Mas como um bom juiz, tenho que fazer o sacrifício.
Carly não ia perder a chance de circular entre a classe soberba, ela
nunca fez questão de esconder seu deslumbramento por esse mundo. Esse smoking está me matando sufocado,
realmente não sirvo para esse tipo de evento. Minha sorte é que Christopher
também foi obrigado a vir, assim não tenho que disfarçar minha impaciência o
tempo todo. Olho para ele e sua futura noiva, Audrey, uma linda menina e muito
querida também. Se eu não o conhecesse, diria que está satisfeito, mas aquele
olhar perdido diz que não. Ele se aproxima de mim.
— Carly comentou que você está interessado em comprar uma casa aqui nos
Hamptons. A casa dos Hudson está à venda.
—Hudson? – puxo pela memória o nome e a casa — Em frente a sua?
— Essa.
— Na verdade, eu queria na encosta, longe de toda agitação, principalmente
no verão. Quero um lugar para descansar e não para ficar acordado o tempo todo.
— Certo. Como Madison está indo? – ele pergunta interessado.
— Ela está indo muito bem. Madison é uma excelente profissional, muito
inteligente, deu conta de substituir Harriet – faço uma careta — Só que a
mulher é difícil.
Ele sorri. Aliás, é só falar da Madison que ele e Benjamin, são só
sorrisos.
— Estou para te falar isso desde o feriado, Madison foi embora por causa
da Carly e sinceramente? – ele fala sério — Prefiro Madison.
— Christopher – encaro-o — Algum dia vocês deram uma chance para Carly?
— O feriado foi uma de muitas e o que ela fez? Foi ofensiva com a
Madison duas vezes. Uma, inclusive na sua frente. E realmente espero que você a
tenha colocado no lugar. Aquela noite, Madison foi embora sozinha, sabe-se lá
em que estado.
— Por que essa revolta em favor da ruiva, Christopher? – sua preocupação
dispara um alerta em mim.
— Porque ela é uma das poucas pessoas que tenho muito apresso e
principalmente, é muito sincera. Jamais usaria máscaras para ludibriar as
pessoas.
Ele sai com sua namorada a tira colo e me deixa com meus pensamentos. A
voz de Rebecka soa novamente em meus ouvidos “— Um conselho para você também, se quiser continuar tendo amigos, abra
os olhos. Porque eles estão cansando”. Olho ao meu redor e vejo aquelas
pessoas que nunca fiz questão de ter em meu mundo e no entanto estou aqui, no
mundo delas. A que ponto da minha vida eu desviei de quem sou?
— Querido! – Carly vem e abraça-me — Vamos ficar no hotel ou na casa do
Chris? Sou louca para ver como é aquele palácio dos O´Donnell por dentro.
— Eu vou para casa – nem a olho, apenas respondo. E como de costume, ela
surta.
— Deixa de ser idiota, Noah. Vamos aproveitar que estamos aqui para
fazermos contatos.
Seu comentário dispensável, faz com que eu ria.
— Eu não preciso de contatos, Carly. Eu sou o contato. Quer ficar,
fique. Eu estou indo – saio sem me despedir de ninguém, entro no carro seguido
por Carly, que já está falando novamente.
— Por...
— Se você quiser ir comigo, terá que ficar calada. Hoje já ouvi
besteiras demais da sua boca – interrompo-a.
A volta foi longa preenchida somente pela minha playlist. Nada de discussões, de insatisfações e nem reclamações.
Quase gozei por causa do silêncio. Estaciono meu carro na garagem e vejo que há
mais um veículo desconhecido. Alyssa deve ter trago alguma amiga para passar a
noite com ela, acreditando que eu ficaria por lá.
Vou direto para o quarto para tirar essa roupa que está me agoniando e
Carly começa a reclamar novamente:
— Por que você anda agindo assim, Noah?
— Assim como? – sem olhar para ela, falo.
— Como um ogro.
— Você não para de reclamar um minuto e eu que sou ogro? E mais, tenha
respeito ao falar comigo, não estou muito afim de tolerar seus chiliques de
menina mimada.
— Está me chamando de criança?
Ela fala mais alto do que deveria e conseguiu despertar a minha raiva,
que tanto controlo. Aproximo-me dela.
— Chega, Carly! Você já reclamou o suficiente por uma encarnação
inteira. De uns tempos para cá, vem reclamando de tudo e ofendendo as pessoas,
como se fosse superior a elas. Caia na real, garota, você não é! Eu soube do
que aconteceu na casa de campo e se eu tomar conhecimento de que aquilo se repetiu,
mando esse relacionamento para o inferno na mesma hora. Controle-se. Vou dormir
em outro lugar.
