domingo, 20 de março de 2016

A Vitrine - Capítulo 18

Capítulo Dezoito

Letícia

Letícia Sophie Barros! Estão te esperando para a reunião, mulher! ACORDA!
Sonolenta, tento tirar as cobertas de cima de mim, mas não é possível, a preguiça me domina. Por fim, caí da cama batendo na mesinha de cabeceira e machucando as costas. Merda! Faço minha higiene em tempo recorde, pego um uma calça jeans desbotada, uma camisa azul e um tailleur, escolho uma sandália baixa. Não consigo nem erguer os braços direito, dói onde bati.
Lolo está com seu habitual terninho preto. Pronta para o trabalho.
— Letícia, pega uma fruta e vamos. Não dará tempo de comer, já são dez e cinco. Ethan me mandou mensagem dizendo que só falta você.
Percebi que havia um segurança na nossa porta e está nos acompanhando, Ethan deve ter providenciado para Lorena. Eu não fazia a menor ideia onde seria a reunião, eu nem sei o que anda acontecendo comigo. Sempre fui excelente profissional, nunca deixei nada de lado quando se trata do meu trabalho.
— Minhas costas estão doendo...
— Desculpa, acho que a culpa foi minha. Vou providenciar alguma coisa para você comer, Lê e um remédio também.

Avisto uma grande porta com muitos seguranças, a reunião deve ser ali. Entramos em um escritório espaçoso, com sofás de veludo verde escuro, uma mesa redonda, que acredito eu que seja de mogno.
— Bom dia, senhores. Desculpe minha demora, caí e acabei me machucando.
— Mas está tudo bem? Precisa de um médico? — Martino estava ao meu lado, pegou minha mão e me conduziu até uma poltrona.
— Não, obrigada.
Maggie e King entram na sala com algumas pastas e as distribuem. Zachary toma a frente do discurso.
— Ficamos honrados com a sua presença, princesa Letícia...
— A princesinha do sertão... — Ouço a voz da Lorena de fundo.




— Acredito que todos já tenham conhecimento sobre o contrato, até porque o formulamos juntos, faltando somente a Letícia tomar partido disso tudo. — Ele fala diretamente a mim. — Letícia Sophie Barros, quando nos reunimos para discutir as cláusulas desse contrato, nós chegamos à conclusão de que você era muito importante para ser meramente uma funcionária. Então, de comum acordo, acertamos que você será uma das acionistas do grupo e os lucros serão divididos por igual. Queremos que esteja na frente de todos os trabalhos que a Building Paradise Company venha executar. Você ocupará o cargo de diretora geral, reportando-se somente a mim quando for necessário.
— Muito obrigada, farei de tudo para que vocês venham ter orgulho de mim e do meu trabalho. — Eu fiquei emocionada e sem palavras, olhando a todos agradeço.
Foram duas horas de conversas e acertos, assinaturas e discussões, não estava mais aguentando a dor.
— Acho que preciso de um médico, não suporto mais a dor.
— Vou pedir para o Luck te acompanhar até a suíte e eu vou procurar médico.
— Quem é Luck? — Pergunto.
— O segurança. Agora fica quietinha.
Tentei me levantar, mas a dor não permitiu, acabei gemendo alto demais, atraindo a atenção de todo mundo. Todos começaram a perguntar ao mesmo tempo e tentei responder, mas a dor estava forte demais. Não demorou muito e apareceu um médico para me examinar.
— Vocês poderiam dar licença para eu poder examiná-la?
— Não! — Em um coro responderam. Olho para o médico e vejo pelo seu olhar que ele pensa a mesma coisa que eu, “ninguém merece”. O doutor me toca por cima da camisa de tecido fino. — A senhorita pode me contar o que aconteceu?
— Eu caí...
— Vai ver que o sheik foi ensinar alguma posição do kamasutra e acabou machucando ela.
O que eu fiz para ele me odiar tanto? O médico me olha com uma cara de entendimento. Ai meu Deus! De princesa do sertão, serei conhecida como a vadia do oriente.
— NÃO! Claro que não. Eu acordei atrasada. — Olho para Zachary. — E sozinha, me levantei e meu pé acabou enroscado nas cobertas e caí, batendo as costas na mesinha de cabeceira. Na hora doeu tanto que chegou a me faltar ar, mas levantei mesmo assim.
— Teremos que levá-la para a clínica e fazer algumas radiografias para confirmar a provável quebra de uma costela.
Mas gente como consegui isso?
Foi um tombinho de nada. Levaram-me para o hospital e tiraram algumas radiografias e constataram que somente trincou uma costela. Deram-me muitos remédios a ponto de me sedar. Não lembro como voltei para o hotel e nem quanto tempo dormi.

— Acho que um segurança é pouco, temos que colocar mais dois e ficar mais ligados nesse negócio. Eles são capazes de se matarem, viu como Martino foi para cima do sheik? — Acordei ao som da voz de Liam.
— Preocupo-me mais com a reação do Zachary, ele pode ser uma ameaça quando quer e ninguém o segurará. — Essa é a voz do Ethan e do que eles estão falando? Mal assinaram um acordo e já estão se matando? Não faz sentido, também não faz sentido eu conseguir a proeza de trincar uma costela.
Tento me mexer, sinto dor, está mais fraca, só que ainda dói pra caramba! Faço um esforço para me levantar, mas só consigo gemer. Abro os olhos e encontro os dois homens em cima de mim e reviro os olhos. Para que tudo isso?
— Oi, minha flor. Esses lindos cavalheiros a ajudarão a sentar-se para comer. — Lorena senta do outro lado da cama com uma bandeja.
Liam me descobriu, colocou um de seus braços atrás do meu joelho e o outro nas costas. Acabei tocando-o e tendo a noção de seus músculos. Com isso percebi que estava enfaixada na altura da costela machucada. Lorena me passou os remédios e coloca a bandeja no meu colo.
As cortinas estão abertas, o sol brilha lá fora. Estranho, deveria ser noite...
— Dormi por quanto tempo? — Pergunto.
— Dezesseis horas. Quando voltamos da clínica, você estava grogue, dormia e acordava a todo o momento. A noite sua dor piorou porque você tentou levantar, o médico veio e deu outra injeção. Ele disse que você poderá andar normalmente, só não poderá fazer muito esforço e nem pegar peso.
Odeio incomodar as pessoas e não me lembro de ter me tornado tão desastrada. Vejo carinho nos olhos de cada um, mesmo assim fico incomodada com o trabalho que estou dando. Tento comer alguma coisa, mas meu estômago não está legal. Zharan bate e anuncia Sebastian. Ele entra com lindas flores amarelas.
— Como está, Letícia? — E me entrega e beija minha face.
— Obrigada, são lindas. Estou melhor.
Lolo prontamente pega o ramalhete, entregando para Zharan colocar em um vaso. Liam e Ethan não fazem menção de sair, o que me deixa desconfortável. Devo estar com uma aparência horrível, cabelos desgrenhados, nem escovei os dentes.
— Vocês poderiam me dar licença? Eu gostaria de me ajeitar, depois encontro-os na sala.
— Acha que consegue andar Lê?
— Consigo só me ajuda a levantar.
Fui para o banheiro e tomei uma ducha, lavei e sequei o cabelo, escovei os dentes. Meu corpo está dolorido, mas consigo suportar. Lorena me enfaixou novamente, o que me deu certo alívio da dor, trouxe um vestido longo preto e chinelos. Estou me sentindo muito melhor.


— Está com uma carinha boa, Letícia. Ficamos preocupados...
— Como nossa menina está se sentindo? — Nesse momento Martino entra e se ajoelha na minha frente, pega minha mão e a beija.
— Mimada dessa maneira, estou ótima. Martino foi bom você ter vindo, queria saber se está indo direto para Itália.
— Estou indo direto, vai comigo?
— Sim. Tem algum problema para você? Posso ir depois...
— Fico mais tranquilo você indo comigo, é melhor assim. Devemos partir amanhã à noite.
Conversamos sobre o projeto, me contaram que em vinte dias a equipe de topografia já estará no local fazendo um levantamento mais detalhado do terreno. Eles falam dessa primeira obra com muito orgulho, tenho certeza que será um sucesso e fazer parte disso, é uma honra.
— Senhores, vamos descer para jantar? A Letícia deve estar cansada e elas têm que arrumar suas coisas para viajarem amanhã. — Ethan sugere.
Eles se despedem e se vão. Lorena e eu começamos a fazer uma agenda para que eu possa colocar todos os meus trabalhos em dia. Desde que cheguei aqui, só tenho passeado, trabalhar que é bom, nada! Liam apareceu para se despedir de mim, disse que nos encontraríamos na Itália, já que ele tem um projeto com Martino e a reunião estava marcada para daqui a alguns dias.
A campainha toca e Lolo atende, Zachary entra mais lindo do que nunca, com uma calça jeans muito justa e uma camiseta branca tão justa quanto a calça. A visão dele enche meus olhos e me aquece, ele tem esse poder de me fazer deseja-lo. Elegantemente entra e toma conta do lugar e senta-se ao meu lado.
— Pelo que vejo, a senhorita está bem.
Grosso!
— Estou ótima. Se for para tirar conclusões, já tirou. Pode se retirar.
— Lê, estou indo jantar na suíte do Ethan, qualquer coisa é só mandar uma mensagem. Zachary, os remédios que ela deve tomar dentro de meia hora estão naquela mesinha. Ela não pode se cansar, se perceber que está se esforçando, leve-a para cama. Não para comer, Zach, somente para dormir. Entendeu bonitão? — Ela coloca a mão no quadril. — Gente, eu não me conformo com a beleza desse homem! Por favor, tenham juízo. Não quebre mais nenhum osso.
Ficamos durante um tempo em silêncio, ele segurando minha mão. Puxo a mão e quebro o silêncio.
— O que você quer, Zachary? — Ele acaricia meu rosto.
— Quero passar um tempo com você, saber que está sendo bem cuidada.



— Provavelmente para saber se ainda posso trabalhar. Não se preocupe, estou bem e logo começo nos meus afazeres.
— Às vezes é complicado falar com você, Letícia.
— Você não é do tipo que cuida de alguém, muito menos de mim. Você me detesta!
— Quem disse que te detesto?
— Você é sempre estúpido comigo, tirando aquele dia lá no Brasil, você está sempre gritando ou me questionando. — Ele se aproxima de mim e beija meu rosto.
— Eu detesto o fato de você sempre ter algum homem ao seu lado. — Beija minha testa. — Detesto até mesmo o King ter mais contato com você do que eu. — Beija o outro lado do meu rosto. — Detesto a maneira com a qual você mexe comigo, mas jamais te detestaria, baby.
Ele toma minha boca em um beijo quente me arremetendo ao céu, para ver o show de estrelas que se forma quando ele chupa meu lábio inferior. Zachary puxa meu cabelo da nuca para controlar o ritmo do beijo, fazendo-me gemer. Quando penso que vai parar, ele morde meu lábio e acaricia com a língua, me destruindo para qualquer outro homem do mundo e me fazendo querer mais, sempre mais...
Somos interrompidos pela campainha, Zachary levanta e vai até a porta, King entra com uma mesinha.
— O jantar está servido. — Ele se aproxima. — Está pronta para outra briga? — Dou risada, porque é vergonhoso a pessoa contar que trincou uma costela saindo da cama.
— Estou quase...
— King o jantar já foi servido e você já pode ir. — Zachary fala sem cerimônia. King pisca para mim e se vai.
— Espero que esteja ao seu gosto.
— Obrigada. — A última coisa que eu queria era jantar, mesmo assim tratei de mastigar e engolir cada coisa servida naquele prato. — Zachary... — Ele olha para mim. — Obrigada por cuidar de mim.
— Não há porque agradecer, eu realmente quero estar aqui. E eu infelizmente sou assim, Letícia. Não faço o tipo gentil como Liam, mas vou tentar ser mais tranquilo a sua volta. — Ele se levanta. — Estou ansioso para ir ao Brasil conhecer minha nova propriedade. Quero que você vá ficar comigo.
Enquanto comíamos falamos sobre tudo e fizemos planos para quando eu estiver nos Estados Unidos. Contei a ele que comprei um apartamento lá, que foi a realização de um sonho, mas não contei detalhes, ele não precisa saber de tudo. Comecei a sentir dores, ele me pegou no colo e me levou para a cama. Deitado, vira-se para mim e ficamos nos olhando por um bom tempo. Memorizei cada traço seu. Cada nuance. Cada peculiaridade.



A cor azul escura dos seus olhos é diferente e nos faz ter a impressão de mergulhar em um mar escuro e revolto. Não me contenho e o toco. Passo a minha mão pelo seu rosto, com meu dedo contorno seu lábio.
— Bonito não faz jus a você.
Ele tira seu celular do bolso, mexe em alguma coisa e a música Earned it do The Weeknd começa a tocar. No mesmo ritmo ele passa a mão pelo meu corpo.
— Nem a você...
Zachary vem para cima de mim lentamente como um predador que já deu o bote em sua presa e está prestes a saborear o banquete. Ele tira meu vestido deixando meus seios à mostra, trilha com sua boca o caminho do meu corpo, começando pela minha orelha, minha boca, meu pescoço. Desce ao meu seio, morde, suga, mas não toca em meu mamilo fazendo-me reclamar.
Quero a boca dele em todo meu corpo, assim como quero saboreá-lo por inteiro. Ele dá pequenos beijos sobre a faixa e continua a descer, rodeando meu umbigo com sua língua, deixando-me mais desejosa. Seus dedos acariciam minha pele em volta da calcinha, até passar seu dedo pelo meio dela e eu, estou dominada pelo desejo, mergulhada em sensações. Com sua boca ele desce sobre o tecido rendado, me sugando e me tocando com seus dedos. Estou tão molhada que chega a ser vergonhoso. Nenhum homem me fez sentir assim, somente ele...
Zachary sai da cama e leva minha calcinha com ele, então começa um belíssimo show. Na batida da música ele tira cada peça, sem tirar seus olhos dos meus e a minha morte foi decretada, estou apaixonada por Zachary Thorton O´Brian. Um preservativo aparece de algum lugar. Ter um homem como aquele, colocando uma camisinha no seu membro, deveria ser uma cena grotesca, mas não, não Zachary... Foi a cena mais deliciosa que já vi.
Ele vem sobre mim com cautela.
— Eu estou tentando ser cuidadoso, só que fantasiei você nua tantas vezes e nenhuma delas chegou perto da beleza que é na realidade. Eu preciso sentir seu cheiro, seu sabor, mas preciso estar dentro de você para continuar a viver em paz.
E com essa declaração, entra em mim em um gesto carnal de posse, sem delicadezas e eu amei cada centímetro seu dentro de mim. O ritmo é lento e forte a cada arremetida, sua boca era cadenciada com suas batidas. Fui me afundando no mar dos seus olhos, na força do seu corpo. Fechei os olhos para não mostrar-lhe o que se passava dentro de mim, porque eu era só amor e ele, somente prazer.
Ele para e eu abro os olhos.
— Por favor, não pare... — Foi só o que consegui balbuciar.
Ele toma um seio em sua boca, fazendo com que eu chame seu nome consequentemente.
— Goza comigo, anjo. Vem...



Não precisou falar a segunda vez, eu já estava entregue gritando seu nome. Esse homem será meu céu e meu inferno, será a minha ruína. Zachary toma minha boca e me beija com paixão até ficarmos sem ar. Deita ao meu lado e acaricia meus cabelos até nos recuperarmos.
Com dificuldade, me levanto e vou ao banheiro me lavar. Tiro a faixa em frente ao espelho e vejo minha pele roxa. Ele entra no banheiro se colocando atrás de mim, passou a mão pela ferida, abaixou-se e beijou cada centímetro do lugar. Sentou-me na bancada de mármore fria, abriu a torneira de água quente, pegou uma toalha e me limpou no meio das pernas, fazendo me colocar uma em cima da pia. Ele enrola a toalha como uma bola e coloca entre minhas costas e o espelho.
Sem dizer uma palavra, tendo como fundo a música que repete sem parar, “... Então eu vou cuidar de você. Eu vou cuidar de você, você, você...”, ele passa sua língua sobre meu clitóris, entra em mim com dois dedos. O prazer é inebriante, os gemidos que saem da minha boca eram um estímulo para ele, que impulsionava mais e mais sua língua e seus dedos. Meu segundo orgasmo veio em seguida e logo, a dor me tirou da nuvem de tesão.
— Puta que pariu! Esqueci-me dos seus remédios. — Ele liga as torneiras da banheira e volta para me abraçar. — Vou colocá-la na banheira e vou pegar os medicamentos para você tomar, depois colocaremos a bandagem novamente e você irá para cama.
— Sim senhor, senhor! Ai... — Bato continência.
— Não faça esforço. — Ele passa seus braços pela minha cintura, eu coloco os meus em volta do seu pescoço e nos beijamos. Eu ficaria aqui para sempre.
O banho foi revigorante, Zachary fez questão de lavar cada parte do meu corpo. Depois de seca e vestida, fomos para sala, para ajudar-me com a faixa. Mas, algo aconteceu enquanto ele me ajudava a colocar o curativo, seus olhos não estavam mais doces como antes, aquela parede de gelo estava novamente em seu lugar. Não havia mais sorrisos e nem palavras gentis, somente aquele velho Zachary grosso como sempre.
Deve ter se arrependido de ter se deitado comigo, não há outro motivo para uma mudança tão brusca assim. Também, o que eu esperava? Ele tem uma das mulheres mais bonitas do mundo esperando por ele, com certeza veio aqui dar uns pegas na assistente para ela ficar “felizinha”. Perco minha paciência e falo com deboche
— O que houve, Zachary? Arrependeu-se de ter se deitado comigo?
— Sim... Não! Ah, caralho! Arrependo-me porque sou um homem de palavra, nunca volto atrás no que falo. Mas não mudaria nada essa noite...
Não consigo segurar minha gargalhada de desgosto, mesmo com dor levanto e vou para a janela.
— Eu já imaginava. Veio fazer a alegria da assistente machucada e se arrependeu. Eu já deveria saber que para você, sou uma mulher qualquer que serve para se divertir.
— Não Letícia. Não, não, não! Não é isso, é só que...
Não dá e nem quero segurar minhas lágrimas...
— Esquece.
Maggie, a assistente do Zachary entra sem pedir licença e sem ser convidada. Seco minhas lágrimas para que a nojenta não as enxergue. Meu apartamento parece uma pensão, todo mundo entra e sai sem permissão, achando que estão em casa.
— Boa noite, senhores. Letícia eu vim confirmar sua partida com o senhor Rossi amanhã à noite.
— O que? — O olhar de Zachary para mim era mortal. Ele anda de um lado para o outro sem parar. — Eu não acredito que... Merda! Por que não me disse...
— Está confirmado Maggie. Agora vocês dois podem se retirar do meu apartamento.
Ele balança a cabeça e fala com raiva.
— Eu não vou sair daqui, enquanto não falarmos sobre a sua viagem com aquele italiano safado.
— VOCÊ, SUA ASSISTENTE E O DIABO A QUATRO VÃO PARA O QUINTO DOS INFERNOS! SAIAM DAQUI, AGORA! — Eu grito.
Assim que a porta se fechou, eu caí no chão, com a minha dor, com minhas lágrimas e com meu resto de esperança indo pelo ralo. Pela segunda vez, a vida me presenteia com desgosto. Eu não fui feita para ser amada, somente para amar e ser deixada.
Deus, o problema sou eu?
O que você fez de errado quando me criou?
Por que tenho que perder todos que amo?
Por que não posso ser amada?
Por quê? Por quê?

Por que dói tanto? 

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