Saio do quarto só com a calça do smoking
e vou para a cozinha pegar uma cerveja. Vou até a piscina e me sento lá. Não
sei quanto tempo fiquei ali olhando a água, até cansar. Em algum momento, terei
que colocar as coisas no lugar. Será que protelar é a melhor solução?
Entro, vou em direção as escadas e encontro Madison em uma camisola
verde esmeralda, como seus olhos. O tecido fino pouco tampava seus grandes
seios e era curta demais para cobrir suas coxas. Ela tenta se cobrir passando
os braços pela frente do seu corpo.
— Que susto, juiz Lancaster. Achei que ficaria fora essa noite.
— Eu até ia, mas desisti. Alguma coisa disse-me para voltar para casa
mais cedo.
— Deixa eu adivinhar, a Mortícia
não quis chupar seu pirulito sob o luar dos Hamptons – fala rindo. Sem perda de
tempo, pego-a pelo braço e a levo até a sala, pressiono-a entre a parede e eu.
— Cansei das suas piadinhas, ruiva. Tenho uma função melhor para essa
sua boca atrevida.
— O que? – fala ofegante.
Tomo sua boca em um beijo cru, passo minhas mãos pelo seu corpo. Seus
gemidos em minha boca deixam-me alucinado. Passo os dedos pela beirada da
camisola, puxando as taças para baixo, fazendo aqueles seios deliciosos
saltarem para fora. Chupo um mamilo enquanto belisco o outro e sua respiração
fica entrecortada.
— Você é deliciosa.
Viro-a de costas para mim e falo em seu ouvido. Levanto sua camisola,
encontrando sua calcinha toda enterrada na bunda, fazendo-me gemer de
desespero. Enquanto uma das minhas mãos estava no meio das pernas, com a outra
eu tapava sua boca, já que seus gemidos estavam alto demais e estamos em uma
casa cheia de gente.
Pressiono seu clitóris por cima da calcinha e sinto a umidade se
espalhar rapidamente pelo fino tecido. Ela rebolava sobre minha mão, fazendo
com que meu pau fique dolorido dentro da calça. Viro-a novamente de frente para
mim e volto a beija-la. A pequena ruiva dos infernos, que tem me perseguido em
meus pensamentos, responde com fervor.
— Estava louco para te sentir – falo em sua boca.
Coloco minha perna no meio das dela, empurro sua calcinha de lado e
incentivo-a a rebolar. Chupo seus seios mais uma vez, dando igual atenção aos
dois e volto a sua boca, faminto. Levo uma das minhas mãos em seu sensível
clitóris e faço movimentos circulares. Seus gemidos voltam a ficar altos e a
beijo para cala-la, enquanto exploro o centro dos seus desejos. Não demorou
muito para que ela chegasse ao orgasmo. Quando penso em tirar minha calça,
ouvimos:
— Noah?
— Quietinha – falo no ouvido de Madison. Ficamos tenso, mas ela estava
trêmula devido ao orgasmo. Penso rápido e vejo uma poltrona por perto, a coloco
com delicadeza, beijo sua testa e saio. Vou ao encontro de Carly.
— O que é Carly?
— O que você estava fazendo na sala? – ela pergunta com estranheza. Como
estou de saco cheio, minha resposta é grosseira.
— Estava comendo outra mulher – a desgraçada não me dá e atrapalha
quando estou com aquela ruiva em meus braços.
— Que brincadeira sem graça – ela ri — Vem deitar comigo, amor.
— Não. Hoje ficarei no quarto de hóspedes – falo mais alto que o
necessário, para que Madison ouça e venha terminar o que começamos.
Fui para o quarto e fiquei andando de um lado para outro. Nada dela
aparecer. Resolvo descer e procura-la, também não a encontrei. Quando me dei
conta, já estava na porta do quarto de Alyssa. Que merda estou fazendo? Volto
para o quarto, vou direto ao banheiro, tranco a porta, ligo o chuveiro e
jogo-me embaixo para bater uma punheta. Lembro-me das minhas mãos pelo seu
corpo, minha boca em seus seios. Acelero minha mão, imaginando sua boca em
torno do meu pau e a minha libertação vem rasgando, a ponto das minhas pernas
ficarem trêmulas.
Deito na cama e fecho os olhos, as imagens da Madison na piscina,
daquela boca atrevida no gabinete e com aquela camisola nas escadas, ficam
passando e repassando como se fosse um filme. Ela é uma mulher muito bonita e
muito corajosa também, não se intimida em frente aos grandes. Lembro sorrindo do
dia que vi aquele grandalhão no chão e ela tentando se justificar. Se eu não
tomar cuidado, essa mulher bagunçará toda a minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário